Minhas motos

Como muito bem lembrado pelo @michelpachecoramos, lá do @casal_demoto, hoje, 27 de julho, é comemorado o Dia do Motociclista. Então eis uma palhinha com todas as motos que já tive em minha vida, a partir dos 14 anos de idade – só bicheira! 😃

– Garelli 1976;
– Mobylete 1978;
– RDZ 125 1983;
– CB 400 1982;
– RX 125 1980;
– DT 180 1983;
– CB 400 1984;
– DT 180 1988;
– NX 150 1989;
– CB 400 1985;
– CBX 200 Strada 2001;
– YBR 125K 2004;
– Harley Davidson 883 2010; e
– CB 400 II 1981 – a quarta CB, minha atual moto e que é a última que pretendo ter…

Motorizando – parte XIII (de volta às origens)

Não tãããão às origens assim, pois tenho certeza que meu nobre porte não seria mais suportado lá por aquele velocípede que deu início a esta saga…

Estou falando da primeira moto grande que eu tive: uma CB 400. Pois bem, o que vou lhes apresentar é a última moto grande que terei: uma CB 400.

Tudo começou em fevereiro de 2020 (pouco antes do início da pandemia) num proseio descompromissado lá na autoelétrica do meu amigo japonês – que, para quem não se lembra, é o sujeito que simplesmente reconstruiu todo o chicote e fez a parte elétrica completa do Titanic. Como volta e meia estou sempre cafungando por lá, acabei encontrando um caboclo que estava consertando um jipe. Judiado, o coitado. O jipe, não o caboclo. Papo vem, papo vai, começamos a falar de veículos antigos, de Opalas, de jipes, de Opalas, de fuscas, de Opalas, de motos, e por aí afora. Foi quando ele me veio com essa:

“Pois vou te contar uma coisa: você acredita que eu tenho uma CB 400 parada lá em casa?”

“Cumassim???”

“Pois é. Comprei essa moto, reformei e fiz o motor. Logo em seguida fiz uma viagem de uns 300 quilômetros, ida e volta, encostei a moto e está lá até hoje.”

“Uai, mas nem pra funcionar de vez em quando?”

“Nada. Tá lá, debaixo de uma coberturinha…”

“Poxa, cara. Tem um cascalho que pode ser que entre pra mim aí por esses dias… Põe preço nessa criança!”

“Ah, cara. Não sei não. Sei lá. Uns quatro contos tá bom?”

“É minha!”

Para que vocês percebam como sempre fui um cara comedido, nunca dado a arroubos de momento ou coisas do gênero… #SQN Eu não vi a moto, sabia que não estava funcionando, não sabia como estava a documentação, sabia que ia dar trabalho, não sabia que ia ficar caro, e mesmo assim fechei o negócio ali, na hora. Acho que deve ter sido um record, até mesmo pra mim.

Enfim, antes de pegar a moto o rapaz ainda me mandou uma foto (antiga) para eu ver como ela estava antes de encostá-la. Bonita, até. E foi assim, em 29 de fevereiro de 2020 (tinha que ser num ano bissexto!), que efetivamente concluímos o negócio. Fui até a casa dele e levei a moto – empurrando – até a oficina do japonês. As laterais estavam desencaixadas, os espelhos desmilinguidos, a pintura opaca, os pneus rachados, o cavalete quebrado, a bateria um lixo, o tanque enferrujado e eu FELIZ.

A moto ficou de molho por quase duas semanas lá na autoelétrica, pois eu precisava levantar a grana para trazê-la de volta à vida e, pior, ainda precisava descobrir um jeito de como contar para a Dona Patroa…

Nesse meio tempo fui conversar lá com o Buldogue, da Metal Motos, que é o mecânico especializado que cuidava da manutenção da Harley que eu tive – meio que já sabendo que ele não faria esse tipo de serviço, pois o negócio dele, além da manutenção, era customização, e não reforma de moto véia.

“Ih, cara, eu não mexo com isso aí não. Quem gosta e sabe cuidar de moto assim é o Russo.”

Ele me explicou onde ficava a oficina desse tal de Russo e assim que pude fui lá prosear. Um senhorzinho das antigas, com uma oficininha simpática (cabe, no máximo, umas três ou quatro motos desmontadas) e cujo negócio é reformar e restaurar motos antigas. Perfeito!

Enfim, contratei um reboque (de motos) e em meados de março levei a moto para ele. No mesmo esquema que sempre fiz com o Seo Waltair: “enquanto um não tem pressa, o outro não tem dinheiro”. Mas zuzo bem. Levou dois meses para concluir os serviços e, dentre outras coisas, trocar todos os cabos, as pastilhas, as lonas, o óleo, verificar o motor, revisar a parte elétrica, e mais, muito mais. Ficou pronta em meados de maio.

Ao retirar a moto foi como se tivesse voltado à década de noventa, quando tive minha primeira CB! Que delícia, que maciez, que desempenho! Mas depois de quatro anos parada e após dois meses na mecânica, obviamente a moto precisava de uma bela de uma limpeza. Resolvi tirar os escorpiões do bolso e levei a moto numa oficina especializada em “higienizar” veículos. A moto foi lavada, bem tratada, os cromados polidos e minuciosamente limpada, inclusive com um polimento que lhe deu vida nova. Vejam como ficou:

Então é isso, meus quase 3 ou 4 amigos que ainda teimam em passar por aqui neste decadente blog (é, isso ainda existe). Agora em nossa casa a Família Chevrolata passou a ser constituída de um Agile 2010, um Opala 79 e uma CB 400 1981 (não se deixem enganar pelo adesivo que o Zé Ruela do dono anterior colocou nela – quando for pintar eu resolvo isso).

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No more Beauty, no more Beast…

Desde a virada do ano muita coisa vem acontecendo – no mundo, no país, no trabalho e na minha vida pessoal (na exata ordem inversa de importância…) – e que muitas vez traz consequências e a dura necessidade de enfrentar algo do tipo “recalculando rota”…

MENOS NO QUE DIZ RESPEITO AO “PROJETO”!!!

Então ladies (tem alguma por aí?) and gentlemen (vocês são, não são?) vejamos alguns dos últimos acontecimentos que, direta ou indiretamente, influeciam n’O Projeto.

Pra começar temos que precisei vender meu querido Opala 90 (“The Beast”), conhecido originalmente como Poseidon e, mais recentemente, como Cruzador Imperial (eu já estava até buscando uma buzina com o tema do Darth Vader pra colocar nele…).

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Após diversas idas à feirinha – fonte inesgotável para comprar ou vender todo e qualquer carro velho clássico que se possa imaginar – e um bom tempo anunciado no OLX – onde textualmente escrevi que só me interessava a venda, o que, óbvio, foi a porta aberta para que me apresentassem as mais estapafúrdias propostas de troca. A gente fala uma coisa, as pessoas fazem outra! Eu nunca vou deixar de ficar abismado com essa raça. Humana.

Enfim, de um encontro mais inusitado possível foi que acabou saindo negócio. Numa sexta-feira dessas, do nada, resolvi dar uma passada num dos locais de praxe para sextas-feiras dessas: no caso, lá na MetalMotos, uma oficina-rock-bar, para uma breja gelada, uma dose de uísque, um colírio para os olhos e um bom bate papo com o pessoal que costuma frequentar o local, quer fossem conhecidos ou não. E num desses proseios surgiu um caboclo que se interessou pelo carro – não pra ele, mas para um amigo. Eu sequer estava com a viatura no local, apenas descrevi em detalhes como era e o pouco que tinha que ser feito a título de reparos.

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Eis que no dia seguinte o sujeito me liga pra dizer que o amigo dele até se interessou, mas naquele momento não tinha como fazer negócio. Pensei comigo: “legal esse cara, ainda que não tenha dado negócio ligou ao menos para dar satisfação, difícil gente assim hoje em dia…” Agradeci e já estava prestes a desligar quando, assim, de supetão, ele me soltou: “ele não ficou, mas eu fico”.

Confesso que fiquei meio surpreso, mas proseamos mais um pouco, combinamos de ele vir dar uma olhada no carro, trocamos e-mails, uatizápes, telefones e contas-correntes e, quando menos esperava, o negócio estava concluído. E, exatamente no dia 13 de janeiro, lá se foi o bom e velho opalão…

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E, na sequência, também precisei negociar a querida Harley 883 (“The Beauty”), sem outros codinomes, parceira de estradas viagens e outros momentos especiais…

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A questão é: é muito bom ter moto. Muito MESMO. Mas há que se ter um carro, também. Após a venda do Opala, tendo somente a moto como meio de transporte, bastaram três dias de intensa chuva torrencial ao voltar pra casa para me congestionar todo e ocasionar, numa reação em cadeia, uma coisa que jamais tive na vida: um ataque de sinusite. Localizado, temporário e com cura. Mas uma desgraça pra se passar o dia a dia!

Por conta disso precisei ter um proseio com Seo Bento, vulgo Meu Pai, que tem dois conservadíssimos veículos: duas Variants, uma marrom, outra dourada. Expliquei a situação, garanti que era só por uma, talvez uma semana e meia e que cuidaria bem de sua relíquia. Meu pai, que é de uma franqueza cavalar, simplesmente me respondeu: “Ói, fio, a contragosto, mas empresto sim.”

Bem, fazer o quê? Esse é meu pai. Ao menos pude dirigir um tempo sob capota coberta, enquanto voltava a arquitetar minhas arquitetações e planejar para onde correr desta vez. E a conclusão óbvia foi me desfazer da moto. Negociar daqui, resolver dali, saldar dívidas acolá e, enfim, tocar a vida em frente.

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Como o Universo não cansa de caçoar da minha pessoa, trazendo situações quase que inverossímeis para esta minha vidinha, no último dia 23 acabei fechando negócio com ninguém mais, ninguém menos que o Flávio – que foi o mesmo amigo de quem eu comprei a moto! O curioso é que no tempo em que fiquei com ela, fiz algumas adaptações, instalei um Sissy Bar (encosto), comando avançado, alforjes – tudo sempre com o palpite dele. A brincadeira era que, apesar de vendida, a moto era “nossa”. Nada mais verdadeiro…

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Enfim, crianças, é isso…

Oi?

Se agora estou a pé?

JAMAIS!

A história de hoje já está longa e faltam-me fotos para a história a seguir. Fora o fato de que O Projeto já caminhou um tanto e temos novidades na área! Mordam seus cotovelos de curiosidade e aguardem notícias – muito em breve! 😀

A crença dos motoqueiros

Não, eu não disse “motociclistas”.

Eu disse “motoqueiros”.

E quem sabe a diferença, sabe a diferença.

Esse vídeo já tem alguns anos – mas só agora eu vi. Mas só agora gostei…

Nós acreditamos em seguir nosso próprio caminho, não importa qual caminho o resto do mundo está seguindo.

Nós acreditamos em lutar contra o sistema criado para esmagar indivíduos como insetos num pára-brisa.

Alguns de nós acreditamos na autoridade lá de cima, todos nós acreditamos em resistir contra as autoridades aqui em baixo.

Nós acreditamos no céu e nós não acreditamos em tetos-solares.

Nós acreditamos em liberdade.

Nós acreditamos em poeira, mato, búfalo, montanhas e pilotar em direção ao pôr-do-sol.

Nós acreditamos em alforjes e nós acreditamos que os caubóis sabiam das coisas.

Nós acreditamos em recusar a derrota para qualquer um.

Nós acreditamos em vestir preto porque a cor não mostra sujeira. Ou fraqueza.

Nós acreditamos que o mundo está ficando mole e então não vamos ficar junto com ele.

Nós acreditamos em encontros de motocicletas que duram uma semana.

Nós acreditamos em atrações de beira de estrada, cachorros-quentes de postos de gasolina e descobrirmos o quê há depois da próxima colina.

Nós acreditamos em motores barulhentos, pistões do tamanho de latas de lixo, tanques de gasolina projetados em 1936, faróis do tamanho de trens de carga, cromo e pintura personalizada.

Nós acreditamos em chamas e caveiras.

Nós acreditamos que a vida é o que você faz dela, e nós fazemos uma viagem e tanto.

Nós acreditamos que a máquina sobre a qual você se senta pode dizer ao mundo exatamente sua posição.

Nós não nos importamos no que os outros acreditam.

Amém

 

Harley-Davidson 883 Roadster

Não, não, você não está no blog errado, não. Aqui continua sendo o nosso cantinho virtual para os opaleiros de plantão. Mas como as coisas andam bem calmas no tocante aO Projeto, então resolvi compartilhar com os harleyros de plantão um pouco do que “aprendi” sobre a minha própria moto. E pra que ninguém me acuse de plágio, saibam que tudo foi praticamente recortado-e-colado daqui.


A menor e mais leve das Harleys não é pequena e nem leve.

Apesar de ser a menor das Harley ela não é pequena e seu motor não é fraco. Com 883 cm³ de cilindrada em dois cilindros em V, essa digna representante das Sportster possui atributos interessantes e agrada mesmo aos críticos do estilo.

Ela é uma moto para uso cotidiano em asfalto urbano ou estradas. Permite trafegar com certa liberdade entre os carros desde que haja espaço para o guidão, bastante largo. Outro cuidado nesta condição é com manobras, pois o entre-eixos é longo. Contudo, para os admiradores e consumidores da marca Harley isso não importa. Uma Harley-Davidson é uma motocicleta para apaixonados, que curtem a tradição da marca e suas características especiais e distintas de todas as outras motos. O visual inconfundível, muitos cromados e a qualidade indiscutível dos componentes fazem dessa marca pioneira nos EUA um ícone e uma lenda das motocicletas. No fundo é esse o fator decisivo e mais atraente em qualquer Harley-Davidson. Quando você passa com uma Harley, pode ter certeza que será notado.

O tanque “tear drop” dá o toque retrô das Sportster modificadas dos anos 60, reforçado pela sua localização elevada em relação ao canote da direção. Os canos dos escapes brilham por causa do cromo esmerado. É a tradição das Harley-Davidson. O som inconfundível do V2 é um prazer à parte. Em baixas rotações as batidas graves dos cilindros produzem um som imponente que sai pelos dois escapes e marca presença dentro dos limites. Também tradicional, a vibração é grande e por isso o motor é suportado por coxins de borracha que absorvem boa parte desta “característica”. Porém, este é o preço que se paga pela pulsação do grande V2 como representação do seu grande poder.

Andando nela se percebe o seu tamanho logo ao dar na partida. O som do engate do motor de partida é alto, percebe-se a sua robustez. A posição do condutor é confortável e natural. Mas ao parar em qualquer situação, quando você coloca os pés no chão percebe que as pedaleiras atrapalham. A sugestão seria diminuir a largura das pedaleiras ou colocá-las mais adiante. Esta situação torna-se até perigosa e em algumas circunstâncias assusta procurar o chão para apoiar os pés e encontrar a pedaleira no caminho.

Na cidade

Não é o seu forte, apesar de ser possível andar sem maiores problemas, pois a posição das pedaleiras incomoda quando se quer apoiar os pés no chão e pelo seu porte e peso, se tornam complicadas as manobras na cidade.

Em movimento, entretanto, o seu peso não se faz tão presente e o torque do motor facilita muito as retomadas e arrancadas mais frequentes nas cidades. E o câmbio, muito suave para o tamanho da moto, é bem preciso nas mudanças e permite um uso do motor na sua gama mais ampla de rotações, a partir da marcha lenta ela já empurra com suavidade e acelera rápido até a hora de trocar de marcha de novo.

As suspensões são bem calibradas mas, de novo, nas cidades esburacadas do nosso país essa não é a moto mais apropriada para o nosso piso. A impressão que dá é que as suspensões dão um duro danado para manter o controle das rodas pesadas. E nos casos extremos ela perde contato quando a velocidade do movimento da roda é grande, causado por um impacto maior. Essa característica, do grande peso das rodas, faz com que os impactos grandes sejam transmitidos em certo grau ao piloto, mas o sistema hidráulico dá conta do recado sim.

Nas estradas

Tecnicamente um teste de uma Harley é difícil de se fazer porque essa não é uma marca que se preocupa simplesmente com performance. As motocicletas Harley-Davidson levam consigo a identificação de um mito, uma marca dentre poucas (algumas marcas de automóveis ingleses são assim) que se orgulha de sua tradição e faz disso o seu destaque. São as qualidades intangíveis da marca que procuramos levar em consideração.

Nas estradas a Harley-Davidson 883R (de Roadster) diz a que veio: muito prazer em duas rodas. A tocada é suave, o ronco grave e meio surdo dos escapamentos somados à aceleração imponente do motor 883 é o que dá maior destaque nessa moto. Curvas ela faz e até bem para a categoria, mas a frente, como a de qualquer custom, não tem a destreza de uma street, naked ou esportiva. De fato, ela é bastante neutra se considerarmos a sua geometria estilo “chopper” que preza mais a estabilidade e conforto de retas como as intermináveis “inter states” da sua terra natal. Para viagens são necessários acessórios como um sissy bar e alforjes laterais. Caso contrário, apenas a mochila nas costas é que vai funcionar. A placa da moto fica no caminho de qualquer outra bagagem e pontos para fixar os elásticos não estão disponíveis. Ao garupa esses acessórios vão colaborar bastante. Se não os colocar, esqueça o(a) garupa.

Avaliação Técnica


Uma moto clássica tem geometria clássica – Valoriza estabilidade em retas e conforto

Motor

Seu nome é torque, muito torque. Baixas rotações e construção robusta. Muitos criticam a falta de comando no cabeçote mas para a sua configuração e proposta de curva de torque e potência essa construção com tuchos hidráulicos e válvulas no cabeçote cumprem bem a sua função, principalmente por causa da durabilidade que esse motor consegue. Desenvolvido e evoluído em décadas de pesquisa e produzido aos milhares esse é um motor que pode-se dizer que é feito para durar uma vida. “A Life time”, coisa da tradição americana que para ser confiável um produto deve ser grande, robusto e durar uma vida. Se for bem conservada e se você quiser, pode deixar a sua Harley 883 Roadster para o seu filho.

Câmbio e transmissão final

Seguindo a linha da robustez, o câmbio é excelente. Engates precisos, escalonamento perfeito para a faixa útil do motor e se não fosse a quinta marcha, uma “overdrive” que deixa o motor em rotação mais branda que o normal, você acabaria por se esquecer dela. Vai usá-la somente nas estradas, para uma velocidade de cruzeiro. A transmissão por correia é referência do mercado. Pioneira no seu desenvolvimento a Harley-Davidson conseguiu com essa tecnologia terminar com o ruído da corrente e minimizar a manutenção quase tão bem quanto um cardã, mas sem a sua complexidade. Várias outras marcas seguiram essa ideia.

Freios

Muito potentes, dão conta do grande peso da moto, sem problemas. Têm boa sensibilidade e consegue-se travar as rodas se desejável, sem perder a modularidade. É duplo na frente e de bom diâmetro. Na traseira é disco único com pistão simples.

Ciclística

Característica de uma Harley-Davidson é o chassi tubular em aço com os chamados “gussets” ou reforços que são “vestidos” nos tubos em cada união. No canote da direção por exemplo, se vê essas peças soldadas, muito bem soldadas por sinal, formando uma grande estrutura triangulada sobreposta aos tubos que seguem para as partes mais baixas do chassi.

Sua configuração em berço duplo acomoda o motor por meio de coxins de borracha, de forma que a vibração do motor fica amortecida por essas peças. A geometria também é bastante conservadora permitindo um rake de 29,7º e um longo trail de 112mm. Assim é que se configura a grande estabilidade e conforto para as retas intermináveis – que também existem no Brasil.

Nas condições brasileiras entretanto a grande estrutura sofre um pouco pelas flexões que podem ser amplificadas pelos grandes choques que provocam a buraqueira brasileira. A estrutura da balança e suspensão traseira é que parece ser mais afetada por esse problema.

Em curvas o sintoma se confirma mas apenas nos maiores choques. Em condições normais a moto oferece boa estabilidade e a maneabilidade é bem melhorada com a presença do largo guidão, em movimento a moto fica bastante leve.

Suspensão

Bem calibradas as suspensões absorvem bem as irregularidades do piso sem problemas. Apenas em terreno muito acidentado é que a característica do peso da moto se faz transparecer, quando as suspensões chegam ao limite, seja no curso ou na capacidade de absorver impactos muito quadrados.

Levando-se em conta que essa é uma moto custom e seu habitat é nas estradas a absorção dos impactos pela suspensão pode ser considerado muito bom e os 105mm de curso na dianteira resulta em um deslocamento preciso. Já o ajuste da pré carga nos amortecedores traseiros permite se adequar à carga.

Acabamento

Por ser uma moto de estilo espartano o seu acabamento deve-se considerar excelente. A qualidade da pintura, cromo e outros tratamentos de superfície estão acima da média da indústria. Percebe-se a preocupação da montadora em manter os padrões internacionais quando interna o produto para montagem CKD (“Complete Knocked Down” ou “totalmente desmontada”).

Equipamentos

Como a maioria das Harleys essa também precisa de alguns acessórios. A fábrica estimula a personalização oferecendo uma ampla gama de acessórios para melhorar o conforto como os sissy bars, bancos mais estofados, guidões de curvatura diferentes e pedaleiras avançadas. Sem falar nos outros detalhes como espelhos e faróis auxiliares.

Consumo

Para um motor de quase 900 cilindradas movimentando uma moto de 250 Kg a média de 19,23 Km/litro pode ser considerada muito boa, mesmo sendo indicada apenas a gasolina premium. A Harley-Davidson fez um excelente trabalho no mapeamento da injeção eletrônica, combinando com os catalizadores duplos nos escapes.

Bateria descarregand…

Adoro meu Opala Comodoro 89, modelo 90, carinhosamente apelidado de Cruzador Imperial.

Mas também adoro a minha moto Harley Sportster 2008, carinhosamente ainda sem apelido algum.

Então, numa breve consulta aos sites meteorológicos de plantão para saber como estaria o clima (mais uma questão de fé que de ciência, na minha opinião), ficamos com o tempo assim: domingo frio, segunda com chuva, terça fechado e quarta aberto.

Ok, ainda é terça. Mas já tem UM TEMPÃO que não saio de moto, pô!

Papelada, contas, tablet, notebook e celulares na mochila, jaqueta de couro, luvas cano longo, capacete, tudo pronto! Empurrei os 250 kg de moto para fora, dei a partida e… nada.

Não, “nada” é mentira. Ela pegou mas não pegou. Ameaçou funcionar e morreu. De imediato lembrei-me último posto em que parei para abastecer, há coisa de uns quinze dias atrás, última vez que andei com ela. Parece que eu estava adivinhando…

Insisti. Nada. Ameaça, mas não vai. Insisti de novo. Mais uma vez. Outra vez. E daí começou a um “clec-clec-clec” na partida, claramente indicando que a bateria arriou. Só então parei de insistir.

Merda.

Só me restou empurrar os 250 kg de moto rampa acima, de volta para a garagem, desvestir toda a indumentária, pegar o Opalão e bóra trabalhar. Fazer o quê?

E a moto ficou lá, parada, largada, arriada… 🙁