Bricophone: bricolagem com telefone?

Parece que sim. A história inteira está lá no Sérgio Amadeu, mas resumidamente trata-se de um projeto de código e hardware abertos focado para um pequeno consumo de energia e baixo custo e voltado para comunidades inferiores a mil pessoas em regiões distantes. Seu maior mérito é não precisar de grande infra-estrutura, permitindo seu uso em atividades sociais e culturais, como festivais e eventos de massa. Nas palavras do autor: “Como se trata de um projeto open source, o Bricophone pretende ser construído pelos usuários ou por artesões digitais“.

Bonito esse negócio de “artesão digital”.

Dá o que pensar…

Inclusão digital – marca de um retrocesso

Enquanto todo mundo tenta caminhar para um mundo compartilhado, eis que, sei lá por quais interesses ($$$), órgãos da própria Administração Pública dão um passo para trás. É o que nos conta o Sérgio Amadeu a respeito de um eventual acordo firmado pelo governo da Bahia. Eis, na íntegra:

Enquanto a maior parte dos programas de inclusão digital utilizam software livre, será mesmo verdade que o Governo da Bahia caiu no canto da sereia da micro$oft e assinou um compromisso de retrocesso naquele Estado?

Afetada pelo crescimento do GNU/Linux e da plataforma aberta, a micro$oft buscou oferecer licenças gratuitas para aprisionar os programas educacionais e de inclusão digital a sua plataforma proprietária. O ex-monopólio mundial de software anda até dizendo que aderiu ao open source. Desesperados os dirigentes da empresa de código fechado tentam adquirir o Yahoo para entrar no mundo das redes. No início dos anos 90, Bill Gates dizia que ninguém confiaria em uma rede que não tivesse “dono”. Todavia, o desenvolvimento aberto e não-proprietário da Internet frustou os planos monopolistas de Gates e derrotou a micro$oft no mundo das redes. Hoje, a micro$oft aposta em seu lobby para tentar impedir o avanço da plataforma aberta.

Enquanto o Governo do Paraná e de vários outros Estados avançam na inclusão digital com software livre, será mesmo que o governo da Bahia vai se afundar no Vista? Será que eles vão para um software que exige alto processamento, enormes custos de anti-vírus e a elevação do gasto com hardware? Enquanto o governo federal avança na sua política de software livre que levou somente o Banco do Brasil a economizar mais de 50 milhões somente com o OpenOffice, será que algumas autoridades da Bahia se encantaram com o lobby do ex-monopólio mundial de software para desktop?

Será possível? Mas, até mesmo os Democratas em São Paulo recusaram promover a migração do software livre nos telecentros para windows. Todos sabem que inclusão digital com software proprietário é inviável por representar um grande desperdício de recursos escassos. Se for verdade é também irônico. Foi a gestão anterior que implementou na Bahia o projeto de inclusão digital com software livre. Será o PT que irá retirá-lo?

O pior é que se antes as pessoas acreditavam que os empregos estavam em quem sabia windows, hoje todos sabem que faltam profissionais que conheçam open source. Os empregos e oportunidades crescem muito mais no mundo do software livre. Por isso, o ato do Governo da Bahia seria ainda mais lamentável. Estranho estas pessoas “de esquerda” que se dizem favoráveis a socialização de bens materiais e são contra o compartilhamento do conhecimento. É com elas que ex-monopólio conta para tentar articular sua política tacanha de tentar voltar um dia a ser monopólio.

Veja o link com a matéria sobre o acordo do governo da Bahia com a micro$oft.

Veja o primeiro trecho da matéria:

“Salvador – A colaboração mútua para o desenvolvimento de projetos de inclusão digital na Bahia é o ponto principal de um protocolo de intenções que o governador Jaques Wagner e o presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy, assinam, nesta quarta-feira (23), às 14h30, na governadoria (CAB).”

Software Livre: tá no sangue!

E ontem à noite o filhote mais velho, do alto de seus oito anos, tinha como missão fazer uma busca na Internet para buscar a definição de determinada palavra passada pela psôra: “preconceito”.

Liga computador, escolhe perfil de usuário, muda cabo de conexão (casa de ferreiro, espeto de pau), reativa o modem, conecta, entra no Google. Tudo sozinho. Faz a busca. Uma das primeiras de cinco quintilhões de opções: Wikipedia.

– Ah, pai, legal! Desse aqui eu gosto! Tem bastante coisa e na maior parte das vezes eu consigo entender tudinho!

Orgulho do pai…

Dicas de leitura

Duas boas dicas.

A primeira veio lá do Marco Aurélio, recomendando a leitura do site Propaganda Sustentável, criado pelo publicitário Jacques Meir e que tem por “missão” abrir um espaço para que se “Aponte campanhas, ideias e práticas de propaganda e marketing que pareçam irresponsáveis, mentirosas, ofensivas e preconceituosas. Elogie aquelas que são criativas, bem-humoradas, bonitas e verdadeiras.” Define seu objetivo principal dizendo que “a melhor propaganda é aquela que pede por favor”, como pode ser visto com detalhes aqui. De cara já me deparei com uma absurda postura do McDonald’s

Já a segunda foi por parte do João David, recomendando a leitura do “dossiê veja” (prefiro, sempre, em letras minúsculas), onde demonstra as peças que formam o quebra-cabeças que levou essa revista ao seu atual estado. Segundo o próprio: “O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.”

Enquanto isso o copoanheiro, convidado pela TV Cultura e Futura Networks para uma mesa redonda visando discutir “O Jornalismo e a Nova Economia”, deve estar se divertindo lá no Campus Party

Compartilhando música livre (de verdade)

Ah, Remixtures

Já fazia falta um site assim: o WeShareMusic é um portal e agregador de música livre disponibilizada segundo licenças como as Creative Commons. onde podes encontrar uma série de géneros musicais. Apesar da música electrónica ocupar a fatia de leão, podes navegar pelos mais recentes lançamentos na área do HardcorePsicadélico e Industrial.

Para ouvires o disco basta clicares no nome do álbum que tens acesso a um player bastante simples e intuitivo que faz streaming de todas as faixas. Quem gostar do que ouviu, pode descarregar o disco inteiro num ficheiro RAR ou faixa por faixa.

Outra funcionalidade interessante é o top dos 100 downloads mais populares. Existe também um feed de RSS. que permite ficar a par dos novos discos que são colocados por lá sem ser necessário visitar o site. Os responsáveis pelo WeShareMusic estão a incentivar todas as netlabels a disponibilizarem os seus lançamentos no site.

Projeto Cidade Digital

O Projeto Cidade Digital prevê que um município poderá ter em toda sua área uma infraestrutura de telecomunicações e Internet para acesso tanto individual (nas casas, escritório, etc) quanto público (escolas, hospitais, bibliotecas, etc), disponibilizando à sua população informações e serviços públicos e privados em ambiente virtual. Um dos objetivos do projeto cidade digital é a universalização do acesso à Internet nas cidades, com tecnologia de ponta e de baixo custo.

As tecnologias utilizadas são: Wi-Max (tecnologia de banda larga sem fio, atua como alternativa às tecnologias como cabo e DSL e deve alcançar até 50km); Wi-Fi (é necessário estar em um raio de ação de um ponto de acesso conhecido por hotspot) e WiMesh (rede composta por várias antenas que, por estarem próximas umas das outras, ampliam a nuvem de transmissão).

Dentre outras vantagens, possibilita:

  • Acesso à Internet Via Rádio – Oferece um salto tecnológico às pequenas e médias cidades que carecem de avanços na área de telecomunicações. Como serviço agregado associa novos recursos além da conectividade à intranet e Internet, como redução de custo com telefonia IP (VoIP) e segurança através de vigilância eletrônica.
  • Rede de Dados – Possibilita a interligação de todos os pontos de presença de cada secretaria ou departamentos administrativos, ofertando uma estrutura de comunicação híbrida, como rádios com tecnologia Wi-Max, capacitando os municípios a proverem melhor prestação de serviços à população através de maior agilidade em seus processos.
  • Inclusão Digital – Permite o desenvolvimento social da população, criando condições de empregabilidade, além de reduzir a violência nas regiões implantadas. Torna-se possível proporcionar economia com a redução de despesas com serviços de Internet, pois a implantação de redes sem fio (wireless) em pontos carentes – que ficam normalmente afastados dos centros da cidade – acaba por se demonstrar muito mais barata e rápida.
  • Telefonia IP – Reduz custos com telefonia e possibilita a prestação de serviços de qualidade à comunidade. Com a tecnologia VoIP uma administração pública pode preparar sua população para os últimos avanços e tendências da telefonia.
  • Monitoramento por Câmeras – O monitoramento por câmeras associado à gerência efetiva de alarmes e análise de comportamento em imagens é um pacote fundamental para um município que pretenda ofertar segurança pública com qualidade.
  • Compatibilidade Total – Todas essas aplicações do Projeto Cidade Digital podem coexistir com outras aplicações, reduzindo custo de infraestrutura e simplificando a instalação e operação do sistema. Além disso, regiões metropolitanas com cidades mais próximas podem se integrar através de conexões de dados, criando corredores de informação, compartilhando bancos de dados, informações policiais, etc.

Enfim, como se vê, muitos serviços podem ser oferecidos para o cidadão através desse projeto, como, por exemplo: Polícia, Bombeiros, atendimento por funcionários da Prefeitura, atendimento de saúde, serviços de emergência, atendimento social ao cidadão, recolhimento volante de impostos da Prefeitura, turismo, bibliotecas volantes, monitoração de segurança, comunicação de voz através da tecnologia de VoIP, etc.

Fontes dessa Bricolagem:
– http://inclusao.ibict.br
– http://www.ongsolidariedade.org.br/Cidade_Digital.htm

FISL 9.0

Quiquéissu???

Fácil.

É o o 9º Fórum Internacional de Software Livre – em 17, 18 e 19 de abril de 2008, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre, RS.

As inscrições (uai… mas não era “livre”?…) poderão ser feitas pelo site http://www.fisl.org.br até a próxima sexta-feira, dia 1º de fevereiro, por R$83,00 por cada pessoa física. A partir de 2 de fevereiro até o dia 7 de março, o valor da inscrição é de R$103,00; e de 8 de março a 11 de abril, R$123,00.

Legal.

Interessante.

Curioso.

Masssss, particularmente, aguardarei alguma próxima “desconferência” – que, com certeza, deverá ser tanto mais produtiva quanto divertida…