Bem, vocês já devem ter lido aqui o que aconteceu com relação ao Windows e sobre minha decisão de instalar o Linux, certo?
Então.
Só pra entrar na conversa, convém esclarecer que o Linux não é nenhum desconhecido absoluto pra mim. Já lá nos idos de 97 eu comecei a fuçar nesse sistema operacional. Primeiro com uma distribuição do Slackware, penosamente baixada via BBS através de uma velha placa de fax-modem Zoltrix de 28.8 kbps. Mais tarde através da primeira distribuição brasileira “oficial”, feita pela Conectiva: Marumbi.
Não se preocupem: de quando em quando ainda introduzirei por aqui alguns conceitos básicos sobre o Linux para que não fiquemos no mais puro (e, às vezes, ilegível) informatiquês…
“Distribuição”, por exemplo, pode ser definido como um dos “sabores” do Linux. Sim, existe uma explicação melhor, mas isso aqui não é uma sala de aula, certo? Basta saber que o sistema operacional Linux é um sistema Livre (não confundir com gratuito – apesar de, na maioria das vezes, sê-lo) e existem diversas pessoas e empresas ao redor do mundo que desenvolvem facilidades para esse sistema. Cada uma dessas versões personalizadas pode ser chamada de distribuição – ou “distro” – existindo tantas, mas tantas, que fica até difícil de escolher.
Bem, de volta ao fio da meada, de 97 pra cá tenho testado diversas distribuições. Umas boa, outras nem tanto, outras horríveis. Minha birra com essas distribuições sempre foi pelo fato de que um sistema criado para ser livre acabou se tornando por demais dependente da tecnologia. Explico. A Micro$oft sempre primou por lançar novas versões de seus sistemas, as quais exigiam computadores mais potentes, que por sua vez davam origem a novas versões, que novamente precisavam de computadores ainda mais potentes, e assim por diante.
Ora, e o que fazer com todas aquelas máquinas que, do dia pra noite, acabaram se tornando obsoletas pelo simples fato de não “aguentar” rodar uma nova versão do sistema? Lixo? Isso vai contra os ideais de metareciclagem que aprendi com o mestre Obi-Wan-Bicarato-San…
Enfim, tendo se tornado tão dependente da tecnologia quanto os sistemas proprietários, o Linux acabou ficando também limitado ao atual estado da técnica. Ainda bem que meu computador de casa é “parrudo” o suficiente para suportar o sistema. Mesmo assim, não abro mão dos velhinhos. Um antigo computador do escritório (Pentium 133-MMX) ainda está na ativa aqui em casa, rodando sistemas antigos, mas plenamente funcional. Hoje ele pertence ao meu filho mais velho.
Escolhi uma distribuição chamada Ubuntu, que já havia testado recentemente e que me surpreendeu pela facilidade com que reconheceu e ativou todo meu hardware instalado.
Eu já havia baixado e gravado em CD a imagem da versão 7.04 (atual), bastando apenas providenciar a instalação – que durou cerca de 20 minutos, já contada a formatação completa do disco rígido.
Confesso que fiquei apenas preocupado com a questão do acesso à Internet, que, em casa, se dá através do Speedy. Já me imaginei horas a fio com algum atendente da Telefônica, após ter passado pelo labirinto quase intransponível de menus (“para isso, disque isso, para aquilo, disque aquilo”…).
Ledo engano.
Bastou digitar no Help do sistema recém-instalado a palavra “ADSL” (Asymetric Digital Subscriber Line), que é a tecnologia utilizada para a conexão através do Speedy, e apenas com mais dois cliques aprendi a configurar o programa pppoeconf através do Terminal (uma espécie de “prompt” do Linux). O tutorial é bem didático, no estilo passo-a-passo mesmo, não deixando dúvida nenhuma para trás.
Aliás, me surpreendeu a rapidez da conexão. Tanto para conectar quanto para navegar. Deixou o programinha de conexão do Speedy no chinelo. Ponto pro Linux.
Ainda falta bastante coisa para fazer, programas a instalar, outros hardwares específicos para configurar. Meu velho scanner TCE S430, por exemplo, nunca funcionou no XP e duvido que o consiga no Linux, mas não custa tentar.
Mas, conforme se desenrole, irei contando a história por aqui.
Aliás, só pra que saibam: este post já foi totalmente escrito “via Linux”, através da distribuição Ubuntu, conectando-me à Internet por ADSL, e utilizando o navegador Firefox…
😀
Quer ver um velhinho 133 Mhz voar de verdade? Dá uma olhada no dizinha ou no dsl: http://www.damnsmalllinux.org
abs
efeefe