Motorizando – parte XIII (de volta às origens)

Não tãããão às origens assim, pois tenho certeza que meu nobre porte não seria mais suportado lá por aquele velocípede que deu início a esta saga…

Estou falando da primeira moto grande que eu tive: uma CB 400. Pois bem, o que vou lhes apresentar é a última moto grande que terei: uma CB 400.

Tudo começou em fevereiro de 2020 (pouco antes do início da pandemia) num proseio descompromissado lá na autoelétrica do meu amigo japonês – que, para quem não se lembra, é o sujeito que simplesmente reconstruiu todo o chicote e fez a parte elétrica completa do Titanic. Como volta e meia estou sempre cafungando por lá, acabei encontrando um caboclo que estava consertando um jipe. Judiado, o coitado. O jipe, não o caboclo. Papo vem, papo vai, começamos a falar de veículos antigos, de Opalas, de jipes, de Opalas, de fuscas, de Opalas, de motos, e por aí afora. Foi quando ele me veio com essa:

“Pois vou te contar uma coisa: você acredita que eu tenho uma CB 400 parada lá em casa?”

“Cumassim???”

“Pois é. Comprei essa moto, reformei e fiz o motor. Logo em seguida fiz uma viagem de uns 300 quilômetros, ida e volta, encostei a moto e está lá até hoje.”

“Uai, mas nem pra funcionar de vez em quando?”

“Nada. Tá lá, debaixo de uma coberturinha…”

“Poxa, cara. Tem um cascalho que pode ser que entre pra mim aí por esses dias… Põe preço nessa criança!”

“Ah, cara. Não sei não. Sei lá. Uns quatro contos tá bom?”

“É minha!”

Para que vocês percebam como sempre fui um cara comedido, nunca dado a arroubos de momento ou coisas do gênero… #SQN Eu não vi a moto, sabia que não estava funcionando, não sabia como estava a documentação, sabia que ia dar trabalho, não sabia que ia ficar caro, e mesmo assim fechei o negócio ali, na hora. Acho que deve ter sido um record, até mesmo pra mim.

Enfim, antes de pegar a moto o rapaz ainda me mandou uma foto (antiga) para eu ver como ela estava antes de encostá-la. Bonita, até. E foi assim, em 29 de fevereiro de 2020 (tinha que ser num ano bissexto!), que efetivamente concluímos o negócio. Fui até a casa dele e levei a moto – empurrando – até a oficina do japonês. As laterais estavam desencaixadas, os espelhos desmilinguidos, a pintura opaca, os pneus rachados, o cavalete quebrado, a bateria um lixo, o tanque enferrujado e eu FELIZ.

A moto ficou de molho por quase duas semanas lá na autoelétrica, pois eu precisava levantar a grana para trazê-la de volta à vida e, pior, ainda precisava descobrir um jeito de como contar para a Dona Patroa…

Nesse meio tempo fui conversar lá com o Buldogue, da Metal Motos, que é o mecânico especializado que cuidava da manutenção da Harley que eu tive – meio que já sabendo que ele não faria esse tipo de serviço, pois o negócio dele, além da manutenção, era customização, e não reforma de moto véia.

“Ih, cara, eu não mexo com isso aí não. Quem gosta e sabe cuidar de moto assim é o Russo.”

Ele me explicou onde ficava a oficina desse tal de Russo e assim que pude fui lá prosear. Um senhorzinho das antigas, com uma oficininha simpática (cabe, no máximo, umas três ou quatro motos desmontadas) e cujo negócio é reformar e restaurar motos antigas. Perfeito!

Enfim, contratei um reboque (de motos) e em meados de março levei a moto para ele. No mesmo esquema que sempre fiz com o Seo Waltair: “enquanto um não tem pressa, o outro não tem dinheiro”. Mas zuzo bem. Levou dois meses para concluir os serviços e, dentre outras coisas, trocar todos os cabos, as pastilhas, as lonas, o óleo, verificar o motor, revisar a parte elétrica, e mais, muito mais. Ficou pronta em meados de maio.

Ao retirar a moto foi como se tivesse voltado à década de noventa, quando tive minha primeira CB! Que delícia, que maciez, que desempenho! Mas depois de quatro anos parada e após dois meses na mecânica, obviamente a moto precisava de uma bela de uma limpeza. Resolvi tirar os escorpiões do bolso e levei a moto numa oficina especializada em “higienizar” veículos. A moto foi lavada, bem tratada, os cromados polidos e minuciosamente limpada, inclusive com um polimento que lhe deu vida nova. Vejam como ficou:

Então é isso, meus quase 3 ou 4 amigos que ainda teimam em passar por aqui neste decadente blog (é, isso ainda existe). Agora em nossa casa a Família Chevrolata passou a ser constituída de um Agile 2010, um Opala 79 e uma CB 400 1981 (não se deixem enganar pelo adesivo que o Zé Ruela do dono anterior colocou nela – quando for pintar eu resolvo isso).

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Sobre velozes e furiosos…

Confesso que “da franquia” só assisti os dois primeiros filmes. Acho que também assisti o terceiro, mas não tenho lá tanta certeza assim. Entretanto, do pouco que assisti, uma das melhores sequências é esta a seguir, em que as duplas resolvem apostar uma corrida valendo seus próprios carros. E na minha nada humilde opinião o melhor dentro dessa sequência se dá logo no início, quando Pearce (interpretado por Tyrese Gibson) fica acelerando seu “carrinho” e tripudiando o rival. Entretanto basta apenas uma acelerada forte, daquelas de o motor querer pular fora do capô, no Dodge Challenger R/T 1970 – um muscle car pra lá de potente – para o sorrisinho dele murchar na hora… Coisa digna de opaleiros! Confiram:

Este post fora da cronologia somente foi possível para, de minha parte, poder tripudiar um pouquinho com meu amigo Hideki… 😀