São José dos Campos – Símbolos do Município

BRASÃO

Brasão do MunicípioO Brasão de Armas de São José dos Campos, de autoria do Dr. Afonso de Taunay e desenhado por J. Wash Rodrigues, foi aprovado pela Lei Municipal nº 180 de 23 setembro de 1926. Voltou a ser símbolo municipal pela Lei nº 19 de 26 de agosto de 1948 e teve seu desenho restaurado através da Lei nº 2178 de 03 de maio de 1979 com as seguintes características:

I. Escudo redondo português, cortado ao meio, partido o campo do chefe em dois quartéis e encimado pela coroa mural:

a) Primeiro Quartel: em campo de ouro, quatro cabeças, de sua cor, de índios guaianazes, afrontados e acantonados ladeando o brasão do venerável José de Anchieta, como símbolos da fundação do povoado de São José no século XVI.

b) Segundo Quartel: em campo de sinople (verde) um lírio e uma haste cruzados, de prata, e um rio, também de prata, simbolizando o Rio Paraíba, constituindo as armas “falantes” do município – São José do Paraíba ou São José dos Campos. O lírio é o símbolo atribuído a São José, e a haste florida recorda a piedosa lenda cristã relativa aos esponsais de São José e Nossa Senhora.

c) Campo Inferior: em campo de goles (vermelho), uma panóplia bandeirante, arcabuz, espada, machado e bandeira, tudo de sua cor, recordando a entrada dos desbravadores em terras de São José no século XVII.

II. Suportes: dois tenentes do terço miliciano criado para o Norte de São Paulo pelo Morgado de Mateus, então Governador da Província.

III. Coroa Mural: em ouro, com cinco torreões visíveis, tendo na porta principal, aclarada, o brasão do Morgado de Mateus.

IV. Listão: em fundo de prata e letras de goles (vermelho) com a divisa “AURA TERRAQUE GENEROSA” (generosos são a minha terra e os meus ares). Ao listão ornam dois ramos de café frutificados, tudo ao natural, recordando a grande lavoura do município.

BANDEIRA

Bandeira do MunicípioInstituída pela Lei 655 de 02 de fevereiro de 1960. Desenho do estudante da escola João Cursino, Sr. João Vitor Guzzo Strauss, vencedor do concurso promovido pela municipalidade.

Cores: Blau e prata; treze listras; figura de uma roda dentada em ouro simbolizando a riqueza sempre ascendente do Município; faixa em prata, sinuosa, representando o Rio Paraíba do Sul; três estrelas simbolizando os três distritos: São José dos Campos, Eugênio de Melo e São Francisco Xavier; os treze dentes da engrenagem falam do entrosamento entre o Estado e o Município.

HINO

Em 1967, ano do 2º Centenário de elevação a Vila (que depois alcançou o status de cidade, pela Lei Provincial nº 27 de 22 de abril de 1864), a Prefeitura instituiu um concurso para a confecção do Hino do 2º Centenário, oficialmente pela Lei nº 1463 de 26 de agosto de 1968, tendo alcançado sucesso o trabalho do Professor Vitor Machado de Carvalho, que teve partitura do Maestro Pepe Àvila, de São Paulo.

Ei-la envolta na neblina
Debruçada na colina,
Sob o olhar da Mantiqueira
São José a Hospitaleira
São José Bicentenária

Das mãos de Anchieta nascida,
Desta terra legendária
Que alegre vivas unida
No teu trabalho febril
Que o orgulho sejas do Vale
A cidade que mais cresce
Pois o título desvanece
todo São Paulo e o Brasil

(estribilho)

De operário a estudante,
Teu sangue novo estoante
Flui da escola à oficina
E da fé te ilumina,
Unes o livro ao esmeril,
Terra de obreiro e de bardo,
Que tens Cassiano Ricardo
O Poeta do Brasil.

São José dos Campos – Coordenadas

ÁREA : 1.102 Km² ( Conf. Res. n° 24 de 25/07/1997- IBGE )

ALTITUDES DO MUNICÍPIO : 550 X 2.082 – Cidade 550/690, média de 660m.

MUNICÍPIOS LIMÍTROFES :

  • Norte: Camanducaia, Sapucaí Mirim – MG
  • Sul: Jacareí, Jambeiro – SP
  • Leste: Monteiro Lobato, Caçapava – SP
  • Oeste: Igaratá, Joanópolis, Piracaia – SP

 
VIAS DE ACESSO :

  • Norte: Estrada SP-50 – Sul de Minas Gerais e Campos do Jordão; São José dos Campos 216 – Joanópolis (extensão do SP-36)
  • Sul: Estrada dos Tamoios, SP-99 – Costa Norte Paulista; SP-70 – Carvalho Pinto
  • Leste / Oeste: BR-116 – Rodovia Presidente Dutra; RFFSA – Rede Ferroviária Federal S/A – Divisão Central

 
TABELA DE DISTÂNCIAS (APROXIMADAS) :


De São José dos Campos até:

MUNICÍPIOS km
Belo Horizonte (MG) 611
Brasília 1.114
Caçapava (SP) 22
Camanducaia (MG) 177
Campos do Jordão (SP) 93
Caraguatatuba (Costa Norte Paulista) 84
Igaratá (SP) 35
Jacareí (SP) 16
Jambeiro (SP) 32
Joanópolis (SP) 118
Monte Verde (MG) 210
Monteiro Lobato (SP) 33
Piracaia (SP) 100
Rio de Janeiro (RJ) 321
São Paulo (SP) 84 (BR 116)
São Paulo (SP) 97 (SP 70)
Sapucaí Mirim (MG) 85
Santos (SP) 160
Taubaté (SP) 42

 
PONTOS EXTREMOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS :


Extremo Norte:
Latitude Sul – 22° 49′
Longitude Oeste – 45° 54′

Extremo Oeste:
Latitude Sul – 23° 06′
Longitude Oeste – 46° 06′

Extremo Leste:
Latitude Sul – 23° 13′
Longitude Oeste – 45° 40′

Extremo Sul:
Latitude Sul – 23° 18′
Longitude Oeste – 45° 51′

São José dos Campos – Divisões Administrativas

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Região Administrativa

O Estado de São Paulo está dividido político-administrativamente em 11 regiões, sendo São José dos Campos Sede da 3ª Região Administrativa e Integrada por Municípios de todo o Vale do Paraíba Paulista e Costa Norte.

Formação Administrativa Municipal

Oficialmente, o município é constituído por três Distritos: São José dos Campos (sede), Eugênio de Melo (Decreto Estadual nº 6.638 de 31/08/11934) e São Francisco Xavier (Lei Estadual nº 59 de 16/08/1982). O Distrito de São José dos Campos é, ainda, subdividido em dois Subdistritos: 1º Subdistrito de São José dos Campos e 2º Subdistrito de Santana do Paraíba (Decreto-Lei nº 14.334 de 30/11/1944).

Para melhor administrar o município de São José dos Campos, o Poder Público dotou os Distritos de Eugênio de Melo e São Francisco Xavier de Administradores Distritais, enquanto que o Distrito sede foi dividido em quatro Regionais: Centro, Leste, Norte e Sul.

São José dos Campos – Histórico

O Aldeamento Indígena

Supõe-se que a colonização do território joseense teve início quase que contemporâneo com o da Capitania de São Vicente: presume-se aind que tal início aconteceu na segunda metade do século XVI, tendo sido primitivamente uma aldeia de índios guainazes emigrados de Piratininga, provavelmente no ano de 1564, fundada por determinação do Padre José de Anchieta, com o nome de Aldeia de São José do Rio Comprido.

O território joseense foi inicialmente ocupado por uma fazenda de pecuária criada oficialmente a partir da concessão de sesmarias, por volta de 1590, a pedido de padres jesuítas. Os indícios mais veementes de sua localização situam-na nas cabeceiras do Rio Comprido (hoje divisa natural entre São José e Jacareí), quando ao final da várzea o terreno se alteia em anfiteatro, e onde hoje se encontra a conservada sede da Fazenda Jardim, um dos belos casarões do período do café.

A classificação como fazenda de gado foi um artifício usado pelos jesuítas para ocultar dos bandeirantes uma missão catequetética.

A Lei de 10 de setembro de 1611, que criava e regulamentava aldeias de índios dispersos administrados por religiosos nos pontos em que conviessem ao interesse do Reino, não só transformou oficialmente a fazenda em missão de catequese, como também fez com que os índios se dirigissem aos sertões. Esse fato causou desagrado aos colonos que necessitavam e dependiam da mão-de-obra indígena e que tiveram suas ações dificultadas. O resultado desse conflito entre religiosos e colonos culminou com a expulsão dos jesuítas em 1640 e a consequente extinção da missão pela própria dispersão dos aldeados.

Alguns anos mais tarde os jesuítas reapareceram, trazendo mais alguns indígenas e, diferente do primeiro aldeamento, que ficava a leste de Piratininga, localizado às margens do Alto Rio Comprido, aproximadamente a 15 km a sudoeste da cidade atual, resolveram buscar ponto melhor e escolheram a magnífica planície, a 3 km do Rio Paraíba do Sul, onde hoje está o centro comercial da cidade. Do novo local tinha-se uma visão privilegiada da área que circundava a aldeia nova, garantindo maior segurança contra invasões, enchentes e permitindo boa ventilação e insolação.

Tais fatos ocorreram no intervalo de 1643 a 1660, quando os jesuítas obtiveram para os índios diversas léguas de terra concedidas por João Luiz Mafra, cavalheiro fidalgo da Casa de Sua Majestade. Essas terras eram compostas de quatro léguas em quadras, e o aldeamento foi estabelecido onde estão hoje as Praças João Pessoa e Expedicionários. Progredia a Aldeia Nova de São José, quando em 1650 foram concedidas sesmarias a Angelo de Siqueira Afonso e esposa, vindos de Jacareí, estabelecendo-se entre os índios.

Sabe-se ainda que a organização urbana no plano teórico e prático da aldeia, é obra atribuída ao padre jesuíta Manoel de Leão, cuja principal ocupação era a de ser administrador, estando em São Paulo desde o ano de 1663, encontrava-se à frente das fazendas mais remotas. Entre estas, figurava-se o aldeamento em solo joseense.

Em 1692 essa aldeia aparece com o nome de “Residência do Paraíba do Sul” e em 1696 como “Residência de São José”. A 8 de janeiro de 1747, segundo Alfredo Moreira Pinto, foi feito o primeiro lançamento de batizados, assinado pelo Padre Francisco de Paula.

Com o início do ciclo da mineração, o aldeamento passa por sérias dificuldades devido a saída de braços para o trabalho nas minas. Nota-se, ainda, por parte dos padres um certo abandono em relação ao destino da aldeia.

Após a expulsão dos jesuítas do Brasil em 1759, todos os bens dessa ordem religiosa, tais como fazendas, colégio e aldeias passaram para a custódia da Coroa. Esta determinou ao Governador Geral, D. Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, o Morgado de Mateus, que tornasse essas novas propriedades produtivas.

O Governador Geral pediu e obteve do Vice-Rei autorização para criar Freguesias e Vilas, de modo que a 27 de julho de 1767 foi formalizada a ereção da Aldeia em Vila de São José do Paraíba. Foi um fato atípico à época, posto que que a Vila ainda não houvera sido Freguesia.

A Evolução de Vila à Cidade

A emancipação à categoria de Vila não foi um fator determinante para o seu progresso, que por muitos anos manteve as mesmas características de uma pequena vila com predominância do setor rural. A principal dificuldade de São José era o fato de a Estrada Real, que ligava as Capitanias de São Paulo e Rio de Janeiro, passar fora de seus domínios. Somente cerca de um século mais tarde, em 22 e abril de 1864, foi elevada à categoria de Cidade. Em 04 de abril de 1871 recebeu a atual denominação de São José dos Campos, adotado em virtude da imensa extensão de campinas aqui existentes, seguida pela criação da Comarca em 1872.

O Ciclo do Algodão: O algodão teve uma rápida evolução na região, atingindo seu apogeu no biênio 1867/1869, como a maior produção da Província, quando chegou até a concorrer com a produção cafeeira, declinando sensivelmente até o final do século. São José foi o município da região ocidental do Vale que mais se destacou na cultura do algodão, que visava, principalmente, o abastecimento das indústrias inglesas de tecidos.

O censo de 1872 registrou que o município possuía uma população de 12.998 habitantes, sendo que destes 1.245 eram escravos. O progresso da cidade recebeu novo alento quando da chegada da estrada de ferro, cortando o centro urbano.

O Ciclo do Café: Quase simultaneamente, há o desenvolvimento da cultura cafeeira no Vale do Paraíba, que começou a ter alguma expressão a partir de 1830, sendo que São José do Paraíba já contribuía para a produção regional. Em 1854 constatou-se que o incremento da produção joseense seria um dos maiores da região, conseguindo repercussão nacional. No entanto, foi no ano de 1886, quando já contava com o apoio da Estrada de Ferro inaugurada oficialmente em 18 e janeiro de 1877 (já estava pronta desde 1876), que a produção cafeeira joseense teve seu auge, mesmo num momento em que já acontecia a decadência dessa cultura na região, conseguindo ainda algum destaque até por volta de 1930.

No censo de 1920 os bovinos da região alcançavam um total de 10.966 cabeças, indo atingir no Censo de 1940 o total de 28.549, época em que o ciclo da pecuária se sobrepõe ás culturas do café e do algodão.

Em 23 de maio de 1932, na Praça da República, em São Paulo, é vitimado o estudante Euclides Miragaia, joseense, nascido em 20/11/1910. Em virtude desse trágico acontecimento eclodiu a Revolução Constitucionalista.

Fase Sanatorial: A procura do município de São José dos Campos para o tratamento de tuberculose pulmonar, teria se tornado perceptível no início deste século, devido às condições climáticas supostamente favoráveis. Entretanto, somente em 1935, quando o município foi transformado em Estância Hidromineral, que São José passou a receber recursos oficiais que puderam ser aplicados na área sanatorial. Com o advento dos antibióticos nos anos 40, a tuberculose começou a receber tratamento ambulatorial, caracterizando assim o fim da função sanatorial até então exercida. Essa fase ainda persistiu até fins da década de 50, quando definitivamente cedeu lugar à industrialização, num momento onde era crescente a vinda de novos estabelecimentos industriais para a cidade.

A Industrialização: O processo de industrialização do município, tomou impulso a partir da instalação do Centro Técnico de Aeronáutica – CTA, em 1950. No segundo semestre desse ano foi transferido para a cidade o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, criado em 1947 no Rio de Janeiro, cujos alunos eram bolsistas do Ministério da Aeronáutica. Já em 19 de janeiro de 1951, acelerando o desenvolvimento industrial, foi inaugurada a BR-116 – Rodovia Presidente Dutra, possibilitando assim uma ligação mais rápida entre Rio de Janeiro e São Paulo e cortando a parte urbana da cidade. A conjunção desses fatores permitiu que o município caminhasse para o potencial científico-tecnológico em que atualmente se encontra.