Assoalhando

Pois bem, espero que tenham gostado da “voltinha” de ontem… 😀

Entretanto, de lá para cá, não foi possível fazer muita coisa ou mesmo algo que implicasse numa mudança radical da aparência do bichinho. Aliás, exatamente ao contrário, talvez a consequência agora seja deteriorar cada vez mais até chegar o ponto da efetiva reconstrução.

Como diria o Prefeito, lá onde trabalho, a respeito das obras no Município: “primeiro é preciso piorar para depois melhorar”. E – convenhamos – essa reforma do Opala já se transformou numa grande obra…

Como já havia dito antes, optamos por remover completamente aqueles furos que existem no fundo do assoalho do Opala. E, também como já havia dito, que me perdoem os puristas, mas essa é uma “reforma” e não necessariamente uma “restauração”, de modo que me sinto plenamente à vontade para algumas alterações dessa estirpe, eis que – na minha opinião – aqueles furos, usualmente fechados apenas com um tampão de plástico/borracha, acabavam por ter a função precípua de acumular e disseminar ferrugem pelo restante do assoalho. Se olharem com atenção ali do lado direito, no assoalho que ainda não foi reformado, dá pra perceber bem isso. O negócio é que nem uma metástase que vai se ampliando cada vez mais e corroendo tudo a sua volta…

Quanto mais mexe… Bem, vocês conhecem o restante desse ditado… O que antes era somente um pontinho na parte inferior acabou se alastrando por uma boa área da parte superior. É que, vendo por dentro, estava tudo até que bom, mas ao soldar e cutucar por fora, meio que “atravessou”. Daí novos pontos de solda foram necessários por aqui. Ou seja, quando comprarem ou reformarem seu próprio Opala, prestem BASTANTE atenção nessa área, pois costuma ser crítica!

E, lá no porta-malas, as coisas começam a retomar seu rumo, buscando uma volta à normalidade. Mais alguns pontos foram descobertos, prontamente combatidos com a sempre eficiente solda do Seu Bento e devidamente protegidos com uma boa tinta de fundo.

The dark side of the Moon

Pois bem, um dia teríamos que efetivamente chegar do outro lado do carro, não teríamos? E não imaginem que poderia estar melhor que o primeiro. Senão pior, no mínimo igual…

Aqui uma pequena panorâmica da lateral esquerda do carro. Apesar de não ter o detalhamento referente ao extintor de incêndio, ainda assim foi bastante trabalhoso devolver-lhe os contornos originais.

Uma pequena aproximação para demonstrar a quantidade de pontos que foram soldados, com um detalhamento especial: não esquecer de, mais tarde, abrir um orifício nas iguais medidas do anterior para escoamento das águas da chuva que caem por cima do capô, por aquela grade onde ficam os limpadores do para-brisa.

A lateral, de chapada, com soldas descendo até a parte inferior da lata. O mais complicado, no nosso caso, foi o de cuidar do isolamento da parte elétrica, uma vez que decidimos por executar a reforma com o carro funcionando. “Funcionando” entenda-se melhor por “pronto para funcionar”, ou seja, ao invés de ser rebocado, mantivemos sua autonomia de locomoção. Daí a fiação que fica em toda a área esquerda do carro (lado do motorista) teve que ser bem protegida para não derreter (literalmente) com o calor da solda.

O assoalho do motorista – ou vocês pensavam que somente um lado estava ruim? Um pequeno detalhe que também deverá dar um pouquinho mais de trabalho será o de reconstruir o suporte para o pedal do acelerador, uma vez que o que existia praticamente não deu condições sequer de medidas, de tão podre que estava.

Eu não tinha falado que aquele ponto ali em baixo era comum de ferrugem nos Opalas? O mesmo não necessariamente se deu na parte de cima, sendo necessário “encher” os buracos com solda.

Sim, a traseira continua detonada. O detalhe é o para-choque, que foi colocado somente para fins de determinar os corretos locais da furação de seu suporte. Não, ele não está tão “bem conservado” assim; na realidade estava tão, mas tão ruim que resolvi comprar um novo. O último da loja. Todo empoeirado. R$38,00! Isso mesmo, trinta e oito contos. Se considerarmos que recentemente a Dona Patroa deu uma navalhada com o Escort que temos e foi necessário substituir o para-choque (ou aquele aglomerado de espuma e plástico que hoje existem nos carros) e que só essa peça ficou em mais de mil reais, acho que foi um preço extremamente pra lá de razoável. Ainda bem que existe seguro nesse mundo…

Outro ângulo da foto anterior, só para “provar” que a traseira continua detonadíssima, mas que já está quase em vias de começar a ser recuperada…

Essa foto é da lateral esquerda do Opala, logo sobre a roda traseira. Desde o primeiro momento que eu a vi tão chamuscada assim, não pude deixar de lembrar da Enterprise, no filme Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan. Nesse filme a nave é atacada pelo arqui-inimigo do Capitão Kirk, um renegado do século XX chamado Khan (Ricardo Montalban numa brilhante interpretação). Sei que pode até ser exagero de minha mente, mas, guardadas as devidas proporções, segue aí embaixo uma foto para efeitos de comparação… 😀

Três gerações unidas por um ideal !

O dia de hoje foi bastante interessante! Não necessariamente em termos reformísticos do Opala, mas pela situação sui generis que encontramos… Isso porque três gerações da família Andrade estavam unidas por um mesmo ideal: a reforma de um veículo. Representando a geração mais antiga, meu pai, com seus setenta anos; na geração intermediária, eu próprio, com meus trinta e oito anos; e, finalmente, representando a geração mais nova, meu filhote mais velho, com apenas oito anos…

Mas talvez o mais legal seja por ele ter se interessado pela “causa”. Não sei se esse interesse vai perdurar, até porque, como diz a Dona Patroa, ele está na fase “Pai Herói”, ou seja, tem se interessado por TUDO que eu faço. Mesmo assim, se ele resolveu arregaçar as mangas e se colocar no trabalho, vamos lá!

O curioso é que meu pai, num determinado momento, passou e viu o pequeno petiz lixando um cantinho perto da porta e disse:

– Heh! Esse moleque tá é muito novo pra fazer alguma coisa. Vai acabar é estragando ou se machucando!

– Ora, pai! – respondi-lhe – Que idade o senhor tinha quando começou a mexer com essas coisas? Eu mesmo, lembro-me de ficar enfiado aqui na oficina do senhor antes mesmo de aprender a ler… Se não começar por algum lugar, não vai começar nunca!

Ele ficou meio quietão por uns minutos, fazendo lá suas coisas. Depois voltou e começou a contar a primeira vez que seu pai (o Vô Antônio, que não cheguei a conhecer) o levou para a “lida” na roça, que ele tinha apenas sete anos e já teve que aprender a manusear uma enxada que era muito maior que ele…

Mas voltemos ao carro!

O assoalho, praticamente pronto (neste pedaço, apenas). Quando todo o assoalho estiver concluído a intenção é jogar uma tinta a base de água, chamada (se não me engano) “batida de pedra”, de modo a emborrachar o assoalho e impedir a deterioração futura.

Esse cantinho perto da porta (outro dos lugares tradicionais de ferrugens Opalísticas) foi devidamente escovado, lixado e pintado pelo filhote!

Assim como boa parte dessa lateral ficou aos cuidados de seus esforços, sob a rigorosa supervisão deste que vos escreve.

Pois bem, enxerto novo na área. Eis a parte inferior da lateral esquerda, devidamente redimensionada e afixada em seu devido lugar. Ainda falta a pontinha ali na traseira, mas aí temos uma questão de curvatura que será devidamente resolvida (ou decidida) quando completarmos a traseira como um todo.

Não, essa não é mais a “traseira detonada”, mas sim a traseira detonadíssima! Afinal, concluímos que não valia mais a pena tentar recuperar aquele monte de massa a que deram o nome de lata.

Para melhor compreender, vejam a mesma cena, mas meio que de lateral. Percebam que toda a lata inferior (caixa de ar, creio eu) foi devidamente removida, e irá dar lugar a uma nova (e mais reforçada) lataria – ainda a ser moldada e fabricada pelo sempre competente Seu Bento.

E esse é o Ajudante do Dia! Não sei se vai persistir nessa ideia de me auxiliar, mas sempre que o fizer tenham certeza que será devidamente paramentado, ou seja, no mínimo óculos de segurança – isso quando a situação não exigir nenhum outro tipo de EPI (Equipamento de Proteção Individual)…

Tudo por uma anotação

Os dias têm sido meio frios e trabalhar à noite não ajuda muito essa situação. Principalmente quando falamos de raspar e lixar, bem como usar tinta, Thinner (não, não me falem de “removedor” ou coisa que o valha – Thinner é Thinner e pronto), etc. Mas, como já dizia a música, “The Show must go on”!

Aqui começamos a dar o fundo na parte interna do veículo. Pode não parecer, mas o acesso ao lado de dentro do local onde fica o porta-luvas é uma coisa que tem um quê de impossível. Ainda mais se considerarmos o nobre porte de 1,90m deste humilde escriba que vos fala…

Mesmo assim, toda a lata substituída PRECISA receber sua camada de tinta de fundo, então… Paciência! Nessa proximidade dá pra se notar bem (como já lhes disse váriras vezes) que não foi simples questão de colocar uma chapa e pronto. Parte por parte, dobra por dobra, curva por curva, o que estava podre deu lugar ao novo. Tá bom, se não ao novo, pelo menos ao inteiro…

Sim, essa é a “traseira denotada”. No que essa foto difere daquela do último post? Quase nada. Até o ângulo parece ter sido milimetricamente estudado para ser o mesmo. Massss… se prestarmos bastante atenção veremos que, neste jogo (real) dos sete erros existe um pontinho ali à esquerda que já dá pra se perceber uma grande diferença!

Exato! A diferença é que não tem pontinho à esquerda! Aliás, não tem esquerda… Mais uma parte que foi recortada para dar lugar a outro “implante”, pois a lata que corresponde a esse pedaço eu consegui encontrar nova.

O mesmo local, mas agora de um ângulo interno, de dentro do porta-malas.

E de um ângulo externo, bem de chapada, com todos os pedacinhos de reconstrução. Sabem essa anotação que Seu Bento (vulgo meu pai) colocou aí? Então, é importantíssima. Tão importante que ele resolveu anotar na própria lata, pois num pedaço de papel poderia se perder. Essencial para reconstrução e solda posterior dessa lateral. Só falta a gente lembrar o que mesmo ela significa…

Percebam que – finalmente – começamos a chegar do lado esquerdo do carro. Adivinhem o que encontramos? Exato! MAIS MASSA. Olha, eu já estou achando que o peso global do carro vai diminuir em pelo menos uns cem quilos, de tanta, mas tanta, mas TANTA massa que já foi retirada…

Outro ponto de ferrugem “característico” nos Opalas. A parte inferior do vidro traseiro. A situação não difere da geral: estava tão podre que foi mais fácil arrancar o pedaço “contaminado” e construir um novo “enxerto” para esse lugar.

Este é o lado direito do vidro traseiro, já devidamente “enxertado”

Não, não houve nenhum trabalho nesse pedaço, não. É só uma questão de paixão, mesmo. Ainda que sem as grades, pára-choques, faróis, lanternas, etc, etc, etc, esse danado não possui umas linhas pra lá de imponentes? De fato. Quem passa a gostar de Opala, gosta mesmo…

Traseira detonada

Dando continuidade à “obra”, segue uma longa sequência das fotos referentes às últimas atualizações do bom e velho Opala…

Sei, sei, essa aí de cima parece a mesma da semana passada… Mas os detalhes é que importam: a coluna até o teto já está recuperada, assim como parte da lateral, por onde passa a caixa de ar, próxima à porta.

Daqui temos um ângulo mais legal, inclusive mostrando as soldas internas do assoalho, praticamente prontas. Bem, nesse pedaço estão praticamente prontas…

Olha, garanto que é total e completamente ingrato lixar essas regiões internas do carro. Tudo bem que estava sem a roda, mas, ainda assim, foi difícil. Falta posição e sobra mau jeito. Chega um momento que não tem mais condições de se ficar sentado, em pé, deitado, esticado, curvado, ou seja lá o que for. Mas o fundo precisa ser dado!

Continuação da foto anterior, essa é a parte interna traseira da roda direita. Ideia boa foi a que vi outro dia: arrancou-se tudo do carro (sim, eu disse TUDO) e a carcaça foi posta em cima de alguns tambores. Muito legal. Não só dá altura para lixar como também concede uma boa liberdade para trabalhar.

A foto que deu origem ao nome deste post: uma traseira detonada.

A caixa de estepe, agora concluída, mas com algumas soldas a mais em suas proximidades.

E esse é o outro lado, a parte esquerda da traseira, que também demandou de uma boa “atualizada”. À esquerda da imagem dá pra se perceber a solda que tivemos que fazer de ponta a ponta do veículo.

O “buiaco” do tanque, que também não escapou da restauração. A maior parte dos podres estavam próximos dos parafusos que prendem o tanque

A parte interna da traseira, vista de dentro do porta-malas, totalmente remendada, de ponta a ponta, como acabei de falar.

Então. Já há alguns dias eu mostrei esse trecho, o qual demandaria de uma nova lata para sua recomposição. Pois bem, a lata foi feita – ou melhor: refeita!

Aqui temos a parte reconstruída, com um pouco mais de detalhes. É o ponto onde passa a borracha do porta-malas.

Vocês não têm noção da quantia de de massa que encontramos nessa traseira. Provavelmente deveremos arrancar, senão toda a massa, talvez toda a traseira…

Mais detalhes do lado esquerdo (toda a curvatura da lata era pura massa)…

E agora do lado direito (massa, massa e mais massa)!

Fugindo da cronologia

Um comentário totalmente “atemporal” nessa sequência de atualizações que venho fazendo: curioso como temos Opaleiros, literalmente, nos quatro cantos do país! Esse link aí do lado (tá lá na página principal) com um mapa-mundi nada mais é que o ClustrMaps e mostra o local onde se encontram os leitores deste blog, ou seja, de onde ele foi acessado no mundo (sim, eu disse “no mundo”). Quanto maior a bolinha vermelha, maior o número de acessos daquela região. Dá pra perceber uma certa concentração em São Paulo, mas também temos acessos no Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, Centro-Oeste e até mesmo uma solitária bolinha lá em cima, nos Estados Unidos!

Haja Opaleiro, véio!

(Em tempo: esses números não só são “zerados” a cada ano como também foram “reiniciados” com a mudança do blog para o atual endereço…)