O Legislativo cada vez mais cumpre menos seu papel, perdendo-se em infinitas discussões de acordo com os interesses políticos próprios de cada grupo ou – o que é pior – de cada representante isoladamente. Recentemente li uma matéria (não lembro onde) que demonstrava quantos anos demora para uma lei ser aprovada no Congresso Nacional. Diante dessa inércia, o Executivo, tendo que agir, acaba legislando através de medidas provisórias (não tão provisórias assim) de acordo com seu bel prazer. E o Judiciário, também aproveitando a deixa e a lacuna existente, uma vez que a legislação não mais reflete as características da sociedade, também acaba legislando através de suas decisões e “súmulas vinculantes”. É poder demais nas mãos de gente de menos. Mesmo o Ministério Público, que deveria estar preocupado em defender o povo de um modo geral, se preocupa muito mais em buscar espaços na mídia, cada qual querendo – no mínimo – seus quinze minutos de fama, à la Andy Warhol. Aliás a própria imprensa (escrita, de um modo geral, e televisiva em especial) acabou por assumir parte das funções do Ministério Público, recebendo denúncias, exigindo atitudes, fazendo todo o estardalhaço possível em nome de uma pseudo-justiça, mas que, convenientemente, resulte num índice maior de audiência. Ou seja, não necessariamente informa, mas com certeza incita.
E nós, meros mortais?
Bem, continuamos matando um dragão por dia para sobreviver a toda essa confusão…