Mais um pouco da frente

Continuando essa nossa “meia volta” pelo carro, voltamos à frente do mesmo. Mas vamos por partes.

Em primeiro lugar temos uma nova visão do assoalho, agora já um pouco mais completo (e nítido). Perceba que optamos por não arrancar simplesmente todo o assoalho, mas sim meramente recuperar ponto a ponto os locais específicos que estavam além de qualquer recuperação. Sei que podem me dizer: “Mas onde estão os furos para os tampões de borracha que vem no original?” Sinceramente? Não existem mais. Ainda que sob risco de ser exacrado pelos puristas, na MINHA opinião esses furos só servem como ponto de entrada d’água e contaminação por ferrugem…

Voltando ao lado de fora do veículo, temos uma imagem parecida com o que já foi visto antes, mas percebam que as soldas agora proliferam para dentro da parte interna das rodas.

Esse tipo de deterioração é muito comum de se encontrar na grande maioria dos Opalas, creio eu que talvez pelo peso do motor, falha de estrutura, de projeto, sei lá. Nesse caso a solda recomendada já não é aquela de oxigênio, mas sim a solda elétrica mesmo.

Também a parte próxima à base da bateria necessitou de alguns cuidados especiais, tanto no lado de cima…

… quanto no lado de baixo.

E, para concluir por hoje, um pedacinho do teto – tá bão, não tava tão “inteiro” assim (pelo menos do lado de fora)…

Passando para a lateral

Pois bem, agora vamos, leeeeentamente, passando para a lateral direita do carro…

Acima temos uma semi-panorâmica…

Eu já não havia falado que essa podridão se alastrava? Percebam o detalhe da espessura da camada de massa que existia.

Essa parte inferior não tem jeito. Puro papel. Já consegui achar as laterais numa loja de auto-peças para soldar no lugar. Infelizmente não têm a qualidade do original, mas tudo bem. Ainda assim irá aguentar firme.

Tem pontos aqui com mais de 1cm de massa!

Mais massas sendo arrancadas e buracos sendo cavucados…

Os complementos do assoalho, do lado do passageiro.

O lado externo do passageiro…

O painel (que painel?) totalmente “pelado”.

Bem, pelo menos o teto está bom!

😀

Chegando na traseira

O “divertido” nessa “brincadeira” é que podemos nos dar ao luxo de ir escolhendo qual parte vai merecer nossa atenção em determinado momento. Tá certo que o carro INTEIRO vai precisar dessa atenção, mas, como diria Jack…

Não parece, mas a traseira desse carro ainda vai dar MUITO mais trabalho do que aparenta…

A podridão se alastra por toda a volta.

Mesmo (e principalmente) nos cantos dos vidros tá tudo detonado!

Mas como também temos que ter boas notícias, eis o “peito” do carro, já com uma bela duma chapa de aço galvanizado no lugar da podreira anterior. Detalhe: antes da pintura será necessário remover todo esse galvanizado (senão a tinta não “pega”) – e aí só com uma bela e potente lixadeira…

Emendando a frente

Parece um “caveirão”, né?…

Mas hoje, com a lata já devidamente limpa, começamos a dar os primeiros pontos da solda. Só que não basta soldar. É pingar e medir, lixar e medir, soldar mais um pedaço e medir de novo.

Isso porque, como diz meu pai, a solda “puxa” a lata; ou seja, após um calor imenso, quando do resfriamento, se dá a contração do metal – de modo que algo que esteja perfeitamente gabaritado ainda pode, ao final, ficar totalmente torto. Vejam só:

Mas – garanto – todos os cuidados foram tomados. E (até agora) parece que tudo está beeeeem alinhadinho…

Passos descontinuados

Apesar de não conseguir ser constante no papel de ajudante de meu pai, sempre que vou lá tento me esforçar ao máximo. Na prática ele vem fazendo a maior parte do trabalho sozinho – e eu, lógico, aprendendo MUITO.

Só para se ter uma ideia do nível do caboclo:

Essa é aquela lateral que lhes mostrei outro dia. Já recuperada, com as chapas moldadas e substituídas por outras decentes. Parcialmente limpa, ainda falta acabar de raspar e lixar para que se possa dar o fundo. Porém, mais “descobertas” ainda foram feitas…

Esse é o assoalho, do lado do passageiro. Não teve muita coisa que se aproveitasse, de modo que até mesmo as caixas de ar que passam por fora terão que ser reconstruídas.

Aqui, também do lado do passageiro, temos uma vista externa da situação em que se encontra o canto do pára-brisa.

E aqui temos a parte de trás, próximo ao porta-malas.

Mas algumas coisas não previstas foram curiosas. Se bem que não tem como se prever muita coisa numa reforma desse calibre. É como abrir a Caixa de Pandora. Numa medição externa meu pai ficou encucado, pois alguma coisa no capô não estava batendo. Tinha uma diferença que ele não conseguia identificar. Com muito custo, foi fuçou e encontrou. O lado direito do carro estava 0,5cm (exatamente: meio centímetro) menor que o lado direito. E só em cima. Adivinhem qual foi a solução?

Isso mesmo. Cortamos a lateral, próximo do farol, para que pudéssemos efetuar uma solda com reforço suficiente e “igualar” os dois lados do carro. Mas seria preciso garantir a posição correta do rasgo quando da solda.

Nesse momento entrou em ação esse “extensor”, gentilmente emprestado pelo vizinho funileiro de meu pai, que serve exatamente para situações como essa. É uma barra que possui uma espécie de alavanca com catraca bem no meio e, na medida em que você vai “bombeando” a alavanca, a barra vai se estendendo e empurrando a lataria até o ponto desejado.

Uma vez garantida a posição, precisei deixar a lata na situação em que vocês podem ver aí em cima. Limpa, raspada e lixada, pronta para receber a solda necessária…