Fortes de Bustamante

Temos aqui duas importantes famílias que vieram da Espanha e Portugal e cujos descendentes até hoje estão espalhados pelo Brasil, às vezes com o nome de “Fortes Bustamante”, às vezes com o nome de “Bustamante Fortes”, sendo que em outros casos restou apenas o “Bustamante” ou somente o “Fortes”. Tendo primeiramente se estabelecido em Minas Gerais, também encontramos os descendentes de seu tronco principal no Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí e mesmo alguns no Mato Grosso. A grande dificuldade que encontramos para traçar as corretas linhas genealógicas de descendência dessa numerosíssima família foi a gigantesca quantidade de homônimos que encontramos geração após geração, de modo que muitos genealogistas (e dos mais experientes!) já se equivocaram ao construir essa árvore – o que não significa que estejamos isentos a esse mesmo tipo de erro: o tempo e as revisões o dirão…

Nas linhas que se seguem vou traçar a linhagem dessa família a partir do mais antigo ascendente que encontrei, passando por 22 gerações, até chegar nos dias atuais, com os filhos de minha amiga Sheila Moreira Fortes.

FORTES é um sobrenome de origem patronímica (ou seja, formado a partir do nome do pai), tomado de antigo nome de batismo medieval, Fortún > Fortes. Na Espanha, Fuertes. Do adjetivo forte. O local primitivo da família Fuertes encontra-se nas Astúrias, Espanha, tendo a sua origem e fundação num dos castelos ou casas fortificadas que foram mandadas construir no Concelho de Cangas, por ordem do Rei Dom Alfonso el Casto (*759 +842), quando, vitorioso na Batalha de Lutos contra os mouros, queria proteger todo aquele território de novas invasões.

BUSTAMANTE, por sua vez, é um sobrenome de origem geográfica. Família originária de Castela, que tomou o seu sobrenome do Lugar de Bustamante, de que foram senhores, de modo que o nome dessa localidade foi incorporando-se também como o nome da família que vivia naquele lugar – ou seja, se alguém fosse fazer referência a um fulano que morasse naquela região, diria algo como “Fulano, que mora na região de Bustamante” ou, melhor dizendo, “Fulano de Bustamante”. Essa localidade pertence hoje ao Município de Valderredible, na Província da Cantábria, Espanha. Passaram a Portugal, de onde se acabaram também vindo para o Brasil.

1 – GONZALO FUERTES

Na linhagem da família dos Fortes que compunham o Baronato dos Lordes de Casa de Andès, o ascendente mais antigo encontrado foi Gonzalo Fuertes de Cangas, um cavaleiro que viveu durante os anos de 1350 em diante na já citada região de Cangas (daí a alcunha no final de seu nome). Foi possível fixar essa data em decorrência de uma escritura que outorgou a sua mulher, INÈS GONZALEZ, em 10 de agosto de 1364, doando muitos bens ao Monastério de San Juan de Corias, nos Concelhos de Cangas e Tinèo. Gonzalo Fuertes foi o Senhor da Casa e Solar dos Fuertes.

Filho(s): Arias Gonzalez Fuertes.

2 – ARIAS GONZALEZ FUERTES

Viveu na época do Rei Dom Henrique II de Castela (*1333 + 1379). Devido a diferenças particulares, Arias Gonzalez Fuertes de Cangas foi assassinado violentamente por Alvaro Alfonso, filho de Lope Rodriguez, pessoa igualmente poderosa naquele Concelho. A vingança por essa morte era desejada pelo primo do falecido, Ares Gonzalez de Somiedo, o qual desafiou publicamente o assassino. Entretanto o Rei interveio e evitou o desafio, condenando aquele que causou a morte a pagar por três mil missas rezadas no Mosteiro de San Juan de Corias. Tudo isto está registrado numa escritura que se encontra no Mosteiro, datada de 31 de março de 1377.

Filho(s): Rodrigo Fuertes.

3 – RODRIGO FUERTES

Rodrigo Fuertes foi também o Senhor da Casa e Solar dos Fuertes, e um dos mais mortais cavaleiros a serviço do reinado de Dom Juan II, de quem era fervoroso seguidor, tendo deixado – conforme era o costume da época – diversos bens e serviços aos cuidados do Monastério de San Juan de Corias.

Filho(s) Arias Gonzalez Fuertes e Alvaro Perez Fuertes.

4 – ARIAS GONZALEZ FUERTES

Arias Gonzalez Fuertes foi também o Senhor da Casa e Solar dos Fuertes, tendo sido casado com MARIA RODRIGUEZ.

Filho(s): Gonzalo Fuertes e diversos outros.

5 – GONZALO FUERTES

Gonzalo Fuertes de Cangas foi também o Senhor da Casa e Solar dos Fuertes, tendo sido casado com SANCHA RODRIGUES DE SIERRA, filha de Juan Rodriguez de Sierra, Senhor dessa ilustre e antiga Casa em Cangas. Este cavaleiro outorgou testamento no ano de 1462, no qual informa quem foram seus pais e diz que a razão de fazer aquele documento é que seus inimigos da Torre de Piedrafita de Babia de Suso queriam lhe matar, de modo que ordenava que se assim o acontecesse que fosse então seu cadáver sepultado no Monastério de San Juan de Corias, onde jaziam seus antecessores. Declarou ainda estar casado com a já citada Sancha Rodrigues de Sierra, a qual estava grávida, e que se viesse a nascer um menino, seria chamado de Arias Gonzalez, como o seu pai, e se fosse uma menina, que se chamasse Maria Rodriguez, como a sua mãe. E, por fim, nomeou por Curador de seu filho ou filha que nascesse, Alvaro Perez Fuertes de Anleo, seu tio, irmão de seu pai, para que seu filho ou filha atingisse a idade necessária, que lhe fosse entregue os bens que tinha, especialmente aqueles localizados nos lugares de Mindelo, Parrondo e Carbazosa.

Filho(s): Arias Gonzalez Fuertes.

6 – ARIAS GONZALEZ FUERTES

Arias Gonzalez Fuertes de Sierra recebeu seu nome em conformidade com o que foi determinado por seu pai e foi o Senhor da Casa e Solar dos Fuertes, em Cangas. Porém foi criado na Casa de Anleo, sob a tutela de Alvaro Perez Fuertes de Anleo, seu tio, irmão de seu avô, e havendo falecido este Alvaro Perez, seu filho Juan Alonso de Navia continuou com a educação de seu sobrinho Arias Gonzalez, sendo que quando este chegou à idade adulta lhe dispôs casar com uma parente sua, chamada MARIA ALVAREZ DE NAVIA, a qual era filha e herdeira de Lope Rodriguez de Navia e de sua mulher Maria Alvarez de Navia. Este Lope Rodriguez era descendente varão da antiquíssima Família dos Rodriguez de Navia, de modo que por este matrimônio entre Arias e Maria, e com os bens que foram adquiridos pelos Senhores da Família Fuertes, passaram a ter propriedades que iam de Cangas até Navia, onde passaram a residir – mas conservaram a antiga Casa e Solar dos Fuertes, em Cangas. Lope Rodriguez de Navia manteve o vínculo que tinha com suas propriedades em Lugar dos Andès e todos os demais bens no Concelho de Navia, passando a sucessão para os filhos de sua filha e de seu marido Arias, seu genro, conforme consta em seu testamento outorgado no ano de 1520.

Filho(s): Domingo Fuertes.

7 – DOMINGOS FUERTES

Domingos Fuertes de Sierra passou a ser o novo Senhor da Casa e Solar dos Fuertes, em Cangas. Pelo que temos notícia este cavaleiro casou-se com LEONOR RODRIGUEZ DE PAREDES, filha única de Sancho Menendez de Luarca e de sua primeira mulher Maria Mendez de Paredes, sendo esta filha de Garci Mendez de la Plaza e de Leonor Rodrigues de Paredes. Seu testamento foi outorgado em consonância com sua mulher no ano de 1543, vinculando os bens localizados nos lugares de Mindelo, Parrondo, Carbazosa e no Concelho de Cangas, assim com outros mais que possuíam em Navia. Até este ponto de nossos estudos estávamos nos guiando pelas anotações e transcrições constantes no livro Asturias Ilustrada – Primitivo origen de la nobleza de España, su antiguedad, clases, y diferencias, con la descendencia sucessiva de las principales familias del Reyno, publicado em Madrid no ano de 1760 e de autoria de Don Joseph Manuel Treles Villademoros (reprodução da capa logo abaixo).

Filho(s): Catherina Alvarez Fuertes de Sierra, Gonzalo Fuertes, Melchor Fuertes e Maria Alvarez Fuertes de Sierra, que casou-se com Juan Fernandez Avella.

8 – CATHERINA ALVAREZ FUERTES DE SIERRA

Catherina Alvarez Fuertes de Sierra foi casada com JOÃO FERNANDEZ ABELHO, da Casa e Solar dos Abelhos em Castelã. A partir daqui saímos da relação de descendentes constantes na Asturia Ilustrada e através de informações contidas no Anuário Genealógico Brasileiro de 1948, sob a coordenação de Salvador de Moya – no qual o descendente Garcia Rodrigues Paes Leme e Fortes, quinto neto de João Fernandez, traça sua genealogia para comprovar a ancestralidade – pudemos confirmar muitas das pesquisas que já foram feitas a respeito dessa família, em especial as constantes nos sites de genealogia Geni (pesquisas de Amanda Raíssa Fortes Macêdo Linhares), Family Search (pesquisa de Adriana Oliveira Vargas Barbosa) e MyHeritage. Catherina e João tiveram ao menos um filho.

Filho(s): Gaspar Fernandez Fuertes.

9 – GASPAR FERNANDEZ FUERTES

Natural de Andès, Espanha. Sem mais notícias – nem mesmo qual seria o nome da mãe de seu filho.

Filho(s): Antonio Fernandez Fuertes.

10 – ANTONIO FERNANDEZ FUERTES

Nascido em Portugal, casou-se com CLARA DA SILVA, filha de Francisco da Silva e Isabel Froes.

Filho(s): Thomás Fortes da Silva.

11 – THOMÁS FORTES DA SILVA

Perceba-se que aqui começa verdadeiramente a “Família Fortes” com sua atual grafia. O fato de Antonio, pai deste Thomás Fortes da Silva, ter nascido em Portugal demonstra que provavelmente já vem de uma linhagem ilegítima (não reconhecida para fins de herança), o que se confirma pelo fato de que estas quatro últimas gerações não são citadas no livro Asturias Ilustrada (vide fontes). E demonstrando o entrelaçamento com a família portuguesa dos Bustamante, temos que casou-se com FRANCISCA DE BUSTAMANTE, filha de Luiz de Bustamante e de Jerônima de Esparsa. O Processo de Habilitação De Genere de seu filho trouxe estas informações, conforme podemos verificar no registro abaixo.

Filho(s): Antônio Fortes de Bustamante.

12 – ANTÔNIO FORTES DE BUSTAMANTE (*1653)

Foi através de Antônio Fortes de Bustamante que pela primeira vez se teve notícia da junção dos nomes dessas duas famílias num só formato, o qual, com algumas pequenas variações, iria se manter por diversas das gerações seguintes, principalmente para aqueles radicados no Brasil. Nascido na Vila de Ourém, Santarém, em Portugal, casou-se com ANGÉLICA MARIA DE SÁ E FIGUEIREDO, filha de Manuel de Sá e Figueiredo com Bárbara Soares Barreto e neta, pela parte materna, de Álvaro Taborda e Ana Barreto. Tiveram ao todo onze filhos.

Filho(s): Luiz Fortes de Bustamante e Sá, Manoel Fortes Bustamante de Sá e Figueiredo (que se uniu à Casa dos Paes Leme, descendentes de Fernão Dias Paes, o Caçador de Esmeraldas), e outros.

13 – LUIZ FORTES DE BUSTAMANTE E SÁ (*1678 +1741)

Nascido em 02/05/1678 na Vila de Ourém, do Concelho de Ourém, Distrito de Santiago, em Portugal, Luiz Fortes de Bustamante e Sá formou-se bacharel em 1700 na Universidade de Coimbra. Foi ainda em Ourém que em 03/06/1704 veio a casar-se com LUIZA MARIA XAVIER DE AFONSECA, batizada em 27/02/1677 em São Lourenço de Carnide, Portugal, filha de Manuel Pereira Fonseca e de Ana Teresa Pereira. Foi nomeado pelo Rei D. João IV como juiz de fora da cidade do Rio de Janeiro, tendo chegado ao Brasil já com parte da família no ano de 1711. Um “juiz de fora” era um magistrado nomeado pelo Rei de Portugal para atuar em concelhos (uma subdivisão territorial de um município) onde era necessária a intervenção de um juiz isento e imparcial, visando zelar pelo cumprimento da justiça em nome do rei e de acordo com as leis do reino. Normalmente eram de fora da localidade para a qual haviam sido nomeados e sua autoridade era muito superior à dos juízos ordinários dos concelhos, muitas vezes, inclusive, assumindo um papel político junto à sociedade em que viviam. Em 1713 ele foi agraciado com uma sesmaria próxima ao Caminho Novo, numa região em Minas Gerais que passou a ser conhecida como “Sesmaria do Juiz de Fora”, tendo surgido um povoado nas proximidades e que mais tarde viria a se tornar a cidade de Juiz de Fora. Mais tarde, por volta de 1720, Luiz migrou com quase toda sua família para São João del Rei, onde veio a falecer em 07/10/1741, aos 63 anos de idade, com numerosa descendência e uma grande incidência de homônimos através das gerações – o que sempre trouxe muitas dificuldades nos estudos e levantamentos dessa árvore genealógica. Luiz Fortes de Bustamante e Sá é considerado o Patrono do Tronco da Família Fortes de Bustamante no Brasil.

Filho(s): Antonio Fortes de Bustamante de Sá, Maria Angélica de Sá e Menezes (*1706 – casou-se em 1720 com Roberto Carr Ribeiro), Francisca Xavier Bustamante (casou-se em 1742 com Manoel Rodrigues Pereira), João Pedro de Bustamante e Sá (*1729 +1811 – não deixou herdeiros), Francisco Xavier Fortes de Bustamante e Sá (+1820 – padre), Luiz Fortes de Bustamante de Sá (*1732 – foi casado com Ana Teodora de Melo), Rita Luísa Vitória de Bustamante e Sá (casou-se em 1755 com Manoel Antunes Nogueira),  José Fortes de Bustamante e Sá (teve ao menos 5 filhos com Antonia Teresa Telles, parda forra) e Thomaz Fortes Bustamante e Sá.

14 – JOSÉ FORTES DE BUSTAMANTE E SÁ (*1709 +1777)

José Fortes de Bustamante e Sá nasceu em 1709 na Vila de Ourém, Santarém, em Portugal, tendo vindo com seu pai para o Brasil. Apesar de passar a vida como solteiro, teve diversos filhos com ANTONIA TERESA TELLES, parda forra, os quais somente foram reconhecidos quando de seu testamento, escrito em 16/10/1770. Foi proprietário de muitas terras na região da Comarca do Rio das Mortes, tendo conseguido obter o título de “Familiar do Santo Ofício e Ordem de Cristo”. Faleceu em 03/01/1777, em Barbacena, MG. A seguir temos o registro de óbito e o testamento de José Fortes.

Filho(s): Francisca Xavier de Bustamante, Eulália Angélica de Bustamante, Mafalda Felícia de Bustamante, Luís Francisco de Paula Bustamante (também encontrado como Luiz José Fortes, casou-se com Maria Pereira do Bom Sucesso) e Luiza Xavier de Bustamante.

15 – FRANCISCA XAVIER DE BUSTAMANTE (*1763)

Francisca Xavier de Bustamante foi batizada em 09/06/1763 na Capela do Rosário do Curral, em Barbacena, MG.  Nessa mesma localidade casou-se com FRANCISCO COUTINHO DA SILVA e tiveram pelo menos dois filhos. A seguir temos o registro de batismo de Ignácio.

Filho(s): Ignácio de Loyola e Silva e Ana Teresa de São Pedro (que casou-se em 1794 com Julião de Souza Lima).

16 – IGNÁCIO DE LOYOLA E SILVA (*1778)

Ignácio de Loyola e Silva foi batizado em 17/08/1778 na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Ibitipoca, em Barbacena, MG. Há notícias de que foi Alferes e que faleceu em Pouso Alto, MG. Teve ao menos um filho de seu casamento com FRANCISCA SILVÉRIA DE OLIVEIRA, nascida em 1775 em Pouso Alto, MG, mesmo lugar onde veio a falecer em 27/09/1827, filha de Antonio José Ribeiro de Carvalho e de Maria Gonçalves Torres, neta paterna de Antonio Ribeiro de Carvalho e Jerônima da Silva e neta materna de Vicente Gonçalves Preto e de Felipa Gaga do Prado. Nesta parte de nossas pesquisas, de modo a confirmar os vínculos de parentesco, baseamo-nos nas informações constantes no Projeto Compartilhar (links no final, juntamente com as fontes), um excelente site de pesquisa criado por Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira que tem como “missão” disponibilizar de forma gratuita centenas de documentos históricos (registro de batismos, de casamentos, de óbitos, testamentos, inventários, etc) que foram coletados diretamente por essas duas pesquisadoras ou mesmo oferecidos por colaboradores.

Filho(s): Ignácio de Loyola Bustamante Fortes.

17 – IGNÁCIO DE LOYOLA BUSTAMANTE FORTES (*1793 +1836)

Nascido em 1793 em São João del-Rei, Ignácio de Loyola Bustamante Fortes (também encontrado como “Fortes Bustamante”) foi filho de Ignácio de Loyola e Silva e de Francisca Silvéria de Oliveira e era o trineto do já citado Juiz de Fora – Luiz Fortes de Bustamante e Sá – e em 1820 casou-se com ANNA FLORA DE SÃO JOSÉ, nascida em 1806 em Pouso Alto, MG, onde também veio a falecer em 19/05/1888, estando sepultada no Cemitério de Santana do Capivari. Conhecida na família como “Dindinha”, era filha do português Antonio José Fernandes (*1760 +1828) e Jerônyma Ribeiro (*1767 +1841), neta paterna de Manoel Gonçalves da Silva e Catarina Maria do Rosário e neta pelo lado materno de Antonio José Ribeiro de Carvalho (*1732) e Maria Gonçalves Torres (que eram os pais de Francisca Silvéria de Oliveira, ou seja, a mãe de seu marido era sua tia e também veio a ser sua sogra). Sua mãe era irmã de Maria Ribeira de Carvalho, esposa do Capitão Custódio José Ribeiro Pereira Guimarães, conhecido como “Chapada” e proprietários da Fazenda Chapada Ribeiro e muito mais terras situadas tanto no município de Passa Quatro quanto de Itanhandu, que na época era distrito de Capivari, todos em Minas Gerais. Foi através do Processo de Dispensa de Impedimento – Arquivo da Cúria Diocesana de Campanha – POA-LPM-03 -181 3a 1821 – que foi possível traçar a correta ascendência deste Ignácio. Pela sua bisavó materna a ascendência de Anna sobe por mais 6 gerações, até meados do século XVI. Anna Flora já havia sido casada anteriormente, em 1815, com José Pinto de Souza (sem geração). O casal Ignácio de Loyola e Anna Flora foram os proprietários da Fazenda Chapada Ribeiro, na região do Município de Itanhandu, MG. Ignácio faleceu novo, com apenas 43 anos, em 02/01/1836 em Pouso Alto, MG, e mesmo assim tendo deixado numerosa descendência. Após seu falecimento, Anna Flora ainda veio a ter mais um filho com Ignácio Joaquim Nogueira de Carvalho, padre que foi pároco da Paróquia de Pouso Alto, MG, entre os anos de 1846 a 1850. A maioria das informações a respeito dos descendentes deste casal vieram do trabalho genealógico elaborado pelo Dr. José Sebastião Rezende Monti, de Pedralva, MG.

Filho(s): Anna Flora de Bustamante (*1822 +1827), Gerônima Fortes de Bustamante (*1823), Francisco (*1824 +1847 – sem geração), Antonio José Fortes Bustamante (*1827 +1907 – casou-se da primeira vez com Emerenciana Ribeiro de Bustamante, com geração, e pela segunda vez com Francisca Ribeiro de Bustamante, sem geração), Ignácio Loyola de Bustamante (*1828 +1828), Manoel José Ribeiro de Bustamante (*1830 – foi casado com Mariana Leite Ribeiro), Maria Romana Fortes de Bustamante (*1835 +1907 – solteira a vida inteira), Ana Antonia Ribeira (*1833 – casou-se em 1846 com José Antonio Ribeiro), José (*1835), Francisca (*1836) e Ignácio de Loyola Fortes Bustamante (*1836 – foi casado com Marianna Ribeiro de Jesus). Houve também o filho de Anna com o padre Ignácio Joaquim Nogueira de Carvalho, chamado Philadelpho Joaquim Nogueira de Carvalho (*1846 – foi casado com Francisca de Paula Cândido Nogueira e também com Maria Victória N. de Magalhães, com geração em ambos os casamentos).

18 – IGNÁCIO DE LOYOLA FORTES BUSTAMANTE (*1836 +1911)

Também encontrado como Ignácio José Bustamante, Ignácio Fortes Bustamante ou ainda Ig Loyola Fortes Bustamante. Natural de Passa Quatro, MG, veio a falecer em Pouso Alto, MG. Casou-se com MARIANNA RIBEIRO DE JESUS (*1840), a qual nasceu e faleceu em Santana do Capivari, Pouso Alto, MG. Ignácio e Mariana tiveram ao todo 10 filhos, a maioria nascida nas dependências da Fazenda Curral Falso, em Itanhandu, MG.

Filho(s): José Ribeiro Pinto (casou-se com sua sobrinha Emerenciana Cândida Bustamante Pinto), Maria Anália Bustamante Nogueira (casou-se por volta de 1892 com seu parente Ignácio Philadelpho Nogueira de Carvalho),  Maria Onolasca Bustamante (*1858 +1927 – casou-se em 1875 com seu primo Ignácio Fortes Bustamante), Maria de Cássia Fortes Bustamante (*1860 +1936 – foi casada com seu primo Pedro Ribeiro Bustamante), Ignácio de Loyola Bustamante Fortes (1864 +1946 – casou-se da primeira vez com sua prima Clara Umbelina de Bustamante e da segunda vez com a meia-irmã dela, Maria Suzanna Fortes, com geração em ambos os casamentos), Albertino Fortes de Bustamante (*1865 +1917 – aproximadamente em 1882 casou-se com Francisca Esméria do Espírito Santo), Agnello Esperidião de Bustamante (*1870 +1931 – foi casado com Tereza Gomes Ribeiro), Maria Vergista Bustamante Ribeiro (*1873 +1903 – foi casada com Antônio Bernardino Ribeiro), Ludgero Fortes Bustamante (*1876 +1955 – casou-se com Maria da Conceição Bustamante) e João de Deus Fortes (*1881 +1977 – casou-se em 1903 com Francisca Ribeiro Pereira).

19 – IGNÁCIO DE LOYOLA BUSTAMANTE FORTES

Ignácio de Loyola Bustamante Fortes nasceu em Itanhandu, MG, na data de 09/02/1864, filho de Ignácio de Loyola Fortes Bustamante e de Marianna Ribeiro de Jesus, neto pelo lado paterno do homônimo Ignácio de Loyola Bustamante Fortes e de Anna Flora de São José. Foi casado duas vezes. A primeira vez casou-se com CLARA UMBELINA DE BUSTAMANTE, natural de Pouso Alto, MG, tendo nascido na Fazenda da Cachoeira e eram primos, pois ela era filha do meio-irmão de seu pai Philadelpho Joaquim Nogueira de Carvalho e de sua primeira mulher Francisca de Paula Cândido Nogueira. Tiveram sete filhos até que ela veio a falecer em Santana do Capivari, MG. Após, da segunda vez, Ignácio casou-se com MARIA SUZANNA FORTES nascida em 1885 em Pouso Alto, MG, também filha de Philadelpho Joaquim Nogueira de Carvalho e de sua segunda mulher Maria Victória N. de Magalhães – era, portanto, também sua prima, eis que meia-irmã de Clara (sua primeira esposa). Mais conhecida como “Vó Cota”, tiveram doze filhos, e faleceu em 1950 em Jacareí, SP. Já Ignácio faleceu em 02/10/1946 em Jacareí, SP.

Filho(s) com Clara Umbelina: Ignácio de Bustamante Fortes (*1885), Francisca Bustamante Fortes, José Benedicto Bustamante Fortes (*1892 +1971 – casou-se com Stella Fortes), Maria da Natividade Bustamante (*1894 +1978 – foi casada com seu tio materno Cesário Philadelpho Nogueira), João Lourenço Bustamante Fortes (*1896 +1955 – casou-se com Rosalina Fortes), Maria Anália Fortes Passos (*1898 +2000 – foi casada com Alípio da Silva Passos) e Maria Luiza Bustamante Fortes (*1899 +1978 – casou-se com José dos Reis).

Filho(s) com Maria Suzana: Ignácio Philadelpho Fortes (*1904 – foi casado com Maria Fernandes Fortes), Marianna Bustamante Fortes Branco (*1906 +1984 – casou-se com Joaquim Branco), Alzira Fortes Rangel (*1907 +1944 – foi casada com José Rodrigues Rangel), Izaura Bustamante da Silva (*1910 +1945 – foi casada com Avelino Esmério da Silva), Nair Bustamante Junqueira (*1912 +1997 – casou-se com Sebastião Osmar Junqueira), Laura Fortes Pareja (*1914 +1971 – casou-se com Antônio Pareja), Pedro Bustamante Fortes (*1916 +1994 – foi casado com Antônia Eugênia Bustamante Fortes), Abel Bustamante Fortes *1918 – foi casado com Guiomar Passos Fortes), Maria Aparecida Bustamante Bacaro (*1920 – foi casada com Sílvio Bacaro), Antônio Bustamante Fortes (*1921 +1985 – casou-se em 1945 com Nair dos Santos Fortes), Francisco Bustamante Fortes (*1925 +2015 – casou-se em 1947 com Maria dos Santos Fortes) e Joaquim Bustamante Fortes (*1927 +2004 – casou-se em 1951 com Laura Maria da Conceição Fortes).

20 – FRANCISCO BUSTAMANTE FORTES (*1925 +2015)

Francisco Bustamante Fortes nasceu em Jacareí, SP, mesmo local em que veio a se casar em 08/02/1947 com MARIA DOS SANTOS FORTES (*24/07/1929 +27/10/2010), também natural de Jacareí, SP, sendo que seu nome de solteira era “Maria Floriano dos Santos, terceira filha do casal Benedito Pereira dos Santos e Helena Floriano do Nascimento, sendo esta natural de Conceição dos Ouros, MG, e irmã de Nair dos Santos, esposa de Antônio Fortes. Maria faleceu em Jacareí, SP, às 03h30min. Já Francisco foi caminhoneiro profissional até se aposentar, conhecido como “Chico Fortes”. Também faleceu em Jacareí, SP, às 11h40min. Tiveram ao todo nove filhos.

Filho(s): Nazareth dos Santos Fortes (*1947 – casou-se em 1969 com Jair Carlos de Oliveira), Wilson Roberto Fortes (*1949 +2004 – casou-se em 1974 com sua parente Maria Regina Rangel Fortes), Mauro José Fortes (*1951 – casou-se em 1976 com Maria José do Nascimento Fortes),  Jaime Bustamante Fortes (*1954 – casou-se com Marisa Martins Sampaio Fortes), Jairo Bustamante Fortes (*1954 – irmão gêmeo de Jaime, casou-se em 1975 com Rosângela Vieira de Souza Fortes), Maria Aparecida Fortes Faria (*1957 – casou-se em 1977 com Francisco de Jesus dos Santos Faria), Lúcia de Fátima Bustamante Fortes (*1961 – casou-se em 1969 com Egídio Antônio Coimbra), Francisco Carlos Fortes (*1963 – foi casado com Lenita Paiva Faria Fortes, de quem divorciou-se, e após com Andréa Delgado) e Marco Antônio Fortes (*1965 – casou-se em 1987 com Ivone Cobra Teixeira).

21 – MAURO JOSÉ FORTES (*1951)

Mauro José Fortes nasceu em Jacareí, SP, onde em 03/01/1976 casou-se com MARIA JOSÉ DO NASCIMENTO FORTES (*24/12/1953), filha de José Joaquim do Nascimento e de Ana Pedroza do Nascimento.

Filho(s): Carlos Rodrigo do Nascimento Fortes (*1978 – casou-se em 2006 com Sheila Moreira), Ana Paula do Nascimento Fortes (*1979) e Maria Luiza do Nascimento Fortes (*1983).

22- CARLOS RODRIGO DO NASCIMENTO FORTES (*1978)

Carlos Rodrigo do Nascimento Fortes (*03/01/1978). Fisioterapeuta nascido em Jacareí, SP, na Maternidade da Santa Casa às 20h10min. Também foi em Jacareí, SP, que em 2006 casou-se com a advogada SHEILA MOREIRA (*11/12/1976), também nascida na Maternidade da Santa Casa, em Jacareí, SP, às 09h30min, filha de José André Moreira, natural de Itaverava, MG, casado com Laura de Siqueira Moreira, natural de Jacareí, SP; neta pelo lado paterno de Leônidas Moreira e de Adelina Rodrigues de Paula; neta pelo lado materno de Vitorino Soares de Siqueira e de Maria Justina da Conceição.

Filho(s): Ana Clara e Rodrigo.


FONTES:
. BARATA, Carlos Eduardo e CUNHA BUENO, Antonio Henrique. Dicionário das Famílias Brasileiras (software). Verbetes: FORTES, BUSTAMANTE, BUSTAMANTE DE SÁ e FORTES BUSTAMANTE.
. CASTELLO BRANCO, Francisco da Cunha. Apontamentos Genealógicos de D. Francisco da Cunha Castello Branco. 1926.
. MATTOS, José Américo Junqueira de. Família Junqueira: sua história e genealogia. 2004. Volume 2, pág. 631-675.
. MOYA, Salvador de. Anuário Genealógico Brasileiro. 1948. Volume 10, pág. 150-151.
. OLIVEIRA, Mônica Ribeiro de. Ensaio. Famílias dos sertões da Mantiqueira. Revista do Arquivo Público Mineiro. 2012. Volume 48, Fascículo 1, pág. 100-115.
. RICHA, Lênio Luiz. Estudo: Genealogia Brasileira – Estado de São Paulo – Os Títulos Perdidos – Os Betim. Instituto Histórico IMPHIC – Betim. 2013.
. SILVA LEME, Luiz Gonzaga da. Genealogia Paulistana. 1903. Volume 2, Título Lemes.
. VILLADEMOROS, Don Joseph Manuel Trelles. Asturias Ilustrada: Primitivo origen de la nobleza de España, su antiguedad, clases, y diferencias, con la descendencia sucessiva de las principales familias del reyno. Madrid, 1760. Tomo II, Parte Tercera, pág. 55-60.
. Livro de Batismos de 1776 a Jun-1780 da Igreja Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, fls. 501.
. Livro de Registro de Nascimentos nº 53-A do Cartório de Registro Civil de Jacareí, fls. 131-v, registro nº 34.461.
. https://www.familysearch.org/tree/person/details/LDT7-Q63
. https://www.familysearch.org/tree/person/details/MY46-MFW
. https://www.geneall.net/pt/forum/62076/nobreza-de-portugal-e-brasil
. http://www.geocities.ws/pedralva_mg/abreu.html
. https://www.geocities.ws/pedralva_mg/bustamante.html
. https://www.geni.com/people/Luís-Fortes-de-Bustamante-e-Sá/6000000021291031665
. https://www.heraldrysinstitute.com/lang/pt/cognomi/Bustamante/idc/612150/
. https://www.heraldrysinstitute.com/lang/pt/cognomi/Fuertes/idc/651559/
. https://www.jacarei.sp.leg.br/wp-content/uploads/2015/12/Processo-n—1912015.pdf
. http://www.jacarei.sp.leg.br/wp-content/uploads/2016/06/Processo-n—0552016.pdf
. https://www.myheritage.com.br/site-family-tree-521438251/familia-bustamante-santa-rosa
. http://www.projetocompartilhar.org/Familia/cap01AntonioJoseRibeirodeCarvalho.htm
. http://www.projetocompartilhar.org/Familia/FortesdeBustamante.htm

. ALVES, Francisco Manuel. Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança. 1938. Tomo VI, pág. 35-42.
. AMATO, Marta. Artigo. A ascendência paulista de Francisca de Macedo. Revista ASBRAP nº 6, pág. 229.
. DORIA, Francisco Antonio. Estudo: Os primeiros troncos portugueses: os senhores de Bragança (Antas Moraes)
. FELGUEIRAS GAYO, Manuel José da Costa. Nobiliário de Famílias de Portugal. 1938 Tomo I. Título Aloens e Título Antas.
. GUIMARÃES, Cid. Artigo. Ribeiro do Valle, Primeira Parte. Revista ASBRAP nº 4, pág. 127.
. ORTIZ, José Bernardo. Velhos Troncos. 1996. Volume I. Título Moraes de Antas.
. PAES LEME, Pedro Taques de Almeida. Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica. 1870. Título dos Antas Moraes, da Capitânia de S. Paulo.
. PIZZARRO, José Augusto de Sotto Mayor. Dissertação: Linhagens Medievais Portuguesas. 1997. Universidade do Porto.
. SILVA LEME, Luiz Gonzaga da. Genealogia Paulistana. 1903. Volume 6, Título Bicudos. Volume 7, Título Moraes.
. Livro de batismos de Valongo 1651/1686 fls. 70v. Igreja Matriz de São Mamede.
. Inventário de André do Valle Ribeiro, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 324.
. Inventário de Antônio de Brito Peixoto, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 605.
. Inventário de Antonio Ribeiro de Moraes, SAESP – Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo, vol. 22.
. Inventário de Francisco Ribeiro, SAESP – Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo, vol. 4.
. Inventário de Maria de Moraes Ribeira, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 214.
. Inventário de Tereza de Morais, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa 464.
. Testamento de Jerônimo de Andrade Brito, arquivado no Museu Regional de São João del Rei – Caixa ?.
. Testamento de Maria de Moraes Ribeira, arquivado no Museu Regional de São JOão del Rei – Livro de Testamento 11.
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mendo_Alão
. https://ancestors.familysearch.org/en/KNHV-S8Q/mendo-alao-de-bragacon-0980-1050
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_VI_de_Leão_e_Castela
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernão_Mendes_de_Bragança_I
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_Fernandes_de_Bragança
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernão_Mendes_II_de_Bragança
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Fernandes_de_Bragança
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_Pires_de_Bragança
. https://geneall.net/pt/forum/14617/dos-bragancoes-aos-moraes-de-s-paulo-brasil/
. http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=189&cat=Ensaios
. https://www.genealogiahistoria.com.br/index_historia.asp?categoria=4&categoria2=4&subcategoria=255