Sim, trambulador existe!

Já tentaram empurrar um carro travado na primeira marcha, sozinho, numa garagem apertada, estorcendo pra direita, de ré, com um pé só – porque o outro estava na embreagem?

Olha, não foi fácil…

Mas também não foi impossível!

Uma vez com o carro alinhado com a entrada da garagem, e como a primeira marcha estava funcionando, bastou manobrá-lo até uma pequena rampa que tem do lado de dentro, só para que ficasse com um vão livre um pouquinho maior sob ele – permitindo assim que eu me movimentasse com um pouco mais de liberdade.

Entrei debaixo do carro pelo lado do passageiro e sem conhecer visualmente o que seria um trambulador. Ainda assim sabia mais ou menos como ele DEVERIA parecer e qual seria sua mais provável localização – sob a alavanca do câmbio. Olha aí a carinha dele:

As varetas que saem dele vão direto para a caixa de marchas lá no motor. Nesse caso específico, o balancim menor (o que está em primeiro plano na imagem) estava totalmente para trás, confirmando o travamento da primeira marcha. Lembrem-se que se eu empurro a alavanca do câmbio para frente, sua outra ponta funciona como uma gangorra, impulsionando o lingote para trás e fazendo com que a vareta puxe alguma coisa lá no câmbio, encaixando a dita primeira marcha.

Convoquei meu ajudante de todas as horas (meu filhote mais velho, de sete anos) e lhe pedi para que pisasse na embreagem enquanto eu me enfiaria debaixo do carro. Uma vez na posição de cirurgia, nem foi preciso de muita coisa. Bastou que desse uma pancadinha (na verdade estaria mais para um empurrão) no lingote para que tudo se encaixasse novamente em seus lugares.

E o câmbio voltou a ser engatado!

Simples assim.

Vejam mais um ângulo desse fatídico instrumento travador de marchas (agora visto por trás):

Aliás, é curioso como olhando exatamente de baixo para cima dá inclusive para ver a alavanca do câmbio, do lado do banco lá em cima… Vejam só:

Câmbio consertado, fui dar uma volta com o carro para ter certeza…

Perfeito! Ficou como se jamais tivesse acontecido nada!

Trambulador existe?

Após um certo tempo pensando no quanto custaria uma eventual troca do câmbio do carro, parei pra prosear com o Rony, aquele meu amigo lá da Informática sobre o qual eu falei em 27/01. Descrevi-lhe o problema e ele, com a certeza de um cirurgião, diagnosticou:

– É o trambulador!

– Trambuloquê?

Ele me explicou que logo abaixo da alavanca do câmbio, sob o carro, deveria haver uma caixinha ou algo parecido, com alguma linguetas ligadas à alavanca. Provavelmente elas teriam encavalado. Bastaria dar umas pancadas com um toco de madeira e elas voltariam à posição normal, resolvendo assim o problema.

Pra completar a informação, dei mais uma fuçada de leve na Internet e, novamente lá no site http://www.opalabh.com, acabei descobrindo que esse problema de encavalar as marchas é mais comum do que eu imaginava. Encontrei um caboclo que teve o mesmo problema, mas no caso dele só engatava a ré! Fiquei até feliz… Mas vejam a dica que veio em decorrência do pedido de socorro do distinto:

“Quando isso ocorre, é necessário entrar debaixo do carro, identificar qual o tirante da caixa está engripado, pedir a alguém que pise na embreagem e movimentar esse tirante para um lado e para outro (sentido da movimentação dele). Se for necessário, pode dar umas pancadas de leve no braço que sai da caixa com um martelo. Caso não desengripe, tente movimentar o carro sem pisar na embreagem, desligado, sendo uma pessoa empurrando e soltando o carro, enquanto você tenta desengripar o tirante (deve-se tomar cuidado, pois se a marcha desencavalar, o carro fica solto e pode ocorrer um acidente “você está debaixo dele”). Se tudo não der certo, o prolema é mais grave, e somente um bom mecânico, que tenha a manha com caixas de marchas, pode resolver. Um abraço!”

Ou seja, além da dica do Rony, também veio a informação de que teria que fazer tudo isso com a embreagem apertada. Interessante… Hoje é quinta e – como sempre – tudo é meio complicado. Mas amanhã à noite faremos o teste…

Um no cravo, outro na ferradura

Então.

Ontem, com meu novo banco velho, vim até o trabalho com o Opalão. Afinal de contas ele também precisa sair pra galope de vez em quando pra se manter em dia.

Hoje pela manhã fui tirá-lo da garagem para liberar a saída da Dona Patroa e quem disse que a ré entrou? Aliás, nenhuma outra marcha. Engastalhou na primeira.

Paciência.

Fui de ré só no embalo até a rua e, após tirar o carro da Dona Patroa, dei um giro até a esquina para recolocar o carro na garagem. De frente. De primeira (marcha).

Com o carro no seu devido lugar, ainda tentei mais um pouco. Nada. Continuou travado.

É… Conserta uma coisa, quebra outra. Mas um dia isso acaba. Só espero que não seja comigo.

Desadesivando

Não, nem se preocupe em procurar no dicionário. Essa palavra não existe formalmente. Aliás nem mesmo o tão usado verbo “adesivar” existe nos alfarrábios da vida. Entretanto são expressões que já estão integradas no dia a dia das pessoas.

No meu caso, tudo começou ao me lembrar de uma história (assim mesmo, com “H”) de uma amiga. Seu namorado, na época, tinha um carro todo “filmado” (ou seja, com Insulfilm) – daqueles bem escuros – e que ela odiava.

Numa bela manhã de sol, num passeio de carro, eles foram parados por um policial, que começou a argumentar que aquele Insulfilm seria muito escuro e talvez ele tivesse que multar, enfim, aquele “papinho”…

Ela não pensou duas vezes. “Ah, é muito escuro? Não por isso.” Meteu a mão, puxou e – pra satisfação pessoal e desespero absoluto de seu namorado – simplesmente arrancou a película do vidro.

Bem, causos à parte, lembrei-me dessa história porque também estava querendo arrancar a dita película dos vidros do carro e não sabia como fazê-lo.

“Bem”, pensei eu, “se ela disse que arrancou, deve ser só questão de achar o ponto certo e puxar”. Cutuquei uma das pontas até começar a descolar e – pronto! Foi só descolar todo o resto. Repeti a operação em todos os vidros do carro, À exceção dos quebra-ventos, que têm uma ferragem por cima do Insulfime, e precisarão ser desmontados.

Já que estava tirando isso, resolvi também remover os inúmeros adesivos que estavam tanto no vidro quanto no painel do carro. Para essa tarefa nada melhor que uma espátula de lâmina bem maleável e MUITA paciência. No painel até foi fácil, mas nos vidros, após arrancar tudo, ainda ficou aquela gosma de cola seca. Um bom limpa-vidros (e MAIS paciência) resolveu esse problema.

Olha… Tudo bem que o carro continua velho, com seus amassados, ferrugens, etc. Mas – sinceramente – já deu um visual bem melhor pro bichinho…

Desmanches – o paraí­so da tranqueirada

Pois bem. Como já vimos pelo estado da ferragem, será necessário desmontar completamente também o banco do motorista para consertá-lo. O problema, no caso, é que eu deixei o assento do banco para que ainda pudesse levar o carro de um lado para outro (mesmo sem o encosto). Conclusão? Eu precisaria arranjar um OUTRO banco do lado do motorista, ainda que arrebentado, enquanto durar a reforma dos bancos originais.

Como fazer, então?

Desmanches! É lógico!

No decorrer da semana eu já havia percorrido três desmanches e não achei nada. Liguei para outros três e acabei descobrindo um que teria o malfadado banco (curiosamente, bem próximo da casa de meu pai).

Logo pela manhã fui até esse desmanche (nota: eles preferem ser chamados de “recuperadora de autos e peças”), fucei um pouco e achei um único banco que me serviria. Meio arrebentado no estofamento, com uns pontos de solda elétrica no trilho, um tanto quanto enferrujado – mas, ainda assim, funcionando.

De quebra vi uma Caravan 83 enconstada num canto. Muitas de suas peças são plenamente compatíveis – e às vezes até idênticas – as de outros modelos. Dei uma olhada básica e vi que ainda tinha o par de quebra-sol (inclusive com direito a espelhinho do lado do passageiro), bem como o retrovisor central. Por que me interessei por isso? Dêem uma olhada no que estava no meu Opalão…

Conversa daqui, regateia dali, proseia mais um pouco (desmanches são ótimos justamente por isso), fechamos um preço. Quarenta contos pelo banco e trinta pelo conjunto de retrovisor e quebra-sol. Setenta, ao todo. Achei justo.

Ao voltar para casa ainda aproveitei e passei numa loja de ferramentas. Lixas para o acabamento da bancada que comecei a fazer e também um martelo especial para desamassar latarias. Carinhas essas lixas para lixadeira… E lá se foram mais R$32,87…

Enfim, chegando em casa bastou tirar o assento do banco que lá estava, colocar o novo (ou velho?) – ótimo! Encaixou perfeitamente! Logo em seguida foi a vez dos demais acessórios. Resolvido. Como eu já disse antes, beeeeeem devagarinho o carro já tá começando a ficar com cara de carro de novo…

Câmbio de 5 marchas

Outra pérola interessante diz respeito ao câmbio, informação que pincei de uma revista chamada – adivinhem? – Opala & Cia! Dá até pra pensar em futuramente (beeeeem futuramente) trocar o câmbio do bichinho. Segue um trecho da reportagem publicada nessa revista, a de nº 8, pág. 53, sob o título Evolução Silenciosa:

“Em 1983 a GM passou a vender o Opala 2500 com câmbio manual de cinco velocidades, de características semelhantes às do Opala Gama 1977. As relações das quatro marchas não mudaram, apenas foi acrescida uma quinta, com relação de 0,84:1, o que significou alongar a transmissão em 16%, já que a quarta continuava direta, equivalente a 1:1. Assim foi possível reduzir a rotação do motor sem prejuízo da velocidade, pois a velocidade máxima continuava a ser atingida em quarta marcha. A quinta tinha a função exclusiva de proporcionar economia de combustível e conforto, pela redução de ruído do motor na estrada.”

Bateria x Alternador

Fuçando de leve na Internet encontrei o site http://www.opalabh.com, no qual tem um fórum com diversas discussões interessantes. Apenas uma delas deixarei registrada aqui para eventual referência futura…

Segue a dica:

“O problema de bateria dos Opalas é um problema ‘de série’. Na verdade, qualquer bateria com sessenta amperes segura a onda. O ‘x’ da questão é o alternador. Com o original, são 55 amp de carga de alimentação (isso quando ele está bom), e não é suficiente para carregar a bateria, alimentar o sistema de ignição, faróis, som, vidro elétrico… troquem o alternador por um de Santana 2000. Ele carrega 90 amp e adapta como uma luva no suporte original do nosso GM. Custa de R$100,00 a R$200,00 em qualquer ferro velho da Pedro II. Qualquer eletricista faz a adaptação, que consiste em apenas substituir os terminais. Adeus problemas com baterias, sem contar que vai ter carga sobrando para centelhar as velas, e daí­ sabe-se no que dá.”