Autoexame

E já que tiramos o dia pra falar de questões médicas, eis aqui uma campanha bem legal – ao menos do ponto de vista deste fã de quadrinhos que vos tecla…

A Associação de Luta Contra o Câncer (ALCC) de Moçambique lançou (não sei há quanto tempo) uma campanha de conscientização com relação ao câncer de mama na qual algumas famosas personagens dos quadrinhos realizam o exame de toque em si mesmas. A mensagem diz o seguinte:

Ninguém é imune ao câncer de mama. Quando o assunto é câncer de mama, não existe mulher ou super-heroína. Todas têm que fazer o autoexame uma vez por mês. Lute conosco contra esse inimigo e, quando em dúvida, fale com seu médico.”

Eis a campanha (clique em cada uma delas para acessar a imagem original):

Wonder Woman Cat Woman She Hulk Tempest


Cidade das crianças

Outra lá do sempre lúcido Boteco Escola:

Aqui está um dos desenhos geniais de FRATO, o alter ego cartunista do educador italiano Francesco Tonucci. Uma das ideias de Tonucci é a de que a rua precisa se converter num local de vivência dos cidadãos. E criança, para o educador italiano é um cidadão com direitos de ter uma cidade onde possa passear, brincar, ser respeitado.

Estamos caminhando em direção contrária à indicada por Tonucci. Estamos encantados com a escola fortaleza, onde nossos filhos estarão em segurança o dia todo. Ao mesmo tempo em que elevamos física e simbolicamente os muros escolares, deixamos que as ruas se convertam, cada vez mais, em terra de ninguém, espaços pensados exclusivamente para facilitar circulação de carros. Nada de sair dos veículos-armaduras (quem pode os tem blindados). Andar na rua é arriscado. E como esta não é considerada espaço de convivência e encontros humanos, a ela atribuímos características do mal.

Nos jornais, nas conversas informais, nos congressos de educação, todo mundo aplaude medidas para tirar as crianças da rua. Ninguém se preocupa em fazer das ruas local de jogar conversa fora, brincar, encontrar amigos, inventar novos mundos, bater perna sem medo de ser atropelado, conviver.

Tonucci apresenta para nós um desafio político sério. Elevar muros das escolas é um paliativo. Instituições escolares não são destino final da maioria das pessoas. Boa parte da vida é vivida fora da escola. E as crianças não aprenderão a viver no mundo, confinadas em espaços fechados, protegidas por seguranças de terno preto e por docentes que lhes dispensam um afeto remunerado pelo estado ou pelos donos de escola.

Assunto é tudo

Pois é, ainda continua válida aquela frase que eu havia dito lá pelas bandas do Facebook: “Todo facebookeiro é um blogueiro em potencial”

Dessa vez quem resolveu aportar por estas bandas internetísticas foi a minha amiga Rossana (lembram dela?) – que há muuuuuuito tempo não encontro – e que, com certeza vai ter um bocado de histórias, estórias, contos, crônicas, causos e afins pra contar no seu recém inaugurado blog “Tudo é assunto…” (e é mesmo, como já disse antes aqui).

Já de cara ela começa falando desde família, passando por bulling canino, com uma pitada de pastoreio de ovelhas e conclusões Freudianas. Parece confuso? Mas não é!

Tá aqui umas duas pitadinhas procês:

A minha família de pessoas, apesar de não ser lá totalmente normal, não chega a ser nenhuma aberração. Nada que uma boa conversa e eventualmente uns gritos não resolvam.

Assim sendo, um belo dia chegou nossa cadelinha; um cruzamento de Basset com todo o resto das raças caninas existentes no Vale do Paraíba, grande São Paulo e quiçá da Bahia.

Enfim, recomendo tranquilamente que de quando em quando passem por lá: http://tudoeassunto-cronicas.blogspot.com.

De minha parte já adicionei no Reader…

Sê bem-vinda, Rossana!

😀

Emenda à Inicial: E não é que essa menina já era blogueira antes e eu não sabia? Podem conferir aqui no Batom e Poesias

Cadê o gato?

Essa é daquelas coisas que, num primeiro momento, você não dá nem trela – mas depois fica encafifado…

Recebi um e-mail já de umas três pessoas com o seguinte desafio (referente a essa imagem abaixo): “Cadê o gato? O pior é que tem…”

Da primeira vez me cansei. Vindo de quem veio imaginei que o fiodumaégua devia estar se rindo da minha cara procurando um gato inexistente. Da segunda vez, nem dei bola. Da terceira vez, disse pra mim mesmo: “mim mesmo, não é possível, acho que realmente deve ter algum gato nessa zica…”

E, realmente. O pior é que tem…

E então, crianças? Cadê o gato?

Caso não encontrem, basta clicar aqui que eu mostro…

Amar é punk

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Eu já passei da idade de ter um tipo físico de mulher ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse diferente (bem diferente). Tivesse um figurino único. Gostasse de minha companhia mais que tudo. Tivesse no mínimo cabelos longos (e, talvez, uma tatuagem). Soubesse andar de salto alto. Que fosse do tipo rebelde. E, lógico, portadora de um grande coração…

Uma coisa meio Angelina Jolie.

Hoje em dia eu continuo insistindo nos quesitos “gostar de minha companhia mais que tudo” e “portadora de um grande coração”, mas confesso que muita coisa mudou. É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que quando a gente pára de procurar o “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece a menina. Começa, aos poucos, a admirá-la. A achá-la FODA. E, quando vê, você tá fazendo declarações açucaradas igual um pangaré. (E escrevendo textos no blog – ainda que através de indiretas – para que ela entenda uma coisa: dessa vez, caríssima, é DIFERENTE).

Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ela vai esquecer sempre aquilo que você já leu e comentou com ela, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão na chapa com muita manteiga (e aquele pingado com um pouquinho de leite frio). Ela não vai fazer declarações românticas e propor jantares à luz de velas, mas vai saber que você está estressado com o trabalho no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.

Ah, gente, sei lá. Descobri que gosto mesmo é do tal amor. Da paixão, creio que não. Depois de anos escrevendo e insinuando sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. Eu quero alguém que divida o chão comigo. Quero alguém que me traga fôlego. Entenderam? Quero dormir abraçado sem susto. Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.

Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever, minha inspiração iria acabar e me tornaria simplesmente mais um dos inumeráveis companheiros ranzinzas e conformados, prontos para deixar de viver aventuras em prol da estabilidade. Mas, caramba! Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, talvez, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor. Não, antes era paixão. Antes era imaturidade. Antes era uma procura por mim mesmo que não tinha acontecido.

Sei que já falei muito sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é reconstrução. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios.

Demorei anos para conhecer direito e até mesmo concordar com o Cazuza: “eu quero um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida”.

Provavelmente antes, se ouvisse essa música, eu pensaria (e não diria): porra, que tédio!

Ah, Cazuza! Parece que ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar – ah, o amor! – Amar é punk.

 

Esse texto foi recortado-e-colado-e-adaptado do originalíssimo da Fernanda Mello, que – na sua “versão feminina” – pode ser encontrado aqui. Mas, ainda assim, as garatujas acima são tão verdadeiras quanto o original…