Hacker: o verdadeiro chaveiro digital…

Tá certo.

Vamos combinar que a capacidade de um hacker em invadir um sistema sempre foi comparada à habilidade de um chaveiro em abrir uma porta.

Mas essa notícia abaixo (que copiei daqui)é uma estranha maneira de o mundo demonstrar sua ironia…

A Onity é extremamente bem-sucedida em oferecer a hotéis do mundo todo fechaduras digitais acionadas por um cartão que o hóspede leva consigo, como se fosse chave – mas aparentemente o sucesso não deriva da sua capacidade de produzir um sistema seguro, do ponto de vista digital.

Segundo apresentado em recente evento do ramo, o desenvolvedor Cody Brocious (que além de pesquisar sobre fechaduras é participante das atividades da Mozilla) usou um exemplar do hardware aberto Arduino para descobrir que em apenas 200 milissegundos ele pode abrir qualquer porta desta marca, por meio de uma simples leitura e reenvio de 4 bytes da memória da fechadura, que ficam em um endereço fixo, sem criptografia nem autenticação.

Segundo ele, não há upgrade de firmware possível, a única solução para evitar este tipo de comprometimento (que ele acredita ser do conhecimento de entidades governamentais) é trocar componentes fisicamente, em cada porta.

Autoexame

E já que tiramos o dia pra falar de questões médicas, eis aqui uma campanha bem legal – ao menos do ponto de vista deste fã de quadrinhos que vos tecla…

A Associação de Luta Contra o Câncer (ALCC) de Moçambique lançou (não sei há quanto tempo) uma campanha de conscientização com relação ao câncer de mama na qual algumas famosas personagens dos quadrinhos realizam o exame de toque em si mesmas. A mensagem diz o seguinte:

Ninguém é imune ao câncer de mama. Quando o assunto é câncer de mama, não existe mulher ou super-heroína. Todas têm que fazer o autoexame uma vez por mês. Lute conosco contra esse inimigo e, quando em dúvida, fale com seu médico.”

Eis a campanha (clique em cada uma delas para acessar a imagem original):

Wonder Woman Cat Woman She Hulk Tempest


Cidade das crianças

Outra lá do sempre lúcido Boteco Escola:

Aqui está um dos desenhos geniais de FRATO, o alter ego cartunista do educador italiano Francesco Tonucci. Uma das ideias de Tonucci é a de que a rua precisa se converter num local de vivência dos cidadãos. E criança, para o educador italiano é um cidadão com direitos de ter uma cidade onde possa passear, brincar, ser respeitado.

Estamos caminhando em direção contrária à indicada por Tonucci. Estamos encantados com a escola fortaleza, onde nossos filhos estarão em segurança o dia todo. Ao mesmo tempo em que elevamos física e simbolicamente os muros escolares, deixamos que as ruas se convertam, cada vez mais, em terra de ninguém, espaços pensados exclusivamente para facilitar circulação de carros. Nada de sair dos veículos-armaduras (quem pode os tem blindados). Andar na rua é arriscado. E como esta não é considerada espaço de convivência e encontros humanos, a ela atribuímos características do mal.

Nos jornais, nas conversas informais, nos congressos de educação, todo mundo aplaude medidas para tirar as crianças da rua. Ninguém se preocupa em fazer das ruas local de jogar conversa fora, brincar, encontrar amigos, inventar novos mundos, bater perna sem medo de ser atropelado, conviver.

Tonucci apresenta para nós um desafio político sério. Elevar muros das escolas é um paliativo. Instituições escolares não são destino final da maioria das pessoas. Boa parte da vida é vivida fora da escola. E as crianças não aprenderão a viver no mundo, confinadas em espaços fechados, protegidas por seguranças de terno preto e por docentes que lhes dispensam um afeto remunerado pelo estado ou pelos donos de escola.