E eis que o primogênito havia pedido uma bicicleta de presente. Afinal a que ele tinha, apesar de já saber andar, estava ficando pequena demais para sua estatura de sete anos de idade. Isso tinha sido lá pelo meio do ano passado. Desde então conversamos bastante e acabamos negociando nos seguintes termos: se ele tivesse comportamento exemplar (dá-lhe Stitch!) no Natal ele ganharia uma bicicleta nova.
Bem, ele fez a parte dele.
E nós fizemos a nossa.
Na manhã de 25 de dezembro, juntamente com outros presentes do resto da tropa, bem no meio da sala e ao lado da árvore de Natal, lá estava ela, aguardando-o. Uma bicicleta novinha em folha da Monark, aro 16, preta, modelo BMX – que muuuuuito antigamente vinha com um tanquinho…
Indescritível a carinha de felicidade dele – apesar de, em seu íntimo, já ter a certeza de que iria ganhar esse presente. E antes mesmo disso, a pedido dele mesmo – caso viesse a ganhar a tal bicicleta – havia me dito para que não tirasse as rodinhas laterais, pois ele queria se “acostumar” primeiro com ela.
Pois bem.
Ontem, ao chegar em casa, ele simplesmente me pediu que tirasse as rodinhas. “Tãotáintão”. Uma recém-adquirida chave de boca de 14mm foi suficiente para essa missão. Tentei, ainda, abaixar um pouquinho mais o selim (ou seleta ou banquinho), mas já estava no limite. Confesso que fiquei com um tiquinho de preocupação, pois nessa bicicleta ele ainda não alcança totalmente o chão.
Que nada!
Saiu andando com a danada como se já tivesse feito isso a vida toda. E, à sua volta, os dois irmãos menores também o acompanhavam, em suas totocas (triciclos), em plena e esfuziante algazarra.
Vendo-o ali, orgulhosamente pedalando sua bike, me perdi um pouco em devaneios ao lembrar que, há não muito tempo, era eu quem o levava com apenas um ano e meio na cadeirinha de minha bicicleta. Aliás, parece que foi ontem que ele começou a andar. Ainda tenho gravado no computador suas primeiras palavras. Continua bem claro na minha memória o dia em que nasceu, bem no começo da tarde de uma quinta-feira, em 1999…
E agora ali está ele, pedalando sozinho sua bicicleta…
É pessoal, o tempo passa…