Engenho Velho

E eis que neste final de semana, além de pegar um cineminha com a Tropinha de Elite (“Zé Colméia” – ainda voltaremos a falar sobre isso…), no domingo fomos todos ao restaurante Engenho Velho, em Santa Branca (caminho para Salesópolis).

Para os que não se lembram, já fomos lá antes – a história está aqui. Mas, na prática, depois de tantos anos sequer a criançada lembrava!

Por isso foi um tanto quanto interessante vê-los (re)descobrir o que já conheciam!

O restaurante continua bom como sempre, as trilhas estão um pouco judiadas pelo excesso de chuvas, segundo o proprietário – que, aliás, é um senhor simpaticíssimo. Dentre outras coisas interessantes (para mim, ao menos) contou-me que toda aquela construção era a sede da fazenda de seu bisavô, da família Porto.

Bem, enfim, foi uma agradabilíssima tarde regada a cervejinhas geladas sob a sombra de uma frondosa árvore…


Uma geral do restaurante.


A frondosa árvore à qual me refei.


Pequeninas flores em primeiro plano, grande casa ao fundo…


Bem que eu queria uma dessas!


Kevin (olhando sabe-se lá para o quê) e Erik.


Olha essa cara de safado!
(Do Jean, é lógico…)


Preparando-se para a trilha.


Primeira “ponte”…


…e segunda “ponte”!


Dessa roda é que vem o nome do lugar…


Flagrante de um encantamento florífero…


Fim de festa! Toca todo mundo pra casa!

Caipirinha do Giba

Clique na imagem para ampliar!
( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Sandino

Primeiramente quero deixar claro que de forma alguma quero profanar este maravilhoso líquido indispensável em dias de sol, chuva, garoa, festejos, tristesas, casualidades, nascimentos, aniversários, falecimentos… enfim… é pra toda obra!

Há alguns meses atrás, numa das escapadinhas para o “fumódromo”, estava proseando com um colega, o Giba, e o assunto, evidentemente era a tal loira, que com suas andanças por aí no mundo descobriu novas maneiras de saborear a tal.
Previniu-me caso eu vá ao Chile, que compre cerveja e gele eu mesmo, pois vão entregar ela quente, tirada do engradado no chão mesmo, e caso eu peça ela gelada, é possível, após me olharem com uma cara de curiosidade, lascarem umas pedras de gelo dentro do copo.
Uma outra dica que o colega me passou, e fiquei muito ressabiado a princípio, foi uma tal de “Caipirinha de Cerveja”. Assim como alguns de vocês, tive a mesma reação de ansia na hora, não, não de ansiedade, é a de vômito mesmo. Onde já se viu? Caipirinha? Cerveja?
Mas por fim minha curiosidade foi maior do que meu preconceito, então chegando em casa “arrersoví esprementar”, e fiz mais ou menos assim:

Preparando-se pra preparar a bagaça:
1 Limão
1 Lata (padrão) da loira, não serve aquelas “inhas” de sei-lá quantos ml
1 Tanto de açucar
1 Saleiro Grande (com sal dentro), não serve aqueles saleiros de mesa, você vai enfiar a boca do copo dentro do saleiro
1 Faca
1 Negócio pra amassar o limão e misturar as coisas
1 Jarra pra preparar a bagaça
X Copos, lembre-se que a boca deles tem que entrar dentro do saleiro, então guarda essa caneca da OktoberFest 1998

Preparando a bagaça:

Aqui, eu uso uma técnica mais “suave”, já que não tenho o “Negócio de amassar limão” e não quero perder tempo procurando algo genérico, simplesmente espremo o limão como se fosse fazer um suco, lasco açucar e misturo. Mas se você tiver ele a mão, faça do jeito tradicional, pica o limão, joga dentro da jarra, joga acuçar pra cobrir ele e amassa com o “Negócio de amassar limão”.
Depois de feita a meleca, cuidadosamente, utilizando a técnica da cerveja sem colarinho (deixe a jarra/copo na diagonal, e vá despejando cuuuuuidadosamente a cerveja). Se quiser dê umas goladas nela pura, eu nunca resisto e sempre faço isso. E misture com todo cuidado.
Agora, o que eu acho que é um dos pontos marcantes, pegue o copo, umideça a borda e encoste ela no sal. Por favor, me diga que você fez isso antes de enche-lo, certo? ahn… Ok, tente de novo… Mas dessa vez com ele vazio.
Depois disso é só encher o copo e curtir essa versão de caipirinha, hehe…

ps.: Antes que reclamem de qualquer coisa, ela fica bem suave, mas o que acaba sendo uma ótima motivação para quem diz que não gosta de cerveja por ser “amarga”…

Em busca de Deus

  (Ele é aquele velhinho, de barba branca, que fica lá em cima das nuvens e que nos ama mesmo quando aprontamos. Simples assim.)

Mais uma do livro Comer, Rezar, Amar e que – pasmem! – ainda não terminei de ler. Não que o livro não seja bom (porque é), não porque seja chato (e não é), nem porque eu esteja sem tempo (pois tenho). Mas na minha infindável correria diurna nos últimos tempos a jornada noturna invariavelmente tem sido um simples apagar de neurônios!

Mas, pela sua simplicidade e objetividade, o trecho a seguir me chamou a atenção (assim como muitos outros do livro). É uma daquelas histórias que eu sempre conheci ainda que nunca tenha a ouvido antes…

Os rituais religiosos muitas vezes nascem da experimentação mística. Algum corajoso explorador sai à procura de um novo caminho rumo ao divino, tem uma experiência transcendente e volta para casa profeta. Ele ou ela traz de volta para a comunidade histórias do paraíso e um mapa que ensina a chegar lá. Os outros repetem as palavras, as ações, as preces e os atos desse profeta de forma a passarem, eles também, para o outro lado. Algumas vezes conseguem – algumas vezes, a mesma conhecida combinação de sílabas e práticas de devoção, repetida ao longo das gerações, pode levar muitas pessoas para o outro lado. Algumas vezes, porém, isso não funciona. Inevitavelmente, até mesmo as idéias mais originais acabarão endurecendo e se transformando em dogma, ou pararão de funcionar para todo mundo.

Os indianos desta região repetem uma fábula de alerta sobre um grande santo que estava sempre cercado, em seu ashram, por devotos leais. Durante horas por dia, o santo e seus seguidores meditavam sobre Deus. O único problema era que o santo tinha um gato jovem, uma criatura irritante, que costumava atravessar o templo miando, ronronando e incomodando todo mundo durante a meditação. Então o santo, com toda sua sabedoria prática, ordenou que o gato fosse amarrado a um poste do lado de fora durante algumas horas por dia, apenas enquanto durasse a meditação, para não incomodar ninguém. Isso se tornou um hábito – amarrar o gato ao poste e, em seguida, meditar sobre Deus – mas, com o passar dos anos, o hábito se consolidou, transformando-se em um ritual religioso. Ninguém conseguia meditar a menos que o gato fosse amarrado ao poste primeiro. Então, um dia, o gato morreu. Os discípulos do santo entraram em pânico. Foi uma enorme crise religiosa – como poderiam meditar agora sem um gato para amarrar no poste? Como conseguiriam alcançar Deus? Em suas mentes, o gato tornara-se o meio.

Tomem cuidado, alerta essa história, para não se tornarem obcecados demais com o ritual religioso por si só. Sobretudo neste mundo dividido, onde o talibã e a coalizão cristã seguem travando sua guerra internacional de patentes para resolver quem detém os direitos em relação à palavra Deus, e quem tem os rituais adequados para alcançar esse Deus, pode ser útil lembrar que amarrar o gato ao poste nunca levou ninguém à transcendência, mas sim o desejo individual constante de um discípulo de vivenciar a eterna compaixão do divino. A flexibilidade é tão essencial para a divindade quanto a disciplina.