O Opala 67

Esta estória foi contada pelo Chico Anysio no Programa do Jô (duas figuraças já extintas da boa época da televisão brasileira). A piada já começa na própria chamada, pois sob qualquer ângulo que se busque, JAMAIS houve um Opala fabricado no ano de 1967. Em minha nada humilde opinião, pelo teor do causo, acredito que a referência ao ano “67” deva ter sido mesmo para fugir de eventual encrenca com a GM/Chevrolet, depois de descrever tantas “particularidades” do veículo…

Sobre velozes e furiosos…

Confesso que “da franquia” só assisti os dois primeiros filmes. Acho que também assisti o terceiro, mas não tenho lá tanta certeza assim. Entretanto, do pouco que assisti, uma das melhores sequências é esta a seguir, em que as duplas resolvem apostar uma corrida valendo seus próprios carros. E na minha nada humilde opinião o melhor dentro dessa sequência se dá logo no início, quando Pearce (interpretado por Tyrese Gibson) fica acelerando seu “carrinho” e tripudiando o rival. Entretanto basta apenas uma acelerada forte, daquelas de o motor querer pular fora do capô, no Dodge Challenger R/T 1970 – um muscle car pra lá de potente – para o sorrisinho dele murchar na hora… Coisa digna de opaleiros! Confiram:

Este post fora da cronologia somente foi possível para, de minha parte, poder tripudiar um pouquinho com meu amigo Hideki… 😀

Speed Racer

Dia desses eu estava na caça de algumas referências visuais para o nosso amado, idolatrado, salve, salve, Titanic e vim parar na imagem desse estupendo SS aí em cima.

E então resolvi perguntar para mim mesmo: “mim mesmo, desde quando gostamos tanto assim de carros?…”

E fui buscar minhas memórias mais antigas, desde quando ainda brincava nos fundos da casa de meus pais, quando bastava um toquinho de madeira, quatro pregos, quatro tampinhas e – pronto! – estava feito meu carrinho para ficar empurrando pelos montes de terra, grama e lama que eu espalhava pelo quintal.

Mas ainda não era isso. Esse quê de paixão com relação às curvas do carro, com o ronco do motor, com a tecnologia embarcada – nada disso estava presente naquela pueril brincadeira de criança.

Foi então que me lembrei!

Speed Racer!

Naquela época da infância – idos da década de setenta – não havia Internet, não tínhamos acesso (nem interesse) a revistas especializadas e, quando muito, havia o sinal da TV aberta, impingindo-nos o que quer que achassem que valia a pena. Bem, com relação à TV até hoje ainda continua assim…

Enfim, dentre as parcas opções oferecidas pela extinta TV Tupi (que mais tarde viria a se tornar o SBT) tínhamos o desenho japonês dos anos sessenta Mach Go Go Go que acabaram “traduzindo” para o resto do mundo como Speed Racer. Um piloto sempre ético que, juntamente com a família e amigos, sempre estava disposto a lutar pela justiça e, de quebra, sagrar-se como Campeão do Mundo nas corridas.

Mas a grande estrela era o Mach 5. Um possante carro com linhas futuristas e que tinha como maior atrativo seu volante com sete botões, nominados de A a G, que permitiam ao piloto se destacar dentre os demais pilotos nos momentos cruciais das corridas:

(A) Autojack – hastes propulsoras, que faziam o carro saltar;

(B) Belt Tire – esteira que recobria os pneus em terrenos acidentados e também servia para proteger os pneus contra armadilhas;

(C) Cutter – duas serras, que saíam da fente do carro, para cortar qualquer obstáculo;

(D) Defenser – uma proteção de vidro à prova de balas que recobria o cockpit;

(E) Evening Eye – faróis infravermelhos;

(F) Frogger – permitia que o carro funcionasse e viajasse debaixo d’água, como um submarino; e

(G) Gizmo Robot – um robô mensageiro, na forma de um pombo-correio, que também funcionava como um GPS, fornecendo sempre a localização exata do Mach 5.

Como muitos outros animes, era um desenho bastante fantasioso, com cenas que beiravam o absurdo da lógica e movimentos dos carros que desafiavam as leis da física. E lá eu queria saber disso? Eu curtia – e muito – cada uma daquelas aventuras, isso sim!

Mas o tempo passou, eu cresci, outros interesses surgiram na minha vida e aquele pedacinho de emoção meio que ficou perdido lá na infância…

Há alguns anos, quando meus filhotes ainda eram pequenos (e agora já com o advento da Internet), consegui localizar vários episódios daquela série. Fomos assistir juntos e, ainda que eles até tenham gostado, pra mim ficou um gostinho estranho, pois “não era bem assim que eu me lembrava”… Alguns traços até mesmo meio toscos, umas tramas previsíveis, piadas óbvias, mistérios fajutos… Algo se quebrou. E fiquei imaginando, uma vez que já eram inúmeros os recursos digitais existentes, como seria bom se alguém resolvesse transformar aquele desenho em filme.

E eis que aconteceu!

Em 2008 lançaram o filme Speed Racer (que já vinha sendo desenvolvido desde 1992), contando inclusive com alguns medalhões do cinema! O filme possuía efeitos especiais absurdos e em excesso e, assim como eu me lembrava do desenho, com situações que desafiavam as leis da física. A bilheteria não foi tão boa quanto esperavam (até porque teve que competir com então recém-lançado – e excelente – Homem de Ferro), o público mais novo não se interessou tanto por um “remake” de um desenho dos anos sessenta e a crítica caiu de pau. Como sempre.

E eu lá quis saber disso? Assisti e, sim, gostei muito mesmo do filme. Me trouxe de volta todos aqueles bons sentimentos que eu tinha quando assistia os desenhos lá na minha longínqua infância!

E para não ficarmos só em palavras, eis a cena que eu considero como sendo a melhor do filme. Absurdamente repleta de efeitos especiais, desenho animado, saltos impossíveis, movimentos absurdos, reações exageradas, ou seja, tudo que é de bom para o nosso entretenimento. Para o MEU entretenimento. Ainda que você não tenha visto todo o restante da película, não tem como assistir esses parcos três minutos de filme sem se emocionar com tudo que está acontecendo naquele momento final da corrida…

Deuce of Spades


Deuce of Spades (2011)

Título original: Deuce of Spades
Lançamento: 2011
Direção: Faith Granger
Roteiro: Faith Granger
Gênero: Drama
Duração: 150 min
Elenco:
Faith Granger – Faith
Timothy Luke – Johnny Callaway
Alexandra Holder – Bettie Thompson

“Quando uma jovem encontra uma misteriosa carta, que remonta aos anos cinquenta, escondida no roadster que acabou de comprar – e que estava abandonado há décadas num galpão – ela fica com dúvidas e curiosa em saber do que se trata. É então que decide tentar descobrir o que aconteceu e reconstruir o passado conturbado de seu veículo em busca da resposta: quem foi Johnny Callaway?”

Gostei muito do filme. Somente o fato de ser ambientado – em parte – nos anos cinquenta e tratar das famosas corridas de roadsters já teria tudo para atrair minha atenção. Adicione um pequeno mistério, flashbacks, muita mecânica, muita velocidade e um suave romance… Bem, todos os elementos estão aí. Em especial, no que diz respeito às cenas de mecânica explícita, somente fazem é ferver a ferrugem que – não se enganem! – ainda corre nas veias deste velho opaleiro! Ainda que seja um filme “autoral” (dirigido, escrito, interpretado – e sabe-se lá mais o quê – por uma única pessoa), a trama se sustenta muito bem e, lá do meio para o final, não deixa de trazer uma interessante surpresa… Recomendo!