E eis que na sexta, pouco depois do dilúvio que assolou esta cidade, fui assistir O Discurso do Rei.
Confesso que fiquei preocupado – ainda que fosse o último horário – em pegar uma sala lotada (ainda mais por ser estréia). Ledo engano. O cinema estava do jeito que adoro: praticamente vazio. De fato, se não for blockbuster, se tiver que “pensar” mais um pouquinho, sem efeitos especiais, 3D, ou seja lá o que for, creio que o povo prefere a balada ao cinema. Melhor pra mim…
Mas voltemos ao filme.
É bom esclarecer que, de qualquer maneira, eu já seria suspeito pra opinar, pois eu simplesmente sou fã de qualquer filme que retrate a época da Segunda Guerra…
Mas, paixões à parte, de fato o filme é muito bom.
Collin Firth e Geoffrey Rush – com a imprescindível presença de Helena Bonham Carter (todos ilustríssimos desconhecidos para este que vos tecla) – dão um show de interpretação. No decorrer do filme dá pra verdadeiramente sentir a agonia do rei face suas limitações. Isso sem falar no colírio auricular que é o sotaque britânico!
Mas… Sinceramente?
Daí a ser cotadíssimo para o Oscar, etc, etc, etc?
Acho meio muito.
Não é um filme que causa aquele “impacto”. Do tipo que te transporta numa montanha russa de emoções. Do qual você sai do cinema impressionado, com vontade de voltar e assistir de novo. Ainda que o próprio nome do filme já nos previna – “O Discurso do Rei” – é praticamente após o tal discurso que o filme acaba. Ficou, para mim, uma sensação de vazio. De “Hein? E o resto?”…
Mas não se iludam pelos tradicionais comentários deste velho ranzinza! Ainda assim o filme realmente é bom! Com esmero nos detalhes, um humor sutil e ótimas interpretações nos traz um belo retrato da época da ascenção de George VI e Elizabeth. Vale a pena assistir – com ou sem pipoca.
Mas, particularmente falando (se é que isso é possível num blog), não é um filme que eu vá me lembrar por muito tempo…