Joguei tudo no lixo!

Não, péra! Não é nada com O Projeto não!

Acontece que lá fui eu, todo belo e garboso, para instalar as setas no Titanic. Uma já estava prontinha, limpa e acabada – a do lado esquerdo. Fui, fiz aconteci, coloquei e ficou uma belezinha!

Voltei pra casa.

Retomei os trabalhos com aquela que estava bem mais detonada – inclusive com fita isolante, lembram? Estava lá eu tentando desamassar o máximo possível da moldura de metal da seta, num verdadeiro trabalho de artesanato, quando, numa das inúmeras medidas com a base da seta, reparei duas letrinhas ressaltadas sobre o plástico: “LE”.

Não dei muita bola e voltei aos meus afazeres.

Só que daí a ficha caiu!!!

Peguei novamente a base e, incrédulo, confirmei a inscrição.

– Puta que lamerda!!!

A seta que eu estava recuperando para instalar no lado direito era, na realidade, do lado esquerdo, no qual, por sua vez, já estava com a seta devidamente instalada!

O problema é que dos conjuntos de seta que eu tinha – o original e o que comprei no desmanche – escolhi as duas setas “menos piores” para recuperar. Só que não me toquei que havia escolhido duas do mesmo lado. Ou seja, as piores ainda estavam por ali e precisaria ver acerca da possibilidade de recuperá-las.

Resgatei-as e vi o estado precário em que se encontravam.

Levei-as para o tanque para dar uma bela lavada.

ELAS COMEÇARAM A DISSOLVER!!!

Estavam por mais demais secas, quebradiças, podres, deterioradas, arrebentadas, enfim, muito além da mínima possibilidade de mera tentativa de recuperação…

Joguei a toalha.

E as setas no lixo.

Minha intenção ao refazer a parte elétrica com as peças originais do Titanic era simplesmente deixá-lo funcional, isto é, que tudo estivesse devidamente conectado e funcionando, pronto para trafegar pelas estradas sem nenhum enchimento de saco. Como ainda existe um mercado gigantesco de peças para Opalas, originais ou não, com o tempo eu iria procurando aquelas de melhor qualidade e pouco a pouco iria substituindo: setas, lanternas, faróis, etc.

Mas desse mato não sairia mais nenhum coelho. Nem seta.

Fui até uma lojinha que conheço no centro da cidade e que é famosa por ter peças “alternativas” para carros de todos os anos de todas as marcas e modelos. De início eu iria comprar apenas a seta do lado direito, apesar de não ser um material de qualidade, mas como ele só tinha da cor âmbar (muito mais bonita, diga-se de passagem) e a que eu tinha instalada era branca, resolvi já trocar tudo.

Ao menos convenhamos que essa cor combinou perfeitamente com a pintura, né?

No mais, o japonês continua na lida. Como essa coluna não é a original e foi comprada usada para fins de instalação da direção hidráulica, acabou que descobrimos que o conjunto da chave de seta não estava funcionando. Paciência. O negócio é trocar. Ao menos o botão de farol alto (que é no pé) já está ali no lugarzinho dele.

E mais: ele acha que o alternador está meio que barulhento. Mas nisso, pra mim, não havia novidade, até porque o Seo Waltair já tinha cantado essa bola. Como ele cuidou só da parte mecânica, quando eu retirei o carro lá da oficina dele para trazer cá para o japonês ele já havia me dito que achava que seria necessário fazer uma revisão no alternador. Ou seja, mais um item pra lista…