Diagnosticando e resolvendo problemas

Eis um trecho de um livro antigo que tenho empoeirando nas prateleiras lá de casa desde 1996 (sim, eu também possuo um pouco de literatura além daquela armazenada nas catacumbas de meu computador), cujo nome é “Como não enlouquecer com seu computador…” de autoria de um pseudononímico Bob Charles.

O capítulo em questão é “Diagnosticando e resolvendo problemas em seu computador”:

Problemas no computador podem ser causados por software, hardware, incompetência do operador ou fenômenos poltergeist nas imediações (para os céticos que não acreditam em poltergeist, estes fenômenos também podem ser chamados de flutuações quânticas no spin iônico dos quarks reticentes).

(…)

Utilizando os programas utilitários fornecidos com o sistema, você mesmo poderá perder diversas horas tentando (em vão) entender o que está acontecendo de errado.

Meu conselho: seja sensato. Sua máquina e os programas que a assombram foram projetados e criados por profissionais experientes, usando a mais avançada tecnologia disponível. Foram desenvolvidos para causar encrencas sérias, e não um probleminha qualquer que você possa resolver com uma chave de fenda. Por isso, EM CASO DE DEFEITO, CHAME UM TÉCNICO.

Assim como os médicos, eles também não têm a menor idéia do que está acontecendo ou do que eles estão fazendo com sua máquina. O importante é que os técnicos, assim como os médicos, receberam um extenso treinamento no sentido de fazer com que você se sinta SEGURO. Por exemplo:

– Técnicos falam coisas incompreensíveis, de preferência rápido, incluindo diversas siglas nas frases.

– Eles falam muitas besteiras, mas o ar de autoridade com que pronunciam as palavras dá grande ar de verdade a estas besteiras.

– Conhecem diversos procedimentos de emergência que podem salvar seus preciosos dados, assim como, por exemplo, reformatar o disco rígido (do qual você, é claro, não fez cópia de segurança); os técnicos não sabem bem quando usar um determinado procedimento de emergência ou outro, mas possuem pensamento positivo e acreditam piamente que mexendo aqui e ali diversas vezes ao acaso o defeito acabará ficando de saco cheio e indo procurar outra máquina na qual se instalar.

– Na dúvida entre pensar e usar o bom senso, pois às vezes um problema aparentemente complicado tem uma solução simples, ou trocar um monte de peças e componentes sem saber por quê, os técnicos escolhem a segunda opção. Claro, pensar irá custar para eles, enquanto que a conta das peças trocadas é toda sua!

A seguir estão listados alguns dos problemas mais comuns que o usuário costuma encontrar em seu computador, bem como sugestões para lidar com eles.

– Caso seu computador, o vídeo ou a impressora apresente algum defeito intermitente, experimente dar pequenas pancadas na unidade, aleatoriamente. Esses defeitos muitas vezes são causados por bytes extraviados que estão obstruindo os canais de dados; bater suavemente na máquina muitas vezes faz com que esses bytes desobstruam os canais, solucionando o problema.

– Um congestionamento no tráfico de fornecimento de dados causa queima em seletores, chips e bobinas, aumentando a tensão difásica na porta A20 dos retentores secundários. É necessário levar a máquina para que um técnico especializado faça uma vistoria e chegue à conclusão que deu um xabu grande demais e aconselhe você a comprar uma máquina nova.

– Caso o problema na porta A20 seja um keyboard controller/gate A20 error, isso significa que há um erro no barramento de endereçamento sequencial do acesso principal à porta lógica do chip de leitura ótica da matriz digital de decodificação do teclado. Esse erro nunca é causado por problemas no teclado. Chame o Dr. Spock e verifique a tensão difásica na porta A20 dos retentores secundários.

– Após alguns meses de uso por um usuário pesado o teclado fica “cansado” e não suporta a carga que lhe é exigida. Você bate numa letra e sai outra, ou por mais que bata não há reação. O melhor a fazer geralmente é levar o teclado para um SPA e esperar que ele relaxe e volte a funcionar normalmente.

– Vídeo “cansado” – o tempo de uso em um computador normal é de quatro horas diárias. Deixe repousar por algum tempo antes de voltar a usar. Além disso, você não acha que quatro horas na frente da máquina já bastam? Você já viu o sol que está fazendo lá fora?

– Problemas relativos á falta de padrão nas peças, como naqueles kits de plástico para montar aviõezinhos, em que nada encaixa direito, o que encaixa não funciona e as raríssimas coisas que acidentalmente encaixam e estão funcionando não fazem nada do que você esperava. Minha sugestão: esqueça o assunto e vá ler jornal.

– Cabeça de drive “cansada” pelo excesso de uso não consegue filtrar os bytes do disco corretamente. Mande para o mesmo SPA frequentado por seu teclado.

– Fungos que surgem em locais próximos à praia se espalham entre diversos computadores, contaminando programas. Se você mora em locais onde não há praias, seu problema é um pouco diferente: fungos que surgem em locais poluídos e distantes da praia se espalham entre diversos computadores, contaminando programas. Em ambos os casos, esse problema é simples de resolver: lave os disquetes com detergente, esfregue bem com palha de aço, para restaurar a indutância magnética dos íons, e deixe secar ao sol. Não use ferro de passar.

(…)

– Em máquinas de fax, há uma tendência de ocorrência de vibrações no sistema ótico, parado pela falta de filtragem. Nesse caso, em geral um alinhamento do campo reversor no sistema criogênico secundário que alimenta o feixe de laser de argônio resolve o problema. Qualquer pessoa munida de um chave de fenda, um pouco de paciência e um analisador de espectro ótico de 24 canais é capaz de realizar esse ajuste.

Mensagens de fé

Que atire a primeira caixinha de som aquele que nunca recebeu uma apresentação ou show de slides com aquelas mensagens “pra cima” e aquela musiquinha de fundo “pra baixo”…

Com o ácido bom humor que lhe é peculiar, não é que lá no Ao Mirante, Nélson até mesmo essa peculiaridade mensagística também foi descascada? Segundo ele, o post foi “Para que seja experimentada toda a profundidade deste blog. Alugamos escafandro, derreal a hora.”

Um exemplo:

E também:

Outras mais direto lá no site/blog/portal dele…

Essa onda de bafômetro…

É incrível a capacidade do povo brasileiro de conseguir sempre rir da própria “desgraça”…

Essa estória peguei numa lista de discussão da qual participo:

Relato

Outro dia fui com meu Opala a uma despedida de solteiro de um grande amigo meu numa chácara afastada da cidade.

Caixas e mais caixas de cerveja… Isso sem contar os destilados… Whisky, cachaça, etc… Tava bão demais sô!

Quando voltava para casa, pra minha infelicidade, passei por uma blitz da PM à entrada da cidade… Não deu outra… Fui “premiado”!

Estava num estado tão lastimável, que quase caí ao sair de dentro do carro… Mal conseguia andar…

Fora do carro, exatamente no instante em que os policiais me pediram para soprar no bafômetro, do outro lado da estrada um caminhão se envolve numa colisão e espalha toda sua carga pela rodovia! Foi minha sorte!

Os policiais me liberaram e me dispensaram para poder atender o acidente.

Saí de lá rapidinho (dentro do possível! hic)… Todo pimpão! Todo contente! Era meu dia de sorte!!!

No dia seguinte, logo cedo, umas 10 da manhã, minha mãe me acorda e pergunta:

– Filho, escuta, você sabe me dizer o que faz um carro da Polícia Militar dentro da nossa garagem?

Pronto.

Lá se foi minha sorte…

Emenda à Inicial: Segundo Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Cana dá álcool, álcool dá cana.”

Evolução da matemática

Tragicômico.

Mas real.

A estória recebi já há um bom tempo do amigo Cláudio (um dos mais novos cidadãos Pelotenses), mas poderia ser plenamente real. E ainda preciso falar por aqui sobre a volta da matéria Filosofia às escolas. Mas por enquanto fiquemos na matemática…

Semana passada comprei um produto que custou R$1,58. Dei à balconista R$2,00 e peguei na minha bolsa 8 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha que me dar 50 centavos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.

Por que estou contando isso?

Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que deve ter sido assim:

1. Ensino de matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$80,00. Escolha a resposta certa,que indica o lucro:

( )R$20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$80,00. O lucro é de R$20,00. Está certo?

( )Sim ( )Não

6. Ensino de matemática em 2007:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você consegue ler coloque um X no R$20,00.

( )R$20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

Onde vamos parar?…

Dicas de vôo

Se algum dia você, caríssimo(a) leitor(a), estiver num vôo doméstico, daqueles que não é possível sequer tirar o cotovelo do braço da poltrona sem – literalmente – perder o lugar de tão amontoado que ficam as pessoas naquelas minúsculos espaços hiper super ultra mega blaster plus apertados (ainda mais para um caboclo de 1,90m como eu), tendo à sua esquerda uma aspirante a jubarte sobre duas pernas, à sua direita um idoso que faria o Mestre Yoda se sentir adolescente, e, estando nessa situação, for acometido de uma súbita necessidade de silenciosa flatulência – saiba que pode ficar totalmente à vontade! Basta manter uma fisionomia soberbamente séria e compenetrada e, de preferência, mantendo profunda concentração em algum artigo inócuo de uma revista qualquer que estiver à mão.

Vai por mim, funciona.

Experiência própria.

Exame de vista

Eu estava até pensando em fazer um novo exame de vista.

Apesar de ser “astigmatista do sétimo dia” e ter apenas cerca de um grau tanto para a vista esquerda quanto para a direita, já faz um bom tempo que não vou a um oftalmologista. Sequer sei como anda o atual estado da técnica e o que eles estariam utilizando para aferir a visão de cada um.

Mas depois de receber um e-mail do amigo Xina acho que vou desistir. Talvez seja melhor deixar os óculos do jeito que estão mesmo.

O título do e-mail que recebi é “A forma mais cruel de exame de vista para os homens”.

Vejam no quadro abaixo se ele tem ou não tem razão…