Liberando espaço

Simplesmente uma questão de unir o “inútil” ao “desagradável”… 😉

O meu sogro pretende mandar seu Golzinho 90 para funilaria. Mas, até mesmo pela idade e também pela instável saúde de minha sogra, não tem como ficar a pé. Assim, como hoje eu recebi de volta o 79 (ÊÊÊBAAAA!!!!), a garagem de casa tá pra lá de lotada.

Ou seja, o que já não seria esforço nenhum (emprestar o carro), agora veio mesmo a calhar.

Além de quê, agora posso tirar com calma as peças que não são indispensáveis para o transporte do carro (maçanetas, quebra-vento, bateria, parte da parte elétrica, etc) de modo a viabilizar seu encaminhamento para o pintor.

Acima temos a única cena de mutilação para substituição dos motores. Os suportes do radiador foram cirurgicamente retirados para que fossem soldados no Titanic II. Oportunamente ainda vou ter que arranjar outros para encaixar o radiador do motor de 6 cilindros. Mas tudo a seu tempo…

Eis o cofre do motor (quase) limpo.

Enfim, beeeeem devagar as coisas vão se encaixando…

Quem é o pintor?

Pergunta difícil…

Só tenho certeza de uma coisa: EU é que não sou!

Dentro de minhas limitadas capacidades (e ainda mais limitado tempo) não me aventuro a tentar nada tão grandioso quanto pintar um carro. Deixemos tais especialidades para os profissionais da área, certo?

Três possibilidades pairam no ar.

Primeiramente uma funilaria que fica bem do lado da casa de meu pai. Seria interessante no sentido de que teria quem pudesse “olhar” de perto o serviço para mim. E já não o seria em função de que estaria sujeito a palpites de toda espécie e principalmente um do tipo que não gostaria de ouvir: “deixa assim mesmo que está bom”.

Segundamente um amigo que trabalha comigo, mas na área de manutenção de computadores. Caboclo esperto, fuçado, tem bom senso e aparenta ser dedicado em tudo aquilo que faz. Tem uma oficina de funilaria na casa dele – é o “bico” fora do horário de expediente – e sei que já fez inclusive alguns cursos de especialização. Mas não conheço pessoalmente o trabalho dele.

Terceiramente uma indicação do próprio mecânico que trocou os motores. Um rapaz que, segundo ele, é bom, MUITO bom – e isso não significa pouca coisa vindo de alguém que é especializado na manutenção, reforma e restauração de Opalas. Fui até o cantinho do caboclo conhecer seu serviço e, coincidência das coincidências, havia justamente um 79 sendo reformado. O carro ainda estava somente com a tinta de fundo, mas deu pra perceber o cuidado do pintor nos detalhes, principalmente no que tange ao alinhamento. O único problema (segundo, também, o mecânico): o caboclo é enrolado. Demorado mesmo. Se ele falar que demora um mês, pode colocar uns seis meses pela frente. E isso poderia ser um complicador nos meus planos imediatos…

Decisões, decisões, decisões.

O tempo urge e o dinheiro escasseia.

Tenho que meditar bastante sobre esse assunto…

Flagrante da cirurgia

E então, ansioso do jeito que sou, não pude me conter e dei uma passadinha lá na oficina para ver a quantas anda tudo com os carros.

Segundo o Marino (o mecânico), os prognósticos são bons.

No decorrer dessa semana ambos já devem ficar prontos…

Uma geral do 76 meio que desmilinguido.

Sim, os diferenciais deverão ser trocados entre os carros.

Eis o cofre vazio, pronto para um novo depósito.

E aqui temos o doador, ansioso para mandar sua alma de volta às ruas!

Uma peculiar visão das entranhas do conjunto por parte (novamente) de meu caçulinha.

A alma do carro

Sim, a alma.

E não me venham dizer que o motor do carro corresponde ao coração.

Talvez exista um “coração do motor”, mas, na minha opinião, o motor em si é a alma do carro.

É com ele que a gente conversa, é para ele que imploramos para aguentar mais um pouco quando está falhando, é ele que ouve nossas palavras de incentivo quando queremos que corra além dos limites, é pra ele que agradecemos quando deu conta do recado… Ou seja, a alma do carro.

E, nesse sentido, posso dizer que a alma do Titanic II jaz no frio chão da garagem de casa. Descansando, mas não esquecido.

Isso porque finalmente o mecânico tirou o motor de seis cilindros do Titanic II, preparando-o para receber o motor de quatro cilindros do 79. Pra quem já não mais se lembra, ou que esteja chegando agora, são dois os meus carros: um 79 (quatro cilindros original) e um 76 (seis cilindros acochambrado). O motor de quatro cilindros (até onde me lembro) está funcionando perfeitamente, enquanto que o de seis está começando a subir óleo. Como é este último que vai efetivamente ser incorporado ao 79, então temos que ele vai aguardar por algum tempo, de molho, até que eu acabe a funilaria e pintura e, então, já possa mandá-lo direto para retífica.

Eis algumas fotos da criança…

O bicho é graúdo mesmo!

E, se sob o capô, ele já parece enorme, fora então…

Eis um outro ângulo para vosso deleite…

E aqui o bom e velho radiador, juntamente com o cardan.

O “divertido” dessa história é que o mecânico trouxe esse motor ontem à noite. Eu estive fora, em curso, nos últimos dois dias, e quando cheguei o bichão já estava lá no chão. Perguntei para Dona Patroa se o caboclo teve trabalho para colocar o motor na garagem. Segundo ela, quase nenhum, pois tinha um “bracinho mecânico” instalado na camionete que fez quase tudo sozinho. Só precisou de intervenção na hora de ajeitar o motor no canto da garagem, quando então ela também teve que ajudar!

Mas tá tudo bem.

Fora uma parte do piso que estourou (nem vem, que já tava soltando mesmo) não houveram maiores sequelas para guarda do motor.

Creio que em um ou dois dias a Dona Patroa já deve voltar a falar comigo…

Um mês

E eis que a cirurgia foi – novamente – adiada. Estive ontem no mecânico (que não estava lá no momento) e os carros ainda estão aguardando sua vez na mão do doutor. Ontem, dia 31 de janeiro. Um mês, exatamente.

Fé é o que me movimenta…

Visita à UTI

Bem, ontem fui visitar os “pacientes”.

Ainda estão em estado de animação suspensa * .

O que só faz comprovar o que escrevi aqui, ou seja, “se for bom e barato, não é rápido

Nesse meio tempo, de modo a deixar o novo integrante desta família Chevrolata um pouco mais ajeitadinho, pequenos reparos foram feitos nele. O Chevette (ele poderia teria recebido o curioso nome de Opalim à época de seu lançamento – ainda bem que repensaram isso…) recebeu dois novos cintos de segurança, tanto do motorista quanto do passageiro, pois as catracas originais já não estavam sequer funcionando (e, como já disse antes por aqui, minha vida foi salva em função de uma catraca dessas), unifiquei as chaves de contato, portas e porta-malas em uma única, troquei a capa da luz da placa (que estava quebrada) e coloquei calhas nas portas para os dias de chuva. E já tá bom. Não transformaremos este nosso canto Opalístico em uma série de relatos sobre reparos no Chevettinho.

Enquanto isso… saudade do Opalão…

* Não se assustem com essas referências. É que com a recente morte de Ricardo Montalbán, meu lado trekker veio à tona e passei parte deste final de semana revendo velhos capítulos da série Jornada nas Estrelas, como o epísódio A Semente do Espaço e o filme A Ira de Khan