Antes que alguém atire algum Houaiss ou Aurélio em minha pobre cabeça, saibam que essa dúvida (que não é minha) é mais comum do que parece. Talvez por alguma questão de fonética (pronúncia de “L” em vez de “R”), caipirismo, chinesismo, sei lá… Mas vamos ao que interessa: a grafia correta é com “erre”, ou seja, SICRANO. E já que estamos falando nisso, para que nos prendermos somente a este dos três sujeitos? O negócio é dar asas à imaginação, como o fez Guimarães Rosa, nesse trecho de seu conto Mechéu:
Sumo prazia-lhe ouvir debicarem alguém: que fulano fora à casa de baiano e a moça de lá não lhe abrira a porta; beltrano não ia à Vila à noite, por medo dos lobos; sicrano surrara peixano que sapecara terciano que sovara marrano, sucessos eis faziam-no rir a pagar, não risada gargalhal, somenos chiada entre quentes dentes, vai vezes engasgava-se até, da ocasiãozada. Malvadezas contra outros o confortavam. (…)
Não sei por qual motivo, mas me identifiquei MUITO com esse personagem…
Talvez seja porque vai ao encontro de algo que sempre costumo dizer: pequenas malvadezas – nada como isso para alegrar o dia de alguém!
😉