Bancada: capí­tulos finais

Só para constar: a manhã foi dedicada a comprar um verniz e um pincel (na realidade uma “trincha”) para madeira da bancada. De quebra minha oficininha ganhou também mais duas brocas pequenas e um paquímetro – de plástico (urgh!). Bem, melhor algum que nenhum.

A primeira mão de verniz foi aplicada nas madeiras individualmente, com tudo desmontado. Dica para os curiosos de plantão: para madeira o verniz deve ser sempre utilizado em dias quentes e secos, em materiais bem lixados, limpos e também secos, distribuindo bem todo o líquido, sem deixar escorridos, e secar na sombra por pelo menos 12 horas antes da próxima mão. Aliás, no mínimo duas mãos – ou “demão”, como diríamos lá na terrinha…

À noite, com as peças secas, já montei a parte de cima da bancada. A parte de baixo ainda depende de arranjar uma madeira para travamento. A Dona Patroa (olha ela de novo aí, gente!) me mostrou uns pedaços que talvez sirvam, mas ainda vai depender de nova visita à oficina do Seu Bento para usar a serra circular e a plaina.

E ainda preciso arranjar uma morsinha (ou prensa, se preferirem), mesmo que usada…

Nem só de bancada vive o homem

Como já foi possível perceber, uma das coisas que está virando rotina nessa “brincadeira” com o Opala (e ainda não batizei o bichinho…) é que estou, paralelamente, montando uma oficina com ferramentas específicas para utilização na reforma. Num futuro não muito distante já vislumbro até mesmo um compressorzinho para pintura…

Mas, por enquanto, o que me falta é uma bancada de trabalho. Daquelas reforçadas, nas quais você pode marretar sem dó alguma peça que precise ser desamassada. De preferência com uma pequena prensa horizontal numa ponta para que eu possa prender algumas peças de quando em quando.

Assim, tirei o dia para colocar meus “dotes” de marcenaria em prática. Como reciclar é a palavra em voga, aproveitei alguns velhos caibrões (vigas) que estavam encostados lá no fundo do quintal e pus mãos à obra.

De custo, mesmo, foram somente dez parafusos de cabeça francesa (arredondados, sem fenda, que travam na madeira) de 5/16″ x 5″, com arruelas e porcas, o que deu exatamente R$0,64 a unidade. Saíram mais baratos que a própria broca de 5/16″ que também precisei comprar (R$7,30). O resultado foi uma bancadinha de 1m de altura, por 1m de largura e 45cm de profundidade. Mais que o suficiente para um caboclo da minha altura trabalhar.

Só falta desmontá-la, lixar cada peça, envernizá-las e remontar tudo de novo…

PS.: Ali em cima, ao invés de “prensa”, eu ia escrever “morsa” – que é como sempre conheci esse equipamento. Como talvez fosse um regionalismo, resolvi escrever “torno” (outro nome pelo qual conheço o tal do equipamento), entretanto ainda assim resolvi dar uma consultada no Aurélio. Cheguei a conclusão que já não sei de mais nada. Isso porque uma das acepções da palavra “torno” é a seguinte: “Posição de cópula em que a mulher fica por cima do homem”. Ora vejam! Definitivamente, Aurélio também é cultura!

Mais miudezas

Duas comprinhas básicas: uma para mim e outra para o carro. Para mim, um par de óculos de segurança, pois não quero correr o risco de que alguma lasca de alguma coisa voe para meus olhos enquanto estiver trabalhando – é o chamado EPI (Equipamento de Proteção Individual). Para o carro, alguns parafusos para a tampa do distribuidor.

Apesar de ter trocado a dita tampa por uma nova, por algum motivo o parafuso original não “pegou” a rosca da base. Precisei comprar alguns com a mesma rosca, mas comprimento um pouco maior para ver se dá o encaixe correto. Até porque são apenas dois parafusos, sendo que um está com o encaixe perfeito. Se eu não colocar o outro, estarei sobrecarregando o aperto desse um, que estaria segurando sozinho a tampa do distribuidor, e correria o risco de que a curto ou médio prazo acabasse bichando também…

Em busca de um macho

Para resolver o problema do parafuso espanado (já que o furo também estava na mesma situação), nada melhor que uma pequena visita à super hiper mega blaster ultra vitaminada plus oficina do seu Bento (vulgo meu pai).

Lá podem ser encontradas todas as ferramentas do mundo para solução de qualquer problema. E as que ele não tem, ele as fabrica. Simples assim.

Só pra dar uma idéia geral, assim que ele se aposentou uma das “coisinhas” que ele resolveu comprar pra brincar foi um torno.

Mas, no meu caso, tudo que preciso é de apenas um macho. EPA! PÉRAÊ! NÃO É NADA DISSO NÃO! “Macho” é uma ferramenta utilizada para se fazer rosca em um furo. Bastou escolher numa das inúmeras caixas de parafusos que existem na oficina (“um dia pode ser que precise”) um que fosse cerca de 1mm maior que o utilizado na bandeja do platinado. Depois foi só escolher um macho da mesma medida e alargar o furo existente com uma rosca nova.

Pronto.

Bandeja recuperada e platinado firme outra vez.

Basta colocar de volta e aguardar o “professor”…

Miudezas

Trintão com as velas. É lógico que aquele negócio de velas do tipo “45 XLS” não serviu pra nada. Bastou pedir um jogo de velas para Opala 79 e pronto. As especificações? Velas NGK 6511 – BP5ES.

Já os fusíveis são um caso à parte. São de vidro. Não encontráveis na maioria das casas do ramo.

Como dizia minha bisa, “pra não ficar piá”, aproveitei e, pra não passar por novos apertos, comprei duas chaves de boca (13mm e 14mm) e duas escovas de aço para a limpeza do assoalho.

Flintstone’s car

Sabadão. Em tese um dia tranquilo e que daria para resolver todos os problemas que aparecessem. Munido de mais paciência que o habitual decidi desmontar o interior do Opala.

Mas antes mesmo disso, uma rápida saí­da. Afinal eu precisava de luz para trabalhar. Para não desperdiçar uma fiação que eu já tinha, bastou comprar um soquete e uma lâmpada normal de 100 watts e pronto. Aproveitei e comprei também um pequeno galão de gasolina que achei bastante interessante. Imagine um daqueles antigos regadores de jardim, mas ao invés do “chuveirinho” da ponta, uma simples ponta (com tampa do tipo refrigerante) para colocar a gasolina, dispensando totalmente a necessidade do funil. Gostei. Levei. E já enchi de gasolina.

Pois bem. Como não havia “entendido” o sistema dos bancos dianteiros, resolvi começar pelos traseiros. Fui desmontando, passo a passo, tirando um por um, assento, encosto, carpete, etc. Retirado o carpete pude ter uma visão melhor não só do assoalho furado como também do sistema dos demais bancos.

Aí­ eu entendi.

Diferente dos carros que eu já havia desmontado, nesse o trilho não é fixo no assoalho, mas faz parte do próprio banco. Bastou soltar os trilhos (chave de 17mm) e pronto! Pude retirar totalmente os bancos. Aliás, o do motorista estava com o encosto quebrado (posição de divã) e o do passageiro com o encosto travado.

Juntamente com os bancos saiu também todo o carpete, o console (é assim mesmo que se chama aquele “coiso” que fica no meio, junto com a alavanca de câmbio?), os cintos de segurança, tampão – com DOIS alto-falantes – estepe, macaco, triângulo e chave de roda. As fotos aí embaixo falam por si só.

Aliás tem um ponto que, se não fosse trágico, seria cômico. O assoalho está bambo, bambo, bambo, sabem onde? Bem embaixo do pedal do acelerador! Ali mesmo, onde costuma-se apoiar o calcanhar…

De um modo geral o quadro do que tem a ser feito é o seguinte: retirar toda a ferrugem com martelo, talhadeira e escova de aço – o que invariavelmente faz com que os buracos AUMENTEM de tamanho – e depois decidir a melhor forma de tapá-los ou mesmo de reforçar sua estrutura. Se com solda a oxigênio (o que demandaria a remoção do Titanic para um funileiro especializado) ou através de chapas arrebitadas. Em qualquer das situações, após o conserto, será necessário passar várias camadas de uma tinta especial, a base de água, chamada “batida de pedra”, que serve meio que para emborrachar o assoalho, evitando o surgimento de novos focos de corrosão.

Particularmente, ainda que o gasto seja um pouco maior, talvez eu venha a escolher a primeira opção, pois significaria uma solução mais permanente.

E o carro ainda não quer pegar…

Uma geral sem os bancos e o carpete.

Uma geral sem os bancos e o carpete.

Olha o tamanho do buraco...

Olha o tamanho do buraco…

E aqui é onde vai o estepe.

E aqui é onde vai o estepe.