Vamos dar uma pequena pausa no nascimento da bancada e voltar um pouco ao nosso bom e velho – põe velho nisso! – Opalão.
Acho que já deu para perceber que o volante dele é o de um Diplomata. E torto. E meio que arrebentado.
Resolvi desmontá-lo de modo a não só tentar colocá-lo num alinhamento correto como também para instalar uma chave de seta nova, pois a que veio com ele está – como direi? – despinguelada…
Além disso vou trocar também o tambor da chave de ignição. Do jeito que está até com uma unha um pouco mais comprida é possível dar partida no carro!
Pois bem, vamos num passo-a-passo sobre como chegar no interior do volante. Vamos descobrir isso juntos, até porque eu NUNCA desmontei um volante desses antes! Ademais, esse descritivo vai servir para que eu possa montá-lo novamente depois, certo? É como o esqueminha de migalhas de pão no caminho…
O primeiro passo é tirar a tampa da buzina (que, já disse, é de um Diplomata). Basta puxar com firmeza. Feita essa primeira etapa vamos nos deparar com uma bela duma porca. Chave 22mm (do meu pai). Não se esqueça de guardar bem a arruela de pressão que vai encontrar logo debaixo dela. Assim, chegamos ao seguinte:
Após isso, basta retirar o volante.
Detalhezinho básico: é necessário uma ferramenta especial para retirá-lo. Na falta de nome melhor, vamos chamá-la de “sacador”. Seu funcionamento se dá basicamente como um saca-rolhas tradicional, pois você prende a peça pelas laterais próximas ao meio da peça, enquanto um parafuso enorme vai exatamente sobre esse parafuso central. Atarrachando-o ele começa a puxar todo o conjunto – que é cônico – e solta-o rapiadamente.
Bendito Seu Bento, vulgo meu pai, que tem todas essas maravilhosas ferramentas mágicas em sua oficina!
Pois bem, retirado o volante, encontramos um disco que não sei exatamente para que serve, mas que vou me esforçar para colocar EXATAMENTE na mesma posição ao remontá-lo…
Um fio vermelho vai na alavanca de seta (“relampejador”, para os entendidos), preso por um mero parafuso phillips.
Continuando a desmontagem, mais três parafusos phillips, tanto na parte de baixo quanto na parte de cima, e que têm por função prender o conjunto da “chave direcional” (esta também é para os entendidos).
Após tirar os três parafusos não se esqueça de desatarrachar o botão do pisca alerta…
Retirado isso (com algum custo, diga-se de passagem), temos mais quatro parafusos de cabeça sextavada, de 8mm. Só com o jogo de chave de cachimbos. Com extensor.
Os parafusos são longos.
Tenha paciência – um dia acaba.
Soltos os parafusos, para tirar o conjunto onde está o tambor de ignição, há uma arruela de pressão com uma mola. Saia da reta e solte-a com cuidado!
Após tirar a arruela de pressão (trava) lembre-se da ordem: trava, arruela normal, mola, rolamento que prende o eixo – o qual, após tirado, deixará o eixo totalmente solto…
Ao puxar o conjunto verifiquei que toda a fiação da seta é conectada numa caixa, através de um conector específico com oito fios.
Prosseguindo na desmontagem (vamos até onde der!), solte a base do conjunto com uma chave de 13mm. Cuidado! Num dos parafusos está a outra ponta daquele fio vermelho do começo (será que é o “terra”?).
Solte as porcas que prendem a base. Chave 14mm.
Ao soltar tudo descobri que o fio da alavanca de seta está conectado com um outro lá atrás do painel. Marquei-o para que não se perdesse.
Com tudo desconectado, retire o conjunto completo, e vá trabalhar numa bancada decente (mais tarde você tenta descobrir o que era aquele parafuso comprido, com uma mola, e solto, que você não tem nem a mais afastada idéia de onde foi que saiu).
Dica importante: lembre-se da ordem e do lado das coisas!
Há uma capa que recebe todos os fios da seta (chicote). Retire-a.
Agora, no avesso, olhando do lado de baixo da ignição, temos mais três parafusos phillips. Pronto, saiu mais uma camada.
Não chore. A gente vai conseguir colocar tudo de volta. Prometo.
Agora, finalmente, temos acesso ao tambor de ignição. Os fios saem da conexão com um simples puxão pelo contato, virando-os (pois há um furo em forma de cruz) e devolvendo-os pelo lado sem trava. Marque suas cores e posições.
Ato seguinte basta apertar a trava do mini-conector e puxar o fio. Tire todos os fios e fiação.
Preparei todas minhas forças para tirar o tambor. Percebi que ele possuía apenas uma trava interna. Estava pronto para martelar até que saísse – mas… bastou uma pequena pancadinha e pronto! O bichinho pulou sozinho!
Aproveitei nesse ponto para trocar todas as emendas de fios que estavam com fita crepe por algo menos indecente, agora com fita isolante.
Agora, para remontar essa caixa de sucrilhos que se tornou seu volante, basta fazer o contrário de tudo que foi descrito até agora.
De minha parte deixei tudo anotado em um bloquinho aqui do lado…