Epica
Consign to Oblivion
Ando numa fase interessante…
Graças à Internet, tenho resgatado algumas músicas que nem lembrava mais que existiam!
Não necessariamente músicas que fizeram sucesso ou marcaram uma época, mas simplesmente músicas que eu gostava – quer pelo som, quer pela letra ou seja lá qual motivo for.
Uma delas é essa “música-quase-não-música” que está aí embaixo. Chama-se Deusa da minha cama, do conjunto Camisa de Vênus – sétima faixa do LP Duplo Sentido. Dê um play e acompanhe…
Caboclo bão…
Creio que ainda ouviremos falar muito deste copoanheiro que não perde um bar e não toma um gole!
Essa é da época em que o Ultraje a Rigor ainda tocava como banda cover, lá no início da década de oitenta. Ainda não tinha lançado nenhum de seus singles e praticamente ninguém os conhecia…
Com vocês, Ultraje a Rigor interpretando Slow Down – Versão Gripada.
(E sim, a música é lenta, longa e ainda dá pra ouvir o barulhinho da agulha ao fundo…)
Creio que ando tão musical quanto saudosista nos últimos tempos!
Então hoje vamos de Supertramp.
Dia de chuva, termômetro d’alma…
Isso aqui já tá virando um repositório dinossáurico…
Mas, ainda assim, vamos lá!
Diretamente do ano de 1986, com vocês, Eduardo e Mônica:
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram…
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer…
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
“Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir”
Festa estranha, com gente esquisita
“Eu não ‘to’ legal, não agüento mais birita”
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
“É quase duas, eu vou me ferrar…”
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete,
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camêlo
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica era nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema “escola, cinema
clube, televisão”.
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser…
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar…
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
Ah! Ahan!
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão!
E quem é que foi o cantor da vez?
Que foi chamado convocado pelo amigo Marcelo Serrano para dar uma canjinha durante o aniversário da mais amiga ainda Fernanda?
Que expôs seus dotes artísticos para uma selecionadíssima platéia?
Que brindou a todos com a oração música Romaria?
Ora, quem mais senão o copoanheiro Bicarato!