Caverna do Dragão: o tão esperado final

Caverna do Dragão – ou, no original, Dungeons & Dragons – foi um desenho animado baseado no homônimo RPG (Role-Playing Game – um gênero de jogo no qual os jogadores assumem o papel de personagens imaginários em um mundo fictício) e que foi ao ar aqui no Brasil em meados da década de oitenta.

Trata-se da estória de seis jovens que, num parque de diversões, embarcam em uma montanha russa chamada Dungeons & Dragons. Entretanto, durante o passeio, um portal se abre e os transporta para um outro mundo, chamado simplesmente de Reino, no qual o grupo já aparece trajando outras roupas e recebendo logo em seguida armas mágicas — as Armas do Poder — de um baixinho de cara simpática que se autodenomina “Mestre dos Magos” (e que sempre desaparece misteriosamente, num piscar de olhos, quando menos se espera).

Assim temos Hank, O Guarda, que recebeu um arco mágico capaz de criar flechas energéticas que podem ser esticadas, dobradas ou até mesmo utilizadas como corda; Eric, O Cavaleiro, que recebeu um escudo que protege contra ataques mágicos ou físicos; Diana, A Acrobata, que recebeu um bastão tão flexível quanto as flechas de Hank e que se regenera quando quebrado; Sheila, A Ladra, que recebeu uma capa com capuz que lhe dá invisibilidade; Presto, O Mago, que recebeu um chapéu de feiticeiro do qual podem ser retirados objetos e magias aleatórias; e Bobby, O Bárbaro, que recebeu um tacape cujo golpe fortíssimo é capaz de quebrar pedras e criar pequenos abalos sísmicos.

A partir daí, os jovens passam por diversas aventuras buscando voltar para casa, durante as quais o Vingador, um mago maléfico, tenta a todo custo tomar as armas do poder dos jovens com a intenção de derrotar tanto o Mestre dos Magos quanto Tiamat, uma deusa-dragoa de cinco cabeças, para assim dominar o Reino.

Olhando agora, os desenhos até que eram meio toscos, sem aquela vivacidade garantida pelas películas produzidas em ambiente gráfico com supercomputadores e artistas de primeira linha. Mas dane-se! As estórias eram ótimas, às vezes até mesmo sombrias (novidade para aquela época), os roteiros inteligentes, a trilha sonora impactante, as características de cada um dos personagens em algum momento foram exploradas e não raro você se pegava torcendo por este ou aquele no decorrer de suas aventuras…

Foi um desenho que deixou saudades. E justamente por isso que, mais de trinta anos após seu encerramento, a Peugeot deu um solavanco nos combalidos corações dos antigos fãs ao lançar um comercial que explorava o universo desse desenho. Garanto que todos aqueles que acompanhavam a série ficaram maravilhados ante a expectativa de que eventualmente fosse produzido um “filme de verdade” com os personagens!

 
Voltando à década de oitenta, infelizmente, após três temporadas e 27 episódios a série foi cancelada, deixando uma legião de fãs órfãos, pois não houve um encerramento, uma conclusão. Acabou acabando e sem nos dizer se nossos heróis teriam conseguido voltar para casa e que fim levou o Vingador. Apesar de já existir um rascunho de um roteiro para o capítulo final, escrito pelo roteirista Michael Reaves e com o nome de Requiem, este nunca saiu oficialmente do papel.

Até agora!

Há anos esse roteiro final já circulava na Internet, já tendo sido feita, com base nele, uma versão adaptada para os quadrinhos, bem como um áudio drama. Mas foi somente agora neste pandêmico ano de 2020 que alguns fãs arregaçaram as mangas e verdadeiramente produziram um episódio completo com o tão esperado capítulo final de A Caverna do Dragão.

Divirtam-se!

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