Já tentaram empurrar um carro travado na primeira marcha, sozinho, numa garagem apertada, estorcendo pra direita, de ré, com um pé só – porque o outro estava na embreagem?
Olha, não foi fácil…
Mas também não foi impossível!
Uma vez com o carro alinhado com a entrada da garagem, e como a primeira marcha estava funcionando, bastou manobrá-lo até uma pequena rampa que tem do lado de dentro, só para que ficasse com um vão livre um pouquinho maior sob ele – permitindo assim que eu me movimentasse com um pouco mais de liberdade.
Entrei debaixo do carro pelo lado do passageiro e sem conhecer visualmente o que seria um trambulador. Ainda assim sabia mais ou menos como ele DEVERIA parecer e qual seria sua mais provável localização – sob a alavanca do câmbio. Olha aí a carinha dele:
As varetas que saem dele vão direto para a caixa de marchas lá no motor. Nesse caso específico, o balancim menor (o que está em primeiro plano na imagem) estava totalmente para trás, confirmando o travamento da primeira marcha. Lembrem-se que se eu empurro a alavanca do câmbio para frente, sua outra ponta funciona como uma gangorra, impulsionando o lingote para trás e fazendo com que a vareta puxe alguma coisa lá no câmbio, encaixando a dita primeira marcha.
Convoquei meu ajudante de todas as horas (meu filhote mais velho, de sete anos) e lhe pedi para que pisasse na embreagem enquanto eu me enfiaria debaixo do carro. Uma vez na posição de cirurgia, nem foi preciso de muita coisa. Bastou que desse uma pancadinha (na verdade estaria mais para um empurrão) no lingote para que tudo se encaixasse novamente em seus lugares.
E o câmbio voltou a ser engatado!
Simples assim.
Vejam mais um ângulo desse fatídico instrumento travador de marchas (agora visto por trás):
Aliás, é curioso como olhando exatamente de baixo para cima dá inclusive para ver a alavanca do câmbio, do lado do banco lá em cima… Vejam só:
Câmbio consertado, fui dar uma volta com o carro para ter certeza…
Perfeito! Ficou como se jamais tivesse acontecido nada!