Primo-de-quê?

Primeiro grau, segundo grau, terceiro grau… Afinal de contas, como é que funciona essa bagaça de parentesco?

Para aqueles que ainda não sabem, sou advogado. Minha especialidade é a área de licitações e contratos públicos, mas de quando em quando, mais por gentileza que por necessidade, costumo ajuizar outros tipos de ações para dar uma força para os amigos.

O caso em questão é que faleceu um grande amigo – não, meu melhor amigoPaulo Bicarato. Divorciado, sem filhos, pais já falecidos, restaram seus quatro irmãos. E nenhum bem. Ou quase. Acontece que quando do inventário de seu pai ele ficou sendo coproprietário de um automóvel, na realidade 1/5 do veículo.  E assim ficou registrado no documento do carro. Todos os irmãos combinaram que seria transferido para a irmã mais velha, mas o Bica faleceu antes de concretizar essa vontade e por isso me coloquei à disposição para entrar com a ação, pois, ainda que isso pudesse ser feito diretamente no cartório, o custo do registro da escritura seria alto e como cada um deles mora em uma cidade diferente em tempos de pandemia seria melhor resolver tudo pela Internet.

Para facilitar criamos um grupo no WhatsApp para trocar informações sobre a ação, juntar documentação, recolher guias, tirar dúvidas, etc. Assim, uma vez que toda a documentação foi reunida, mandei uma minuta da petição inicial para o grupo para que todos verificassem. Foi então que o Marcelo, irmão do meio, perguntou:

– Adauto, na página 2, final do 2º parágrafo do item “I-DO FALECIMENTO”, somos definidos como “irmãos de 2º grau”; é isso mesmo? Não seríamos “de 1º grau”?

Esse tipo de dúvida é mais comum do que se imagina, pois temos essa mania de chamar os primos diretos de primos de primeiro grau e quando mais afastados de primos de segundo grau. Aliás, nem sei de onde saiu isso.

Pois bem. Daí lhe expliquei:

– Pelo Código Civil você define o grau de parentesco subindo até o ascendente em comum e descendo até o indivíduo. Assim temos o Paulo, subindo até o “Seo Antonio” (pai – 1º grau), daí descemos até o indivíduo com o mesmo ascendente (irmão – 2º grau) e se fosse o caso de descer até o filho do irmão teríamos o sobrinho – 3º grau. Ou seja, fica tranquilo que é assim mesmo…

Essa regrinha tá lá no Código Civil, artigo 1594, que esclarece: “Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.”

Para esclarecer melhor: o parentesco em linha reta pode ser de  ascendentes, que são as gerações da família que antecederam a chegada no mundo do indivíduo (pais, avós, bisavós, trisavós, etc) e de descendentes, que são as gerações que vêm após o nascimento do indivíduo, diretamente ligados a ele (filhos, netos, bisnetos, trinetos, etc). Esse tipo de parentesco é ilimitado, não importando o número de gerações que separam os indivíduos.

Já o parentesco em linha colateral (ou transversal) diz respeito às pessoas que não ascendem ou descendem diretamente do indivíduo, mas fazem parte do mesmo tronco familiar, pois têm um ancestral em comum. De acordo com o Código Civil  (artigo 1592) na linha colateral somente é considerado parente aquele até o quarto grau.

E temos ainda o parentesco por afinidade, que é a ligação aos parentes do cônjuge (por casamento) ou do companheiro (por união estável), que é limitado aos ascendentes, descendentes e irmãos da outra parte. Aqui temos a figura dos sogros, enteados e do cunhados. Já o cônjuge ou o companheiro propriamente dito não é parente.

Voltando à nossa história,  o Cacá, irmão caçula, gaiato que é, me veio com essa:

– trivia: qual o grau do primo do irmão do sobrinho do pai do tio avô nesse caso, Adauto?

É óbvio que eu entendi que era uma brincadeira. Mesmo assim eu lhe disse que iria “calcular” e depois informava…

Passados alguns dias resolvidos tantos outros problemas, lembrei-me da pergunta estapafúrdia e resolvi que já era hora de respondê-la. Abri o GenoPro – um programa antigo, lá de 1999, mas que considero o melhor de todos para montar genogramas e árvores genealógicas – e fui destrinchando item a item o parentesco que ele inventou. Deu nisso aqui, ó:

E por fim, dei-lhe a seguinte resposta:

– Creio que sem que você percebesse acabou tendo uma “pegadinha” na sua pergunta… Por um lado temos que o próprio avô do indivíduo é que é o primo do irmão do sobrinho do pai do tio avô e nesse caso o grau parentesco seria em linha reta de 2º grau. Mas se o primo for outro, então o grau de parentesco seria em linha colateral de 6º grau. Por nada. Servimos bem para servir sempre…

De onde viemos – Parte I

Toda história deve ter um começo.

E a nossa começa muito, muito tempo atrás…

Embora os primeiros hominídeos tenham surgido na zona tropical do continente africano há aproximadamente 2 milhões de anos – e a partir dali lentamente se espalharam e se multiplicaram pelo restante do mundo, gradativamente começando a assumir características físicas próprias de acordo com cada região – foi somente há cerca de 60 mil anos que surgiram os primeiros sinais de um despertar da criatividade na raça humana, notadamente com o desenvolvimento da fala e de primórdios da escrita, bem como com a criação de ferramentas rudimentares para utilização na caça e no seu dia a dia.

Eram, então, pequenas tribos nômades ou seminômades que se deslocavam sistematicamente dentro de sua região em busca de recursos naturais que lhes garantisse a sobrevivência. Há aproximadamente 15 mil anos a.C. teve início um lento processo de degelo, elevando o nível do mar e fazendo com que o planeta assumisse seus atuais contornos físicos. A elevação da temperatura global ampliou as áreas habitáveis e permitiu à raça humana as condições necessárias para que começassem a se estabelecer de forma mais perene em seus territórios. Há cerca de 10 mil anos a.C. o clima se estabilizou e a humanidade passou a dominar as técnicas de cultivo de grãos e de domesticação de animais, de modo que não era mais necessário o constante deslocamento atrás de caça ou frutas, pois passaram a ter condições de produzir seu próprio alimento, o que lhes garantiu a comodidade de se fixar e construir moradias mais elaboradas.

Mas ainda que essas mudanças tenham acontecido de forma gradativa, não necessariamente ocorreu com toda a raça humana. Os povos de algumas localidades se desenvolviam mais rapidamente que o de outras – até por conta do clima e da geografia de cada região – de modo que para uns a lavoura era o foco principal de seu cotidiano enquanto que para outros a criação de animais vinha em primeiro lugar, também existindo aqueles que se mantiveram através da caça, bem como alguns que de tudo faziam um pouco, inclusive mantendo-se nômades em vez de se fixarem em determinado lugar.

Foi com a criação da escrita, ocorrida há cerca de 5 mil anos a.C., que finalmente, ainda que à sua própria maneira e segundo seu próprio sistema, cada um desses povos passou a ter a possibilidade de registrar sua história, criando assim um conceito de civilização e passando cada qual a ter uma identidade cultural única.

E nas diversas regiões do mundo muitos desses povos que não tinham mais a necessidade do nomadismo passaram a se organizar em pequenas aldeias, que com o tempo se transformaram em cidades, cidades essas que constituíam reinos e reinos esses que travavam disputas entre si pelos mais variados motivos…

Para nossa história em particular o que vai nos interessar especificamente são os povos que se fixaram em dois pontos quase opostos do planeta. Em primeiro lugar temos aqueles que habitavam o sudoeste da continente europeu, na Península Ibérica – que recebeu esse nome por se tratar de uma península, ou seja, uma porção de terra quase toda circundada por água com exceção de uma estreita faixa que a liga ao continente, e, no caso, cortada pelo maior rio da região, naquela época conhecido como Rio Iber. E vem daí o nome de seus habitantes: Íberos.

A presença humana na Península Ibérica remonta a aproximadamente 35 mil anos, mas foi a partir de cerca de 8 mil anos a.C. que esse território passou a servir de ponto de encontro para migrantes de várias origens e que nele acabavam por se estabelecer, já que o mar formava uma barreira intransponível para seguir adiante. E para lá, dentre outros povos existentes, os primeiros colonizadores vieram principalmente da Fenícia, de Cartago e da Grécia. E assim eles foram se mesclando, se confundindo, e através desse milenar processo de miscigenação de sangue e de sucessivas sobreposições culturais foram modelados em um determinado tipo humano, mas não se definiram nos moldes de uma raça específica. E ali desenvolveram uma cultura voltada à agricultura e a construções que tinham por base grandes blocos de pedra rude.

Por volta do ano 1.000 a.C., quando estávamos em plena Idade do Bronze, o continente europeu sofreu a invasão dos Celtas, vindos da região das ilhas britânicas, um povo culturalmente mais avançado, dotado de muita ciência e muita mística, que, inclusive, tinham uma enorme vantagem técnica sobre os demais povos já instalados: sabiam trabalhar o ferro, metal muito superior ao bronze em relação à dureza e abundância de jazidas, o que permitia a fabricação de armas e ferramentas melhores e mais duradouras.

Os Celtas lutaram durante um bom tempo com as populações locais, mas no decorrer dos séculos seguintes acabaram por se estabelecer e se fundir com elas, ocupando o noroeste da Península Ibérica, especificamente onde nos dias de hoje encontram-se a comunidade de Galiza (cujo nome significa “a terra dos Celtas”), na Espanha, bem como o norte de Portugal. Essa fusão entre Celtas e Íberos fez surgir os assim denominados celtíberos, antepassados dos atuais habitantes dessas regiões.

E assim a Península Ibérica, com o passar do tempo, passou a ser formada por diversas tribos e reinos, os quais se reuniam em territórios distintos segundo seus próprios costumes: a Lusitânia e a Hispânia. Mas esses costumes acabaram por ser gradualmente romanizados, o que se deu a partir de 197 a.C. em decorrência da guerra entre Cartago e Roma, sendo que esta, num movimento expansionista que viria a culminar em um novo império, acabou por anexar toda a Península Ibérica. Essa situação perdurou até o ano 418 d.C., quando houve a invasão de povos germânicos, os Visigodos, que viriam a assumir o domínio de toda a região pelos trezentos anos seguintes, trazendo novos hábitos e costumes aos habitantes locais. A seguir, em 711 d.C., se deu a invasão muçulmana, que não dominou toda a península, mas fez com que os íberos convivessem com os árabes até sua expulsão em definitivo, o que só viria a ocorrer no ano de 1492.

Foi desse modo, através da miscigenação de todos esses povos e da assimilação de novas culturas e línguas, que consolidaram-se as características daqueles povos e as nações de Portugal e da Espanha. Portugal começou a adquirir independência e identidade a partir do ano de 1139, quando, após uma série de batalhas para manter o Condado Portucalense, D. Afonso Henriques autoproclamou-se Rei de Portugal.

E foi aproximadamente nessa época que lá na região de Galiza, um reino situado ao norte de Portugal, bem na pontinha da Península Ibérica, em determinada localidade às margens do Rio Eumes, pouco antes de desaguar num braço de mar do Oceano Atlântico, veio a surgir em pleno século XII um pequeno povoado que recebeu o nome de Freguesia de Andrade.

E esta é apenas uma parte da nossa história…

Ascendentes de Bragança

Acabei aprendendo – na raça – que quando alguém se propõe a montar uma árvore genealógica vai encontrar inúmeras dificuldades, a começar da “desconfiança” dos parentes de que você está atrás de alguma herança, a complicada (e muitas vezes cara) burocracia para levantamento de documentos, certidões, inventários e outros quetais, a escassez de livros de consulta e obras de genealogia e vai por aí afora.

Porém o mais complicado é quando sua árvore remonta a um passado longínquo, praticamente impossível de ser cabalmente comprovado através de documentos, baseado principalmente em autores de séculos atrás e que mesmo à sua época já encontravam-se num tempo distante dos fatos quando ocorreram.

É esta a nossa situação.

Assim, baseado em vários livros e um tanto de estudos que já foram feitos a respeito dessa linhagem, bem como através de algumas considerações e deduções lógicas, consegui reconstruir a linha de meus ascendentes até aproximadamente o ano 1.000 em Portugal, em Bragança, uma região situada no nordeste do país, divisa com a Espanha.


Mapa de Portugal

Essa área, onde já existia uma povoação desde a época da ocupação romana, foi destruída durante as guerras entre cristãos e mouros e estava localizada num território que pertenceu ao mosteiro beneditino de Castro de Avelãs. Fazia divisa, à época com os reinos ibéricos de Leão e também de Castela (nesses tempos a Espanha ainda não existia).

E ali, na época do reinado de Afonso VI de Leão e Castela (pai de Teresa de Leão e avô de Afonso Henriques, que viria a ser o primeiro rei de Portugal), é onde começa a nossa história…

      
Afonso VI   /   Teresa de Leão   /   Afonso Henriques

1 – MENDO ALAM (*980 +1050)

Também encontrado como Mendo Alão. Nascido na Bretanha (França), dizem alguns estudiosos que se refugiou no reino de Leão para evitar um confronto com seu primo, que reivindicava o Condado da Bretanha e por isso mesmo já teria assassinado seu pai, conforme se refere José Carlos Lourinho Soares Machado em sua obra “Os Braganções”, Lisboa, 2004. Corrobora essa tese o fato de que o patronímico Alam ou Alão – derivado de Alanus – simplesmente não existia na região de Leão, nem sequer na Península Ibérica, sendo entretanto comum na região da Bretanha.

Esse Mendo foi senhor de muitas terras em Castela e também senhor da Vila de Bragança, localidade esta que teria tomado dos mouros. Muito provavelmente deve ter sido ele que fundou o Mosteiro de São Salvador de Castro de Avelãs, onde vivia.

Quando uma princesa armênia (dizem alguns autores que seu nome seria JOANA DE ROMAES ARDZROUNI-HOMAZ (*1010 + 1083), já outros que este nome seria pura invenção, posto que desconhecido), filha do último rei de Vaspuracânia, viajou com seu pai em peregrinação para Santiago de Compostela, na Galiza, para visitar o túmulo do apóstolo São Tiago, hospedou-se nesse mosteiro, Mendo tomou-a à força e a fez sua esposa, conforme conta Pedro Taques ao transcrever a obra de Arroio, de 1757. Teve aí o início da linhagem dos Braganções. Mendo Alam veio a falecer em Bragança, Portugal.

Filho(s): Fernando Mendes e Ouroana Mendes, casada com Fafes Serracin de Lanhoso (com geração).

2 – FERNANDO MENDES, “O VELHO” (*1030 +1117)

Também encontrado como Fernão Mendes de Bragança, foi ele que sucedeu seu pai no Senhorio de Bragança e de outras terras na província de Trás-os-Montes, entre Bragança e Miranda, tornando-se assim o Segundo Senhor de Bragança.

Casou-se com SANCHA DE LEÃO, filha legítima do rei Afonso VI de Leão e Castela e sua segunda esposa, Constança da Borgonha. É o que consta no “Livro Velho de Linhagens do conde D. Pedro”. Alguns autores colocam este Fernando Mendes casado com Teresa Soares, o que é um equívoco, pois ela foi na realidade casada com seu neto homônimo.

Filho(s): Mendo Fernandes.

3 – MENDO FERNANDES

Também encontrado como Mem Fernandes de Bragança e foi quem por sua vez sucedeu ao pai no Senhorio de Bragança, provavelmente tendo sido alferes-mor do rei D. Afonso I de Portugal (Afonso Henriques) por volta de 1147.

Casou-se com SANCHA VIEGAS DE BAYÃO, filha de Egas Gosendes, O Senhor de Bayão, e de sua mulher Gotina Nunes.

Filho(s): Fernando Mendes e Ruy Mendes.

4 – FERNANDO MENDES, O BRAVO (*1095 +1160)

Também encontrado como Fernão Mendes II de Bragança. Ficou conhecido como “O Bravo” tanto por ter participado com o rei D. Afonso Henriques em todas as guerras de seu tempo quanto pelo seu caráter violento (para se ter uma ideia, foi ele quem matou o próprio irmão por este ter rompido um pacto de não agressão que haviam ajustado entre si). Também foi quem sucedeu seu pai, assumindo o Senhorio de Bragança bem como um vasto território na fronteira leonesa.

Contribuiu ativamente para o povoamento de suas terras através de várias doações, permitindo assim o surgimento de diversas instituições ligadas às Ordens Templária e Hospitalária.

Foi casado com TERESA SOARES DE MAYA filha de Soeiro Mendes da Maya, O Bom. E com essa estratégia acompanhava seus antepassados, sempre unir-se cada vez mais a Portugal através de sucessivos casamentos com damas portuguesas garantindo assim uma linhagem bastante influente.

Em 1130 já era viúvo quando dizem que se deu o célebre episódio em que estavam presentes o rei D. Afonso Henriques, Gonçalo de Souza e Sancho Nunes de Celanova, o qual era casado com Sancha Henriques, legítima irmã do rei. Acontece que estes dois riram de Fernando na presença do rei por conta da nata que escorria da barba dele, D. Afonso, “em reparação”, não só confiscou e doou as terras de Gonçalo para Fernando, como também permitiu que ele tomasse para si a esposa de Sancho, irmã do rei. Na realidade – se é que foi assim – não passou de uma manobra política para garantir o apoio tanto político quanto estratégico de Fernando ao próprio rei.

Deste segundo casamento não teve filhos. Entretanto Fernando e Teresa deixaram geração.

Filho(s): Pedro Fernandes.

5 – PEDRO FERNANDES, O BRAGANÇÃO

Também encontrado como Pero Fernandes de Bragança. Foi também o Senhor de Bragança e alto oficial da corte de D. Afonso Henriques, além de, provavelmente, mordomo do infante D. Sancho, filho do rei. A essa época sua família já possuía domínio incontestável de toda região hoje conhecida como de Trás-os-Montes, nas fronteiras do reino português, bem como possuíam reputação de valentes guerreiros.

Mesmo assim, dentre outras, foi acusado de assassinatos, raptos e até mesmo de matricídio, tendo sido inclusive excomungado pelo arcebispo local por ter ocupado algumas fazendas pertencentes à Sé de Braga.

Foi casado com FROILHE SANCHES DE BARBOSA (*1140), filha de Sancho Nunes de Barbosa e de Theresa Affonso, neta pelo lado materno de D. Afonso Henriques e de Châmoa Gomes (um relacionamento que tiveram antes de o rei se casar “oficialmente”).

Filho(s): Vasco Peres, Sancha, Teresa, Nuno, Fernão e Garcia.

6 – VASCO PIRES, O BEIRÃO

Ou Vasco Pires. Seu cognome “Beirão” ou “Veirão” vem do fato de que a maior parte de seus bens situava-se ao sul do Rio Douro, ou seja, na “beira” do rio. Viveu em fins do século XII e início do século XIII. Provavelmente o Senhorio de Vimioso deve ter passado para seu irmão mais velho, Garcia Pires de Bragança.

Casou-se com URRACA ESTEVES DE ANTAS, filha de Estevão Annes de Antas, O Senhor do Paço de Antas, e de Gracia da Cunha, neta paterna de Vasco de Antas – sendo este, segundo Gayo, o primeiro de que se tem notícia como Senhor do Solar de Antas.

Para que compreendam melhor a origem desse patronímico “De Antas”, cabe esclarecer que não tem absolutamente nada a ver com os nossos paquidermes mamíferos aqui do Brasil… “Anta”, em Portugal, é uma espécie de dólmen, um monumento constituído de uma laje, geralmente bastante larga, descansando sobre outra, quase sempre duas, bastante acima do nível do solo onde estão enterradas suas bases. Em vários pontos de Portugal ainda se encontram, com essa designação, rudes altares, que serviam como marcos ou balizas, bem como para, segundo a tradição, o uso sagrado. E Paço, por sua vez, nada mais é que uma habitação suntuosa, corruptela de palácio. É daí que vem o termo “Paço de Antas”, ou seja, o lugar em que estava situado deveria ter muitas antas (dólmens) espalhados pela região.

E ainda: como veremos mais à frente a forma de sucessão dos bens em Portugal é de uma maneira tal que esses bens são sujeitos a regras estritas de indivisibilidade, primogenitura e masculinidade, de modo que os bens (“morgado”) se transmitem por sucessão a um único sucessor e não por herança (divisão), sempre visando preservar o poder econômico das Casas Nobres – evitando diluir a herança e enfraquecer a Casa – pois cabia sempre ao primogênito a posse do morgado.

E foi a partir desse Vasco, após sua união com Urraca, que seus descendentes passaram a herdar o Paço de Antas.

Filho(s): João Vasques de Antas, Estevão Vasques de Antas.

7 – JOÃO VASQUES DE ANTAS

Foi o Senhor da Vila de Vimioso, localizada nas proximidades de Bragança, tendo vivido por volta de 1242. Não se tem notícias de seu casamento – ou se sequer foi casado – entretanto é certo que teve ao menos um filho.

Filho(s) Estevão Annes de Bragança.

8 – ESTEVÃO ANNES DE BRAGANÇA

Não se tem notícias de quem teria sido sua esposa. Entretanto a sua descendência se comprova através da documentação referente a uma demanda que seu neto João Mendes de Moraes teve em face da Câmara de Vimioso, que lhe pretendia tapar uma herdade, de modo que ele teve que comprovar nos autos toda sua linhagem para garantir seus direitos.

Foi, também, Senhor da Vila de Vimioso, haja vista que foi sucedido por seu filho Gonçalo.

Filho(s): Mendo Esteves e Gonçalo Esteves.

9 – MENDO ESTEVES DE ANTAS

Casou-se com a neta de Ruy Martins de Moraes (é importante frisar: neta), chamada IGNEZ RODRIGUES DE MORAES. Voltaremos a falar deste casal e de seus filhos logo adiante. Seu irmão Gonçalo Esteves, provavelmente o mais velho, foi o Senhor da Vila de Vimioso.


7 – ESTEVÃO VASQUES DE ANTAS, O LIDADOR

Não, a numeração não está errada. Este Estevão é irmão do João Vasques de Antas já citado. Foi o Senhor do Paço de Antas e padroeiro das abadias de S. Paio de Água Longa e Romarigães. Por volta de 1243 foi cabeça de grandes brigas entre os criados da Rainha Mafalda, produzindo grandes danos na Albergaria de Monforfe. Casou-se com DORDIA MARTINS, filha de Martim Dode e de sua segunda mulher, Urraca Pires.

Filho(s): Pedro Esteves de Antas.

8 – PEDRO ESTEVES DE ANTAS

Sucedeu a seu pai como Senhor do Paço de Antas, bem como no papel de padroeiro das abadias. Casou-se com MAYOR MENDES, filha de Egas Lourenço da Cunha, Senhor do Solar dos Encourados.

Filho(s): Vasco Pires de Antas, Garcia Vasques de Antas, Gonçalo Fernandes de Antas, Rui de Antas, Maria Pires de Antas.

9 – VASCO PIRES DE ANTAS

Ou Vasco Peres de Antas. Sua descendência segue descrita por Gayo, mas equivocadamente ele o colocou como filho de Vasco de Antas (o patriarca dos Antas), o que é cronologicamente impossível haja vista a sequência de sua linhagem, colocando Balthazar (que veremos mais a frente) como seu sexto neto. O mais lógico a considerar é que houve um erro na classificação do avô, não sendo este Vasco Pires filho do patriarca, mas bisneto d’O Beirão. Corrobora essa teoria a afirmação de Gayo que seu descendente Afonso Pires viveu na época do Rei D. João I (1385-1433).

Muito bem. Seguindo nesta linha temos que ele não sucedeu seu pai como Senhor do Paço de Antas, que ficou para seu irmão mais velho Garcia Vasques de Antas.

Vasco casou-se com IGNEZ RODRIGUES DE MORAES, a filha de Ruy Martins de Moraes (é importante frisar: filha) e de sua mulher Alda Gonçalves.

E é aqui, justamente por não termos documentos a serem consultados, que utilizaremos um pouco mais de lógica dedutiva do que simplesmente seguir a linha dos autores. Acontece que Goya traz a linha da família Antas através do filho de Vasco Pires, o Beirão, com Urraca: Estevão Vasques de Antas (que foi o Senhor do Paço de Antas). Já Pedro Taques, tendo copiado Arroio, traz a linha da família Antas através de outro filho de Vasco Pires, o Beirão, com Urraca: João Vasques de Antas (que foi o Senhor da Vila de Vimioso).

Ou seja, é plenamente compatível supormos que Vasco Pires, o Beirão, teve mais de um filho – até porque somente um o sucedeu como Senhor do Paço de Antas.

E amarrando essas informações, temos que Goya afirma que Vasco Pires de Antas (descendente de Estevão Vasques de Antas) casou-se com a filha de Ruy Martins de Moraes, enquanto que Pedro Taques afirma que Mendo Esteves de Antas (descendente de João Vasques de Antas) casou-se com a neta de Ruy Martins de Moraes.

Ora, homônimos entre gerações na mesma família eram tão comuns tanto do lado masculino quanto do lado feminino! Assim podemos supor que Ignez Rodrigues de Moraes teve uma filha cujo nome era idêntico ao seu. Considerando, ainda, que Vasco Pires de Antas foi seu segundo marido e que do primeiro não teve geração, restaria justificado o casamento entre Mendo e Ignez, reatando assim os dois lados da família (de João e de Estevão).

E mais um detalhe: depois de Vasco Pires de Antas não há mais notícia de sucessão como Senhor do Paço de Antas, o que pode indicar a quebra da varonia nesse caso.

E um último detalhe: para que essa teoria se sustente teremos que “rearranjar” a posição de Afonso Pires de Moraes de Antas, que não teria como ser filho de Vasco, mas sim seu neto. Mas veremos isso a seguir.

Filho(s): Ignez Rodrigues de Moraes.

10 – IGNEZ RODRIGUES DE MORAES

Essa Ignez, filha de Vasco Pires de Antas e de outra com o mesmo nome, casou-se com MENDO ESTEVES DE ANTAS (já citado anteriormente e descendente de João Vasques de Antas), conforme fica claro na obra de Pedro Taques.

Mas em ambas as obras (a de Gayo e a de Pedro Taques) resta evidente que essa Ignez teve um filho chamado Afonso (ainda que varie o restante do nome) e que casou com uma mesma pessoa: Aldonça. Também em ambas as obras é informado que ele foi o Senhor da Vila de Vimioso. Então é por essa linha que seguiremos.

Filho(s): Afonso Pires de Moraes de Antas, João Mendes de Moraes.

11 – AFONSO PIRES DE MORAES DE ANTAS

Ou, ainda, Afonso Mendes de Antas. Esse Afonso casou-se com ALDONÇA GONÇALVES DE MORAES (ou de Moreira), filha de Luís Pires de Távora e de Alda de Moraes. Ele sucedeu seu tio, irmão de seu pai, Gonçalo Esteves (que não deixou herdeiros) como Senhor da Vila de Vimioso e de outras terras, tendo vivido à época do rei D. João I (1385-1433). Fio seu irmão João Mendes de Moraes (já citado anteriormente) que teve uma demanda em face da Câmara de Vimioso.

Filho(s): Mendo Afonso de Moraes de Antas, Estevão Mendes de Moraes de Antas, Lourenço Mendes de Moraes de Antas.

12 – MENDO AFONSO DE MORAES DE ANTAS

Filho primogênito, foi ele que sucedeu seu pai como Senhor da Vila de Vimioso. Entretanto morreu sem ter filhos varões, de modo que Vimioso passou à Coroa Portuguesa, que por sua vez a deu para D. Francisco de Portugal por carta passada pelo rei D. Manoel I (1495-1521) em 02/02/1515. Casou-se com MARGARIDA DE VASCONCELOS.

Filho(s): Izabel de Moraes de Antas, Francisca Mendes de Antas.

13 – IZABEL DE MORAES DE ANTAS

Casou-se com NUNO NAVARRO. Daqui a pouquinho voltaremos a falar de sua filha e com quem ela se casou.

Filho(s): Ignez Navarro.


12 – ESTEVÃO MENDES DE MORAES DE ANTAS

Este Estevão é irmão do Mendo Afonso Moraes de Antas já citado acima. Ele entrou com uma demanda em face de D. Francisco de Portugal para que lhe fosse devolvida Vimioso, que pertencera a seu irmão, entretanto foram tantos anos de litígio perante o corregedor da comarca que ele acabou falecendo antes que fosse decidida a causa. Casou-se com MARIA DE MADUREIRA.

Filho(s): Vasco Esteves de Moraes de Antas, Juliana Mendes, Isabel Mendes, Leonor Mendes de Moraes, Joana Mendes.

13 – VASCO ESTEVES DE MORAES DE ANTAS

Ou Vasco Rodrigues de Moraes de Antas. Casou-se com MICAELA DE ALBUQUERQUE.

Filho(s): Pedro de Moraes de Antas.

14 – PEDRO DE MORAES DE ANTAS

Consta que foi cavaleiro fidalgo dos chefes Moraes do reino de Portugal da província de Trás-os-Montes, tendo servido ao rei em vários empregos nas comarcas da Beira e de Trás-os-Montes e foi Mamposteiro-Mor dos Cativos – fazia a arrecadação de bens ou valores advindos de esmolas, penas, resíduos ou deixas testamentárias que eram destinados a recuperar a liberdade de prisioneiros de guerra.

Casou-se com sua prima IGNEZ NAVARRO (já citada anteriormente), bisneta de Afonso Pires de Moraes de Antas.

Filho(s): Balthazar de Moraes de Antas, Belchior de Moraes de Antas, Gaspar de Moraes de Antas e mais uma irmã.

15 – BALTHAZAR DE MORAES DE ANTAS (*1537 +1600)

Balthazar nasceu em Mogadouro, na região de Bragança e veio para o Brasil aproximadamente em 1556. Foi nomeado Juiz Ordinário da Vila de São Paulo, porém foi taxado de “Cristão Novo” e, orgulhoso que era por ser descendente de uma nobre Casa portuguesa, não se conformou com a acusação, de modo que voltou para Portugal e conseguiu comprovar sua nobreza através da fraternidade com Belchior, bem como ter reconhecida sua linhagem perante o juiz do Mogadouro através de Carta de Nobreza que lhe foi passada em 11/09/1579.

Casou-se em Santo André com BRITES RODRIGUES ANNES, portuguesa, filha de Joanne Annes Sobrinho e de Isabel Duarte. Estabeleceram-se em São Paulo, onde teve fazenda no Ipiranga. Através deles teve início o tronco da família Moraes em São Paulo.

Filho(s): Anna de Moraes d’Antas, Pedro de Moraes d’Antas, Balthazar de Moraes d’Antas (O Moço), Izabel de Moraes.

16 – PEDRO DE MORAES D’ANTAS

Pedro foi vereador em São Paulo em 1600, onde casou-se com LEONOR PEDROSO (+1636), filha de Estevão Ribeiro Bayão Parente e de Magdalena Fernandes Feijó de Madureira. Leonor faleceu em São Paulo.

Filho(s): Pedro de Moraes Madureira, Magdalena Fernandes Feijó casada com Diogo de Lara.

17 – PEDRO DE MORAES MADUREIRA

Casou-se com ANNA DE MORAES PEDROSO (*1604), filha de Francisco Ribeiro, primeiro marido de Maria de Moraes, e por esta neta de Pantaleão Pedroso [Bayão Parente] e de Anna de Moraes d’Antas (irmã de seu tio-avô Pedro de Moraes d’Antas, já citado).

Filho(s): Carlos de Moraes Navarro, Ignez de Moraes Navarro casada com Domingos Leme da Silva.

18 – CARLOS DE MORAES NAVARRO (*1633 +1672)

Foi casado com MARIA RAPOSO, filha do bandeirante paulista Antônio Raposo Tavares e de sua primeira esposa Beatriz Furtado de Mendonça.

Filho(s): Francisca de [Macedo e] Moraes.

19 – FRANCISCA DE [MACEDO E] MORAES

Também encontrada simplesmente como Francisco de Moraes ou ainda como Francisca de Macedo. Casou-se em São Paulo com ANTONIO VIEIRA DOURADO (*1648).

Filho(s): Tereza de Moraes, Maria de Moraes Rapozo casada com Luís Marques das Neves.

20 – TEREZA DE MORAES (+1727)

Em 1707 casou-se com ANDRÉ DO VALLE RIBEIRO (*1675 +1720), filho de Domingos Francisco e de Maria do Valle. Possuíam um sítio na estrada do caminho velho junto ao Rio das Mortes Pequeno, com casas de vivenda, senzalas e plantações. Possuíam também um outro sítio na paragem chamada Cajuru, com uma senzala de meio alqueire de planta.

Filho(s): Maria de Moraes Ribeira, Manoel do Vale Ribeiro, Antonio do Vale Ribeiro, Luzia do Vale, Ângela de Moraes, André, Quitéria.

21 – MARIA DE MORAES RIBEIRA (*1711 +1794)

Também encontrada como Maria de Moraes ou Maria Ribeira do Vale. Natural da Vila de São João del Rei, Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, onde foi batizada. Casou-se em 1725, em Rio das Mortes Pequeno, com ANTÔNIO DE BRITO PEIXOTO (*1696 +1750), filho de Inácio de Andrade Peixoto e de Helena de Brito. Antônio era natural da Freguesia de São João de Souto, da Cidade, Concílio, Comarca, Distrito e Arcebispado de Braga, Minho. Possuíam um sítio com casas térreas, senzalas, paiol, tudo de capim, capoeira e matas virgens, encostado na Serra das Carrancas, mais terras no barranco do Rio Grande.

Filho(s): Tomás de Brito, Tereza Maria da Conceição, José de Andrade Peixoto, Jacinta Maria da Conceição, as gêmeas Ângela Maria de Jesus e Maria Vitória do Nascimento, Jerônimo de Andrade Brito, Dorotéia Maria de Jesus, Ana Antonia de Brito, Luiza Tereza de Brito e Manoel Joaquim de Andrade.


E aqui nossa história dará um basta, um até logo, faremos uma pequena despedida. Pois depois de traçarmos essa linha de mais de 20 gerações ainda estamos apenas no ano de 1750 – e agora a próxima linha que irei traçar diz respeito à minha linha paterna: os Andrade.

Uma última observação: para aqueles que quiserem entender visualmente toda essa bagunça aí de cima, basta clicar neste link aqui e baixar o arquivo PDF com o genograma dessa árvore genealógica que daí já vai dar para compreender um pouquinho melhor… 😉


FONTES:
. ALVES, Francisco Manuel. Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança. 1938. Tomo VI, pág. 35-42.
. AMATO, Marta. Artigo. A ascendência paulista de Francisca de Macedo. Revista ASBRAP nº 6, pág. 229.
. DORIA, Francisco Antonio. Estudo: Os primeiros troncos portugueses: os senhores de Bragança (Antas Moraes)
. FELGUEIRAS GAYO, Manuel José da Costa. Nobiliário de Famílias de Portugal. 1938 Tomo I. Título Aloens e Título Antas.
. GUIMARÃES, Cid. Artigo. Ribeiro do Valle, Primeira Parte. Revista ASBRAP nº 4, pág. 127.
. ORTIZ, José Bernardo. Velhos Troncos. 1996. Volume I. Título Moraes de Antas.
. PAES LEME, Pedro Taques de Almeida. Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica. 1870. Título dos Antas Moraes, da Capitânia de S. Paulo.
. PIZZARRO, José Augusto de Sotto Mayor. Dissertação: Linhagens Medievais Portuguesas. 1997. Universidade do Porto.
. SILVA LEME, Luiz Gonzaga da. Genealogia Paulistana. 1903. Volume 6, Título Bicudos. Volume 7, Título Moraes.
. Livro de batismos de Valongo 1651/1686 fls. 70v. Igreja Matriz de São Mamede.
. Inventário de André do Valle Ribeiro, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 324.
. Inventário de Antônio de Brito Peixoto, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 605.
. Inventário de Antonio Ribeiro de Moraes, SAESP – Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo, vol. 22.
. Inventário de Francisco Ribeiro, SAESP – Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo, vol. 4.
. Inventário de Maria de Moraes Ribeira, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 214.
. Inventário de Tereza de Morais, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 464.
. Testamento de Jerônimo de Andrade Brito, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa ?.
. Testamento de Maria de Moraes Ribeira, arquivado no Museu Regional de São JOão del Rei – Livro de Testamento 11.
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mendo_Alão
. https://ancestors.familysearch.org/en/KNHV-S8Q/mendo-alao-de-bragacon-0980-1050
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_VI_de_Leão_e_Castela
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernão_Mendes_de_Bragança_I
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_Fernandes_de_Bragança
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernão_Mendes_II_de_Bragança
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Fernandes_de_Bragança
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_Pires_de_Bragança
. https://geneall.net/pt/forum/14617/dos-bragancoes-aos-moraes-de-s-paulo-brasil/
. http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=189&cat=Ensaios
. https://www.genealogiahistoria.com.br/index_historia.asp?categoria=4&categoria2=4&subcategoria=255

Nossa Grande Família ( VII ) – Miura

Miura é o nome da família pelo lado paterno de minha esposa Eliana Mieko Miura. O interessante é que o Japão é o país com o maior número de sobrenomes do mundo, com mais de 100 mil registrados por todo o arquipélago. Na maior parte das vezes a partir do significado do sobrenome é possível  ter uma ideia acerca da história da família bem como das origens de seus ancestrais: onde viviam, no que trabalhavam, qual sua escala social, dentre outras coisas.

Neste caso, o kanji do nome de família “Miura” é formado pela palavra “mi”, que significa três, e pela palavra “ura”, que pode ser traduzido por baía ou enseada, o que nos leva ao significado final de “Três Baías”. Isso nos leva a conclusão de que trata-se de um sobrenome de origem toponímica, isto é, que descreve a origem geográfica de um indivíduo, como o nome de uma aldeia, vila, cidade, região, acidente geográfico, rio, etc. Talvez as origens dos antepassados dessa família estejam voltadas a um lugar ou região cuja característica seria possuir três baías junto ao mar; ou, ainda, pode estar relacionada à cidade Miura, um lugarejo à beira mar com pouco mais de 40 mil habitantes localizado na Península de Miura, e faz parte da província de Kanagawa, no Japão, relativamente próximo de Tokyo. Mas, na prática, é um tanto quanto impossível trazer algum tipo de afirmação com absoluta certeza. Bem, tirem suas próprias conclusões…

Mas antes de nos aprofundarmos nos detalhes dessa família, cabe explicar que no Japão existe uma espécie de registro familiar japonês em forma de árvore genealógica, mais conhecido como Koseki Tohon. Esse sistema de registro teve seu início formal por volta de 1870 (começo da Era Meiji) e eram registrados e gerenciados pelas prefeituras onde ficava a residência da pessoa. O problema é que, ao menos na época, se registrava TUDO, desde histórico médico, criminal passando pelas separações e divórcios e até mesmo classe social do indivíduo. Nos dias de hoje talvez pudesse até ser considerado uma espécie de “insulto” aos direitos humanos de privacidade!


Primeira página do Koseki Tohon da Família Miura.

Assim, através desse documento, o representante mais antigo que consegui localizar da família foi KINJIRO MIURA, o qual, de sua união com FUSHINO MIURA, teve pelo menos o seguinte filho:

1. KINEMON MIURA, nascido em 14/01/1875, casou-se duas vezes. A primeira vez com TSURU MIURA, nascida em 04/01/1873, com quem teve três filhos:

1.1. INOSUKE MIURA, nascido em 08/05/1878, foi casado com TEU, nascida em 11/08/1887. Tiveram ao menos o seguinte casal de filhos:

1.1. KATSUME.

1.2. KIIOMI, nascida em 06/08/1913.

1.2. HAJIME MIURA, que nasceu em 23/03/1894 na cidade de Fukushima, Japão. Casou-se com HIRO KUMAKI, nascida em 10/07/1897, filha de HIOKITI KUMAKI e MASSU KUMAKI.

     

O casal veio para o Brasil no navio Kawachi Maru acompanhado de seus quatro filhos (à época) juntamente com seu meio irmão Kisaku e sua esposa Min, numa viagem que deve ter durado meses. Desembarcaram no Porto de Santos no dia 31/08/1925 para trabalhar como agricultores em São José do Rio Pardo, SP, na região da Média Mogiana – mas acabaram mesmo por estabelecer mais ao oeste do estado, na cidade de Marília.


O navio Kawachi Maru.

Hajime faleceu cedo, em 11/03/1936, com apenas 42 anos. Já Hiro faleceu em 02/12/1992, com 95 anos de idade. Ambos estão sepultados no Cemitério da Saudade, em Marília, SP.


Foto do passaporte de Hajime.

Tiveram, ao todo, 9 filhos.

2.1. KAU, nascido em 27/01/1911. Foi casado. Há notícias de que esse filho mais velho foi adotado, o que, no Japão, significa ser considerado como filho legítimo para todos os efeitos, passando a carregar o sobrenome da família, como se dela tivesse nascido.

2.2. KATSUMI MIURA, nascido em 10/02/1916, em Fukushima, no Japão, tinha 9 anos de idade quando desembarcou com seus pais no Porto de Santos. Casou-se no Brasil, em 10/02/1943, com TOSHI HIKAGUE, nascida em 20/07/1924. Estabeleceram-se como lavradores na cidade de Marília, SP, onde vieram a falecer: ele em 19/10/2011 e ela já no ano seguinte, em 05/03/2012. Tiveram ao todo 8 filhos, sendo 6 meninas e 2 meninos. À exceção da caçula, todos casados e com geração.

2.3. KAMEJI MIURA, natural de Fukushima, Japão, nascido em 07/11/1917 e falecido em 19/04/1988. Tinha 7 anos de idade quando chegou no Brasil, onde veio a se casar com SHIZUKO MANSHO, nascida em 15/05/1925 e falecida em 08/02/2010. Foi lavrador estabelecido na década de setenta no Sítio Miura, localizado no Bairro do Pombo, em Marília, SP. Tiveram 6 filhos: 4 meninas e 2 meninos, todos casados.

2.4. NOBU MIURA, nascida no Japão em 14/11/1919, casou-se no Brasil com Nikio Hikage, quando adotou  o nome de Nobu Hikage. Tinha 6 anos quando desembarcou no Porto de Santos. Tiveram 5 filhos: 3 meninas e 2 meninos. Já é falecida.
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2.5.  ZENKITI MIURA, natural do Japão, nasceu em 20/02/1922 e faleceu em 19/06/2004, no Paraná. Ele tinha apenas 3 anos de idade ao chegar no Brasil, onde casou-se com Ito Miura, viúva na época, também natural do Japão, nascida em 1926 e falecida em 26/06/1986. Tiveram 4 filhos, sendo 3 meninos e 2 meninas.

2.6. HIDE MIURA foi a primeira da família a nascer em terras brasileiras – “nissei” – tendo nascido em 25/03/1926 e falecido em 14/02/1973. Casou-se com TAKAO YOSHIMOTO, nascido no Japão em 18/07/1917, filho de MATSUZO YOSHIMOTO e TOKUIO YOSHIMOTO. Ele era mais conhecido na família pelo carinhoso apelido de “Papai”. Tiveram 6 filhos, sendo 4 meninas e 2 meninos, todos casados e com geração.

2.7. TIYOKO MIURA nasceu na cidade de Promissão, SP, em 02/01/1928 e faleceu em Marília, SP, em 25/11/1990, onde está sepultada. Casou-se com YUKISHIGUE YOSHIMOTO, irmão de seu cunhado Takao, natural de Osaka, Japão, onde nasceu em 05/02/1929. Tiveram 5 filhas, sendo que Yukishigue, após enviuvar, de um outro relacionamento veio a ter mais um filho.

2.8. SUSSUMU MIURA, meu sogro, nasceu em Promissão, SP, em 01/01/1932, mas somente foi registrado em 21/10/1932 – e ainda com a grafia errada: “Miura Sussume”. Como é costume entre japoneses que não possuem nome brasileiro, resolveu adotar o apelido de “Carlos”.  Em 25/11/1961 casou-se, em Marília, SP, com SATIKO MIZOGUTI, nascida em Getulina, SP, em 13/09/1935, filha de NARAKITI MIZOGUTI e TEI MIZOGUTI, neta paterna de MASSAKITI e RIE. Ela adotou o nome de casada de Satiko Miura. Também adotou vários nomes brasileiros no decorrer de sua vida, sendo o último “Izaura”. Ela faleceu em São José dos Campos, SP, em 03/03/2010. E ele também faleceu nessa mesma cidade de São José dos Campos, SP, às 21h27min do dia 13/09/2019 – no dia que seria o aniversário dela!

        

Foram lavradores em Marília, feirantes em Caraguatatuba e comerciantes em São José dos Campos. Tiveram três filhos, todos nascidos em Marília, SP.

8.1. BEATRIZ, casou-se com CLÁUDIO MAEDA (falecido) e tiveram três filhas.
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1.1. ALINE.
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1.2. NATÁLIA.
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1.3. LARISSA.
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8.2. MILTON HARUO MIURA, casou-se com HELOÍSA FERREIRA BARBOSA. Já trabalhou como comerciante e caminhoneiro. Também tiveram três filhos.
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2.1. JACQUELINE TAMYE MIURA. Ela e MANOEL RAMIRO DE OLIVEIRA NETTO, têm duas filhas, minhas sobrinhas-netas.
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1.1. ANA LUIZA MIURA DE OLIVEIRA.

1.2. ISABELA MIURA DE OLIVEIRA.

2.2. EDUARDO HEIDY MIURA.

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2.3. FERNANDA HIYE MIURA.
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8.3. ELIANA MIEKO MIURA, natural de Marília, SP. Foi nas dependências da Chácara-Restaurante “Coelho e Cabrito”, em São José dos Campos, SP, que casou-se em 12/12/1998 com ADAUTO DE ANDRADE (eu!), nascido em São José dos Campos. Ambos se formaram em direito e tiveram três filhos.

3.1. KEVIN HIDEAKI MIURA ANDRADE nasceu em 1999, em São José dos Campos, SP, às 13h02min no Hospital Materno-Infantil Antoninho da Rocha Marmo, com 50cm e pesando 3.370g.
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3.2. ERIK MASAYUKHI MIURA ANDRADE nasceu em 2001, em São José dos Campos, SP, às 20h46min no Hospital Materno-Infantil Antoninho da Rocha Marmo, com 48cm e pesando 3.010g.
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3.3. JEAN YUJI MIURA ANDRADE nasceu em /2004, em São José dos Campos, SP, às 04h40min no Hospital Materno-Infantil Antoninho da Rocha Marmo, com 47cm e pesando 3.020g.
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2.9. AKIRA MIURA, o filho caçula de Hajime, nasceu em 05/05/1934 e casou-se em 11/09/1967 com SETSUKO OTA, nascida em 11/02/1942, e que adotou o nome de Setsuko Miura. Tiveram 3 filhos.
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1.3. TOMIO, nascida em 10/04/1907 é irmã de Hajime. Sem mais notícias.

Consta que KINEMON, pai de Hajime, casou-se pela segunda vez com MATSUIO, nascida em 01/03/1887, com quem teve pelo menos um filho:

1.4. KISAKU MIURA, que nasceu no Japão em abril de 1903 e faleceu no Brasil em 24/01/1966. Ainda em solo japonês casou-se com MIN KATO, também nascida no Japão em fevereiro de 1904 e que veio a falecer somente em 13/02/1989, aos 85 anos de idade. Kisaku, juntamente com seu meio irmão Hajime, e também com os demais membros da família, saíram de Fukushima, no Japão, e vieram para o Brasil no ano de 1925 para trabalhar como agricultores, ambos com pouco mais de vinte anos de idade, tendo desembarcado no Porto de Santos. Ele chegou a voltar para o Japão, mas logo em seguida retornou ao Brasil, desembarcando no mesmo porto em 11/09/1936.


Foto do passaporte de Kisaku.

No decorrer de suas vidas Kisaku e Min vieram a ter 11 filhos no total.

4.1. KIITI MIURA, nascida em 14/03/1926.

4.2. KIOKO MIURA, nascida em 15/12/1928. Foi registrada erroneamente com o nome de “KIONE”. Casou-se com SABURO YAMADA, nascido em 15/08/1926, com quem teve 4 filhas.

4.3. KIMIKO MIURA, a qual casou-se com KITIJI UEMURA e teve 4 filhos: 3 meninos e uma menina.

4.4. AIKO MIURA foi casada com SHITARO KATSUIAMA e tiveram 2 filhas.

4.5. ISSOKI MURA foi casado com TAEKO. O casal também teve 4 filhos: 3 meninas e 1 menino.

4.6. MISSAKO MIURA, nascida em 25/05/1933, casou-se com IASSUO YAMAMOTO, nascido em 05/10/1930 e falecido em 1984. Tiveram 3 filhos, sendo 2 meninos e 1 menina. Também criaram mais 5 crianças, todos filhos de sua irmã Shiniti, que faleceu.

4.7. SHINITI MIURA foi casada com TOSHIE YAMADA, tendo adotado o nome de Shiniti Yamada após o casamento. Segundo consta, Shiniti faleceu de câncer em 1984, existindo porém uma história de que o casal faleceu num acidente de carro. Tiveram 5 filhos, sendo 2 meninas e 3 meninos, que foram criados por sua irmã Missako.

4.8. MARIA YONEKO MIURA nasceu em 20/08/1941 e casou-se em 20/07/1962 com ITIRU YAMAMOTO, nascido em 27/09/1937 conforme consta em seu registro – mas na realidade nasceu antes disso… Tiveram 5 filhos: 3 meninas e 2 meninos.

4.9. ANTONIO TERUMI MIURA.

4.10. MÁRIO MITIAKI MIURA, foi casado e teve 4 filhos, sendo 3 meninos e 1 menina.

4.11. AKIRA MIURA, foi casado e teve 3 filhas.

OBSERVAÇÃO: o genograma do ramo Miura de Nossa Grande Família encontra-se disponível para download neste link.

Koseki Tohon: perfeito para a genealogia

Nas minhas catanças genealógicas sempre acabei tendo acesso aos mais variados tipos de documentos que me ajudaram a construir passo a passo os diversos ramos da árvore genealógica de minha família. Dentre estes, nenhum se mostrou mais completo que o Koseki Tohon, um documento utilizado no Japão para o registro dos membros de uma família. Dei uma fuçada nos emaranhados da Rede e consegui pinçar dois artigos que explicam bem detalhadamente o que é, como funciona e de onde surgiu esse antigo costume japonês. Divirtam-se.

I – Koseki: Sistema de Registro Japonês

Silvia Kawanami
Japão em Foco

Koseki tohon

Koseki Tohon (戸籍謄本) é o nome do registro familiar japonês. Todas as famílias japonesas são obrigadas a registrar suas informações familiares neste documento na prefeitura onde moram, tais como nascimentos, casamentos, óbitos, adoções, divórcios, etc. Tais eventos devem ser registrados à medida que ocorrem pois somente serão efetivados após o registro.

Como sabemos, esse documento é muito importante para os descendentes de japoneses que desejam tirar visto de trabalho no Japão pois é uma forma de comprovar o seu parentesco com seu antepassado nipônico. Por este motivo, resolvemos trazer algumas curiosidades sobre esse sistema de registro familiar japonês, conhecido como Koseki Tohon (戸籍謄本).

1. Origem do Koseki Tohon (戸籍謄本)

O venerável koseki tem suas raízes na antiga China, onde foi usado pela primeira vez como uma espécie de censo familiar. Outros países como o Vietnã e Taiwan, ainda usam um sistema similar, no entanto a Coréia do Sul recentemente aboliu seu tradicional sistema de estilo koseki a favor de um número de identificação individual de estilo ocidental.

O Japão também está no processo de fazer um sistema individual de identificação, mas será complementar, não substituindo o koseki. Hoje em dia, quase todos os koseki adotaram um novo formato eletrônico (veja abaixo) para fácil manutenção de registros e alterações.

Apesar desse sistema ser usado desde o xogunado, foi apenas oficializado no início da Era Meiji. Os primeiros koseki eram escritos à mão usando números chineses de estilo daiji (大字) para evitar fraude e carimbados com o selo oficial da prefeitura local.

2. Por que o sistema koseki foi criado?

Após a Restauração Meiji de 1868, o governo japonês percebeu que precisava organizar os registros populacionais, uma vez que a nação era dividida em domínios feudais durante o xogunato. Dessa forma, seria possível melhorar a infra-estrutura econômica e militar para arrecadar receitas fiscais e conscritos e evitar as potências ocidentais coloniais.

Mas, para implementar políticas significativas, precisava de informações demográficas básicas sobre os japoneses. E onde eles estavam. Com a Restauração Meiji, os portos foram finalmente abertos para o comércio internacional e com isso gerou um certo transtorno social, uma vez que a circulação de pessoas estrangeiras em terras nipônicas aumentou consideravelmente.

O precursor do moderno sistema koseki foi introduzido pela primeira vez em Kyoto, com o objetivo de coletar informações demográficas. Ao contrário de hoje, o sistema originalmente estava mais relacionado à residência e complementado por um sistema de registro separado para qualquer pessoa que passasse mais de 90 dias longe da localização de seu koseki.

3. Estrangeiros podem ser registrados no Koseki?

Apenas cidadãos japoneses podem ser registrados em um koseki, porque o koseki serve como certificados de cidadania. Também garante que o cidadão obtenha seu passaporte japonês. No entanto, no caso do cônjuge ser estrangeiro, este pode ser mencionado no koseki, embora não da mesma forma que seria listado um cônjuge de nacionalidade japonesa.

No caso de uma criança de pais japoneses nascida no exterior será necessário registra-la no koseki no prazo de três meses. Caso more no Japão há mais de cinco anos e tenha menos de 20 anos também é possível naturalizar-se e assim usufruir de todos os benefícios de um cidadão japonês, embora isso implique em muitos casos, renunciar à sua cidadania atual.

4. As gerações de um Koseki

No período pré-guerra, grandes famílias extensas de três ou quatro gerações poderiam estar todas registradas em um único koseki. O Código Civil também exige que cada família tenha um koshu ou setai nushi 世帯主 (chefe de família), um status hereditário que lhe era deferido responsabilidades e direitos, incluindo a autoridade para dispor de bens familiares.

Depois de um tempo, o sistema koseki reduziu para no máximo duas gerações, que no caso seria um casal e seus filhos. Ou seja, assim que nasce o primeiro filho, o casal passa a ter seu próprio koseki, se desvinculando do seu koseki original, geralmente do pai do marido.

5. O chefe da família geralmente é o homem

O sistema koseki também exige que um agregado familiar nomeie uma pessoa como chefe da casa. Embora uma mulher também possa ser nomeada chefe de família, cerca de 98% das famílias tem um homem como cabeça. Uma vez escolhida a cabeça, outros membros da casa devem mudar seus sobrenomes para o mesmo sobrenome do chefe da família.

Isso acontece porque o Japão ainda adota uma tradição patriarcal, e por este motivo o chefe de família é quase sempre o pai. A pessoa cujo nome está no topo do koseki é conhecida como hitto-sha (筆頭者) e todos os membros da família são registrados sob seu nome, incluindo os filhos que só passarão a ter seu próprio koseki até constituírem a sua própria família.

6. Os cônjuges devem ter o mesmo sobrenome

Como vimos acima, todos os membros da família devem ter o mesmo sobrenome. Isso significa que a esposa geralmente troca seu sobrenome de solteira pelo do marido após o casamento. Embora o sobrenome escolhido também possa ser da esposa, isso raramente acontece.

Em 2015, o Supremo Tribunal Japonês confirmou a constitucionalidade da lei, observando que as mulheres poderiam usar seus nomes de solteira de forma informal e afirmando que era para a legislatura decidir se haveria uma nova legislação sobre nomes separados de cônjuges.

7. Usado como ferramenta de discriminação

Até o final da década de 1970, praticamente qualquer pessoa teria acesso aos livros de registro de koseki. Na verdade, isso poderia ser usado como uma ferramenta de discriminação pelos empregadores, pois era fácil descobrir se algum de seus futuros funcionários era descendente de um burakumin (部落民), uma classe altamente discriminada no Japão.

Além disso, filhos de mães solteiras poderiam ser discriminadas nas escolas já que essas informações eram fornecidas no koseki. Para evitar esse tipo de coisa, em 1974 o Ministério da Saúde e do Bem-Estar resolveu inibir a prática, proibindo que os empregadores obriguem seus futuros funcionários de mostrar o registro familiar durante a entrevista de emprego.

Em 1975, finalmente o nome da linhagem foi excluído e, em 1976, o acesso aos registros familiares foi restrito. A partir de abril de 2007, qualquer pessoa interessada era elegível para obter uma cópia do koseki de outra pessoa, mas em 1 de maio de 2008, foi implementada uma nova lei para limitar as pessoas elegíveis para uma cópia às pessoas.

8. Tipos de Koseki

Todos os cidadãos japoneses são obrigados a se registrar no koseki, exceto os membros da Família Imperial, cuja linhagem familiar é registrada separadamente no Registro da Família Imperial chamado de kotofu (皇統譜). Mas para a população em geral, existem dois tipos principais de koseki: koseki tohon (戸籍謄本) e koseki shohon (戸籍抄本).

O koseki tohon é essencialmente o koseki completo com todos os membros da família, datas de óbitos e nascimentos, etc. O koseki shohon é apenas a informação individual de um membro familiar. No entanto, há outro tipo de koseki especial conhecido como koseki joseki tohon (戸籍除籍謄本) que inclui quaisquer entradas excluídas, incluindo mortes e divórcios, usados ​​apenas para mudar os nomes nos títulos após a morte, assim como sucessões e tributos.

9. Koseki x Registro de Residência

Ao contrário do registro de residência, um koseki não precisa ser atualizado quando você se muda. Na verdade, isso só é possível se você fizer um novo koseki. No caso de um casamento, sua prefeitura local irá perguntar-lhe onde você quer que seja registrado. Você pode mantê-lo em sua atual área de residência ou pedir o registro seja feito em outra localidade.

Isso porque muitas pessoas gostam de manter seu registro familiar em sua cidade de nascimento, mesmo que a família não esteja mais morando lá. Por se tratar de registros diferentes, o local do koseki não interfere no registro de residência que deve ser atualizado na cidade onde reside atualmente. Caso precise de uma cópia do koseki registrado em outra cidade, basta fazer o pedido e pagar uma pequena taxa à prefeitura para o envio.

10. Registrando o casamento no koseki

No Japão, até o indivíduo se casar, ele está geralmente registrado no koseki do pai. Após o casamento, o casal deve preencher o formulário konin todoke (婚姻届) para dar entrada em um novo koseki. Geralmente, a esposa entra no registro familiar do seu marido, que em breve receberá o seu próprio shin-koseki (新戸籍) ou “novo registro familiar”.

Apesar da cultura patriarcal, não há restrições legais sobre o marido assumir o sobrenome da esposa, embora seja raro. Quando isso acontece, geralmente é quando a família da noiva tem um nome particularmente conhecido (ou seja, muito rico e poderoso). A única exceção a esta regra é quando um cidadão japonês se casa com uma mulher não japonesa.

Antigamente, muitos casais não registravam o casamento até nascer o primeiro filho. Isso evitava “manchar” o koseki com um eventual divórcio caso a esposa fosse estéril e a uma união se tornasse improdutiva. Mas um evento fez com que o Ministério da Justiça introduzisse uma campanha encorajando os recém-casados a registrar seus casamentos.

Em 1966, um voo da companhia ANA caiu no aeroporto de Matsuyama, matando todos a bordo, incluindo 12 casais que estavam em lua de mel, uma prática ocidental recém incorporada no país. No entanto, nenhum desses casamentos havia sido registrado, o que complicou as negociações entre a companhia aérea e os membros da família sobreviventes.

11. Um sistema nem tão seguro assim

idosos no Japão

Em setembro de 2010, o governo japonês descobriu que 230 mil pessoas com mais de 100 anos de idade estavam “desaparecidas”. Na verdade, os familiares não registraram seus óbitos com o intuito de continuar recebendo pensões dos parentes idosos falecidos. Por esta razão, jornalistas e especialistas da área, afirmam que o koseki é um sistema frágil e antiquado.

12. Como pedir o Koseki?

Como vimos, o Koseki tohon é um documento muito importante, onde contém dados da família no Japão. Mesmo que você more em outra província, é possível pedir para que enviem o registro familiar (koseki tohon) ou registro parcial (koseki shohon) desde que você mesmo faça uma solicitação por correio na prefeitura da municipalidade do endereço do registro.

Através desse documento, os “issei” (cidadão japonês) podem tirar ou renovar o passaporte japonês no Brasil e os descendentes “nissei” (segunda geração) ou “sansei” (terceira geração) podem tirar ou renovar o visto de trabalho japonês. No caso de pai ou avô japonês já falecido, é necessário pedir não o Koseki Tohon, mas sim o Joseki Tohon (除籍謄本).

Para solicitar o “koseki tohon” ou “Joseki Tohon”, basta solicitar o serviço a uma agência especializada em vistos para o Japão ou se preferir pedir por conta própria, acesse esse link com mais detalhes. Já se tem interesse em tirar visto de turista no Japão, confira aqui. Caso você more no Japão, também tem a opção de tirar o visto permanente.

II – O que é Koseki Tohon – 戸籍とは

Morando no Japão

Muitas vezes escutamos que precisamos de Koseki para isso, e aquilo. E em questão de Nissei e Sansei no Brasil, ter seu nome devidamente inscrito no Koseki garante a sua nacionalidade japonesa.

Mas o que é esse negócio aí?

Explicaremos:

( 日本語はウィキペディアでどうぞ )

Koseki, é basicamente um sistema de registro de família em forma de árvore genealógica.

Ter seu nome inscrito em um Koseki, é a prova vivaz da nacionalidade japonesa. (me dizeram lá no consulado japonês de São Paulo). Portanto é um direito guardado somente para quem tem nacionalidade japonesa.

No Japão não existe um sistema de monitoramento nacional, a não ser a entrada e saída de pessoas do país pelo Ministério de Relações Internacionais. Logo, não existe “registro nacional de identidade – ID”.

Serve como identidade: o passaporte e a carteira de motorista expedida pela polícia provinciana. Alguns lugares ainda aceitam o cartão de seguro de saúde, mas outras somente aceita os dois citados acima, com foto e endereço atualizados.

Como de costume, cada cidade armazena e gerencia Koseki e registro de residência. E isso não é online. Para uma comarca ou província saber de assuntos referentes a outra jurisdição, usa-se telefone, fax ou correio. Sim, estamos falando do Japão e estamos falando de século 21.

1. A origem desse costume

O Japão é um país de imperialismo constitucional. Desde o término de segunda guerra mundial.

Na antiguidade o documento comprobatório para a familiaridade era a árvore genealógica, como vemos na Europa. Escrito a mão pelo chefe da família. Apagado também se houvesse briga. Mulheres quando casassem, retiravam seus nomes do livro e entravam no do marido como cônjuge, como são a maioria dos casos até hoje, por isso que se diz: “Quando mulher casa, sai de casa”.

O sistema de registro iniciou sob lei e de maneira formal com a lei 170 de 1872, no início da era Meiji. Os Kosekis registrados nesse ano, eram registrados e gerenciados pelas prefeituras onde ficava a residência da pessoa, e servia também como registro residencial. O problema desse sistema antigo é que se registrava tudo. Tudo mesmo. Histórico medico, criminal, divórcios, e classe social. E seria um insulto aos direitos humanos de privacidade nos dias de hoje.

Toda história da dinastia familiar (nos detalhes sórdidos) inteira estavam naquelas folhas que eram organizadas em Livro.

Koseki da era Meiji era escrito até em qual templo serviam.

Koseki antes da digitalização.

Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial e a reforma legislativa, iniciou- se um novo gerenciamento do Koseki, entrando somente em vigor em 1957. Já não seria mais registrado por dinastia familiar, mas sim em base a um casal (marido e mulher), foi revogado o sistema do “Dono da casa” e foi introduzido o novo “Primeiro autor” que normalmente seria o marido. E foi revogado também a nomeação de classes sociais no registro. E em 1952 iniciou-se o registro residencial (juuminhyou), ficando assim o Koseki, somente registrando a nacioalidade (em regra a Japonesa), nascimento, adoção, casamento, nascimento dos seus filhos e morte.

E tudo isso é gerenciado e registrado na prefeitura no setor de Koseki. E olha, poderia até se dizer que é registrado usando computador, que todos os dados ficam em HD – mas não se engane: esses dados não são compartilhados em rede ou Internet. O país não conta com esse tipo de compartilhamento de dados e não é por questão de segurança, é por falta de instrução e dinheiro. As cidades do interior ainda utilizam o sistema de livro em suas prefeituras.

Para requerer o Koseki que se diz respeito, precisa enviar cópia do Juuminhyo (comprovante de residência), cópia da identidade e formulário (disponível no site da comarca que gerencia) preenchido, com o preço requerido trocado por selos para tal fim no correio, mais um envelope com selo para devolução, e enviá-lo para a prefeitura requerida pelo correio.

OBS: Quando o requerente é estrangeiro, como no caso de brasileiros nikkeis, algumas comarcas ainda requerem a cópia do zairyu card, passaporte, cópia dos Kosekis antes já tiradas, e o Inkan registrado. E ainda ligam para ter certeza do finalidade para o qual o koseki vai ser usado.

2. Algumas curiosidades

Os mais antigos, quando dizem que são divorciados, falam que “tem um X”, e o “X” aumenta conforme o número do divórcio. Isso origina do fato de que, quando o Koseki era um Livro, escrito à mão, (ainda exitente em algumas comarcas) quando morria, ou divorciava um membro famliar e seu nome era retirado daquele livro familiar, simplesmente colocava um enorme X no nome da pessoa. Como é de costume que somente mulheres mudam de família (a não ser que seja a herdeira), quando um casal se divorciava, ao lado do seu nome, onde estaria a da esposa, ficava com um X enorme no nome e sua descrição. Por isso.

Quando um casal realiza um casamento chamado de internacional (o marido é estrangeiro), a mulher se torna o “Primeiro Autor – Hittousha” e tem 6 meses de prazo para requerer a troca de sobrenome. O nome do cônjuge estrangeiro (seja mulher ou homem) fica inscrito no Koseki, mas como uma observação só para dizer que o japonês em questão é casado(a). Isso não significa que o estrangeiro consiga a nacionalidade japonesa. O nascimento do filho será inscrito no Koseki, e caso a mãe não tenha requerido a mudança do sobrenome, deve requerer ao tribunal de família.

No Brasil um feto somente é considerado uma pessoa com direitos ao nascer (morto ou vivo). No Japão, pela lei, é considerado com direitos a partir da 12ª semana, mas para a grávida, a fim de que consiga auxílio médico. Se caso vier a sofrer quaisquer tipo de interrupção da gestação após essa contagem, deve relatar à prefeitura e entregar certidão de morte, porém não será registrado no Koseki. O aborto no Japão é permitido até a 22ª semana, após esse período é considerado crime, porém, normalmente se faz até a 10ª ou 11ª semana para evitar a obrigação de entregar o certidão de morte e requerimento para a cremação. Se a criança nasceu viva, porém veio a falecer após respirar, precisa entregar a certidão de nascimento e em seguido a certidão de morte, aí sim será cadastrado no Koseki.

Antigamente para sair de um Koseki, precisava ser mulher e se casar, ou casar como filho adotivo da família da esposa. Hoje, sendo maior de 20 anos de idade, sem histórico de casamento, pode sair do Koseki dos pais sem casamento.

Hoje, se mora longe da província onde nasceu, mora faz tempo, e vai ficar por aí, pode requerer o “tenseki” que é a mudança de gerenciamento do seu Koseki para a cidade onde mora.

Com o tsunami de 2011, os Kosekis de cidades de Minami-sanriku, Megawa, Ootsuthi e Rikuzen Takada foram perdidos e somente os dados de janeiro e fevereiro de 2010 que haviam sido enviadas ao Ministério da Justiça foram salvos e reconstruídos a partir daquele.

Sistema Onomástico

Daniel Taddone

Você sabia que a Islândia é um dos poucos países do mundo a ter um sistema onomástico puramente patronímico?

Sistema onomástico é o conjunto de regras legais ou consuetudinárias (da tradição) que um país (ou uma cultura) adota para dar nomes às pessoas e às coisas. Aqui vou abordar apenas do sistema de nomes próprios pessoais, os antropônimos.

A Islândia adota um sistema puramente patronímico (com pouquíssimas exceções). Mas, afinal, o que é um “sistema onomástico patronímico”? É quando o “sobrenome” do filho é formado a partir do prenome (“nome de batismo”) do pai:

– “Samúel Friðjónsson” significa que Samúel é filho de Friðjón.
– “Aron Gunnarsson” significa que Aron é filho de Gunnar.

Se Samúel tiver um filho chamado Gunnar, o nome completo dele será “Gunnar Samúelsson”.

Se Aron tiver um filho chamado Friðjón, o nome completo dele será “Friðjón Aronsson”.

Se for uma menina chamada Sigríður filha de Samuél, será “Sigríður Samúelsdóttir”. Se for filha de Aron, “Sigríður Aronsdóttir”.

Notem que “-son” está para “filho” e “-dóttir” está para filha, cognatos das palavras inglesas “son” e “daughter”.

E qual é a peculiaridade da Islândia? É o único país de cultura ocidental a manter esse sistema puramente patronímico, não havendo “sobrenomes” propriamente ditos, pois ele é trocado a cada geração. O filho não tem o mesmo “sobrenome” que o pai, mas sim um “sobrenome” que faz referência ao prenome do pai.

Várias outras culturas europeias adotavam esse sistema, que foi abolido em épocas distintas ao logo da História (ver os adendos no fim do texto). Em algumas partes do mundo, sobretudo em comunidades tradicionais da Ásia e África, ainda vige um sistema puramente patronímico nos nomes tradicionais, sobretudo na transmissão oral (não no registro civil).

Isso parece tão distante da nossa cultura, não é? Mas nem tanto!

Nos países ibéricos, Portugal e Espanha, a desinência patronímica é o “-es” nos sobrenomes portugueses e o “-ez” nos espanhóis.

Assim, “Rodrigo Antunes” era o Rodrigo filho do António. E o Nuno filho do Rodrigo era o “Nuno Rodrigues”. E o Marcos filho do Nuno era o “Marcos Nunes”. E o Vasco filho do Marcos era o “Vasco Marques”. E o Martim filho do Vasco era o “Martim Vasques” (ou Vaz). O Pedro filho do Martim era o “Pedro Martins”.

E assim sucessivamente até que em um determinado momento o patronímico se “congelou” e tornou-se um sobrenome fixo como hoje conhecemos, repetindo em todas as gerações subsequentes.

Na Itália, o sistema era um tanto mais complexo, mas há paralelos. A forma mais evidente é o uso da preposição “Di” (ou “De” ou “D’ “).

“Giovanni Di Luca” era filho do Luca. O Pasquale filho do Giovanni era “Pasquale Di Giovanni”.

Outra forma patronímica tipicamente italiana são os sobrenomes que terminam em “-i” (apenas uma parte deles, não todos!). Um homem chamado Pietro e que era filho de um Martino em latim seria “Petrus filius Martini” (“Pietro filho de Martino”, caso gramatical genitivo). Com o tempo perdeu-se o “filius” e sobrou apenas o “Martini”.

De uma forma bem “grossolana” (grosso modo), pode-se dizer que a forma patronímica com “Di” ou “De” é mais comum no centro-sul da península itálica, enquanto que a desinência “-i” é mais recorrente do centro (Úmbria, norte do Lácio, Toscana) até o norte.

Muitíssimos sobrenomes vênetos perderam o “-i” por influência das características fonéticas da língua vêneta, daí Martin, Pavan, Meneghel, Visentin etc. Lembrando que a desinência “-i” nem sempre era patronímica, muitas vezes originadas de outras motivações onomásticas.

Enfim, espero que minha explicação não esteja confusa demais. A dopo!

ADENDO 1: Muitas pessoas escreveram nos comentários informando que na Rússia também estaria vigente um sistema puramente patronímico, o que é incorreto. Explico: na Rússia atribui-se um “nome do meio” (Отчество, Otchestvo) que é patronímico, mas esse nome do meio NÃO é o sobrenome da família, mas apenas um nome “cerimonial”, da tradição. O presidente da Federação Russa chama-se “Vladimir Vladimirovič Putin”. O sobrenome fixo nas gerações é Putin e ele não muda. O patronímico cerimonial (Отчество) é Vladimirovič, pois o pai dele se chamava Vladimir, que por acaso é o mesmo nome dele. Portanto, suas duas filhas se chamam PRENOME + Vladimirovna + Putina. O sobrenome é Putina, pois é Putin flexionado no gênero feminino. Portanto, a diferença é que na Islândia existe um sistema onomástico patronímico puro em que os “sobrenomes” trocam a cada geração. Na Rússia o sobrenome é fixo e apenas o elemento cerimonial (Отчество) que muda.

ADENDO 2: Outras pessoas estão escrevendo nos comentários que na Grécia também existiria um sistema patronímico. Isso é absolutamente equivocado. A maioria dos sobrenomes gregos tem origem patronímica (assim como os sobrenomes portugueses Rodrigues ou Mendes), mas o sistema onomástico NÃO é patronímico, pois os sobrenomes tornaram-se fixos há pelo menos 200 anos. Os sobrenomes terminados em -ópoulos (-όπουλος) indicam que aquele sobrenome um dia foi patronímico, mas na Grécia moderna o sistema de sobrenome não é patronímico pois os sobrenomes são fixos, diferentemente do que ocorre na Islândia, em que não há sobrenome, mas um patronímico que muda de geração em geração.

ADENDO 3: Muitos também informam nos comentários que nos outros países nórdicos também vige um sistema onomástico patronímico. Isso é incorreto. O sistema onomástico da Noruega, Suécia e Dinamarca foi um dia puramente patronímico como ainda hoje é na Islândia, todavia o patronímico se “congelou” e tornou-se um sobrenome fixo e que permanece igual de geração em geração. Portanto, a origem é patronímica, mas o sistema já não é mais patronímico há cerca de dois séculos.

O ÚNICO PAÍS DE CULTURA OCIDENTAL QUE ADOTA UM SISTEMA PURAMENTE PATRONÍMICO É A ISLÂNDIA. ÚNICO.

Nossa Grande Família ( VI ) – Antunes


Antonio Mineiro e sua charrete.

Antonio Antunes Júnior foi meu bisavô pelo lado materno. Nasceu em 11 de fevereiro de 1889 em Mogi Mirim, SP, filho de Antonio Antunes, legítimo português, e de Francisca de Paula Romana, natural de Ouro Fino, MG.

Apesar de paulista, era conhecido no bairro como Antonio Mineiro, sujeito de gênio forte e pavio curto. Lavrador e conhecido amansador de cavalos, morava em Santana, sendo que sua casa ficava ali no finalzinho da Av. Princesa Izabel, antes da última curva, e suas terras avançavam tanto pro lado da Vila Cristina quanto pro lado do Rio Paraíba, onde construiu diversas casinhas de quarto-cozinha que alugava e lhe dava sustento na velhice.


A casa de meu bisavô, década de oitenta. Hoje é um depósito de bebidas…

Foi nessa casa que o conheci e apesar de ele ter falecido em 3 de maio de 1974, no dia seguinte dos meus recém completadados cinco anos, ainda lembro-me dele – em especial de sua cadeira de balanço, que ficava bem na cozinha de piso de caquinhos e cimento queimado, ao lado de uma pesada e rústica mesa, bem próxima do filtro de barro empertigado no canto da parede. Eu costumava ficar em seu colo e ronda-me na memória a curiosidade que eu sentia em tentar descobrir como é que aquele negócio, que era uma cadeira, ficava indo pra frente e pra trás…

Meu bisavô casou-se três vezes. Seu primeiro casamento foi com minha bisavó, Dyonisia Maria de Jesus, em 1907 – poucos meses após o falecimento de seu pai, o português Antonio Antunes.


Antonio, Dyonisia e suas duas filhas.

O casal teve apenas duas filhas: Benedicta Dyonisia Antunes (a “Tia Dita”) e Maria Dyonisia de Jesus, minha avó. Entretanto Dyonisia, a primeira, minha bisa, faleceu em 1914 durante o parto daquela que seria sua terceira filha – mas ambas não resistiram. Minha avó tinha apenas dois anos quando ela faleceu.

O segundo casamento de meu bisavô se deu em 23 de dezembro de 1916, com Maria José do Nascimento, mineira de Conceição dos Ouros, nascida em 1900, filha de João Baptista do Nascimento e de Francisca Floriano de Jesus.


Antonio, Maria José, as duas filhas do primeiro casamento e três do segundo.

Além de criar as duas enteadas, Maria José teve ainda dezoito filhos. É isso mesmo: DE-ZOI-TO! Mas destes somente nove sobreviveram… Ela faleceu em 21 de janeiro de 1942, durante o parto da última das crianças.

Nesse meio tempo Dyonisia, sua filha caçula do primeiro casamento (minha avó), acabou casando com meu avô, Bernardo Claudino Nunes, em 1931. Tiveram duas filhas: Dionísia Nunes (minha tia, hoje na Itália) e Bernardete Nunes, minha mãe. Entretanto Dyonisia, a segunda, minha avó, faleceu em 1945 de doença desconhecida. Minha mãe tinha apenas dois anos quando ela faleceu.


Meus avós: Maria Dyonisia e Bernardo.


Meu avô Bernardo, Antonio Mineiro e meu tio-avô Claudino.

Já o terceiro casamento de meu bisavô foi por volta de 1944 com Guilhermina Libano (também encontrada como “Libaneo” ou “Libânio”), nascida em 10/10/1897 em Borda da Mata, MG, filha de João Baptista Libânio e de Maria José Libânio. Quando minha avó faleceu, meu avô trabalhava em São Paulo e precisou deixar suas filhas (minha tia e minha mãe) com Antonio e Guilhermina, em São José dos Campos.

E foi ali, naquela casa, que minha mãe cresceu e veio a conhecer um tal de José Bento de Andrade (vulgo meu pai), moçoilo garboso, vindo da roça e cheio de boas intenções… Diz a lenda que quando meu pai foi pedir minha mãe em namoro para Seo Antonio Mineiro, ele olhou bem fundo nos olhos daquele rapagote, esticou a mão mantendo três dedos levantados e foi dizendo enquanto abaixava cada um dos dedos:

“Quer casar, hein? Então senhor José entenda que comigo a coisa funciona assim: são três meses para namorar (baixa um dedo), noivar (baixa outro dedo) e casar (baixa o terceiro dedo e mostra um ameçador punho fechado)…”

Se foi por isso ou não, sinceramente não sei. Só sei que não demorou muito pro casalzinho estar bem casado…


Meus pais: Bernardete e José Bento.

Antonio e Guilhermina não tiveram filhos. Após o falecimento dele meu pai construiu uma edícula no fundo de nossa casa e ela veio morar conosco. Cresci chamando-a de “vó”, sem, na época, conhecer a linha complexa de parentesco que nos ligava. Adorava seus pastéis fritos, cuja massa ela mesma fazia, bem como lhe era grato pelos trocados que de vez em quando nos dava – “um agrado”, ela dizia. De minha infância, boa parte enfiado no quintal de casa onde havia um pequeno pomar, eu costumava passar horas em sua companhia, brincando à sua volta, e ouvindo histórias e estórias, as quais infelizmente se perderam no tempo. Faleceu de infarto agudo do miocárdio às 16h50min de 17/04/1982 no Hospital de Clínicas de Curitiba, PR, enquanto visitava seus parentes. Está sepultada junto com meu bisavô, no Cemitério de Santana, em São José dos Campos, SP, na quadra 01, jazigo 1291.

Mas como já havia dito, minha mãe foi criada pelos avós (meus bisavós) e – já devem ter percebido – curiosamente houve uma espécie de ciclo em que histórias se repetiram em gerações consecutivas. Mas ninguém melhor que minha própria mãe, que vivenciou essa história, para contá-la com propriedade. Eis seus apontamentos:

“O tempo passa e a história sempre se repete.

Maria Dionísia de Jesus, nasceu em Borda da Mata, e um ano depois nasceu Benedita Dionísia de Jesus, em 1º de agosto de 1908. Em 29 de outubro de 1909 nasceu outra menina, mas a mãe dessas crianças, Dionísia Maria de Jesus, faleceu no parto – assim como, dias depois, também faleceu a menina.

Mas as irmãs cresceram, unidas e amorosas.

Após dois anos, Antônio Antunes Júnior, seu pai, com dificuldades por ser viúvo e com duas meninas para criar, resolveu se casar com Maria José, que ficou criando as duas meninas e, ao longo de sua vida, teve ainda mais 18 filhos, mas só cresceram Benedita, Palmira, Antônio, João, Bernardete, Helena, Sebastião, Maria Benedita e Aparecida.

Maria Dionísia e Benedita Dionísia, sendo as duas irmãs mais velhas, precisavam trabalhar para ajudar na criação de todos os outros irmãos; enquanto que estes iam para escola, elas ficavam ajudando a madrasta. Maria era muito frágil, e Benedita, mesmo sendo a mais nova, sempre fazia o trabalho das duas, para que nada acontecesse à irmã.

Um dia, Maria, já moça, se casou com Bernardo Claudino Nunes, tendo sido muito doloroso para as duas irmãs se separarem. Maria era moça meiga e dócil, de modo que a madrasta admirava a doçura com que Maria a respeitava e hospedava em sua casa.

Maria tinha os cabelos longos, olhos brilhantes de curiosidade para aprender tudo de bom que havia. Tinha um grande desejo de ser costureira, mas não podia pagar alguém que a ensinasse. Um dia seu marido, chegando em casa disse: “Maria, está aqui um presente. Veja se está a seu gosto.” Ao abrir, que surpresa! Uma máquina de costura, bem usada, mas perfeita, daquelas que eram tocadas à mão – e Bernardo já trouxera também alguns tecidos.

Assim que o marido foi trabalhar, Maria desmanchou uma camisa, passou todos os pedaços, colocou em cima do tecido, cortou e costurou igual a outra, e, quando Bernardo a vestiu, disse: “Perfeito! Ficou muito bom!”. Maria se tornou uma grande costureira, fazia roupas masculinas, femininas, vestidos para noivas e ternos para noivos, ajudando nas despesas do lar.

Já Benedita se casou com Ezechias da Costa Andrade.

Benedita era lavadeira, lavava e passava roupas, e possuía ainda uma hortinha, de modo que os filhos desde pequenos saíam para vender hortaliças, para ajudar o pai, que trabalhava no CTA, em serviços pesados e baixo salário.

Maria teve alguns filhos que faleceram pequenos, um deles se chamava José, sofreu de paralisia infantil, e veio a falecer. Por último nasceu Dionísia, em São José dos Campos, no bairro Pau de Saia. Ali viviam os três, Dionísia, Bernardo, agora carreiro, e a esposa, costureira. Porém, um dia, deu uma doença nos bois de carro e morreram todos. Bernardo, ficando sem saber o que fazer, mudou-se com a família para São Paulo, Capital, no bairro da Lapa, Vila Leopoldina, e foi trabalhar em uma fábrica. A esposa costurava sempre, e após quatro anos nasceu Bernardete, em 10/09/43. Dois anos mais tarde, Maria, que estava doente, muito fraca, veio a casa da irmã Benedita e disse que queria que ela criasse as meninas, pois sabia que podia confiar na irmã. Voltando para São Paulo, foi internada num hospital e faleceu poucos dias depois.

Aí começa novamente a história da vida de duas meninas sem mãe. Só que desta vez a mais velha era mais forte e a menor a mais fraca. Com apenas seis anos de idade Dionísia sentia-se responsável pela irmã e a trazia sempre nos braços para que não chorasse. Ficaram seis meses num orfanato de freiras para que fizesse exames mensais (devido à mãe ter morrido de doença), mas esses exames nunca acusaram nada de grave. Bernardo não sabia mais o que fazer, pois nenhuma pessoa queria cuidar das meninas, e nem mesmo as irmãs não queriam que o pai fosse visitá-las, pois só aumentava o choro das duas quando chegava a hora de ir embora. Foi aí que resolveu trazer as duas meninas para São José dos Campos, no Bairro do Bom Sucesso, para casa dos avós.

Maria José Antunes, a segunda esposa de Antonio Antunes Junior, faleceu no parto do décimo-oitavo filho, e Antonio ficou viúvo pela segunda vez. Depois de dois anos casou-se com Guilhermina Libano, que era natural de Borda da Mata, em Minas Gerais, e ela prontificou-se a criar os enteados e as duas netas.

Mas quando Dionísia fez oito anos o pai a levou para São Paulo, para estudar.

E Bernardete não foi com o pai. Tinha medo de ficar só, pois já tinha perdido a mãe e achava que já havia encontrado uma família. A irmã iria à escola, o pai para o trabalho, e o medo acabou por falar mais alto.

E assim foi a separação das irmãs Dionísia e Bernardete.

A vida é o Trem e o Tempo os trilhos, sempre a separar…”

E, para provar que estamos sempre vinculados a círculos, fadados à repetição em nossas vidas, tenho mais alguma coisinha a acrescentar nessa história, que chegou até nossos dias através dos causos contados em família…

Acontece que Antonio, meu bisavô, na mocidade, enamorou-se de Guilhermina, só que não chegaram a se casar porque suas famílias não o permitiram. Parece que Dona Chiquinha, mãe de Antonio, não aceitava o enlace dos dois pois eram meio que primos. Assim, cada qual tocou sua vida. Antonio casou e enviuvou por duas vezes, enquanto que Guilhermina permaneceu solteira durante toda sua vida.

Quis o destino que voltassem a se encontrar e pudessem consumar o casamento, tão desejado outrora.

Viveram juntos e felizes até o final de seus dias.


Antonio e Guilhermina.

Como costumam dizer por aí, parece que nesse filme da vida só existem cerca de vinte pessoas, e todo o restante são meros atores coadjuvantes…

Mas, apesar de toda essa interessante história acerca dos casamentos do meu bisa, vamos nos ater somente às questões genealógicas e transcrever o que tenho dessa linhagem. Boa parte das informações deste capítulo, assim como nos demais, foram levantadas através de pesquisas em cartórios, certidões de nascimento, casamento e óbito, documentos oficiais diversos, bem como por intermédio de entrevistas junto a diversos familiares. Mas na linha do segundo casamento de meu bisavô, especialmente em 2.7, foi através da transcrição de boa parte das informações contidas no livro Sítio Santa Helena: uma perspectiva histórica, de autoria de Eddy Carlos Souza Vicente (2.7-7.1-1.1)

ANTONIO ANTUNES foi quem deu origem a esse ramo da família Antunes no Brasil. Natural de Portugal, veio para nosso país e casou-se com FRANCISCA DE PAULA ROMANA, natural de Ouro Fino, MG. Ele faleceu em 1907, poucos meses antes do casamento de seu filho Antonio Antunes Júnior. Já ela faleceu em Mogi, alguns anos depois da morte de seu marido.  Tiveram:

1. ALICE.

2. ANTONIO ANTUNES JUNIOR, nascido em 11/02/1889, em Mogi Mirim, SP, e falecido em 03/05/1974, em São José dos Campos, SP, de câncer de próstata. Consta que tinha por profissão lavrador, mas, como sabido, ele amansava cavalos. Está sepultado no Cemitério de Santana, em São José dos Campos, SP, na quadra 01, jazigo 1291.

Casou-se três vezes. Primeiro com DYONISIA MARIA DE JESUS, minha bisavó, que faleceu no parto da terceira filha, em Borda da Mata, MG, em 29/10/1909. Era filha de FLORÊNCIO DE LIMA FRANCO e de BERNARDINA DE JESUS. Com Dyonísia teve três filhas:

2.1. BENEDICTA DYONISIA ANTUNES, a “Tia Dita”. Natural de Borda da Mata, mas registrada em Pouso Alegre, MG. Apesar de constar em sua certidão que nasceu em 1913, na realidade nasceu em 01/08/1908 (ou mesmo antes). Casou-se em São José dos Campos, em 01/06/1935, com EZECHIAS DA COSTA ANDRADE, nascido em São José dos Campos, no Caetê, em 25/07/1909, tendo falecido nessa mesma cidade em 17/09/1986. Após o casamento adotou o nome de Benedicta Dyonisia de Andrade. Ela faleceu em 13/03/2008.

Ezechias (ou Ezequias) era filho de FRANCISCO DA COSTA ARAUJO c.c. JOSEFINA FERNANDES.

Tia Dita, como é era carinhosamente chamada por todos que a conheceram, era uma daquelas pessoas batalhadoras que deram duro a vida toda, sem tomar conhecimento do significado da palavra “descanso”. De suas origens, através das economias conseguidas em seu trabalho como lavadeira e vendendo hortaliças, aliado ao minguado salário de seu marido, conseguiu a muito custo comprar casinha após casinha, passando a viver da locação destas, até conseguir chegar numa posição razoavelmente confortável, amealhando modesta fortuna e garantindo a subsistência de seus oito filhos, todos nascidos em São José dos Campos, a saber:

1.1. JOSÉ ANTUNES DE ARAUJO, nascido em São José dos Campos em 21/04/1936, c.c. MARIA JOSÉ CORREIA – que passou a assinar Maria José Correia de Araujo. Tiveram:

1.1. MEIRE REGINA DE ARAUJO, que de seu casamento com JOÃO CARLOS LEVORATTI teve as meninas:

1.1. PALOMA.

1.2. LETÍCIA.

1.3. VIVIANA.

1.2. BEATRIZ ANTUNES DE ARAUJO, casada com SAULO, pais de:

2.1. ADRIAN.

1.3. ARIOVALDO ANTUNES DE ARAUJO.

1.4. MÁRCIA ANTUNES DE ARAUJO, a Marcinha, minha amiga de infância e colega de trabalho no extinto Banco Nacional S.A., onde desde os anos 80 já registrávamos discussões homéricas sobre qual seria o nosso grau de parentesco e quem seriam os ascendentes em comum. A cada discussão chegávamos a conclusões diferentes… Márcia casou-se com MAURÍCIO DE OLIVEIRA, sendo pais do casal:

4.1. TAÍS DE OLIVEIRA e

4.2. JONAS.

1.2. MARIA JOSÉ DE ANDRADE, nascida em 21/04/1938 em São José dos Campos, SP, casou-se com GERALDO COSTA, após o casamento passou a assinar Maria José de Andrade Costa. Pais de:

2.1. MARIA CRISTINA, que de seu casamento com TARCÍSIO DE CASTRO teve três meninos.

1.1. MARCELO.

1.2. LUCAS.

1.3. RENATO.

2.2. WILSON ROBERTO, separado, e que teve uma filha.

2.1. BRUNA.

2.3. MÁRCIA DE FÁTIMA COSTA, casou-se com GILBERTO, e perpetuou sua linhagem através do casal:

3.1. GABRIELLE, que teve:

1.1. WILLIAN.

3.2. EDUARDO.

2.4. WILTON GERALDO casou-se com MARTA, sendo pais de:

4.1. JEAN.

4.2. RUAN.

2.5. MARINA AUXILIADORA DA COSTA casou-se com REGINALDO, pais de:

5.1. TÁBATA PAOLA.

5.2. TAITÁ.

1.3. APARECIDA DA GRAÇA ANDRADE, nascida em 06/04/1940, em São José dos Campos, SP, solteira, sempre viveu com a Tia Dita.

1.4. SEBASTIÃO DA COSTA ANDRADE, também de São José dos Campos, SP, nasceu em 19/01/1943. Casou-se com LEONÍDIA NUNES (Léia), que passou a assinar Leonídia de Andrade. Pais de:

4.1. ALESSANDRO.

4.2. DANIELA.

1.5. BENEDITA DE ANDRADE, nascida em São José dos Campos, SP, em 03/04/1945, sendo a mais velha das gêmeas. Casou-se com PEDRO DE ARAUJO FONSECA (o “Pedrão”, do depósito de material de construção), com o qual teve os seguintes filhos:

5.1. ROGÉRIO DE ANDRADE FONSECA, que, com SIMONE CRISTINA DOS SANTOS, teve:

1.1. PEDRO FELIPE DOS SANTOS FONSECA.

1.2. JOÃO LUCAS DOS SANTOS FONSECA.

5.2. REGINALDO DE ANDRADE FONSECA.

5.3. ROBSON DE ANDRADE FONSECA.

5.4. [Filha de Benedita e Pedro].

1.6. MARIA DAS DORES ALVES DOS SANTOS, também nascida em 03/04/1945, também em São José dos Campos, SP, sendo a mais nova das gêmeas. Maria casou-se com MÁRIO ALVES DOS SANTOS, falecido em 26/08/2003, sendo sua prole:

6.1. MAURÍCIO.

6.2. MARLI ALVES DOS SANTOS, casou-se com OTÁVIO MELO, e teve:

2.1. BIANCA.

2.2. DÊNIS.

6.3. CLÁUDIO ALVES DOS SANTOS, que casou-se com PATRÍCIA. Tiveram:

3.1. GABRIELA.

3.2. FILIPE.

6.4. CLÁUDIA MARIA DOS SANTOS, que teve:

4.1. PAULA

6.5. CLAUDINEI ALVES DOS SANTOS, casado com VERA, pais de:

5.1. WILLIAN.

6.6. MÁRIO DOS SANTOS JÚNIOR, marido de NATÁLIA, com os seguintes filhos:

6.1. JÚLIA.

6.2. VITÓRIA.

6.3. CARLOS EDUARDO.

6.7. MAURO ALVES DOS SANTOS.

1.7. MARIA DE JESUS ANDRADE, faleceu ao nascer, em São José dos Campos, SP.

1.8. LUIZ CARLOS DE ANDRADE, nascido em 15/09/1956 em São José dos Campos, SP, teve um relacionamento com LEONORA, que resultou em uma filha:

8.1. ISABELLA DE ANDRADE.

2.2. MARIA DIONÍSIA DE JESUS, minha avó, nascida em 15/04/1912 no Bairro do Rio Mogi, em Ouro Fino, MG, e falecida em São Paulo, Capital, em 14/09/1945, de doença que, à época, suspeitou-se ser tuberculose. Casou-se com meu avô, BERNARDO CLAUDINO NUNES, já descrito anteriormente. Ela teve, pelo que sabe, ao menos sete filhos, sendo que os quatro primeiros faleceram bem pequenos.

2.1. DIONÍSIA NUNES, nascida em 26/10/1939 em São José dos Campos, SP, e casada com LELIO SILVANO GALUZZI (também encontrado como GALUZZO), natural de Chieti, Itália. Sua descendência encontra-se descrita no capítulo que trata da Família Nunes.

2.2. JOSÉ, que sofria de paralisia infantil e faleceu com apenas cinco anos de idade.

2.3. BERNARDETE NUNES, minha mãe, natural de São Paulo, Capital, e registrada no cartório da Lapa. Nasceu em 10/09/1943, e casou-se com meu pai, JOSÉ BENTO DE ANDRADE, cujo núcleo familiar vou deixar para descrever em um capítulo à parte.

2.3. Uma menina, nascida em 29/10/1909 e falecida logo em seguida, com apenas um mês, em 29/11/1909.

O segundo casamento de ANTONIO ANTUNES JUNIOR se deu em 23/12/1916, com MARIA JOSÉ DO NASCIMENTO, natural de Conceição dos Ouros, Minas Gerais, nascida em 1900 e falecida em 21/01/1942, em São José dos Campos, SP, filha de JOÃO BAPTISTA DO NASCIMENTO e de FRANCISCA FLORIANO DE JESUS. Além de criar as duas enteadas, Maria José teve ainda dezoito filhos, sendo que faleceu no parto do último. Destes, apenas nove sobreviveram.

2.4. ANTONIO ANTUNES NETTO, o Tio Toninho, possivelmente também encontrado como Antonio Antunes Duarte, casou-se com MARIA JOSÉ ANTUNES DUARTE, nascida em 1911 e falecida em 21/01/1986. Tiveram 5 filhos:

4.1. DORIVAL.

4.2. FRANCISCO, que tinha alguma espécie de “distúrbio mental”.

4.3. JOSÉ BENEDITO, casado e teve um filho.

3.1. [Filho de José Benedito].

4.4. ALAÍDE, casada e teve um filho.

4.1. [Filho de Alaíde].

4.5. MARIA APARECIDA, a “Cida”, casada com FRANÇA. Teve:

5.1. [Filho de Cida e França].

5.2.  [Filho de Cida e França].

5.3.  [Filha de Cida e França].

5.4.  [Filho de Cida e França].

2.5. BENEDITA CONCEIÇÃO ANTUNES DA SILVA, nascida em 08/12/1917 e falecida em 21/06/2000, a “Tia Ditinha”, casou-se com JOSÉ PINTO DA SILVA, nascido em 23/01/1914 e falecido em 06/02/1982, filho de Juvenal Pinto da Silva, nascido em 1874 e falecido em 24/10/1948, que em 1909 casou-se com Ana de Oliveira Arantes, nascida em 13/12/1888 e falecida em 25/03/1967. José tinha por avós paternos Albino Pinto da Silva e Rufina Maria da Conceição, e neto materno de Joaquim Arantes de Oliveira e Cândida de Oliveira Arantes. Tiveram:

5.1. JORGE PINTO, casado com EUSÉBIA PEREIRA DE OLIVEIRA.

5.2. JOÃO PINTO.

5.3. PEDRO.

5.4. ALAÍDE.

5.5. IRENE.

5.6. MARIA.

5.7. PRESCILIANA.

5.8. TERESINHA.

5.9. FRANCISCA.

2.6. BERNADETTE ANTUNES, nascida em 21/08/1928, casou com BENEDITO MANOEL DE SOUSA, adotando o nome Bernardette Antunes de Souza. Ele faleceu em abril de 1960. Após, juntou-se com PEDRO AUGUSTO DE ANDRADE, filho do “Seu” Antério, que já havia sido namorado de Bernardette. Teve, com o primeiro marido:

6.1. MARIA DAS GRAÇAS.

6.2. TEREZA.

6.3. ANTONIO.

6.4. BENEDITA.

6.5. NEUZA.

6.6. JARBAS.

6.7. SEBASTIÃO, já falecido.

Já de seu segundo relacionamento teve:

6.8. GISELE, nascida em 1962 e falecida com apenas 3 anos, em 1965.

6.9. GILMA.

6.10. SILVANA.

2.7. HELENA NASCIMENTO ANTUNES, nascida em 30/08/1930, casada em 24/12/1946 com SEBASTIÃO DE OLIVEIRA, nascido em 21/12/1921 e falecido em 10/12/2006. Após o casamento ela adotou o nome de Helena do Nascimento Oliveira.

Sebastião era filho de Olympio Antônio de Oliveira, nascido em 1889, que em 23/10/1913 casou-se com Fausta Maria da Cunha, nascida em 1896.

Olympio, por sua vez, teve pelo menos dois irmãos: Rodolpho Antônio de Oliveira e Benedita. Eram filhos de Antonio Joaquim de Oliveira, nascido em 1860 e falecido aos 75 anos, em 31/03/1935, e de Mariana Antônia de Jesus, primeira esposa de Antonio (que mais tarde casou-se com Anna Francisca de Oliveira, nascida em 1891 e falecida em 24/02/1971, filha de Tristão José de Medeiros e de Liduína Maria de Jesus). Os avós paternos de Olympio e seus irmãos foram José Antonio de Oliveira Machado e Alexandrina Martins de Arantes.

Já Fausta Maria da Cunha, mãe de Sebastião, era filha de Joaquim José da Cunha e de Maria Augusta Monteiro da Cunha.

Consta que Helena e Sebastião tiveram ao todo 19 filhos, sendo 14 que cresceram.

7.1. MARIA ALICE DE OLIVEIRA SILVA, nascida em 31/10/1947. Casou-se em 24/12/1966 com EMÍLIO PINTO DA SILVA, filho de Juvenal Pinto da Silva e Ana de Oliveira Arantes (citados em 2.5). Tiveram três filhos:

1.1. APARECIDA DE FÁTIMA SILVA, nascida em São José dos Campos, SP, em 10/01/1970. Passou a assinar Aparecida de Fátima Silva Souza Vicente após seu casamento com EDDY CARLOS SOUZA VICENTE, nascido em 01/01/1970, natural de Cachoeira Paulista, SP, filho de José Vicente Filho e de Maria das Dores de Souza Vicente. Ele é o autor do livro Sítio Santa Helena: uma perspectiva histórica, lançado em 2016. Tiveram uma filha.

1.1. MÔNICA CHRISTINE SILVA SOUZA VICENTE, nascida em 27/07/1991.

1.2. RODOLFO DONIZETE DA SILVA.

1.3. RENATO DA SILVA, nascido em São José dos Campos, SP, em 10/08/1971, casado com ROSENEI APARECIDA DE OLIVEIRA SILVA, pais de:

3.1. KENNEDY JOSÉ DE OLIVEIRA SILVA, de 19/03/1999.

7.2. HILDEBRANDO DE OLIVEIRA, nascido em 02/10/1948 e que faleceu com apenas sete dias, já em 09/10/1948.

7.3. RUTE DE OLIVEIRA, natural de São José dos Campos, SP, onde nasceu em 16/03/1950. Casou-se com BENEDITO GERALDO DE OLIVEIRA, filho de João Pinto de Oliveira e sua primeira esposa Dusolina Serão, neto paterno de Juvenal Pinto da Silva e Ana de Oliveira Arantes (citados em 2.5). Tiveram sete filhos.

3.1. ROGÉRIO APARECIDO DE OLIVEIRA, nascido em 07/09/1967 em São José dos Campos, SP. Casou-se com RITA DE CÁSSIA CUSTÓDIO, porém em 2008 já estavam divorciados. Rita faleceu em 2011, vítima de um acidente de trânsito. Seus filhos, todos nascidos em São José dos Campos, SP:

1.1. RENATA FRANCIELE OLIVEIRA, de 10/02/1990.

1.2. JOÃO PAULO CUSTÓDIO OLIVEIRA, de 10/01/1998.

1.3. ANA CLARA CUSTÓDIO OLIVEIRA, de 14/08/2000.

3.2. ROSELI APARECIDA DE OLIVEIRA, nascida em 13/08/1968, casou-se com PAULO CÉSAR DOS SANTOS e são os pais de:

2.1. PAULO EDUARDO DOS SANTOS, nascido em 09/08/1988 em São José dos Campos, SP.

2.2. PÂMELA PATRÍCIA DOS SANTOS, nascida em 17/07/1989 em São José dos Campos, SP.

2.3. MATHEUS AUGUSTO DOS SANTOS, nascido em 19/05/1993 em São José dos Campos, SP.

3.3. RONALDO DE OLIVEIRA nasceu em 24/09/1969 e faleceu após dois meses, em novembro do mesmo ano.

3.4. JORGE LUÍS DE OLIVEIRA nasceu em 02/09/1970 em São José dos Campos, SP, e casou-se com SUELI APARECIDA DE OLIVEIRA, nascida em 14/01/1973, filha de Vicente Oliveira da Silva e de Terezinha Amorim da Silva.

3.5. ROSEMARY CRISTINA DE OLIVEIRA também nasceu em São José dos Campos, SP, em 10/01/1972.

3.6. ROBSON DONIZETE DE OLIVEIRA nasceu em 19/07/1973 em São José dos Campos, SP, onde casou-se pela primeira vez com a também joseense DÉBORA VALENTE, com quem teve:

6.1. ROBSON CAMARGO VALENTE, nascido em 29/09/1996 em São José dos Campos, SP.

ROBSON casou-se novamente, desta vez com FABRINA APARECIDA FERREIRA DE OLIVEIRA, nascida em 14/08/1976.

3.7. JÚLIO CÉSAR DE OLIVEIRA nasceu em 26/07/1992 em São José dos Campos, SP, e casou-se com KAREN PANITZ SALÍCIO, nascida em 14/01/1992, filha de Horival Campos Salício e Flávia Campos Salício. São os pais dos gêmeos nascidos em São José dos Campos, SP:

7.1. PEDRO PANITZ SALÍCIO DE OLIVEIRA, de 12/04/2013.

7.2. DAVI PANITZ SALÍCIO DE OLIVEIRA, também de 12/04/2013.

7.4. JOSÉ APARECIDO DE OLIVEIRA nasceu em São José dos Campos, SP, em 02/08/1952. Casou-se pela primeira vez e teve quatro filhos com ALZIRA PEREIRA DE OLIVEIRA, filha de Ernesto Vilela, famoso “cantador” da região, joseense nascido em 24/08/1916, e de Terezinha Pereira de Oliveira. Mais detalhes sobre a vida de Ernesto encontram-se no livro Mestre Calangueiro Ernesto Villela, de autoria de Alcemir Palma. Filhos de José e Alzira:

4.1. MÁRCIO ROQUE DE OLIVEIRA, de 16/08/1975, natural de São José dos Campos, SP. É o marido de ANGÉLICA DOS SANTOS OLIVEIRA, também nascida em São José dos Campos, SP, em 03/12/1977, filha de José Roberto dos Santos e de Maria Donizetti dos Santos. O casal reside em Caçapava, SP, onde tiveram um casal de filhos:

1.1. GABRIEL SANTOS OLIVEIRA, de 21/09/2002.

1.2. SARAH GABRIELLY DE OLIVEIRA, de 27/04/2007.

4.2. MIRLENE APARECIDA DE OLIVEIRA, nascida em 22/08/1977 em São José dos Campos, SP, esposa de ODAILTON CÉSAR DE ANDRADE, com quem teve também um casal de filhos, ambos nascidos em Caçapava, SP.

2.1. HENRICO CÉSAR DE ANDRADE, de 23/05/2005.

2.2. ANA OLIVEIRA DE SOUZA, de 22/09/2009.

4.3. MERIANE TERESINHA DE OLIVEIRA SOUZA, nascida em 05/09/1979 em São José dos Campos, SP, que se casou com PEDRO RODOLFO DE SOUZA, nascido em 03/11/1979 em Caçapava, SP, filho de Elias Gomes de Souza e de Maria Eugênia de Souza. Suas três filhas nasceram em Caçapava, SP.

3.1. MARIA JÚLIA DE OLIVEIRA DOS SANTOS,  de 29/11/1998.

3.2. SOPHIA EUGÊNIA DE SOUZA, de 25/01/2008.

3.3. AMANDA DE OLIVEIRA SOUZA, de 04/10/2009.

4.4. MÁRIO APARECIDO DE OLIVEIRA, nasceu em 16/08/1982 em Caçapava, SP, onde conheceu a também caçapavense CRISTIELE REZENDE DE OLIVEIRA, nascida em 07/07/1987 e onde tiveram seus quatro filhos:

4.1. MATHEUS HENRIQUE DE OLIVEIRA, de 01/12/2004.

4.2. MARIA CLARA DE OLIVEIRA, de 10/07/2006.

4.3. EMANUELLY APARECIDA DE OLIVEIRA, de 23/09/2010.

4.4. ROGÉRIO CENI DE OLIVEIRA, de 13/12/2012.

JOSÉ APARECIDO casou-se pela segunda vez com SELMA SOARES ROSA DE OLIVEIRA, nascida em 03/10/1969, natural de Brazilândia, MG, com quem teve:

4.5. FRANCINE ROSA DE OLIVEIRA, que nasceu em 19/10/1989 em Caçapava, SP. Casou-se com TIAGO JORDAN DE LIMA e são pais de:

5.1. MARIA FERNANDA ROSA DE LIMA, nascida em 05/04/2010, em São José dos Campos, SP.

7.5. PLÍNIO DE OLIVEIRA, nascido em 15/10/1955 é natural de São José dos Campos, SP. Casou-se pela primeira vez com VILMA MORENO SANCHES, com quem teve:

5.1. ADILENE VANESSA SANCHES DE OLIVEIRA, nascida em São José dos Campos, SP, em 25/09/1983 e que tem um filho com ROBSON FERNANDO FERREIRA.

1.1. DANIEL FERNANDO OLIVEIRA FERREIRA, também natural de São José dos Campos, SP, onde nasceu em 12/10/2006.

5.2. DOLORES SANCHES DE OLIVEIRA, nascida em São José dos Campos, SP, em 29/01/1985, e que tem um filho com LUÍS CARLOS FELIPE.

2.1. GLEISON SANCHES FELIPE, também natural de São José dos Campos, SP, onde nasceu em 02/08/2001.

PLÍNIO casou-se pela segunda vez com DENISE MORENO SANCHES e são pais de:

5.3. DIEGO SANCHES NASCIMENTO DE OLIVEIRA, nascido em 15/06/1996 em São José dos Campos, SP.

7.6. PAULO SÉRGIO DE OLIVEIRA nasceu em São José dos Campos, SP, em 18/07/1957. Casou-se pela primeira vez com MARIA APARECIDA DOS SANTOS, nascida em 26/07/1958, natural de Brazópolis, MG, filha de Sebastião Dias dos Santos e de Divina Dias dos Santos. Tiveram duas filhas:

6.1. JULIANA PAULA DE OLIVEIRA, nascida em 16/06/1983 em São José dos Campos, SP, com EDUARDO LEANDRO SILVEIRA teve um filho. Separaram-se.

1.1. LEONARDO HENRIQUE DE OLIVEIRA SILVEIRA nasceu em 02/03/1999 em São José dos Campos, SP.

Após a separação JULIANA fixou residência em Campinas, SP, com ROLANDS SARRETA MENEZES, filho de José Hilário Menezes e de Vanderci Sarreta Menezes.

6.2. CRISTIANE DE OLIVEIRA, nascida em 26/07/1986 em São José dos Campos, SP. Divorciada e sem filhos.

PAULO SÉRGIO casou-se pela segunda vez com SILVANA APARECIDA CLARO, natural de Monteiro Lobato, SP, filha de Luiz Claro e de Maria Teresa dos Santos Claro. Tiveram:

6.3. JÚLIA RAFAELA DE OLIVEIRA, nascida em 29/09/2006 em São José dos Campos, SP.

7.7. SÔNIA MARIA DE OLIVEIRA, natural de São José dos Campos, SP, onde nasceu em 06/03/1959, casou-se pela primeira vez com JOSÉ PINTO DE OLIVEIRA, filho de João Pinto de Oliveira (citado anteriormente em 7.3) e sua segunda mulher, Maria Lobo. Tiveram quatro filhos, todos nascidos em São José dos Campos, SP.

7.1. VANDERLEI JOSÉ DE OLIVEIRA, de 24/09/1976, casou-se em 18/12/1999 com ANGELITA MENDES RAMOS DE OLIVEIRA, nascida em 23/09/1977 e em São José dos Campos, SP, tiveram:

1.1. LUCAS EDUARDO RAMOS DE OLIVEIRA, de 07/06/2002.

1.2. THIAGO VINÍCIUS RAMOS DE OLIVEIRA, de 09/11/2007.

7.2. ROSELENE CRISTINA DE OLIVEIRA, de 02/03/1978, casou-se pela primeira vez com CARLOS ALEXANDRE DOS SANTOS, natural de São José dos Campos, SP, onde nasceu sua filha:

2.1. LARISSA BIANCA DE OLIVEIRA SANTOS, de 09/02/1999.

O segundo casamento de ROSELENE foi com MICHAEL RODRIGO APARECIDO MARTINS DAS NEVES, com quem teve, também em São José dos Campos, SP:

2.2. ALÍCIA JAMILE DE OLIVEIRA NEVES, de 24/05/2005

2.3. EDUARDO HENRIQUE DE OLIVEIRA NEVES, de 14/01/2007.

7.3. ROSANA APARECIDA DE OLIVEIRA, de 18/03/1980, que se casou com MESSIAS PONTES ALVARENGA, de 06/06/1972, natural de São José dos Campos, SP, onde tiveram:

3.1. JÚLIA NICOLE DE OLIVEIRA ALVARENGA, de 23/03/2003.

3.2. RAFAEL OLIVEIRA ALVARENGA, de 19/09/2005.

7.4. VANDO DONIZETE DE OLIVEIRA, de 11/05/1983, casou-se com CIDILENE LAU, natural de São José dos Campos, SP. Tiveram:

4.1. LARA LAU DE OLIVEIRA, nascida em 01/03/2010 em São José dos Campos, SP.

SÔNIA, de sua segunda união com JOÃO VIANA DE OLIVEIRA FILHO, teve o seguinte casal de filhos, também nascidos em São José dos Campos, SP:

7.5. JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA, de 16/04/1989.

7.6. VIVIANE LETÍCIA DE OLIVEIRA, de 05/07/1993.

7.8. PEDRO LUÍS DE OLIVEIRA nasceu em 26/06/1960 em São José dos Campos, SP. Casou-se com RÚBIA APARECIDA OLIVEIRA, nascida em 31/07/1968 em Paraisópolis, MG, filha de Sebastião Claudiano dos Santos e de Vitória Maria dos Santos. Seus filhos, todos de São José dos Campos, SP, são:

8.1. MARIANA CÁSSIA OLIVEIRA, nascida em 29/01/1986 e casada com WELLINGTON PINTO FERREIRA, nascido em 06/11/1978 em Guarulhos, SP. Pais de:

1.1. VITÓRIA HELENA FERREIRA PINTO, nascida em 03/03/2008 em São José dos Campos, SP.

8.2. LEONARDO LUÍS DE OLIVEIRA, nascido em 13/03/1988.

8.3. MATHEUS APARECIDO DE OLIVEIRA, nascido em 13/12/1994.

7.9. DALVA DE OLIVEIRA RIZZI nasceu em São José dos Campos, SP, em 29/10/1961. Casou-se com ANTÔNIO RIZZI SOBRINHO (já falecido), filho de Luís Rizzi e de Placidina de Oliveira Rizzi,  e em São José dos Campos, SP, nasceram seus filhos:

9.1. ELAINE CRISTINA RIZZI, nascida em 25/07/1978, que de seu primeiro casamento com ARILDO ALVES teve os filhos:

1.1. FELIPE RIZZI ALVES, nascido em 05/06/1993 em São José dos Campos, SP.

1.2. PEDRO HENRIQUE RIZZI ALVES, nascido em 26/06/1996 em São José dos Campos, SP.

ELAINE casou-se novamente, desta vez com MARCELO SALGADO, natural de São José dos Campos, SP.

9.2. EMERSON LUÍS RIZZI, nascido em 26/09/1980.

9.3. ÂNGELA REGINA RIZZI MENEGUETTI, nascida em 05/04/1982, casou-se com RODRIGO GERMANO MENEGUETTI, natural de São José dos Campos, SP. Tiveram:

3.1. GIOVANA RIZZI MENEGHETTI, nascida em 29/10/2002 em São José dos Campos, SP.

3.2. MARCO ANTÔNIO RIZZI MENEGHETTI, nascido em 26/01/2005 em São José dos Campos, SP.

9.4. ARTUR ROGÉRIO RIZZI, nascido em 10/02/1984.

9.5. LÚCIA HELENA RIZZI ARAÚJO, nascida em 16/07/1985, casada com LUÍS MACHADO ARAÚJO, natural de São José dos Campos, SP, com quem teve:

5.1. MATHEUS RIZZI ARAÚJO, nascido em 04/06/2005 em São José dos Campos, SP.

5.2. CAROLINE RIZZI ARAÚJO, nascida em 10/07/2015 em São José dos Campos, SP.

7.10. VERA LÚCIA DE OLIVEIRA OSSES, natural de São José dos Campos, SP, onde nasceu em 22/10/1963. Casou-se com ANTÔNIO OSSES, nascido em 05/09/1961, filh ode João Osses e de Benedita Fabiana Osses. Seus filhos, ambos nascidos em São José dos Campos, SP, são:

10.1. ANDRÉ LUÍS OSSES, nascido em 24/04/1985.

10.2. DIEGO MARCOS OSSES, nascido em 17/08/1989 e de seu casamento com SIRLÉIA APARECIDA MOREIRA nasceu:

2.1. GABRIELA MOREIRA OSSES, em 01/10/2008, natural de São José dos Campos, SP.

7.11. SEBASTIÃO DONIZETE DE OLIVEIRA nasceu em 20/01/1965 em São José dos Campos, SP, e faleceu em 04/04/2011. De seu relacionamento com EDNA APARECIDA MACHADO teve o seguinte filho:

11.1. IGOR APARECIDO DE OLIVEIRA, nascido em 08/08/1990 em São José dos Campos, SP, que tem duas filhas.

1.1. [Filha de Igor].

1.2. [Filha de Igor].

7.12. BENEDITO CARLOS DE OLIVEIRA nasceu em 11/04/1966 em São José dos Campos, SP. De seu casamento com MARIA MADALENA CUNHA DE OLIVEIRA teve uma filha.

12.1. BRUNA MARIA DE OLIVEIRA, nascida em São José dos Campos, SP, em 08/05/1983.

7.13. SOLANGE APARECIDA DE OLIVEIRA GAMA nasceu em São José dos Campos, SP, em 29/07/1967, e casou-se com JOSÉ MORENO GAMA, nascido em 20/10/1961, filho de JOSÉ SANTO DA GAMA e de AZÁLIA MORENO GAMA CARVALHO. Tiveram cinco filhos, todos nascidos em São José dos Campos, SP:

13.1. ELISETE DE OLIVEIRA GAMA CARVALHO, nascida em 11/05/1990, que se casou com MOISÉS SILVA CARVALHO.

13.2. ELIETE DE OLIVEIRA GAMA, nascida em 29/12/1991.

13.3. ELENILTON DE OLIVEIRA GAMA, nascido em 20/03/1994.

13.4. EDSON DE OLIVEIRA GAMA, nascido em 16/01/1999.

13.5. EDUARDO DE OLIVEIRA GAMA, nascido em 15/07/2007.

7.14. LUCIMAR DE OLIVEIRA MARQUES nasceu em 20/03/1969 em São José dos Campos, SP. Casou-se com REGINALDO MESSIAS MARQUES, nascido em 09/07/1967, natural de Sapucaí-Mirim, MG, filho de Antônio Messias Marques e de Nilcéia Maria Marques. São pais de:

14.1. GABRIEL MAURÍCIO MARQUES, que nasceu em São José dos Campos, SP, em 07/04/1997.

2.8. SEBASTIÃO ANTUNES, falecido em 18/12/1994, foi casado com MARIA APARECIDA DE MIRANDA, também já falecida. Após a morte de sua esposa, Sebastião manteve um novo relacionamento com outra mulher que já possuía filhos. Um desses filhos faleceu em um acidente de moto e está sepultado no jazigo da família. Seu nome era José Adalberto da Silva, e faleceu em 21/11/1992.

8.1. CARLOS ALBERTO ANTUNES, o “Carlão”. Meu melhor amigo durante um bom período de minha adolescência, colecionávamos histórias e mais histórias de bailes, bares e viagens em sua boa e velha moto TT 125… Nasceu em São José dos Campos, SP, em 08/07/1963, mesmo local em que veio a falecer em 20/10/1997, com apenas 34 anos. Câncer do pulmão.

E na mesma cidade, em 26/03/1993 casou-se com CLAUDETE LEITE, nascida em 09/09/1966, também joseense, filha de NOEL LEITE e de MARIA DAGMAR LEITE, que acabou adotando o nome de casada de Claudete Leite Antunes. Ela já possuía uma filha, havida de um relacionamento anterior com um sujeito conhecido apenas como “Paraná”:

– LUANA.

8.2. MARIA JOSÉ ANTUNES, casada com GILBERTO DOMICIANO. Após o casamento passou a assinar Maria José Antunes Domiciano. Tiveram:

2.1. WAGNER.

2.2. TATIANE, que de seu relacionamento com DIEGO, teve:

2.1. MARIA LETÍCIA.

8.3. CLÁUDIO DONIZETTI ANTUNES casou-se em 14/06/1994 com SÍLVIA HELENA DE ALMEIDA e tiveram uma filha:

3.1. NICOLE.

8.4. MARLI ROSANGELA ANTUNES foi casada com ÉDISON BENEDITO DE PAULA, mas separaram-se em 22/03/1991. Suas três filhas:

4.1. ELAINE DE PAULA, nascida em 29/07/1979, que de seu relacionamento com HELENIR RIBEIRO teve uma filha:

1.1. STÉFANI RIBEIRO, nascida em 24/06/2000.

4.2. ÉRIKA DE PAULA NASCIMENTO, nascida em 25/09/1981. Casou-se em 12/02/1999 com CLÁUDIO CAETANO DO NASCIMENTO, nascido em 03/12/1972. Foi ela que trabalhou em casa e nos ajudou a criar os dois primeiros filhotes, sendo que o mais velho costumava chamá-la de “Titá”… Tiveram uma filha:

2.1. [Filha da Érika].

4.3. SUELLEN ANTUNES DE PAULA, nascida em 14/05/1983. De seu relacionamento teve uma filha.

3.1. [Filha da Suellen].

8.5. VALDEMIR ANTUNES foi casado com SÔNIA ELIZABETE CARDOSO, que adotou o nome de casada de Sônia Elizabete Cardoso Antunes. A irmã de Sônia chamava-se Maria Inês, teve um filho e ambos resolveram criar esse menino:

– JOÃO PAULO.

2.9. MARIA BENEDITA ANTUNES DUARTE, também encontrada como Maria José Antunes Duarte, e mais conhecida como Mariinha. Nasceu em 1911 e faleceu em 21/01/1986. Foi casada com LUIZ DUARTE DA ASSUNÇÃO, nascido em 1921 e falecido em 07/05/2000.

2.10. MARIA APARECIDA ANTUNES casou-se com ALTAMIRO DELLU.

2.11. JOÃO ANTUNES, que já era falecido em 1972, foi casado com MARIA ALVES DE SOUZA ANTUNES. Tiveram 5 filhos.

11.1. MARTA DAS GRAÇAS ANTUNES DUARTE, foi casada com JOSÉ DUARTE FILHO.

11.2. MARIA APARECIDA ANTUNES DUARTE, casada com CARLOS DUARTE.

11.3. EMERENCIANO DE SOUZA ANTUNES, nascio em 28/05/1953.

11.4. EDWAR DE SOUSA ANTUNES,nascido em 27/12/1955.

11.5. MARIANA DE FÁTIMA ANTUNES, nascida em 25/11/1958.

2.12. PALMIRA ANTUNES. Faleceu aproximadamente em 1957, em Franco da Rocha, onde encontra-se sepultada. A família não ficou sabendo exatamente qual o motivo da morte. Ela possuía algum tipo de distúrbio, e, por isso, foi internada no sanatório de Franco da Rocha, onde, segundo se conta, teve uma diarreia muito forte, e veio a falecer.

E o terceiro casamento de ANTONIO ANTUNES JUNIOR se deu por volta de 1944 com GUILHERMINA LIBANO (também encontrada como “Libaneo” ou “Libânio”), nascida em 10/10/1897 em Borda da Mata, MG, filha de JOÃO BAPTISTA DO NASCIMENTO e de FRANCISCA MARIA DE JESUS. Ela faleceu de infarto agudo do miocárdio às 16h50min de 17/04/1982 no Hospital de Clínicas de Curitiba, PR, enquanto visitava seus parentes. Não tiveram filhos.

3. ARINDA, casada com JOÃO LIBANO (irmão da anteriormente citada Guilhermina), pais de:

3.1. BENEDITO LIBANO DE SOUZA, padre em Sertanópolis, no Paraná.

3.2. ANA LIBANO.

4. JOSÉ (JUCA) ANTUNES, que se casou com IRENE e tiveram:

4.1. ANTONIO.

OBSERVAÇÃO: o genograma do ramo Antunes de Nossa Grande Família encontra-se disponível para download neste link.