E lá estava eu, pleno sabadão de carnaval, em casa, no meio pro final da tarde, com uma dor de cabeça do TAMANHO DE UMA SEMANA…
(Heh… Mais uma que aprendi com o amigo Bellini…)
Daquelas de doer o avesso do olho. De se irritar ao ouvir o tilintar de uma agulha caindo no chão. De conseguir me deixar (muito) mais mau humorado do que já sou naturalmente. E nem era de ressaca! Aliás, até agora ainda não sei o porquê desse perrengue. Mas doía num limite tal de dar até mesmo ânsia de vômito. Pois é. Acho que agora comecei a ter uma leve noção do que seriam as agudíssimas enxaquecas de minha amiga Sheila.
E – lembrem-se – tenho três pequenos pimpolhos em casa. Oito, seis e três anos. Alguém já viu qualquer criança dessas idades participar de alguma brincadeira abaixo dos cento e cinquenta decibéis? Então. Nem eu.
Chamei o mais próximo de onde eu estava. Era o número três (vulgo Jean, o Caçulinha). Apontei o dedo indicador para minha própria testa e supliquei-lhe:
– Filho, pelamordedeus, o papai tá com MUITA dor de cabeça. Tá dodói aqui. Fala mais baixinho, tá?
– Papai tá dodói no chérberu?
– Cuméquié?
– Tá doendo o chérberu do papai?
– Ah, sim. É. Tá doendo o cérebro do papai…
– Então tá. Vou falar baixinho, então.
E lá se foi ele, sussurrando suas brincadeiras para os irmãos em alto e bom tom.
Eu juro que teria rido, se não doesse tanto…