Cabô?

Janeiro de 2007.

Foi quando comecei este meu próprio Projeto 676, mesmo sem saber que assim iria se chamar, mesmo sem saber quanto tempo levaria, mesmo sem saber quanto iria gastar, mesmo sem saber o quanto me apaixonaria por tudo isso, mesmo sem saber o tanto que agora sei…

Outubro de 2016.

Estamos perigosamente nos aproximando de dez anos desde o início d’O Projeto… Com paciência demais (por parte do mecânico, Seo Waltair) e com dinheiro de menos (de minha parte, eu mesmo), parece que tudo meio que “congelou” no que diz respeito à evolução do Titanic – não que ele seja um pokémon…

Então, a pergunta que não quer calar: Cabô?

Ou seja, não ata nem desata? Não vai mais pra frente? Parou de vez?

A todas essas perguntas – e quantas mais houver, quer seja de opaleiros ou de meros curiosos – só tenho uma única resposta possível.

NÃO.

Muita coisa aconteceu nos últimos tempos e, mais uma vez, minha vida irá dar nova guinada de 180°, um verdadeiro cavalo de pau, no melhor estilo opalístico de ser. Mas isso não significa que vou deixar de lado este nosso projeto – antes o contrário! Talvez com mais tempo e podendo me concentrar em amealhar mais renda, provavelmente será um período em que poderei me dedicar ainda mais, senão em concluir, ao menos em completar a fase atual – que já se prolongou por tempo demais…

Ou seja, me aguardem bem mais presente neste nosso espaço – confesso que um tanto quanto abandonado nos últimos tempos – se não para tratar d’O Projeto, ao menos para voltarmos a trocar ideias sobre o mundo dos Opalas!

E para não dizer que este foi um post sem imagens (diferente do que sempre faço), eis uma fotinha para vosso deleite. Que não é de um Opala. Nem ao menos de um Chevrolet. É a roda do Bilbo (o Ford Ka, lembram?), depois de eu abrir demais numa curva que tinha que abrir de menos… :-/

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E VAMO QUE VAMO!!! 😀

Álcool ou gasolina: o melhor para manter o motor limpo

Tudo bem que o bom e velho Titanic só vai ser abastecido à base de gasolina e não pretendo dijeitumanêra sequer passar perto de qualquer tipo de ameaça de instalação de gás nele (“cavalo anda, cavalo come”), mas para aqueles que vivem no automobilístico mundo flex de hoje em dia, eis uma matéria interessante, de Felipe Hoffmann, roubartilhada daqui.

Best Cars

O uso de álcool nos veículos atuais (flexíveis) os mantém mais livres de resíduos em relação aos abastecidos com gasolina? E a informação de que os que só utilizam álcool têm problemas na retirada das velas, por as mesmas ficarem presas no cabeçote? Isto é mito ou verdade? (Ricardo Braga, RJ)

O álcool é composto de apenas uma cadeia de moléculas (C2H6O), enquanto a gasolina é uma “sopa” de hidrocarbonetos (cadeias de hidrogênio e carbono), sendo que cada cadeia tem propriedades únicas de evaporação, poder de queima, tempo de queima, resistência à detonação, etc. Ou seja, é mais fácil controlar a queima de um único tipo de molécula do que de vários na mesma combustão. Por isso, em teoria, procede que o álcool tenha uma queima mais “limpa”.

No caso da gasolina, enquanto alguns hidrocarbonetos obtêm queima completa, produzindo CO2 (dióxido de carbono), alguns podem não ter a queima completa, gerando mais CO (monóxido de carbono) e C (carbono). Nota-se essa característica ao abrir um motor que funcionou apenas com gasolina, no qual diversas partes internas estão pretas — repletas de carbono —, enquanto num motor que só usou álcool as mesmas partes estão limpas.

No mundo real, porém, as coisas podem ser um pouco diferentes por uma série de razões:

1) O álcool encontrado nos postos tem pelo menos 7% de água. Há uma tendência química de que o álcool absorva água: por isso, veículos flexíveis ou a álcool precisam ter diversas partes resistentes à corrosão e oxidação — bomba de combustível, sede de válvulas, escapamento, etc. Quanto mais tempo o álcool estiver no tanque, maior será a concentração de água. Por outro lado, a água presente no combustível ajuda a diminuir a temperatura interna dos cilindros e, em forma de vapor superaquecido, a carregar as impurezas para fora do motor pelo escapamento — um dos motivos para o motor parecer limpo por dentro quando se roda só com álcool.

2) O álcool, ainda no estado líquido, tem mais impurezas que a gasolina de modo geral. Essas impurezas, microscópicas, advém em grande parte do bagaço de cana da produção. Por esse motivo, veículos flexíveis ou a álcool adotam prazos de troca de filtro de combustível menores.

3) Pelo fato de a gasolina ser um conjunto de hidrocarbonetos, há maior alteração de suas propriedades quando é deixada muito tempo estocada, mesmo no tanque do carro. Por exemplo, os hidrocarbonetos de queima mais rápida e fácil tendem a evaporar de forma mais rápida. Por isso, ao deixar o carro a gasolina sem funcionar muito tempo ou mesmo ao admitir uma gasolina “velha” pelo sistema de partida a frio (no carro a álcool ou flexível), pode haver dificuldade de ligar o motor. Há também a evaporação mais rápida dos hidrocarbonetos de alta octanagem, o que diminui a octanagem do combustível como um todo e aumenta a tendência à detonação. Além disso, alguns hidrocarbonetos se oxidam com o tempo, formando aquela “cera” que pode entupir partes dos sistemas de alimentação do motor.

4) Quanto ao óleo lubrificante do motor, a gasolina tende a proporcionar maior contaminação com carbono, enquanto o álcool tende a contaminá-lo mais com o próprio combustível, degradando o óleo.

Além de tudo isso, há outro fator muito importante no Brasil: combustível adulterado, um dos responsáveis pela recomendação de alguns fabricantes para que, a cada 5.000 quilômetros rodados com álcool, se use um tanque de gasolina. Quando os carros flexíveis chegaram ao mercado, de 2003 em diante, houve diversos casos de queima precoce da bomba de combustível, até com 10.000 km. Na época o consumidor leigo criticou a tecnologia, mas o problema era notado também em veículos apenas a álcool. O culpado era a formação de uma espécie de “goma”, proveniente dos produtos usados para adulterar o álcool, que entupia partes do sistema de combustível. Contudo, essa “goma” pode ser dissolvida pela gasolina — e, da mesma forma, certos resíduos provenientes da gasolina são dissolvidos pelo álcool. Por isso, a recomendação de variar o combustível de tempos em tempos faz sentido.

Quanto à dúvida sobre o álcool fazer com que as velas fiquem presas ao cabeçote, não há motivo para isso — ainda mais porque o calor dissipado pela queima com álcool é menor. Normalmente as velas ficam presas ao cabeçote por temperatura excessiva de trabalho, fazendo com que prejudique a rosca do cabeçote, como no caso de usar velas de grau (referente à capacidade de dissipar calor) inadequado.