Luto

Amigo que é amigo é assim:

“- Se eu pular, você pula?”

“- Tamo junto!!!”

Pois é. Apesar de todo o esforço para a retomada aqui do blog, fui obrigado a me ausentar por um tempo para tentar entender tudo isso. Ou não. Um querido amigo, Flávio, assim, do nada, resolveu ir embora. Infarto fulminante. 38 anos. Já faz mais de uma semana e ainda me dá um nó na garganta ao escrever estas palavras. Ainda vou procurar fazer uma justa homenagem a ele, mas por enquanto só passei aqui pra avisar para vocês, quatro ou cinco que ainda restam, que agora – ao menos para mim – o mundo ficou bem menor e absurdamente mais chato.

Vamos ver se pra semana a gente volta…

“A vida é o aquilo que acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos.”

John Lennon

Outro combate inusitado

Alguém ainda se lembra daquele combate inusitado?

Pois é. Quando a gente pensa que já viu de tudo ainda acaba sendo surpreendido.

Isso porque a ÚLTIMA coisa que eu poderia imaginar seria que o Impala 67 do Dean (de Supernatural) algum dia iria tirar um racha com a Mystery Machine do Fred (de Scooby Doo).

Pra ver como as coisa são… Confiram:

 

Disjuntando os pedaços

E eis que ontem à noitinha, depois de um dia pra lá de cansativo – pois fui acompanhar meu pai numa consulta junto ao Pronto Socorro Municipal (levou SÓ seis horas!) -, eis que finalmente consigo chegar em casa… Rotina de sempre: parar o carro em frente ao portão, puxar o freio de mão, descer do carro, entrar pelo portãozinho lateral, acender a luz da garagem (Ué? Não acendeu…), abrir o portão maior, engatar a primeira, entrar com o carro, fechar o portão, etc, etc, etc.

Voltei ao interruptor. Meio bambo, mas sempre foi assim. Esquisito. Acho que deu defeito. Amanhã cedo eu troco.

Foi então que percebi que o carro do meu sogro estava com o capô aberto. O que só poderia significar uma coisa: ele estava tentando fazer algo e (pra variar) não deu certo.

Subi as escadas e já fui ter com os filhotes:

– Então, pai. Nenhuma das tomadas de casa tá funcionando. A gente liga o disjuntor mas desarma…

Fui dar uma conferida no conjunto: temos um par de disjuntores para lâmpadas (10 amperes), outro par para tomadas (um de 25 e outro de 30 amperes, não sei o porquê – um dia desses ainda arrumo essa bagaça) e um terceiro para o chuveiro (50 amperes).

O das tomadas estava desarmado.

Liguei.

Fumaça e desarme imediato!!!

Bão, não tinha jeito. Ao que parece alguma coisa devia ter “fritado” um dos disjuntores e a melhor saída já seria trocar o par de uma vez…. Ao menos o resto da casa estava funcionando (fora as tomadas da parte antiga – onde também está ligada toda a garagem). Somente no dia seguinte pra comprar isso…

Pausa para os leigos – entenda como funciona o sistema elétrico de sua casa. São dois os conceitos a serem compreendidos: Voltagem (tensão) e Amperagem (corrente). Em termos bem simples, imaginemos que a energia elétrica fosse como o seu encanamento d’água. Não o seu, o da sua casa. A voltagem seria a quantidade de água consumida por cada aparelho, ou seja, numa tubulação com fluxo constante de água, sua televisão, que consome mais (220V), teria que ter uma torneira bem larga à disposição; já para carregar seu celular, que consome menos (5V), bastaria uma torneirinha pequenininha, praticamente um conta-gotas. Como nesse exemplo o fluxo de água é constante, caso precise de mais energia então terá que instalar um cano mais largo. Já a amperagem diria respeito à pressão da água. Isto é, ainda que meu encanamento garanta que consigo encher um balde de 220V, talvez as especificações daquele equipamento, digo, balde, determinem que ele tenha que ser enchido rapidamente, ou seja, com uma pressão d’água maior. O problema todo começa se eu tiver pressão demais (muita amperagem) e o encanamento começar a estourar! Daí me surge a figura do disjuntor (ou, em casos mais antigos, do fusível) que tem a função de cortar toda a água do sistema de encanamento antes que tudo fique ferrado demais e o balde transborde, a televisão queime, a torneira arrebente, o celular exploda, a água se espalhe, a casa fique em chamas… Basicamente é isso. Sei que tá meio confuso, mas sou advogado, não eletricista, então o que é que vocês esperavam?

Cai o pano, fecha a noite, corta para o dia seguinte.

Seizevintecinco da manhã é o horário que, de segunda a sábado, eu saio de casa para levar o filhote do meio para escola. Nem antes, nem depois. Nesse ritual diário, quando ainda sequer amanheceu direito, eu desço para a garagem, acendo a luz (catzo, esqueci que não tá acendendo), abro o portão, entro no carro (melhor acender o farol, já que tá escuro), engato a ré, ponho o carro pra fora e…

PÉRAÊ!!!!

Dei uma olhada no carro do meu sogro e de relance percebi algo que não deveria estar ali. Tinha alguma coisa errada com esse negócio…

Desci e fui conferir de perto, sob os veementes protestos do filhote que achava que a gente ia acabar se atrasando para a escola. Garanti-lhe que não, que era só um minutinho, mas que precisava entender o que eu tinha visto.

Que raio de tomada é essa? Será que ela ainda estava ligada em alguma coisa que estivesse “fechando curto”? Se fosse assim o disjuntor não estaria desarmando porque tinha pifado, mas simplesmente porque ainda estava cumprindo sua função! Bastaria desligar o que quer que essa tomada estivesse alimentando e o disjuntor voltaria a armar normalmente. Mas, vejamos onde esse fio vai dar…

NÃO, NÃO, NÃO! Eu simplesmente não acredito! Isso não pode ser o que estou pensando! Ele não faria isso, não, não faria. Quer dizer, se aquele fio elétrico estava ligado num cargo de transferência de carga (mais conhecido como “cabo chupeta”), TINHA que ter um transformador no meio do caminho; aquilo não poderia estar ligado direto na bateria. Afinal de contas 220V da tomada não é compatível com 12V da bateria do Gol! Seria como abrir uma torneira de jardim no máximo para tentar encher um copinho de café. De plástico. Do vagabundo!

MÈRDE.

Era.

ODESINFELIZDOMEUSOGROFEZDENOVO!!!!!!!

Bastou, literalmente, tirar o plug da tomada e todos os problemas acabaram…

Menos o meu.

Apesar de tudo, tenho ABSOLUTA CERTEZA que vai acabar sobrando pra mim ter que providenciar a carga da desgraçada dessa bateria!

SE der carga… o_O

Álcool ou gasolina: o melhor para manter o motor limpo

Tudo bem que o bom e velho Titanic só vai ser abastecido à base de gasolina e não pretendo dijeitumanêra sequer passar perto de qualquer tipo de ameaça de instalação de gás nele (“cavalo anda, cavalo come”), mas para aqueles que vivem no automobilístico mundo flex de hoje em dia, eis uma matéria interessante, de Felipe Hoffmann, roubartilhada daqui.

Best Cars

O uso de álcool nos veículos atuais (flexíveis) os mantém mais livres de resíduos em relação aos abastecidos com gasolina? E a informação de que os que só utilizam álcool têm problemas na retirada das velas, por as mesmas ficarem presas no cabeçote? Isto é mito ou verdade? (Ricardo Braga, RJ)

O álcool é composto de apenas uma cadeia de moléculas (C2H6O), enquanto a gasolina é uma “sopa” de hidrocarbonetos (cadeias de hidrogênio e carbono), sendo que cada cadeia tem propriedades únicas de evaporação, poder de queima, tempo de queima, resistência à detonação, etc. Ou seja, é mais fácil controlar a queima de um único tipo de molécula do que de vários na mesma combustão. Por isso, em teoria, procede que o álcool tenha uma queima mais “limpa”.

No caso da gasolina, enquanto alguns hidrocarbonetos obtêm queima completa, produzindo CO2 (dióxido de carbono), alguns podem não ter a queima completa, gerando mais CO (monóxido de carbono) e C (carbono). Nota-se essa característica ao abrir um motor que funcionou apenas com gasolina, no qual diversas partes internas estão pretas — repletas de carbono —, enquanto num motor que só usou álcool as mesmas partes estão limpas.

No mundo real, porém, as coisas podem ser um pouco diferentes por uma série de razões:

1) O álcool encontrado nos postos tem pelo menos 7% de água. Há uma tendência química de que o álcool absorva água: por isso, veículos flexíveis ou a álcool precisam ter diversas partes resistentes à corrosão e oxidação — bomba de combustível, sede de válvulas, escapamento, etc. Quanto mais tempo o álcool estiver no tanque, maior será a concentração de água. Por outro lado, a água presente no combustível ajuda a diminuir a temperatura interna dos cilindros e, em forma de vapor superaquecido, a carregar as impurezas para fora do motor pelo escapamento — um dos motivos para o motor parecer limpo por dentro quando se roda só com álcool.

2) O álcool, ainda no estado líquido, tem mais impurezas que a gasolina de modo geral. Essas impurezas, microscópicas, advém em grande parte do bagaço de cana da produção. Por esse motivo, veículos flexíveis ou a álcool adotam prazos de troca de filtro de combustível menores.

3) Pelo fato de a gasolina ser um conjunto de hidrocarbonetos, há maior alteração de suas propriedades quando é deixada muito tempo estocada, mesmo no tanque do carro. Por exemplo, os hidrocarbonetos de queima mais rápida e fácil tendem a evaporar de forma mais rápida. Por isso, ao deixar o carro a gasolina sem funcionar muito tempo ou mesmo ao admitir uma gasolina “velha” pelo sistema de partida a frio (no carro a álcool ou flexível), pode haver dificuldade de ligar o motor. Há também a evaporação mais rápida dos hidrocarbonetos de alta octanagem, o que diminui a octanagem do combustível como um todo e aumenta a tendência à detonação. Além disso, alguns hidrocarbonetos se oxidam com o tempo, formando aquela “cera” que pode entupir partes dos sistemas de alimentação do motor.

4) Quanto ao óleo lubrificante do motor, a gasolina tende a proporcionar maior contaminação com carbono, enquanto o álcool tende a contaminá-lo mais com o próprio combustível, degradando o óleo.

Além de tudo isso, há outro fator muito importante no Brasil: combustível adulterado, um dos responsáveis pela recomendação de alguns fabricantes para que, a cada 5.000 quilômetros rodados com álcool, se use um tanque de gasolina. Quando os carros flexíveis chegaram ao mercado, de 2003 em diante, houve diversos casos de queima precoce da bomba de combustível, até com 10.000 km. Na época o consumidor leigo criticou a tecnologia, mas o problema era notado também em veículos apenas a álcool. O culpado era a formação de uma espécie de “goma”, proveniente dos produtos usados para adulterar o álcool, que entupia partes do sistema de combustível. Contudo, essa “goma” pode ser dissolvida pela gasolina — e, da mesma forma, certos resíduos provenientes da gasolina são dissolvidos pelo álcool. Por isso, a recomendação de variar o combustível de tempos em tempos faz sentido.

Quanto à dúvida sobre o álcool fazer com que as velas fiquem presas ao cabeçote, não há motivo para isso — ainda mais porque o calor dissipado pela queima com álcool é menor. Normalmente as velas ficam presas ao cabeçote por temperatura excessiva de trabalho, fazendo com que prejudique a rosca do cabeçote, como no caso de usar velas de grau (referente à capacidade de dissipar calor) inadequado.

Extintores em extinção

Cês tão de sacanagem…

Depois de toda a correria, de toda a gastança, de toda a multança, depois de o extintor ABC ter simplesmente desaparecido da face da Terra – gerando um “mercado paralelo” pra lá de lucrativo – agora o Contran me vem com essa?

Oi? Não estão sabendo? Então. Não é que o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) informou nesta última quinta-feira, 17 de setembro, que o uso da porra do extintor nos automóveis e veículos comerciais leves passará a ser facultativo? Pois é. Essa decisão foi anunciada por Alberto Angerami, presidente do órgão e diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Entretanto a obrigatoriedade do equipamento será mantida nos veículos de uso comercial, de transporte de passageiros e de produtos inflamáveis (líquidos e gasosos), tais como caminhões, micro-ônibus, ônibus e o escambau.

Olha só: é de conhecimento até do reino mineral que o brasileiro, de um modo geral, não tem nenhuma noção de como utilizar um extintor. Os exames para tirar habilitação são uma piada e não é realizado nenhum tipo de curso preparatório. Nem mesmo para utilização daquela idiotice dos kits de primeiros socorros “obrigatórios” (quem lembra?) – que continham dois rolos de ataduras de crepe, um rolo pequeno de esparadrapo, dois pacotes de gases, dois pares de luvas e uma tesoura sem ponta. No caso de um acidente com vítimas o que é que você faria com isso, hein McGyver?. Ora, invariavelmente, numa emergência qual é a primeira reação do motorista – ainda mais no caso de fogo? Sair correndo e o carro que se foda.

E sabem o porquê dessa decisão do Contran?

Simplesmente porque descobriram que as “inovações tecnológicas introduzidas nos veículos aumentaram a segurança contra incêndios”… Isso aliado ao fato de que, num levantamento feito pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, constataram que nos acidentes com incêndio somente cerca de 3% dos motoristas é que usaram o extintor. E, ainda assim, não se tem informação se usaram da maneira correta…

Aliás, consta que nos Estados Unidos e na maior parte da Europa não existe a obrigatoriedade – sabem o porquê? É que as “otoridades” consideram que a falta de treinamento e despreparo dos motoristas no manuseio gerariam ainda mais riscos que o próprio incêndio em si!

Enfim, a decisão foi tomada, mas, até onde sei, ainda não foi baixada portaria, resolução ou seja lá o que for. Enquanto isso não ocorrer “formalmente”, a fiscalização continua e a punição para quem não estiver com o equipamento ou para quem estiver com o equipamento com prazo de validade vencido implica numa multa no valor de R$127,69 e cinco pontos na carteira de habilitação.

Mas não demora muito, cedo ou tarde ainda poderemos dar outra utilização para aquele suporte do extintor…