Tranquilo jantar familiar, à base de soborô, e eis que resolvo me servir de um pedaço de linguiça frita que estava por ali dando sopa.

– Alguém saberia me dizer se essa linguiça é apimentada?

Balanços negativos de cabeça, murmúrios de boca cheia e outros grunhidos similares deram-me conta de que não, não era apimentada (afinal de contas, não trabalhamos com nada que arde…).

Servi-me, feliz, levei a tenra iguaria à boca e em milésimos de segundos já foi possível perceber aquela queimação tomando conta de meu ser, o suor brotando naturalmente em cântaros e uma inenarrável sensação de sede…

Nisso, quase que concomitantemente ao mesmo tempo tudo ali agora naquela hora, meu caçulinha vem com essa:

– Ô pai, sabe, essa linguiça não é apimentada não – só é um pouco ardidinha…

Obrigado filho. Mas da próxima vez vê se me avisa ANTES de eu começar a comer, combinado?