Lendo, relendo, lendo novamente e – é lógico – tudo aqui ao mesmo tempo agora!
– JUN/24 –
RITA LEE: UMA AUTOBIOGRAFIA
Rita Lee
Globo Livros – 2016
Rita Lee, uma Autobiografia, é o relato da vida da cantora de rock nacional Rita Lee desde seu nascimento, passando pelo seu encantamento com a música, a criação das primeiras bandas e canções, chegando até sua entrada para o grupo Os Mutantes, do qual foi integrante e participou de momentos marcantes da nossa música como os célebres festivais da canção. Após estes primeiros momentos, Rita relata como conheceu seu atual marido, Roberto de Carvalho e seus futuros trabalhos. Tudo isso em meio a centenas de histórias de bastidores, envolvimento com drogas e bebidas, uma confusa prisão e, claro, toda sua produção musical ao longo das décadas. / O que é mais fascinante na escrita de Rita é que sua autobiografia não tem nenhum caráter nostálgico. O passado, segundo ela, não é um lugar que merece ser celebrado, apenas lembrado como parte integrante do que somos hoje. Assim, Rita, em nenhum momento tem piedade dos outros, nem de si própria, sem de suas próprias canções, e se utilizando do seu costumeiro desbunde e liberdade, comenta de maneira leve e trivial sobre todos os acontecimentos de sua vida.
Minha Opinião: Uma delícia de livro! É muito interessante acompanhar toda a trajetória dessa maravilhosa cantora, sua infância e adolescência, sua garra, sua detrminação, sua maluquice e tudo o mais que fez com que compusesse e cantasse alguns dos maiores sucessos da música brasileira. E, pinçado no meio do caminho, eis um trechinho saboroso desse livro: “Crescer sendo brasileira entre americanos protestantes/maçons e italianos ultracatólicos me deu uma panorâmica existencial de valores e bizarrices. Não é à toa que sou bipolar com um pé no trifásico.” Enfim, recomendo!
– JAN/24 –
CAIM
José Saramago
Editora Caminho – 2009
Nesse livro, o escritor português, ateu e comunista calçou os sapatos de Caim, responsável pelo primeiro assassinato da história do mundo (bíblico). O primeiro fratricida, assim, adquire algumas das características de José Saramago e, desde o momento que é preterido por Deus em prol do seu irmão Abel, começa um embate com O Criador. O livro de José se desenrola através dessa investigação e descrença de Caim/Saramago sobre algumas passagens bíblicas. / É um livro pequeno e está estruturado em ficção as opiniões pessoais de Saramago sobre o conteúdo bíblico. Há também uma busca do escritos sobre o que seria o que chamam de fé. / Então Caim, antes de ser um capricho de Saramago contra a Bíblia e a religião Cristã, é a exposição dele sobre algumas coisas expostas no livro e que ele não concorda de jeito nenhum, com base na visão humanista que tinha. E, ainda, no final do livro há um plot twist.
Minha Opinião: Até que gostei, a estória foi escrita com bastante criatividade e são profundas as discussões entre Caim e Deus sobre temas muitas vezes um tanto quanto espinhosos. Tem umas boas pitadas de humor, mas, sinceramente? Nessa área não chega nem perto do excelente “Jesus, me chicoteia!“, de Marco Aurélio Gois dos Santos… No entanto ODIEI a forma de escrita de Saramago, pois não há lógica ou organização através de parágrafos, travessões, muitas vezes sequer interrogações! Já ouvi dizer que ele faz assim como forma de manter o leitor completamente envolvido com a leitura. Besteira. De minha parte prefiro que a pontuação esteja toda em seu lugar, onde deve sempre estar.
– SET/18 –
CORAÇÕES SUJOS
Fernando Morais
Companhia das Letras – 2000
Com a rendição do Japão às forças aliadas, em agosto de 1945, a Segunda Guerra Mundial chegava ao fim. Do outro lado do planeta, em São Paulo, nascia uma organização secreta japonesa, a Shindo Renmei – ou Liga do Caminho dos Súditos. Para seus seguidores, a notícia da rendição era uma fraude, um golpe da propaganda aliada para quebrar o orgulho dos japoneses em todo o mundo. Como aceitar a notícia da derrota, se em 2600 anos o invencível Japão jamais perdera uma guerra? Em poucos meses a colônia nipônica, composta de mais de 200 mil imigrantes, estará irremediavelmente dividida: de um lado ficavam os kachigumi, os “vitoristas”, da Shindo Renmei, apoiados por oitenta por cento da comunidade japonesa no Brasil. Do outro, os makegumi, ou “derrotistas”, apelidados de “corações sujos” pelos militantes da seita. Militarista e seguidora cega das tradições de seu país, a Shindo Renmei decide fazer uma “limpeza ideológica” na colônia. E declara guerra aos “corações sujos”, acusados de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade. De janeiro de 1946 a fevereiro de 1947, batalhões de tokkotai, os matadores da Shindo Renmei, percorrem o estado de São Paulo, realizando atentados que levam à morte 23 imigrantes e deixam cerca de 150 feridos. Em um ano, mais de 30 mil suspeitos dos crimes são presos pelo DOPS [Departamento de Organização e Política Social] e 381 recebem condenações que variam de um a trinta anos de prisão. O presidente da República decreta a deportação para o Japão dos oitenta dirigentes e matadores da Shindo Renmei, sepultando a seita nacionalista que aterrorizou a colônia japonesa no Brasil.
Minha Opinião: Um livro forte. Já há alguns meses estava na cabeceira de minha cama para começar a leitura – a qual sempre postergava. Quando comecei, não parei. Foram 350 páginas em aproximadamente sete horas de leitura (quase) contínua. Os números citados acima são impressionantes, porém mais impressionante ainda é constatar que a xenofobia brasileira já remonta a décadas – isso sem sequer falar dos “arranjos políticos” que, inclusive, compactuaram com esse absurdo histórico simplesmente para levar determinado político ao poder. O brasileiro, que sempre vendeu essa imagem de se um povo tão “amistoso” para o restante do mundo, foi o maior culpado de toda essa escaramuça, pois desde o início recebeu aqueles imigrantes de costumes tão diferentes com desconfiança e preconceito, o que somente serviu para acirrar os ânimos, criando um fosso ideológico gigantesco entre as duas culturas, um ranço que, mesmo setenta anos depois, ainda permanece em boa parte arraigado nos descendentes daqueles que sofreram tamanha hostilidade. Isso como se o próprio povo “brasileiro”, constituído por portugueses, açorianos, africanos, espanhóis e mais um sem número de povos, não fosse por si só um imigrante neste vasto continente…
PRA QUE SERVE ESSE BOTÃO: UMA AUTOBIOGRAFIA
Bruce Dickinson (trad. Jaime Biaggio)
Intrínseca – 2018
“Eu tinha espinhas, usava casaco de capuz e jeans boca de sino com ‘Purple’ e ‘Sabbath’ escrito nas coxas e andava por aí em uma lambreta barulhentíssima e caidaça. Ah, sim, e queria ser baterista…” / Bruce Dickinson – o lendário front man do Iron Maiden – é um dos mais emblemáticos vocalistas e compositores do mundo. Mas Bruce é um homem de muitos talentos e ser um astro do rock é apenas um deles. Ele também é piloto e empreendedor da aviação, palestrante, cervejeiro, escritor, roteirista, apresentador de rádio e esgrimista: ou seja, uma pessoa absolutamente singular. / Em sua autobiografia, Bruce narra, com estilo único e sarcástico, as proezas de sua excêntrica infância na Inglaterra, a meteórica ascensão do Iron Maiden, o que aprendeu com a filosofia da esgrima, sua paixão pela aviação e o recente susto com o câncer. / Um retrospecto audacioso, honesto e inteligente de uma trajetória extrema e multifacetada, com reflexões e histórias de bastidores às quais jamais se teve acesso, garantia de inspiração tanto para almas curiosas quanto para fãs inveterados.
Minha Opinião: Conheci o trabalho do Iron Maiden em 1983, quando já estavam no quarto álbum da banda (Piece of Mind) e segundo com o vocalista Bruce Dickinson. É lógico que fui atrás do que existia antes e confesso que, apesar das boas músicas, a voz do vocalista anterior, Paul Di’Anno, não me encantou… Afinal de contas ele não tinha a característica mais marcante e pela qual foi apelidada a voz de Bruce, dada sua potência: “sirene de alarme aéreo”! Este livro conta sua história desde a infância, passando pelas primeiras bandas das quais participou e deixa claro o quanto de determinação ele teve para chegar onde chegou – ainda mais sem grana, sem indicações e muitas vezes sem sequer conhecimento do que estava se metendo a fazer. Uma leitura que flui bem e instiga a curiosidade para saber o que aconteceria a seguir na nada regular vida do sujeito, trazendo interessantes lições de desenvolvimento pessoal baseadas não só no cenário musical como também em outras atividades e realidades totalmente distintas do mundo do heavy metal. Enfim, recomendo.
– FEV/18 –
GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DOS PRESIDENTES DA REPÚBLICA
Paulo Schmidt
LeYa – 2016
Poderosos como imperadores romanos em plena democracia, eles corrompem as instituições do país, perpetuam-lhe o atraso e condenam o povo à indigência material e cultural, embora sempre o enganando com mentiras paternalistas. Mesmo eleitos, portam-se tal qual monarcas sem coroa, nababos untados de privilégios, dissipando dinheiro público como se fosse inexaurível, rapaces, incompetentes e autoritários. A ninguém respondem por seus atos e, mortos, são homenageados em nomes de escolas, rodovias e até cidades. / Basta de tanta reverência a esses servidores públicos que se julgam donos do Brasil. Com o devido desrespeito, este guia vai além dos retratos oficiais e resgata a humanidade (ou a falta dela), as paixões, os complexos, as idiossincrasias e as ocasionais, muito ocasionais, qualidades dos homens (e uma mulher) que, empossados no mais alto cargo da República, têm se revelado, em sua maioria, um completo desastre do ponto de vista administrativo, político e pessoal.
Minha Opinião: Um livro que até começa bem, pois vai numa linha que gosto muito, qual seja, a “história por trás da história”. Em dado momento o próprio autor afirma que o propósito do livro é dar um “enfoque maior nas pessoas do que em seus governos” – o que parece fazer razoavelmente bem, e com poucas escorregadelas, até o final do governo de Itamar Franco. Entretanto a partir daí perde totalmente o que deveria ser um “ponto de vista isento”, passa a tecer loas ao governo de Fernando Henrique Cardoso e exacra aberta e sarcasticamente os governos seguintes, de Lula e Dilma. Inclusive convenientemente “esquecendo” de apontar, no tocante ao primeiro, algumas falhas homéricas, bem como de relacionar, no tocante aos seguintes, efetivos sucessos. Assim, independentemente de meu ponto de vista político, como tudo isso faz parte da história recente de nosso país – que eu, inclusive, vivi – essa rancorosidade explícita demonstrada pelo autor acaba por contaminar a eventual veracidade de todas as partes anteriores do livro, que então, ao menos para mim, em vez de ser entendido como um possível relato histórico passa a ser rotulado como uma mera obra de ficção ou, ainda, uma série de crônicas fantasiosas.
HISTÓRIA CONCISA DE PORTUGAL
José Hermano Saraiva
Gráfica Eurpam Lda. – 1979
Eis um livro ao mesmo tempo ambicioso e modesto. / Muitas vezes, e em muitas circunstâncias, me pediram que indicasse uma “História de Portugal” abreviada, livro que não demorasse muito tempo a ler, mas desse uma imagem global da evolução histórica do povo português. Livro que não contivesse mais do que o essencial, mas não ficasse pelo nível elementaríssimo dos vários epítomes escolares (…) Foi esse o livro que pretendi escrever. / (…) Pelo menos essas quatro dimensões – a política, a econômica, a social, a cultural – têm de ser consideradas, por mais resumidas que a narrativa se resigne a ser. Mas também essas faces não passam de abstrações de um todo indivisível, e não é fácil delineá-las e interligá-las num volume que deve caber no espaço de um bolso e no tempo de poucas horas, sobretudo num país em que os trabalhos deste gêneros não têm grandes precedentes.
Minha Opinião: Tenho esse livro já há muitos anos em minha biblioteca particular, mas somente agora, por conta de algumas pesquisas mais amplas no tocante à árvore genealógica de minha família, busquei-o para tirar algumas informações rápidas acerca da história de Portugal e de seus governos. Qual não foi minha grata surpresa ao encontrar uma obra de fôlego (ainda que o autor o negue), que parte desde os substratos pré-históricos referentes aos primeiros sinais de ocupação do território hoje ocupado por Portugal, passando por todas as guerras, acordos, reinados e curiosas situações políticas que atravessaram toda a Idade Média, encerrando com um breve relato acerca do movimento de 25 de abril de 1974, que ficou mais conhecido como a “Revolução dos Cravos” – pois, segundo se conta, foi Celeste Caeiro, que trabalhava num restaurante em Lisboa, que iniciou a distribuição dos cravos vermelhos pelos populares, que por sua vez os ofereceram aos soldados e estes colocaram-nos nos canos de suas espingardas. Enfim, para um eterno curioso pela história como eu, um relato tanto técnico quanto saboroso, do começo ao fim. Se bem que dá pra fazer confusão com algumas das expressões utilizadas (o livro é escrito com o português de Portugal antes da última reforma ortográfica), mas que nada atrapalha a compreensão geral da obra.
– JAN/18 –
O PRAZER DAS PALAVRAS – Volume 3
Cláudio Moreno
L&PM – 2013
Existe relação entre a logomarca e o ornitorrinco? O correto é paralimpíada ou paraolimpíada? Veado ou viado? Um punhado equivale a quantas pitadas? E você sabe qual a origem da palavra gorjeta? / O professor Cláudio Moreno, autor da série best-seller Guia prático do Português correto, explica de modo lúcido e fácil a curiosa etimologia das palavras da Língua Portuguesa, além de eufemismos, estrangeirismos e outros fenômenos linguísticos. / Com este livro – que é muito mais uma bem-humorada lição cultural do que meramente uma lição de Português -, o autor ensina o leitora a raciocinar e a tirar suas próprias conclusões. Uma forma divertida de aprender; um livro que fará a delícia de alunos, professores e demais curiosos.
Minha Opinião: Um livro leve, divertido e bem humorado. Outra de minhas paixões é escrever – e, para isso, faz-se necessário conhecer o melhor possível o nosso idioma pátrio. Aliás, na qualidade de causídico, eu sempre disse que “a Língua Portuguesa é o bisturi do advogado”… Mas voltemos ao livro. Ele traz uma série de esclarecimentos sobre diversas das palavras que usamos em nosso dia a dia e sequer percebemos o quão complexas e curiosas são suas origens. É um livro que eu costumava deixar no carro como “literatura de bordo” para ter com o que me distrair sempre que precisasse esperar por algo ou alguém… Ou seja, não se trata de uma leitura imprescindível, mas, garanto-lhes, é uma leitura extremamente agradável!
CARTAS DE UM DIABO A SEU APRENDIZ
C.S.Lewis (trad. Gabriele Greggersen)
Thomas Nelson Brasil – 2017
Irônica, astuta, irreverente. Assim pode ser descrita esta obra-prima de C. S. Lewis, dedicada a seu amigo J. R. R. Tolkien. Um clássico da literatura cristã, este retrato satírico da vida humana, feito pelo ponto de vista do diabo, tem divertido milhões de leitores desde sua primeira publicação, na década de 1940; agora com novo projeto gráfico, tradução atual e capa dura. / Cartas de um diabo a seu aprendiz é a correspondência ao mesmo tempo cômica, séria e original entre um diabo e seu sobrinho aprendiz. Revelando uma personalidade mais espirituosa, Lewis apresenta nesta obra a mais envolvente narrativa já escrita sobre tentações – e a superação delas.
Minha Opinião: Confesso que ao me deparar com esse livro, me chamou mais a atenção o nome do autor que seu título: C. S. Lewis – ou seja, Clive Stapel Lewis. Apesar de provavelmente ser um ilustre desconhecido para vocês, talvez conheçam sua série composta de sete livros, cujo primeiro tem o curioso nome de “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”. Não? Tá bom, mas ao menos o filme baseado nesses livros talvez vocês já devam ter visto: “As Crônicas de Nárnia”… Independentemente disso, este livro traz uma fina linha de humor ao “transcrever” as cartas que foram enviadas por um diabo para criticar e às vezes elogiar a atuação de seu aprendiz. O interessante é que o autor, Lewis, sendo um cristão convicto (já havia sido ateu, mas converteu-se graças à sua amizade com ninguém menos que J. R. R. Tolkien), tendo sido conhecido até mesmo como o “Apóstolo dos Céticos”, esmera-se por descrever as artes e artimanhas do diabo e seu aprendiz que, na realidade, devem ser entendidas “ao contrário” do que consta no livro. Foi a maneira que encontrou de dizer às pessoas como devem agir, justamente escrevendo sobre como não devem agir! Só por essa sacada já vale a leitura do livro… É uma obra que, apesar de divertida, foi feita para se ler com calma, para pensar, meditar um bocadinho ao final de cada capítulo. Recomendo.
Diferente do que eu vinha fazendo até agora – quando relacionava livros que tinha começado a ler e muitas vezes a conclusão somente viria meses depois (mais pelo pingueponguear entre um livro e outro que necessariamente pela falta de interesse) – resolvi passar a relacionar somente os livros que eu efetivamente tenha concluído a leitura. Até porque 2017 foi um ano, para mim, pífio de leitura. Ao menos de livros. Precisei me concentrar em outras esferas e acabei me restringindo por demais nesse quesito. E, agora, não só para me redimir mas também para deixar claro que nem tudo que leio poderia ser recomendado, ao final de cada descrição passarei a dar também minha opinião pessoal. Se bem que isso, como a própria expressão já diz, é extremamente subjetivo, pois nem sempre desgosto do que foi criticado ou aprecio o que foi elogiado. Vai de cada um…
– JAN/17 –
Hyperbole and a half: situações lamentáveis, caos e outras coisas que me aconteceram (Hyperbole and a half)
Alli Brosh (trad. Flávia Yácubian)
Planeta – 2014
Allie Brosh é a criadora do famoso blog Hyperbole and a half, que recebe milhões de visitantes todos os meses e virou febre nos Estados Unidos. Depois de muito tempo, ela finalmente resolveu reunir algumas de suas histórias mais engraçadas num livro – que, como não poderia deixar de ser, já virou best-seller entre os americanos. / Em Hyperbole and a half – situações lamentáveis, caos e outras coisas que me aconteceram, ela apresenta alguns dos textos mais lidos e comentados em seu blog e também muito material novo, incluindo histórias sobre seus cachorros (um deles aparentemente com leves problemas mentais), sua luta para lidar com a depressão e a ansiedade que insistem em dominá-la, além de anedotas hilárias sobre sua tumultuada infância. Sim, Allie foi uma criança difícil. Talvez a mais difícil de todas. Por exemplo, uma vez ela comeu um bolo inteiro só de birra porque sua mãe a proibira. E ela também atazanou a vida da família quando ganhou um papagaio de brinquedo que repetia tudo – tudo – que ela queria. / Inteligente, irônico e absurdamente engraçado, o livro traz o estilo inimitável de Allie nos textos e nas ilustrações, além de algumas de suas típicas reflexões que conquistaram o coração de inúmeros leitores.
O príncipe da névoa (El príncipe de la niebla)
Carlos Ruiz Zafón (trad. Eliana Aguiar)
Objetiva – 2013
Em 1943, a família do garoto Max Carver muda para um vilarejo no litoral, por decisão do pai, um relojoeiro e inventor. Porém, a nova casa dos Carver está cercada de mistérios. Atrás da casa, Max descobre um jardim abandonado, que contém uma estranha estátua e símbolos desconhecidos. / Os novos moradores se sentem cada vez mais ansiosos: a irmã de Max, Alícia, tem sonhos perturbadores, enquanto a outra irmã, Irina, ouve vozes que sussurram para ela de um velho armário. Com a ajuda do novo amigo, Roland, Max também descobre os restos de um barco que afundou há muitos anos, numa terrível tempestade. Todos a bordo morreram, menos um homem – um engenheiro que construiu o farol no fim da praia. / Enquanto os adolescentes exploram o naufrágio, investigam os mistérios e vivem um primeiro amor, um diabólico personagem começa a surgir: o Príncipe da Névoa, capaz de conceder qualquer desejo a uma pessoa – mas cobrando um preço alto demais…
– NOV/16 –
O oceano no fim do caminho (The ocean at the end of the lane)
Neil Gaiman (trad. Renata Pettengill)
Intrínseca – 2013
Sussex, Inglaterra. Um homem de meia-idade volta à casa onde passou a infância para um funeral. Embora a construção não seja mais a mesma, ele é atraído para a fazenda no fim da estrada, onde, aos sete anos, conheceu uma garota extraordinária, Lettie Hempstock, que morava com a mãe e a avó. Ele não pensava em Lettie há décadas, mas mesmo assim, ao se sentar à beira do lago (o mesmo a que ela se referia como um oceano) nos fundos da velha casa de fazenda, o passado esquecido volta de repente. E é um passado estranho demais, perigoso demais para ter acontecido de verdade, especialmente com um menino. / Quarenta anos antes, um homem cometeu suicídio dentro de um carro roubado no fim da estrada que dava na fazenda. Sua morte foi o estopim, com consequências inimagináveis. A escuridão foi despertada, algo estranho e incompreensível para uma criança. E Lettie – com sua magia, amizade e a sabedoria digna de alguém com muito mais de onze anos – prometeu protegê-lo, não importava o que acontecesse.
– OUT/16 –
Três dedos – Um escândalo animado (Three fingers)
Rich Koslowski (trad. Eliane Gallucci e Maurício Muniz)
Gal Editora – 2003
Paródia a personagens famosos dos desenhos animados e ao aparente ilimitado império dos estúdios Disney e Warner Bros é trabalhado de maneira envolvente, cômica mas não menos ácida. / A obra mostra a trajetória do cinema de animação em um mundo onde os humanos dividem espaço com os animados, seres antropomórficos considerados cidadãos de segunda categoria, que vivem em guetos e são desprezados pela sociedade. Nesse contexto o jovem cineasta Dizzy Walters descobre o talentoso Rickey Rat, um ator animado que, inusitadamente, se torna uma grande estrela. / Durante anos, o cineasta Dizzy Walters e seu amigo e parceiro, o ator Rickey Rat, dominaram o cinema de animação… Até que um escândalo terrível ameaçou seu império milionário. / Agora, através de imagens raras e depoimentos exclusivos de alguns dos maiores astros do cinema, como o coelho Pernalouca, o leitão Engasguinho, Leon Rey, Patonildo e o próprio Rickey, esta obra polêmica lança luz sobre aqueles anos terríveis e revela a origem do mistério que abalou Hollywood e destruiu tantas vidas!
Uma ovelha negra no poder – Confissões e intimidades de Pepe Mujica (Una oveja negra al poder)
Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz (trad. Luís Carlos Cabral)
Bertrand Brasil – 2015
Pepe Mujica é, sem dúvida, um dos personagens mais interessantes da história contemporânea. Foi membro do Movimento de Liberação Nacional, que na década de 1960 assaltava bancos para distribuir dinheiro aos pobres, e depois combateu a ditadura militar instalada no Uruguai entre 1973 e 1985. / Fugiu da prisão várias vezes, mas acabou passando mais de treze anos encarcerado. Aproveitou esse tempo para estudar biologia, agronomia e veterinária. / Com a queda da ditadura militar, ingressou na política tradicional. Foi deputado, ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca, senador e, finalmente, presidente da República, eleito por uma coligação de partidos de esquerda. A habilitação do matrimônio gay, a descriminalização do aborto e a regulamentação da produção e comercialização da maconha por parte do Estado colocaram Mujica e o Uruguai durante alguns anos no mapa. / Na juventude, como membro do Partido Nacional, visitou a União Soviética e se decepcionou com o comunismo ao constatar que os membros da cúpula do Partido Comunista viviam em condições inalcançáveis para a maioria da população. / Define-se como anarquista e diz que o anarquismo e o liberalismo são primos-irmãos. Transita com desenvoltura entre líderes mundiais, como Barack Obama e Vladimir Putin. Tem boas relações com os irmãos Castro e Evo Morales, considera-se amigo de Lula e conviveu com Hugo Chávez, embora discorde deles. Não guardou ressentimento dos militares. É ateu, mas acredita que a Igreja Católica é uma das instituições mais respeitáveis do mundo. / Jamais parou de estudar. Mesmo quando ocupou a Presidência, nunca deixou de frequentar os botequins de sempre, de dirigir seu Fusca e de morar em sua modesta chácara, nas proximidades de Montevidéu, onde cozinha e lava a louça. Desprezou as ostentações do poder, os palácios e os automóveis de luxo, e sempre se recusou a usar gravata. Doava cerca de 70% de seus proventos a programas de habitação popular.
O livro de ouro do Hagar, O Horrível
Dik Browne
Pixel Media (Ediouro) – 2016
O viking mais divertido de todos os tempos está de volta em mais uma compilação de tiras que consolidaram a sua popularidade nos anos 1970. Dik Browne, que era parceiro de longa data de Mort Walker na tira Hi and Lois submeteu ao King Features Syndicate, em 1973, uma tira de sua própria autoria, Hagar The Horrible. O sucesso foi instantâneo e logo a tira estava no topo da lista das mais lidas nos EUA e no resto do mundo. / Apesar de ser um bárbaro da Idade Média, os assuntos são os mesmos de um homem moderno: impostos, qualidade de vida, dietas, liberação feminina e tudo mais que um cidadão do século XXI enfrenta. E, além da horda que comanda nas empreitadas para saquear os países do Velho Mundo, ao lado de seu braço direito Eddie Sortudo, Hagar tem uma adorável família composta de sua esposa, Helga, e um caal de filhos, Honi e Hamlet. A típica família classe média numa ambientação de antanho.
– SET/16 –
Como eu era antes de você (Me before you)
Jojo Moyes (trad. Beatriz Horta)
Intrínseca – 2013
Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Além disso, trabalha como garçonete num café, um emprego que ela adora e que, apesar de não pagar muito, ajuda nas despesas. E namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Lou se vê obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, a ex-garçonete consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto e planeja dar um fim ao seu sofrimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.
– AGO/16 –
Depois a louca sou eu
Tati Bernardi
Companhia das Letras – 2016
Nos últimos anos a escritora angariou legiões de leitores e fãs com seu estilo escrachado, ágil, inteligente e confessional. Neste livro, todos esses traços estão presentes, mas em torno de um ponto comum: a ansiedade. / As primeiras crises de pânico, a mania de fazer listas, o medo de viajar de avião, os remédios tarja-preta, tudo aparece sob o filtro de uma cabeça fervilhante de pensamentos, mãos trêmulas, falta de ar, taquicardia e, sobretudo, humor. / Tati consegue a alquimia de falar de um tema delicado, provocar gargalhadas e ainda manter o pacto de seriedade com o leitor. A velocidade de suas frases ecoa uma mente em tumulto. A clareza das descrições expõe com limpidez sentimentos íntimos e difusos. A capacidade de rir de si mesma confere a tudo isso distância, graça e humanidade.
– JUN/16 –
Desencontros
Giovanna Olivetti
Novo Século – 2015
Este livro te lembrará dos momentos mais simples do seu dia a dia: a ida para o trabalho, o metrô lotado… E fará com que você perceba que talvez as melhores histórias estejam ali ao seu lado, que todos somos escritores em nossas observações diárias e em cada observação procuramos a saída do nosso labirinto, que é cercado de jogos que nós mesmos criamos… Mas, espera, sair por que mesmo?
Diário de um magro (15 dias num spa)
Mario Prata
Globo – 1997
Você já foi a um spa, nega? Então vá. / Mario Prata foi. Foi para descansar, mas acabou trabalhando. Ou se divertindo, como ele mesmo afirma. / O resultado é este livro, um verdadeiro e muito engraçado diário de um magro, rodeado por gordinhos e gordinhas por todos os lados. / Como nos três últimos livros do jornalista e escritor, aqui também o humor rola solto. Você vai se divertir com os personagens que o autor encontrou por lá e com ele mesmo. / Mario Prata e Fernando Morais foram juntos. Achavam que iam encontrar pessoas chatas e tristes. Ledo engano. Se apaixonaram pela fauna e pela flora do lugar. / Não apenas saíram mais magros e descansados, como passaram catorze dias rindo. Deles e dos outros. Como você vai rir agora, numa sentada só. E conhecer um spa por dentro, no traço de Paulo Caruso. / E não se esqueça: rir emagrece. E faz bem para a cabeça. Como passar uns dias num spa.
– ABR/16 –
Minhas mulheres e meus homens
Mario Prata
Editora Objetiva Ltda – 1999
Mario Prata tem quase 600 telefones na sua agenda. Um dia começou a prestar atenção naqueles nomes todos e viu que, com cada um deles, tinha vivido uma ou mais histórias – de amor, amizade, paixão, aventura, medo. Foi assim que nasceu este livro. De histórias reais. Minhas mulheres e meus homens, um quase-livro de memórias, um tipo de autobiografia precoce. / Tem pai e mãe, filho e filha, mulheres, amantes, escritores, cantores, atrizes, jornalistas, gente muito ilustre – e anônimos queridíssimos. / Divirta-se com a turma do Mario Prata, uma espécie de grande família brasileira, amorosa e divertida, cheia de mulheres e homens engraçadíssimos. Ele conta tudo. Só não dá o número do telefone.
– FEV/16 –
Balde de gelo
Daniela Macedo & Marco Aurélio dos Santos
Editora Gênese – 2004
Homens e mulheres não se entendem. Ainda bem. Ou ficaríamos privados dos grandes embates da história da humanidade: a guerra dos sexos, a luta pelo controle remoto, a escolha do cinema no sábado (ela: A Melancia; ele: O Ataque dos Canibais Mutantes Mortos-Vivos) e este delicioso Balde de Gelo. Escrito a quatro mãos por Marco Aurélio dos Santos e Daniela Macedo, o livro é agil como uma boa sitcom e inteligente feito um Woddy Allen pré-dublê-de-Bergman. Alguns episódios (os bilhetes trocados e a visita do primo gay) podem provocar gargalhadas e constrangimento público. Cuidado. / O mais bacana é que o Marco Aurélio e a Daniela mandam muito bem no texto. O livro flui naturalmente e os episódios, mesmo quando narram a mesma situação, nunca são iguais. Isso tudo, claro, sem falar no charmoso casal protagonista. “Ele” é o cara com quem você gostaria de tomar cerveja e falar bobagens. “Ela” é a garota que você gostaria de encontrar quando voltasse pra casa.
– JAN/16 –
Quinze dias em setembro
Ryoki Inoue
Companhia Editora Nacional – 2008
O que pode acontecer em quinze dias? Em geral, muito pouco… Mas e se o mês for setembro, do ano de 2011? Aí sua vida – ou melhor, toda a história – pode ficar marcada para sempre! / Fefê é um playboy paulistano. Donovan e Steinberg são investigadores do FBI. Amina é médica. Samira sonha em ser modelo. Mathew e Natalie são jornalistas. Hafez, Mohamed e Ibrahim são religiosos extremistas. O que todos têm em comum? Suas vidas se encontram por causa de um único evento: o ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center. / Escrito por Ryoki Inoue, Quinze dias em setembro transcorre simultaneamente em São Paulo e Nova York. Uma trama repleta de ação, suspense e reviravoltas… Surpreendente!
– MAR/15 –
O velho e o mar (The old man and the sea)
Ernest Hemingway (trad. Fernando de Castro Ferro)
Bertrand Brasil – 2002
Best-seller em todo o mundo e também no Brasil, O Velho e o Mar conta a história de um pescador que, depois de 84 dias sem apanhar um só peixe, acaba fisgando um de tamanho descomunal, que lhe oferece inusitada resistência e contra cuja força tem de opor a de seus braços, do seu corpo, e, mais do que tudo, de seu espírito. / Um homem só, no mar alto, com seus sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com certa ternura o peixe com que trava ingente luta até levá-lo a uma derrota leal e honesta. / Uma obra-prima da literatura contemporânea, dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.
– OUT/14 –
Um estranho numa terra estranha (Stranger in a strange land)
Robert A. Heinlein (trad. José Sanz)
Record – 1992
Tudo começa quando Valentine Smith, nascido e criado em Marte, é trazido ao nosso planeta pelo capitão von Tromp da nave Champion. Aqui, este passageiro com poderes sobre-humanos e completo desconhecimento dos nossos costumes deve ajustar-se não apenas aos preceitos sociais, mas também ao forte campo gravitacional e à atmosfera venenosa e perigosamente quente da Terra. Mas Smith pensa e sente como um marciano. E não tem sexo. A partir daí, uma série de acontecimentos irá revelar o grande estilo e a corajosa e mordaz abordagem de Robert Heinlein, que discute conceitos, religião, fé e sexo, e satiriza a política e o materialismo, levando o leitor a pensar por si mesmo e a encontrar as suas próprias respostas.
Ostra feliz não faz pérola
Rubem Alves
Planeta – 2014
A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer. Sofrendo, a ostra diz para si mesma: “Preciso envolver essa areia pontuda que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire as pontas…” Ostras felizes não fazem pérolas… Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída… Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade. Esse livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi.
– SET/14 –
Pilotando meu nariz
Joana J. Brandão Aranha
Edição do Autor – 2011
Um conto sobre como a autora viveu ao longos dos anos, desde que nasceu na Fazenda São Miguel, até os dias de hoje. A análise que se impõe é: se você tivesse passado por tudo que ela passou, agiria da mesma forma que ela agiu? Nesse livro a autora expõe verdades inteiras e meias verdades. Alguns fatos faz questão de contar como realmente aconteceram, para que as pessoas envolvidas se reconheçam, sem a necessidade de citar seus nomes verdadeiros. Outros foram amenizados ou modificados. Mas se achar que alguma das histórias contadas parecidas com a sua, pode não ser mera coincidência.
1ª Antologia de Contos de São José dos Campos e do Vale do Paraíba
Fundação Cultural “Cassiano Ricardo” – São José dos Campos
JAC Editora – 1988
Elaborada a partir do Concurso de Contos “Alberto Renart” e com a colaboração externa da Rhodia S.A., essa antologia reúne vinte e um contos de autores que foram selecionados por uma comissão julgadora composta por Ignácio de Loyola Brandão, Luiz Grunewald e Roberto Wagner de Almeida.
– MAR/14 –
Noite em claro
Martha Medeiros
L&PM – 2013
Na solidão do seu apartamento, uma mulher escreve sobre a sua história numa noite de insônia. Uma história plena de relacionamentos marcados por frustrações, dor e prazer. Encorajada pelo champanhe, sem nenhuma censura, ela vai contando sua vida enquanto chove lá fora. O livro só terminará com último pingo de chuva.
– FEV/14 –
Praticamente inofensiva (Mostly harmless)
Douglas Adams (trad. Márcia Heloísa Amarante Gonçalves)
Arqueiro – 2010
Praticamente Inofensiva é tão polêmico quanto seu criador. Muitos o consideram o último volume da série O Mochileiro das Galáxias e outros afirmam tratar-se de um título independente, que apenas utiliza os mesmos personagens. Parte dessa controvérsia se deve aos 13 anos que separam este livro da primeira aventura de Arthur Dent, já que Adams iniciou a coleção no final dos anos 1970 e somente em 1992 retomou a história. / As inúmeras mudanças políticas, culturais e, principalmente, tecnológicas que aconteceram nesse período influenciaram os rumos da narrativa e tornaram Praticamente Inofensiva uma obra singular. Mas, em vez de perder o tom, Adams é ainda mais irônico e profundo ao divagar sobre a vida, o Universo e tudo mais. / Situações hilárias, personagens imprevisíveis, descrições poéticas e paisagens surrealistas se mesclam com perfeição, resultando numa trama cheia de suspense, comédia e filosofia. Depois de muitos anos, Arthur Dent, Trícia McMillan e Ford Prefect se reencontram. Mas o que deveria ser uma festejada reunião de velhos amigos se transforma numa terrível confusão que põe em risco a vida de todos.
Até mais, e obrigado pelos peixes! (So long, and thanks for all the fish)
Douglas Adams (trad. Márcia Heloísa Amarante Gonçalves)
Arqueiro – 2010
Depois de viajar pelo Universo, ver o aniquilamento da Terra, participar de guerras interestelares e conhecer as mais extraordinárias criaturas, Arthur está de volta ao seu planeta. Tudo parece igual, mas ele descobre que algo muito estranho aconteceu na sua ausência. Curioso com o fato e apaixonado por uma garota tão estranha quanto o que quer que tenha acontecido, ele parte em busca de uma explicação. / Com sua peculiar ironia e seu talento aparentemente inesgotável para inventar personagens e histórias hilariantes – embora altamente filosóficas – Douglas Adams nos presenteia com mais uma genial obra capaz de nos fazer refletir sobre o sentido da vida de uma forma bem diferente da habitual.
A vida, o universo e tudo mais (Life, the universe and everything)
Douglas Adams (trad. Carlos Irineu da Costa)
Arqueiro – 2010
Após as loucas aventuras vividas com seus estranhos amigos em O Guia do Mochileiro das Galáxias e O Restaurante no Fim do Universo, Arthur Dent ficou cinco anos abandonado na Terra Pré-Histórica. Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda acordava todas as manhãs com um grito de horror por estar preso àquela monótona e assustadora rotina. / Talvez Arthur até preferisse continuar isolado em sua caverna escura, úmida e fedorenta a encarar a próxima aventura para a qual seria forçosamente arrastado: salvar o Universo dos temíveis robôs xenófobos do Planeta Krikkit. / Este é o terceiro volume da “trilogia de cinco” de Douglas Adams, um dos mais cultuados escritores de ficção científica de todos os tempos. Seu humor corrosivo e sua habilidade em criar situações improváveis tornam seus livros fundamentais para qualquer um que tenha capacidade de debochar de si mesmo.
– JAN/14 –
O restaurante no fim do universo (The restaurant at the end of the universe)
Douglas Adams (trad. Carlos Irineu da Costa)
Arqueiro – 2010
O que você pretende fazer quando chegar ao Restaurante no Fim do Universo? Devorar o suculento bife de um boi que se oferece como jantar ou apenas se embriagar com a poderosa Dinamite Pangaláctica, assistindo de camarote ao momento em que tudo se acaba numa explosão fatal? / A continuação das incríveis aventuras de Arthur Dent e seus quatro amigos através da Galáxia começa a bordo da nave Coração de Ouro, rumo ao restaurante mais próximo. Mal sabem eles que farão uma viagem no tempo, cujo desfecho será simplesmente incrível. / O segundo livro da série de Douglas Adams, que começou com o surpreendente O Guia do Mochileiro das Galáxias, mostra os cinco amigos vivendo as mais inesperadas confusões numa história cheia de sátira, ironia e bom humor.
O Guia do Mochileiro das Galáxias (The hitchhiker’s guide to the galaxy)
Douglas Adams (trad. Carlos Irineu da Costa e Paulo Fernando Henriques Britto)
Arqueiro – 2010
Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, O Guia do Mochileiro das Galáxias vem encantando gerações de leitores ao redor do mundo com seu humor afiado. / Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect. / A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E. T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do Mochileiro das Galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário.
O Tribunal de Contas na Ordem Constitucional
Afonso Gomes Aguiar e Márcio Paiva de Aguiar
Fórum – 2008
A presente obra reúne em seu conteúdo amplos conhecimentos a respeito dessas instituições ainda tão pouco conhecidas no Brasil. / Tomando o Tribunal de Contas da União como paradigma a ser observado por todos os entes da federação no momento da criação de seus respectivos Tribunais de Contas, mercê do que dispõe o artigo 75 da Constituição Federal, os autores preocuparam-se em enfatizar o estudo dessas instituições, fundamentalmente, sobre o plano constitucional em que se imprimiram os dispositivos concernentes à Corte de Contas da União. Todavia, quando se apresentaram aquelas especificidades particulares ou próprias dos Tribunais de Contas estaduais, cuidaram os autores de apresentá-las adequadamente em suas apreciações, do que esperam haver atingido plenamente a maior parte possível do universo dos leitores interessados no assunto, tais como acadêmicos de Direito, de Ciências Contábeis, de Administração e de Ciências Econômicas, como, igualmente, Advogados, Juízes, Contadores, Administradores, Economistas e, por fim, todas as autoridades e servidores públicos que têm os seus atos e prestações de contas submetidos à fiscalização dessas Cortes de Contas.
Fábulas chinesas
Sérgio Capparelli e Márcia Schmaltz
L&PM – 2013
A fábula é um dos tesouros dos primórdios da humanidade. Gênero literário popular, tem origem em histórias transmitidas oralmente, de geração a geração – até que um ou mais escritores decidem registrá-las e dar-lhes uma forma definitiva. O presente livro reúne fábulas de diversos períodos da civilização chinesa – as mais antigas datando de antes da Era Cristã. São histórias de vários estilos, registradas por diversos autores que eram também poetas, mandarins, historiadores, sábios em geral, nas quais se evidenciam traços da cultura da China e uma sabedoria popular milenar.
– DEZ/13 –
Harry Potter e as Relíquias da Morte (Harry Potter and the deathly hallows)
J. K. Rowling (trad. Lia Wyler)
Rocco – 2007
Harry foi incumbido de uma tarefa funesta e aparentemente impossível: localizar e destruir as Horcruxes de Voldemort ainda existentes. O garoto jamais se sentiu tão sozinho ou diante de um futuro tão sombrio. De alguma forma, porém, Harry precisa reunir em seu íntimo forças para completar a incumbência recebida. Precisa deixar o calor, a segurança e o convívio n’A Toca e seguir, sem medo de hesitação, o caminho inexorável que se abre à sua frente. / Neste volume final da série Harry Potter, J. K. Rowling revela de modo espetacular as respostas que os leitores aguardam, ansiosos. A narrativa fascinante e esmeradamente tecida, que se precipita, desvia e gira em um ritmo vertiginoso, comprova que a autora é uma exímia contadora de histórias, cujos livros serão sempre lidos, relidos e lidos mais uma vez.
Harry Potter e o enigma do Príncipe (Harry Potter and the half-blood prince)
J. K. Rowling (trad. Lia Wyler)
Rocco – 2005
Harry passa as férias de verão na casa de seus tios, mais uma vez. Sua mente, no entanto, não sossegou um minuto, durante todo esse tempo. Ele ainda tem dificuldade em aceitar a morte do padrinho, Sirius Black, e a terrível caçada no Ministério da Magia, comandada pelos Comensais da Morte, sem contar que não absorveu, ainda, o impacto do cruento duelo entre o professor Dumbledore e Lord Voldemort, que presenciou. / Agora, em seu quarto, ele aguarda, inquieto, a chegada do diretor da escola. Harry nem consegue imaginar que motivos Dumbledore tem para visitá-lo. O que será tão importante que não pode esperar o início do semestre de seu sexto ano em Hogwarts? Sem falar que imaginar a reação dos tios à presença súbita do diretor, é um esforço além da conta…
Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix)
J. K. Rowling (trad. Lia Wyler)
Rocco – 2003
Diferente da maioria dos estudantes, Harry Potter jamais consegue se divertir nas férias de verão. Este ano, no entanto, tudo está muito pior do que de costume. Os Dursley, naturalmente, estão tornando sua vida um calvário, e, mesmo seus melhores amigos, Rony e Hermione, parecem ter esquecido dele. Harry não aguenta mais. Está começando a achar que precisa fazer alguma coisa – qualquer coisa – para mudar essa situação, quando as férias chegam ao fim de maneira muito dramática. / O que o jovem bruxo está prestes a descobrir nesse seu quinto ano em Hogwarts vai virar seu mundo de cabeça para baixo.
– NOV/13 –
Harry Potter e o cálice de fogo (Harry Potter and the goblet of fire)
J. K. Rowling (trad. Lia Wyler)
Rocco – 2001
É tempo de férias de verão e, certa noite, em seu quarto na rua dos Alfeneiros nº 4, Harry Potter acordou com a cicatriz ardendo intensamente. Teve um sonho estranho, sobre o qual não conseguiu parar de pensar, intrigado, até receber aquele convite dos Weasley para assistir, nada mais nada menos, que a Copa Mundial de Quadribol. / Não foi fácil convencer seu tio Válter a deixá-lo passar o resto das férias na casa da família Weasley, mas, ultrapassada esta barreira, Harry começa a vibrar com todas as emoções que envolvem um jogo internacional de quadribol. A magia acontece… e é real todo o deslumbramento de nosso bruxinho órfão diante das extraordinárias equipes de atletas irlandeses e búlgaros, que se confrontam numa emocionante partida. No entanto, uma coisa terrível acontece e lança uma sombra sobre tudo e, principalmente, sobre Harry Potter. / O recomeço de mais um ano letivo vem amenizar os temores de Harry, que compartilha com os melhores amigos, Rony Weasley e Hermione Granger, todas as aventuras emocionantes que continuam a acontecer na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Também neste quarto ano, acontecimentos inesperados – como, por exemplo, a presença de um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas e um evento extraordinário promovido na escola – alvoroçam os ânimos dos estudantes. Outras escolas de magia se apresentam e alguns de seus alunos, ao lado de veteranos de Hogwarts, liderados pelo sábio Prof. Dumbledore, terão de demonstrar todas as habilidades mágicas – e não-mágicas – que vêm adquirindo ao longo de suas vidas. Estarão eles preparados para tudo que lhes está reservado? Seu desempenho será satisfatório para que nada de grave lhes aconteça?
Do universo à jabuticaba
Rubem Alves
Editora Planeta do Brasil – 2010
“A vida se retrata no tempo formando um vitral de desenho sempre incompleto, de cores variadas, brilhantes, quando passa o sol. Pedradas ao acaso acontece de partir pedaços ficando buracos irreversíveis. Os cacos se perdem por aí. Às vezes eu encontro cacos de vida que foram meus, que foram vivos. Examino-os atentamente tentando lembrar de que resto faziam parte. Já achei caco pequeno e amarelinho que ressuscitou de mentira um velho amigo. Achei outro pontudo e azul, que trouxe em nuvens um beijo antigo. Houve um caco vermelho que muito me fez chorar, sem que eu lembrasse de onde me pertencera.” Quem escreveu isso foi minha amiga Maria Antônia, poeta que escreve delicadezas. Escolhi esse poeminha dela para explicar esse livro que você tem nas mãos e que eu escrevi. Esse livro é uma coleção de cacos. Perguntaram-me das razões por que não escrevo romances e novelas. A resposta é simples: porque sou incapaz de fazer vitrais, os cacos coloridos todos encaixados um nos outros, formando um desenho. Olhando um vitral a gente não vê os cacos; vê o desenho. Acontece que o que me fascina não é o vitral. São os cacos, do mesmo jeito que a Maria Antônia descreveu. O que me intriga são os fragmentos que pedradas ao acaso tiraram do vitral. Um romance, uma novela – são as contas, amarradas umas nas outras formando um colar. Mas eu não consigo amarrar as contas soltas que vou catando pelos caminhos da vida. Não conseguindo amarrar os cacos, só me resta guardá-los num bolso. Esse livro é um bolso cheio de cacos – e a gente vai brincando de retirá-los um a um.
Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the prisoner of Azkaban)
J. K. Rowling (trad. Lia Wyler)
Rocco – 2000
Harry Potter é um menino bastante fora do comum. Está ansioso pelo término das férias de verão, se empenha em realizar todos os deveres de casa e, além de tudo, ele é um bruxo. / Ao regressar para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a atmosfera é tensa. Sirius Black, por muitos considerado um servo de Lord Voldemort, esteve preso durante doze longos anos na temível fortaleza de Azkaban, condenado pela morte de treze pessoas com um único feitiço, e agora está foragido. Uma pista indica o lugar para onde ele se dirigiu – os guardas de Azkaban o ouviam murmurar enquanto dormia: “Ele está em Hogwarts… Ele está em Hogwarts…” / Harry Potter não está seguro nem mesmo entre as paredes de sua escola de magia, rodeado de amigos. Porque, ainda por cima, pode haver um traidor no meio deles.
– OUT/13 –
Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the chamber of secrets)
J. K. Rowling (trad. Lia Wyler)
Rocco – 2000
Os Dursley foram tão mesquinhos e abomináveis durante aquelas férias de verão, que Harry Potter só queria voltar para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Na hora em que está arrumando as malas, contudo, ele recebe um aviso de um estranho elfo doméstico chamado Dobby, que diz que se Harry Potter voltar a Hogwarts haverá uma catástrofe. / E ela, de fato, acontece. No segundo ano de Harry em Hogwarts, surgem novos tormentos e horrores. Aguentar o arrogante professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart, driblar o assédio do coleguinha deslumbrado que a todo custo queria fotografá-lo e conseguir um autógrafo, ignorar a tímida paixão e desviar da atenção indesejada de Gina Weasley, e suportar as lamúrias da Murta Que Geme, um espírito que ocupa o banheiro das meninas, não é exatamente a melhor coisa que podia acontecer a Harry, mas, sem dúvida alguma, isso representa muito pouco diante do grande mistério que envolve a petrificação de alguns estudantes da escola. Quem ou o que estaria por trás daquelas ocorrências assustadoras? Seria Draco Malfoy, mais venenoso do que nunca? Talvez Hagrid, cujo misterioso passado é finalmente revelado? Ou o responsável por todo pânico e tumulto seria aquele de quem todos na escola suspeitam… o próprio Harry Potter? Como descobrir e eliminar definitivamente a ameaça que está aterrorizando Hogwarts?
O futuro de nós dois (The Future of Us)
Jay Asher & Carolyn Mackler (trad. Ana Ban)
Galera Record – 2013
É 1996. Durante toda a vida, Josh e Emma foram vizinhos e amigos – até que, no ano anterior, depois de uma sessão de cinema para assistir a Toy Story, tudo mudou. Desde então, as coisas andam meio diferentes entre eles… Estranhas seria a palavra mais adequada. Josh parou de frequentar a casa de Emma, eles não vão mais juntos à escola, não conversam sobe as aulas, sobre os amigos e as paqueras; nem se comunicam mais pela janela do banheiro. / Mas quando Emma ganha um computador novo do pai, Josh oferece um CD-ROM da America Online para que a garota tenha algumas horas grátis de navegação e possa criar contas de e-mail para ela e para sua família. / E quando Emma se registra na AOL, acessa também, automaticamente o Facebook… Facebook? Em 1996? O Facebook ainda não tinha sido inventado, e logo Josh e Emma percebem que aquilo não é uma pegadinha de algum expert em programação de computadores: é o futuro, e eles estão lendo perfis de amigos, familiares e de si mesmos dali a quinze anos. Relacionamentos, empregos, famílias e informações cotidianas – ou atualizações de status -, está tudo lá. E é esse o problema. O futuro não é como eles imaginavam, e, quando atualizam a página, o mesmo e temido futuro se modifica. À medida que se envolvem com os altos e baixos da vida no futuro, Emma e Josh são obrigados a enfrentar o que estão fazendo de certo – e errado – no presente. E entendem que toda ação tem uma reação, para o bem e para o mal.
Harry Potter e a Pedra Filosofal (Harry Potter and the Philosopher’s Stone)
J. K. Rowling (trad. Lia Wyler)
Rocco – 2000
Um bebê é deixado à porta da família Dursley, com uma carta que explica quem ele é e quais os mistérios que envolvem sua sobrevivência, após um duelo no qual seus pais morreram. / Onze anos mais tarde, Harry Potter recebe o melhor dos presentes de aniversário: descobre que é um bruxo e como tal deve ser educado. / Conduzido por Rúbeo Hagrid, o doce e atrapalhado gigante ruivo, Harry inicia sua trajetória no cotidiano da magia. Na escola de bruxaria de Hogwarts, sob a direção do sábio professor Alvo Dumbledore, ele aprende a fazer poções, feitiços, a transformar coisas, e a “pilotar” uma vassoura. Enfrenta as dificuldades normais de um principiante e alguns obstáculos a mais lhe são impingidos por sua fama. Afinal, Harry Potter, mesmo sem saber, derrotou o mais terrível dos feiticeiros. / Agora, para prosseguir vitorioso, precisa aprender a dominar a sabedoria contida em valores simples da vida como a amizade, a perseverança e o amor.
Guia politicamente incorreto da história do mundo
Leandro Narloch
Leya – 2013
Este livro é um guia contra a doutrinação que muitos brasileiros sofreram na escola. Não tem a pretensão de contar toda a história do mundo, seu alvo são os principais mitos sobre os últimos 2 mil anos que, apesar de terem sido derrubados há muito tempo por historiadores, prevalecem nos livros didáticos, nas provas do Enem, nas conversas de bar. / Cintos de castidade na Idade Média? Eles nunca existiram – pelo contrário, manuais de medicina da época diziam que o prazer sexual era essencial à saúde das mulheres. Milhares de crianças foram exploradas nas fábricas inglesas do século 19? Está certo, mas é bom lembrar que a Revolução Industrial, pela primeira vez, tornou o trabalho infantil desnecessário. E lembra aquela história de que as guerras e a miséria da África são consequências das fronteiras artificiais criadas pelos europeus? Há quase 30 anos historiadores e economistas africanos deixaram de acreditar nela. Abaixo da superfície, a história não é tão simples quanto aquele professor militante costumava nos ensinar.
– SET/13 –
A mesa voadora
Luis Fernando Veríssimo
Objetiva – 2001
Comer é uma forma extrema de possuir o que queremos – seja o fígado ou a coragem do inimigo, quem sabe a carne da pessoa amada. Tudo no sentido figurado, claro. Afinal civilização é isso: a domesticação dos nossos apetites. Seja no ruidoso churrasco de domingo, no jantarzinho só-nós-dois-e-mais-ninguém, ou na defesa das nossas preferências num disputado buffet, este martírio da vida social moderna. Você sabe do que Veríssimo está falando – é preciso resistir à tentação de botar os camarões no bolso, mas decida-se por uma eficiente estratégia de ataque. Impossível o desprendimento, quando o assunto é comida: nosso passado de canibais nos persegue.
O coração amarelo
Pablo Neruda
L&PM – 2012
(…) Nos poemas de ‘O coração amarelo’ estão presentes os temas preferidos do autor – amor, amizade, reminiscências do passado. Mas percebe-se também, nestes versos, uma nota leve, bem-humorada e melancólica, como uma despedida de uma grande vida ou um prenúncio dos negros tempos da ditatura pela qual seu país, o Chile, passaria. / No final da vida e no ápice do sentimento de compaixão pela humanidade, Neruda manteve a sonoridade, a maestria de linguagem e o lirismo que o alçaram a um dos maiores nomes da poesia do século XX.
Comédias para se ler na escola
Luis Fernando Veríssimo
Objetiva – 2001
Depois de ler este livro, duvido que algum jovem ainda seja capaz de dizer, sinceramente, que não curte ler. Aposto que, em sua maioria, os novos leitores vão se viciar em livro e sair procurando outros textos, de outros autores. Com vontade de, um dia, chegar a escrever assim. Quem sabe? O Veríssimo nunca pensou que ia ser escritor quando crescesse. Seu negócio era mesmo um bom solo de saxofone. Mas com essa história de ser músico, desenvolveu tanto o ouvido que acabou assim: hoje ele ouve (e conta pra nós) até o que pensamos, sentimos e sonhamos em silêncio. Em qualquer idade.
– AGO/13 –
Sexo na cabeça
Luis Fernando Veríssimo
Objetiva – 2002
Sexo. Você sabe que sua história começou assim. Talvez seja por isso que o assunto sempre surja – na mesa de um bar, na boate, na praia, no escritório e, até mesmo, na cama. Luís Fernando Veríssimo, este cronista sagaz da intimidade brasileira, mostra que, para se pensar “naquilo”, não há hora nem lugar – aliás, para se fazer, também não. Como um voyeur da nossa vida privada, ele nos revela os fetiches que alimentam as grandes paixões, o delicioso jogo da sedução, os sussurros açucarados – e ridículos – dos recém-apaixonados. Veríssimo não se intimida nem mesmo diante dos grandes tabus que seduzem a humanidade desde que o homem é homem… e que sexo é sexo.
Um lugar na janela – Relatos de viagem
Martha Medeiros
L&PM – 2013
Em ‘Um lugar na janela’, a cronista Martha Medeiros abre espaço para a viajante. Aqui não há nada inventado, tudo aconteceu de verdade: as melhores lembranças, as grandes furadas ainda em tempos pré-internet, as paisagens de tirar o fôlego. A autora de ‘Feliz por nada’ compartilha com seus leitores as mais afetuosas memórias de viagens feitas em várias épocas da vida, aos vinte e poucos anos e sem grana, depois, já mais estruturada, mas com o mesmo espírito aventureiro, e com diversos acompanhantes: as amigas, o marido, as filhas, o namorado, não importa a companhia, vale até mesmo viajar sozinha. / Com o mesmo estilo pessoal das crônicas, Martha Medeiros transmite aquilo que de melhor se leva de uma viagem: as recordações. É como deixar-se perder num lugar novo – pode ser uma mochilagem pela Europa, uma aventura em Machu Picchu, uma temporada no Chile, poucos dias no Japão – para depois se reencontrar consigo mesma. / ‘Um lugar na janela’ é um convite para deixar de lado a comodidade do sofá, as defesas e embarcar junto com Martha. O bom viajante é aquele que está aberto a imprevistos, ou seja, a viver.
Todas as histórias do Analista de Bagé
Luis Fernando Veríssimo
Objetiva – 2002
Um dos personagens mais queridos do público. Um clássico do humor de Luis Fernando Veríssimo. Todas as Histórias do Analista de Bagé reúne os melhores momentos deste célebre psicanalista que trata seus pacientes aos joelhaços. Com suas tiradas geniais, seu jeito meio “rústico” de ser, o analista de Bagé ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Sul e conquistou o Brasil. Engraçado, irreverente, sem papas na língua, o analista acabou criando fama. “Sou mais comentado do que a vida de manicure”, afirma. Neste livro, o leitor vai se divertir com as aventuras deste destemido, amoroso e alucinado psicanalista de fronteira.
As mentiras que os homens contam
Luis Fernando Veríssimo
Objetiva – 2001
Quantas vezes você mente por dia? Calma, não precisa responder agora. Também não é sempre que você conta uma mentira. Só de vez em quando. Na verdade, quando você mente, é porque precisa. Para proteger o outro – e de preferência, a outra. Foi assim com a mãe, a namorada, a mulher, a sogra. Questão de sobrevivência. Tudo pelo bom convívio social, pela harmonia dentro de casa, para uma noite mais simpática com os amigos. Você só mente, no fundo, para poupar as pessoas, e, sobretudo, para o bem das mulheres. / Luis Fernando Veríssimo, este observador bem-humorado do cotidiano brasileiro, reúne aqui um repertório divertido de histórias assim – tão indispensáveis que, de repente, viram até verdades. Depende de quem as ouve. Depende de quem conta.
– JUL/13 –
O Hobbit (The Hobbit)
J. R. R. Tolkien (trad. Luis Carlos Borges)
Editora WMF Martins Fontes – 2012
Bilbo Bolseiro é um hobbit que leva uma vida confortável e sem ambições, raramente aventurando-se para além de sua despensa ou sua adega. Mas seu contentamento é perturbado quando Gandalf, o mago, e uma companhia de anões batem à sua porta e levam-no para uma expedição. Eles têm um plano para roubar o tesouro guardado por Smaug, o Magnífico, um grande e perigoso dragão. Bilbo reluta muito em participar da aventura, mas acaba surpreendendo até a si mesmo com sua esperteza e sua habilidade como ladrão! / Escrito para os filhos de J. R. R. Tolkien, O Hobbit conquistou sucesso imediato quando foi publicado em 1937.
– DEZ/12 –
Histórias & Estórias de São José dos Campos
Luiz Paulo Costa
JAC Editora – 2005
Histórias & Estórias de São José dos Campos Volume 1 apresenta minha visão sobre acontecimentos, inclusive dos quais participei, bem como de histórias e estórias que ouvi contar. Trata-se de minha versão sobre estas histórias e estórias, sujeita a críticas e correções. / Alguns textos são conhecidos por terem sido publicados na imprensa local. (…) Por fim, afastando-me da historiografia e escrevendo simplesmente como um jornalista que procura contar o que viu ou ouviu, busquei ser o menos rebuscado possível, assumindo a linguagem de quem conta verdadeiramente histórias e estórias como os contadores de causos caipiras, como os de São José dos Campos e do Vale do Paraíba.
– SET/12 –
A boa vida segundo Hemingway (The good life according to Hemingway)
A. E. Hotchner (trad. Luís Fragoso)
Larousse do Brasil – 2008
Durante os quatorze anos em que A. E. Hotchner viajou ao lado de Ernest Hemingway, ele colecionou uma série de experiências, anedotas e observações feitas pelo escritor no verso de caixas de fósforos, guardanapos e pedaços de papel, anotações de uma vida inteira. Tecendo comentários sobre tudo, desde a guerra até as mulheres, passando pelo processo de escrever, as palavras de Hemingway são ora divertidas ora pungentes, e revelam um rico retrato do gigante literário americano e do universo no qual ele teve extraordinário sucesso. Repleto de fotos preto-e-branco, que cobrem um período de quase duas décadas da vida de Hemingway, “A boa vida segundo Hemingway” é a celebração exuberante de seu gênio notável e da aventura caótica de sua vida.
O prisioneiro do céu (El prisionero del cielo)
Carlos Ruiz Zafón (trad. Eliana AGuiar)
Objetiva – 2012
Tudo começa pouco antes do Natal, na Barcelona de 1957, um ano depois do casamento de Daniel Sempere e Bea. Eles agora têm um filho, Julián e vivem com o pai de Daniel em um apartamento em cima da livraria Sempere e Filhos. Fermín ainda trabalha com eles e está ocupado com os preparativos para seu casamento com Bernarda no ano-novo. No entanto, algo parece incomodá-lo profundamente. / Em uma manhã em que Daniel está sozinho na loja, um homem misterioso entra e mostra interesse por um dos itens mais valiosos dos Sempere, uma edição ilustrada de “O conde de Montescristo” que é mantida em uma cúpula de vidro. O livro é caríssimo, e o homem parece não ter grande interesse por literatura; mesmo assim, demonstra querer comprá-lo a qualquer custo. / O mistério se torna ainda maior depois que o homem sai da loja, deixando no livro a seguinte dedicatória: “Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro.” / Esta visita é apenas o ponto de partida de uma história de aprisionamento, traição e do retorno de um adversário mortal.
– AGO/12 –
Steve Jobs: o homem que pensava diferente (Steve Jobs: the man who thought different)
Karen Blumenthal (trad. Carolina Huang)
Novo Século Editora – 2012
Desde o início, seu caminho não foi previsível: Steve Jobs foi entregue para adoção ao nascer, largou a faculdade ainda no primeiro semestre e aos vinte anos criou a Apple, na garagem de seus pais com seu amigo Steve Wozniak. Rapidamente elevado ao topo da indústria, Jobs enfrentou todos os limites e cultivou o que virou a grande marca de sua genialidade – seu perfeccionismo e sua capacidade para inventar. Logo após alcançar o sucesso, porém, Jobs foi despedido de sua própria empresa. Sendo obrigado a recomeçar, ele atingiu um dos períodos de maior criatividade de sua vida. / Com a Pixar, o iPod e o iPhone, Jobs revolucionou a indústria do cinema, da música e da telefonia. Sempre em busca da disciplina do corpo e da mente, lutou contra o câncer por quase uma década. Legendário CEO, fez o mundo desejar cada coisa que ele tocou. / Karen Blumenthal conduz o leitor ao universo dessa grande e complicada personalidade, enquanto explora a evolução dos computadores e da tecnologia. Ilustrado com fotos, este livro conta a história de um homem que mudou o mundo.
A sombra do vento (La sombra del viento)
Carlos Ruiz Zafón (trad. Marcia Ribas)
Objetiva – 2007
Numa madrugada de 1945, em Barcelona, Daniel Sempere é levado por seu pai a um misterioso lugar no coração do centro histórico: O Cemitério dos Livros Esquecidos. Lá, o menino encontra “A Sombra do Vento”, livro maldito que mudará o rumo de sua vida e o arrastará para um labirinto de aventuras repleto de segredos e intrigas enterrados na alma obscura da cidade. A busca por pistas do desaparecido autor do livro que o fascina transformará Daniel em homem ao iniciá-lo no mundo do amor, do sexo e da literatura. / Numa narrativa de ritmo eletrizante que mistura gêneros como o romance de aventuras de Alexandre Dumas, a novela gótica de Edgar Allan Poe e os folhetins amorosos de Victor Hugo, Carlos Ruiz Zafón mantém o leitor em estado de contínuo suspense. Ambientada na Espanha franquista da primeira metade do século XX, entre os últimos raios de luz do modernismo e as trevas do pós guerra, “A Sombra do Vento” é uma obra sedutora, comovente e impossível de largar. Uma grandiosa homenagem ao poder místico dos livros.
– JUL/12 –
O segredo do anel: o legado de Maria Madalena (The expected one)
Kathleen McGowan (trad. Pinheiro de Lemos)
Rocco – 2006
Quando inicia a pesquisa para um livro sobre personagens históricas femininas caluniadas pela crônica oficial, a jornalista Maureen Paschal não tem a menor ideia de que está se envolvendo com um mistério antigo, complexo e perigoso. / Em uma das etapas de sua excursão investigativa, Maureen sente-se inexplicavelmente atraída por um anel, exposto em uma loja de antiguidades, em Jerusalém. Como se aguardasse sua chegada, o antiquário a presenteia com a jóia com motivos cósmicos, que parece ter sido feita para ela. / No Languedoc, na França, o nobre escocês Berenger Sinclair depara-se com um exemplar do livro de Maureen e surpreende-se com a foto da autora exibindo o anel no dedo. Intrigado, ele a convida para uma temporada em seu castelo. Em contato com as lendas e os mitos que envolvem a região, a jovem escritora não pode mais negar seu papel num drama fatal, de contornos épicos e consequências internacionais. / A jornada de Mauren traça a vida de muitas figuras históricas ilustres, inclusive grandes mestres da arte e da literatura, como Botticelli e Jean Cocteau; as grandes casas reais da Europa, como as dinastias Médici, Bórgia, Habsburgo e Bourbon; figuras religiosas veneradas, como Francisco de Assis e Joana D’Arc; grandes mentes científicas, como Leonardo Da Vinci e Sir Isaac Newton; e os heróis lendários da saga arturiana. Todos esses personagens e muitos outros estão vinculados aos protagonistas do Novo Testamento: Jesus Cristo, Maria Madalena, João Batista e Judas.
O jogo do anjo (El juego del ángel)
Carlos Ruiz Zafón (trad. Eliana Aguiar)
Objetiva – 2008
David Martín nasceu em Barcelona, no primeiro ano do século XX e logo começou a tomar golpes da vida. Seu pai, segurança do jornal La Voz de la Industria, morreu assassinado na porta da redação quando David era criança. O jeito para a escrita logo se manifestou, mas as oportunidades nunca estiveram à altura do potencial do rapaz. E seu grande amor, Cristina, foi parar nos braços de seu amigo e protetor, Pedro Vidal, herdeiro do jornal e o homem a quem era destinado o tiro que matou o velho Martín. / Aos 28 anos, cínico, habituado a vender barato seu talento, vivendo sozinho num lúgubre casarão em ruínas, David se descobre doente. Tem poucos meses pela frente. É quando surge em sua vida Andreas Corelli, um estrangeiro que se diz editor de livros. Sua origem é um mistério, mas sua fala é mansa e sedutora. Ele promete a David muito dinheiro e sua proximidade parece, de forma inexplicável, devolver a saúde ao escritor. / Em troca, Corelli não pede pouco: sua encomenda é um livro com potencial de influenciar milhões de vidas. O dilema de David, ao questionar os motivos do soturno editor, é saber se o custo de seu trabalho não será muito maior do que ele imagina.
– JUN/12 –
200 crônicas escolhidas
Rubem Braga
Record – 2008
Rubem Braga nunca deixou de escrever regularmente crônicas para jornais e revistas, vindo a constituir um verdadeiro fenômeno: o de ser o único escritor a conquistar um lugar definitivo na nossa literatura exclusivamente como cronista. Abordando sempre assuntos do dia-a-dia, falando de si mesmo, de sua infância, mocidade, primeiros amores, impregnava tudo que escrevia de um grande amor à vida – a vida simples, não sofisticada, dos humildes e sofredores. Tinha predileção especial pelas coisas da natureza, tomando frequentemente como tema o mar, os animais, as árvores. Não apenas as suas crônicas de amor e exaltação à mulher, mas também as que dedicou a passarinhos, borboletas, cajueiros, amendoeiras e pescarias são das mais belas páginas de nossa literatura. / “200 crônicas escolhidas” é uma reunião dos melhores textos produzidos por Rubem Braga entre 1935 e 1977. A escolha das crônicas foi feita pelo próprio autor, com base na seleção original do amigo Fernando Sabino.
Marina (Marina)
Carlos Ruiz Zafón (trad. Eliana Aguiar)
Objetiva – 2011
Na Barcelona dos anos 1980, o menino Óscar Drai, um solitário aluno de internato, conhece Marina, uma jovem misteriosa que vive num casarão com o pai idoso. Em passeios pela cidade, os dois presenciam uma cena estranha num cemitério e se envolvem na resolução de um mistério que remonta aos anos 1940. Numa tentativa inútil de escapar da própria memória, Oscar abandona sua cidade. Acreditava que, colocando-se a uma distância segura, as vozes do passado se calariam. Quinze anos mais tarde, ele regressa à cidade para exorcizar seus fantasmas e enfrentar suas lembranças – a macabra aventura que marcou sua juventude, o terror e a loucura que cercaram a história de amor.
– ABR/12 –
Um otimista incorrigível (Always looking up: the adventures of an incurable optimist)
Michael J. Fox (trad. Cassius Medauar)
Planeta do Brasil – 2009
Em 1998, Michael J. Fox, ator conhecido pela trilogia “De volta para o Futuro” e pela série de TV “Spin City”, anunciou que estava com Doença de Parkinson. Em vez de desistir de tudo, Michael deu um exemplo de força de vontade e passou a enfrentar a doença. “Um otimista incorrigível” faz parte desta luta. nestas memórias, mais que contar suas dificuldades, ele relata como aprendeu a viver com a doença, como é seu dia a dia e como passou a se relacionar com o trabalho, a política, a fé e a família.
– MAR/12 –
Gato escaldado tem nove vidas (Cat o’nine tales)
Jeffrey Archer (trad. Renato Motta)
Bertrand Brasil – 2008
Depois de passar dois anos em presídios de Sua Majestade, sob acusações de perjúrio e obstrução da justiça durante uma investigação do governo britânico, Jeffrey Archer pode se considerar um “gato escaldado” e usou sua experiência e relatos prisionais para criar este livro. / Durante seu encarceramento em cinco diferentes estabelecimentos, Archer teve contato com várias histórias dignas de serem transformadas em material literário…
Lugar nenhum (Neverwhere)
Neil Gaiman (trad. Juliana Lemos)
Conrad Editora do Brasil – 2010
Em “Lugar Nenhum” Neil Gaiman conta a história de Richard Mayhew, um jovem escocês que vive uma vida normal em Londres. Tem um bom emprego e vai se casar com a mulher ideal. Uma noite, porém, ele encontra na rua uma misteriosa garota ferida e decide socorrê-la. Depois disso, parecer ter se tornado invisível para todas as outras pessoas. As poucas que notam sua presença não conseguem lembrar exatamente quem ele é. Sem emprego, noiva ou apartamento, é como se Richard não existisse mais. Pelo menos não nessa Londres. Sim, porque existe uma outra – a Londres-de-Baixo. Constituída de uma espécie de labirinto subterrâneo, entre canais de esgoto e estações de metrô abandonadas, essa outra Londres é povoada por monstros, monges, assassinos, nobres, párias e decaídos – e é para lá que Richard vai.
Deuses americanos (American gods)
Neil Gaiman (trad. Ana Ban)
Conrad Editora do Brasil – 2011
O criador de Sandman reúne os deuses de todas as mitologias para atacar a América. / Deuses Americanos, o melhor e mais ambicioso romance de Neil Gaiman, é uma viagem assustadora, estranha e louca que envolve um profundo exame do espírito americano. Gaiman ataca desde a violenta investida da era da informação até o significado da morte, sem sacrificar seu peculiar senso de humor e a rica estilo narrativo que ele vem exibindo desde Sandman. / Após a morte de sua esposa em um acidente de carro, Shadow é liberado da prisão antes de cumprir totalmente sua pena. Perdido, acaba por conhecer um homem misterioso, chamado Wednesday, que será muito mais importante na vida de Shadow do que ele imagina. Na verdade, Wednesday é um antigo deus, certa vez conhecido por Odin, o Pai de Todos. Ele está percorrendo os Estados Unidos a fim de reunir seus companheiros esquecidos para uma batalha épica contra as divindades do mundo moderno: internet, televisão, cartões de crédito, telefone, rádio… Shadow aceita ajudar Wednesday, e eles se lançam a uma tempestade psicoespiritual que se torna demasiadamente real em suas manifestações. A esposa morta de Shadow, por exemplo, continua a aparecer, e não apenas como um espectro – a dificuldade de ambos em manter seu relacionamento se torna sombriamente engraçada, assim como o resto do livro. / Armado somente de seus truques com moedas e alguma determinação, Shadow inicia uma viagem fantástica pela superfície visível das coisas – ao seu redor, sob ela -, literalmente descobrindo todos os poderosos mitos que os imigrantes europeus trouxeram com eles quando chegaram àquelas terras, assim como os que já viviam lá. Eles aparecem ali onde menos se esperava, zanzando na beira de estradas, comendo hambúrgueres, são agora trapaceiros, prostitutas, sombras. “Esta não é uma boa terra para deuses”, diz Shadow. / Mais do que um turista na América, Neil Gaiman oferece uma perspectiva de fora para dentro – e, ao mesmo tempo, de dentro para fora – da alma e espiritualidade do país e do povo americano: suas obsessões por dinheiro e poder, sua miscigenada herança religiosa e as consequências sociais, e as decisões milenares que eles enfrentam sobre o que é real e o que não é.
Um sábado qualquer
Carlos Ruas
Devir – 2011
Dotado de um senso de humor afiado e uma sensibilidade ímpar, Ruas consegue agradar desde os crentes mais fervorosos até o mais cético dos ateus. Seu traço singelo dá aos personagens um visual “fofinho”, que acaba servindo de contraponto às tiradas certeiras, inteligentes e nada inocentes. / Carioca de Niterói, Ruas faz parte da nova geração de cartunistas que, no lugar da famigerada luta por espaço nos jornais, resolveu meter as caras e usar a Internet para publicar seu trabalho e mostrar o seu talento. O resultado não poderia ser mais satisfatório, milhares de leitores fiéis visitam seu site diariamente em busca de Deus e, claro, boas risadas. / É com grande satisfação que vejo os quadrinhos de Ruas fazerem o caminho inverso do que estamos acostumados a presenciar, migrando da tela para o papel, nessa compilação com os melhores momentos do criador e suas criaturas. / Diz a crença que não se deve falar o santo nome em vão, mas se o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, então acho que tudo bem Carlos Ruas ter feito Deus à imagem e semelhança do homem. (Orlandeli)
– FEV/12 –
Pedaços e Pedacinhos
Brasílio Duarte
L&PM – 2010
Tive o desejo de escrever um pequeno livro sobre minha vida. Um livro de memórias sem, no entanto, parecer autobiografia. Foi assim que a ideia me surgiu e, com o tempo, se desenvolveu. Foi necessário dar-lhe um título e, com ele, as razões ou a razão de seu surgimento. Assim, peneirando as ideias, foi aparecendo o nome de “Pedaços e Pedacinhos” e, lentamente, se corporificou. “Quanto às razões, o próprio livro diria, ao longo das narrativas, e pelas quais se justificasse o seu cognome”. / No entanto quero oferecer, para um melhor entendimento, aos novos leitores, um esclarecimento mais íntimo da organização e das intenções deste livro, a saber: Pedaços e Pedacinhos é um compilado de ideias, registro de fatos, estórias, poesias, tudo interligado à vida. Ao longo das narrativas, estarão dissimuladas as intenções e o leitor, arguto, poderá descobrir a mensagem sutil. E esta joia, se lapidada, poderá orientar cada um em suas caminhadas pela vida, neste mundo, quiçá um mundo melhor. / Pedaços e Pedacinhos, como grãos de areia (alegoricamente), ajuntaram-se para construírem este livrinho. / Se alguns destes grãozinhos puderem incentivar ou constituírem-se em algo de bom e útil a alguém, ainda que apenas deleitável, estarei plenamente satisfeito. / O Autor.
– JAN/12 –
Mulher perdigueira: crônicas
Carpinejar
Bertrand Brasil – 2010
Fabrício Carpinejar é daqueles fenômenos que surgem raro em raro. Poeta, firmou logo sua voz, nascida sim de inúmeras leituras, mas desbastadada por uma vivência que, reconhecendo a dor de existir, se recusa a aceitá-la. Por isso, seus poemas, profundamente enraizados na tradição ocidental, perseguem ao mesmo tempo densidade e simplicidade, marca registrada que recupera a ideia do poeta como porta-voz do sentimento do mundo. / Concomitantemente, Fabrício Carpinejar vem desenvolvendo uma carreira como cronista. O poeta empresta seu olhar para comentar o dia a dia, e o resultado é surpreendente: ele lê o avesso, inaugura palavras, desinterdita sentidos, descerra conceitos, solta ideias originais assustando a multidão impassível, como podemos observar neste Mulher Perdigueira. / Mas Fabrício Carpinejar vai além: restabelece o diálogo com o público, incomum entre seus pares, compartilhando dúvidas, angústias, espantos. E, para levar sua palavra ao leitor, não mede esforços: ocupa todas as tribunas disponíveis, sejam elas virtuais (blog, Orkut, Twitter, celular, rádio, televisão), sejam presenciais – de ônibus, de táxi, de metrô, trem ou avião, ele irá levar sua mensagem a uma pessoa ou a milhares. / Fabrício Carpinejar assume seu ofício com a consciência dos que se sabem predestinados. (Luiz Ruffato)
– DEZ/11 –
Cartas a um jovem poeta
Rainer Maria Rilke
L&PM – 2010
Paris, fevereiro de 1903. Rainer Maria Rilke (1875-1926) recebe uma carta de um jovem chamado Franz Kappus, que aspira tornar-se poeta e que pede conselhos ao já famoso escritor. Tal missiva dá início a uma troca de correspondência na qual Rilke responde aos questionamentos do rapaz e, muito mais do que isso, expõe suas opiniões sobre o que considerava os aspectos verdadeiros da vida. A criação artística, a necessidade de escrever, Deus, o sexo e o relacionamento entre os homens, o valor nulo da crítica e a solidão inelutável do ser humano: estas e outras questões são abordadas pelo maior poeta de língua alemã do século XX, em algumas das suas mais belas páginas de prosa.
– JUN/11 –
Cem melhores crônicas (que, na verdade, são 129)
Mario Prata
Editora Planeta do Brasil – 2007
Sempre quis saber o que faz do Mario Prata um dos melhores cronistas do país. Sou leitor há anos, décadas. Conheço tudo ou quase tudo que publicou (os textos, aqui reproduzidos, da Revista de Urologia são uma novidade, até para mim, confesso). Fascinou-me, já em 1976, na minha primeira visita ao Brasil, o fato de 99% da população parar tudo para assistir a um programa de televisão em preto-e-branco. Não sei se você se lembra, se tem idade para tanto, mas as garotas chegavam a dar gritinhos na abertura da novela Estúpido cupido, escrita pelo Prata. Era só tocar a musiquinha. Juro. Seria Mario Prata o último grande cronista em preto-e-branco? Não, não é isso. Prata é moderno e colorido (também). Diz ele, neste livro, que aprendeu a fazer amor no dia 1º de maio de 1968. Mais moderno impossível, embora deva ser mentira ou, para usar a terminologia técnica de cronista, um “passarinho” (vide Chico Buarque em Paris, na página 148). Prata já escreveu romance na internet e experimentou Viagra. Tentou até “ficar”, segundo afirma. / No fundo, acho que é isso. Prata sabe fazer rir, do passado e do presente. Sabe nos dizer, como poucos, por que o churrasco, como instituição, é engraçado. Vimos, com ele, como é hilário o fato de o tempo passar. Cronista é isso. Seus melhores textos estão aqui. (Matthew Shirts)
– MAI/11 –
Depois que acabou
Daniela Abade
Editora Gênese – 2003
Passei o Réveillon de 2001 longe de São Paulo. Voltei para minha casa no meio de janeiro. Quando lá cheguei, encontrei meu computador ligado, com o editor de textos aberto e páginas e mais páginas de uma história que eu não escrevi. Eu moro sozinha. Ninguém tem a chave de minha casa. Analisei portas e janelas tentando encontrar qualquer indício de arrombamento. Não obtive sucesso. Perguntei aos vizinhos se eles tinham visto algum tipo de invasor. A resposta foi negativa. Na verdade, não tenho a menor explicação para o que aconteceu. / Quanto ao texto, li, salvei no computador e pensei bem no que fazer. Relutei bastante para levar isso a público porque foi difícil até para mim acreditar no que aconteceu. É ainda difícil. Não tenho nenhuma crença especial e, como a autora do texto, não acho que qualquer crença possa me dar uma explicação plausível para o aparecimento dessa história. / No final das contas, cheguei à conclusão de que deveria deixar de lado meus medos quanto à credibilidade desse material e fazer o que achasse correto. E eu achei que seria correto publicar o que vocês vão ler nas próximas páginas. Foi um jeito de fazer alguma justiça para quem estava duvidando muito que qualquer justiça existisse. Daniela Abade
O vendedor de armas
Hugh Laurie (trad. Cassius Medauar)
Editora Planeta do Brasil – 2010
Quando Thomas Lang, ex-militar de elite, recebe uma proposta de 100 mil dólares para assassinar um empresário norte-americano, ele decide, imediatamente, alertar a suposta vítima – uma boa ação que não ficará impune. / Em questão de horas, Lang terá de se defender com uma estátua de Buda, jogar cartas com bilionários impiedosos e colocar sua vida (entre outras coisas) nas mãos de muitas mulheres fatais, enquanto tenta salvar uma linda moça e impedir um banho de sangue mundial.
Dez anos com Mafalda
Quino (trad. Monica Stahel)
WMF Martins Fontes – 2010
Este álbum reproduz, organizadas por tema, as tiras desenhadas por Quino durante os dez anos em que produziu a Mafalda. Qual leitor não desejou, tantas vezes, ver reunidas as trapalhadas do Felipe, as futilidades da Susanita, o pão-durismo do Manolito? E a sopa? O álbum reúne em 13 temas todas as histórias da Mafalda, para deleite dos fãs e futuros fãs. Só das batalhas diárias da Mafalda contra a sopa são 28 tiras. “Não importa o que eu penso da Mafalda, mas sim o que ela pensa de mim.” (Julio Cortázar)
– ABR/11 –
Blog de papel
Vários autores – organização Alê Félix, Nelson Natalino
Gênese – 2005
Blogs são sites que podem ser facilmente construídos e atualizados. Apresentado de forma cronológica, o conteúdo abrange uma infinidade de assuntos, que vão de pensamentos cotidianos a desenhos, fotografias, divulgação de notícias e o que mais a imaginação mandar. / Para melhorar a brincadeira, as pessoas que têm blogs costumam ler outros blogs e trocar ideias, que ficam registradas a cada atualização. Essa facilidade e interatividade resultaram em uma explosão de manifestações, que vão das mais simplórias às mais surpreendentes. Gostos e críticas à parte, o que prevalece é a liberdade de expressão, a possibilidade de ter um espaço onde você pode escrever, se gostar de escrever; desenhar, se gostar de desenhar, etc. Em um mundo que a cada dia nos deixa com menos espaço para sermos ouvidos, um blog nos permite criticar, gritar, esbravejar, discutir e, quem sabe, encontrar pessoas que apreciem o nosso tom. / Blog de Papel é a mistura de tudo isso. Uma tentativa de mostrar no papel (como o próprio nome diz) um pouco do que esses ilustres desconhecidos estão aprontando na internet. De forma despretensiosa, muito mais por diversão do que por qualquer outro motivo, este livro reúne textos de quatorze autores que gostam de escrever e quatorze ilustrações de artistas que utilizam os blogs para apresentar seus trabalhos.
– MAR/11 –
Como é duro ser pai – e outras tragédias
Efraim Kishon (trad. Otto Heilig e Gerta Heilig)
EPU – 1984
“A literatura de Efraim Kishon dispensa qualquer introdução. Abre-se um livro dele, qualquer um, e dez minutos depois se está arrebatado. Em todo episódio do real ele enxerga um germe de comicidade, um grãozinho de absurdo.” (Paulo Rónai) / Efraim Kishon nasceu com o nome de Ferenc Hoffmann, em Budapeste, 1924. Escreveu seu primeiro romance com a idade de 14 anos. Aos 18 recebeu o Prémio Húngaro de Contos. Cursou História da Arte na Universidade de Budapeste. Após a Segunda Guerra Mundial emigrou para Israel, fugindo de campos de concentração alemães e russos. Mudou seu nome e estudou hebraico, adquirindo profundo domínio do idioma. Provavelmente é o escritor satírico mais lido do mundo.
A menina que roubava livros
Markus Zusak (trad. Vera Ribeiro)
Intrínseca – 2010
Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a Própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história. História que, nas palavras dirigidas ao leitor pela ceifadora de almas no início de A menina que roubava livros, “é uma dentre a pequena legião que carrego, cada qual extraordinária por si só. Cada qual uma tentativa – uma tentativa que é um salto gigantesco – de me provar que você e a sua existência humana valem a pena”. / Essa mesma conclusão nunca foi fácil para Liesel. Desde o início de sua vida na Rua Himmel, numa área pobre de Moleching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido de sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, O manual do coveiro. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro dos vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes. / E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto da sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vandenburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar.
– FEV/11 –
Dr. House: um guia para a vida (Dr. House: un guia para la vida)
Toni de la Torre (trad. Ângelo dos Santos Pereira)
Lua de Papel – 2010
O Dr. House é um indivíduo mal-educado, antipático, arrogante e solitário que acha que é o dono da razão e sempre tem um comentário ácido a fazer sobre tudo. Mesmo assim, possui uma grande quantidade de admiradores. As mulheres não conseguem resistir ao seu encanto, enquanto os homens tentam se parecer com o médico. / Será que isso ocorre por causa de suas frases provocantes? Será o seu caráter antissocial? Ou talvez o caráter transgressor do personagem, seus comentários? Provavelmente é tudo isso somado e mais o efeito de admiração e respeito (quem sabe até carinho) que inspira nos que o cercam. / Mas se é verdade que qualquer um pode ser antipático, ter uma vida mal-humorada é uma arte para a qual só alguns estão preparados. Só vivendo uma vida cheia de amargura e de mau humor é que alguém conseguirá se parecer (ainda que de longe) com o genial Dr. House. E é isto que este livro ensina, uma filosofia divertida e vencedora para que sua vida nunca mais seja como antes.
Fernando Pessoa – Poesias
Fernando Pessoa
L&PM – 2010
Neste livro foram reunidas algumas das mais célebres criações do poeta em suas diversas fases e de seus heterônimos. “Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: ‘Navegar é preciso, viver não é preciso’. / Quero pra mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. / Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. / Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. / Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. / É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça.” (Fernando Pessoa)
– JAN/11 –
Mais badulaques
Rubem Alves
Parábola Editorial – 2004
Rubem Alves encontrou nos badulaques o modo simples de tocar verdades fundas e de imprimir à sua escrita algo da velocidade que nosso tempo vem imprimindo à vida sua e de seus leitores. / Mas é preciso ressaltar que velocidade na escrita não representa facilitação no enfrentamento de questões, não significa apagamento de conflitos. Irônico, bem-humorado e tomado de urgência, o autor abre sua canastra secreta e assume a falta de tempo para transformar todos os seus pensamentos em peças literárias esmerilhadas pela técnica do escrever. No entanto, em seu ofício de escritor, papel que lhe traz felicidades e infelicidades, não pode se furtar a compartilhar pensamentos. Mais badulaques é, então, pensamento irreprimido, persistente, incontornável. / Cientes da necessidade de tematizar o transcendente e de revisitar o cotidiano, Rubem Alves e a Parábola Editorial decidiram trazer a livro esses badulaques, que ultrapassam a temporalidade do jornal. A boa aceitação dispensada ao primeiro livro da série, Quarto de badulaques, nos leva a crer que Mais badulaques, registro de fecundidade, tem um papel a cumprir na relação do autor com seus leitores.
Quarto de badulaques
Rubem Alves
Parábola Editorial – 2003
Quarto de badulaques é o primeiro livro de Rubem Alves lançado pela Parábola Editorial. Em seu novo livro, ele abre ao público a intimidade de seu pensamento, a instantaneidade de seu olhar, o desassossego de suas impressões. É o escritor abrindo suas gavetas, seu quarto de escrever, sem receio de expor seus badulaques, seus pensamentos miúdos, aqueles que povoam o dia-a-dia, que nos assaltam antes de dormir. / O resultado é um texto que preserva a vivacidade do pensamento e cobre a quase-totalidade das questões que inquietam a maioria das pessoas: o divórcio, o futebol, a religião, a família, a política, a economia, o casamento, o envelhecimento, a infância abandonada, o terrorismo, a educação, a ecologia, a eternidade, a democracia, a imprensa e a mídia eletrônica, a poesia, o politicamente correto, o sexo, a solidão…
Comer, rezar, amar (Eat, pray, love)
Elizabeth Gilbert (trad. Fernanda Abreu)
Objetiva – 2008
Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma… então a verdade não lhe será negada.
O maior vendedor do mundo (The greatest salesman in the world)
Og Mandino
Record – 2010 (original de 1968)
Por que este livro se transformou em uma das obras mais vendidas em todo o mundo, adquirido por companhias importantes como a Coca-Cola e a Volkswagen? / O segredo de Og Mandino para alcançar tão extraordinário sucesso é apresentar a vida em termos mais claros e simples: verdade, sinceridade e fé. Pessoas de todos os níveis e atividades espirituais, intelectuais e de negócios já compreenderam a mensagem e, com autêntico zelo filantrópico, dedicam-se a difundi-la. Esses milhões de leitores não tiveram dificuldade em perceber a grande qualidade da obra e a unidade espiritual que emana de todas as sua páginas: “A vida é um dom maravilhoso e é preciso vivê-la em toda a sua plenitude.” / Nesta obra, Og Mandino demonstra que a satisfação e o bem-estar resultam do fato de o homem haver encontrado a sua verdadeira personalidade e utilizá-la na sua vida diária. Ao alcançar este objetivo – assegura o autor – todos os demais benefícios de ordem material são simplesmente uma consequência lógica. / O Maior Vendedor do Mundo reflete, com singular inspiração, o belo pensamento de Emerson: “Em realidade, somos mais do que conhecemos de nós mesmos e, com frequência, ouvimos sair de nossos lábios coisas que não acreditávamos ser capazes de dizer.”
– DEZ/10 –
O filho da máfia (Son of the mob)
Gordon Korman (trad. Marcelo Mendes)
Arxjovem – 2005
Vince Luca leva uma vida não muito diferente das dos outros rapazes de 17 anos. Seu melhor amigo, Alex, é louco para se dar bem com as garotas, mas não consegue nada; o irmão mais velho é uma dor de cabeça permanente; o pai está sempre cobrando mais motivação e entusiasmo. Uma rotina comum, não fosse por um detalhe: seu sobrenome. Vince é filho de Anthony Luca, um poderoso chefe do crime organizado de Nova York. As conexões da família algumas vezes são até convenientes: há sempre uma boa mesa em restaurantes e existem os professores que não se atrevem a lhe dar uma nota ruim, por exemplo. Na maioria das vezes, porém, há os inconvenientes, principalmente quando Vince conhece a garota de seus sonhos. Porque, como ele, ela também tem um parentesco comprometedor: é a filha do agente federal que há anos grampeia a casa de Vince, tentando colocar o chefão Luca atrás das grades. Quanto mais Vince tenta se manter afastado dos negócios do pai, mais eles parecem tomar conta de sua vida.
A cabana
William P. Young (trad. Alves Calado)
Sextante – 2008
Durante uma viagem de fim de semana, a filha mais nova de Mack Allen Phillips é raptada e evidências de que ela foi brutalmente assassinada são encontradas numa cabana abandonada. Após quatro anos vivendo numa tristeza profunda causada pela culpa e pela saudade da menina, Mack Recebe um estranho bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a voltar à cabana onde aconteceu a tragédia. Apesar de desconfiado, ele vai ao local numa tarde de inverno e adentra passo a passo o cenário de seu mais terrível pesadelo. Mas o que ele encontra lá muda o seu destino para sempre. Em um mundo cruel e injusto, A cabana levanta um questionamento atemporal: se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento? As respostas que Mack encontra vão surpreender você e podem transformar sua vida de maneira tão profunda como aconteceu com ele. Você vai querer partilhar este livro com todas as pessoas que ama.
Ora bolas: o humor de Mario Quintana
Juarez Fonseca
L&PM – 4.ed – 2009
Em vida, o personagem Mario Quintana (1906-1994) era tão conhecido quanto o poeta Mario Quintana; e Porto Alegre, a cidade de adoção deste alegretense, aprendeu a gostar do personagem tanto quanto dos seus versos. Este livro, com 130 historinhas protagonizadas por Quintana e registradas e adaptadas pelo jornalista Juarez Fonseca – que entrevistou amigos, familiares e conhecidos -, eterniza o personagem e presta uma homenagem ao poeta. Mais do que o humor e a irreverência de Quintana, estas anedotas (pequenos poemas do dia-a-dia, segundo alguns) expõem claramente uma personalidade rica, forte e marcante. Muitas delas deliciam pelo seu lirismo, algumas assustam pela quase crueldade, mas todas encantam pela sua originalidade e pelo tanto de humanidade que revelam. No correr das páginas, o que vai se desenhando é um painel biográfico e sentimental daquele que é um dos maiores poetas brasileiros.
– NOV/10 –
O caso dos exploradores de cavernas (The case of speluncean explorers)
Lon L. Fuller (trad. Ivo de Paula)
Livraria e Editora Universitária de Direito – 2003
Pretende-se com a leitura da presente obra aguçar a curiosidade dos acadêmicos que adentram à Universidade, inaugurando-os no pensamento jurídico, levando-os, gradativamente, à formação de uma consciência crítica, a partir do contato com os mais atraentes temas da Ciência do Direito suscitados pela obra “O Caso dos Exploradores de Cavernas”. A leitura do texto não pressupõe um conhecimento do direito ou de filosofia legal e deverá ser, não só pouco penosa, mas sim uma agradável Introdução à Ciência do Direito. O caso jurídico narrado no livro foi escrito por Lon L. Fuller e inicialmente publicado sob o título “The Case of the Speluncean Explorers”, na revista Harvard Law Review, vol. 62, nº 4 (1949) pp. 616-645. Fuller descreve em sua obra cinco votos da Suprema Corte, proferidos pelos seus membros ao analisar o caso, os quais exploram o feito de perspectivas factuais diferentes e sob princípios legais distintos.
Nosso lar
Francisco Cândido Xavier (psicografado – André Luiz)
FEB – Federação Espírita Brasileira – 1944
A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria. Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples. Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser. (…) Seria extremamente infantil a crença de que o simples “baixar do pano” resolvesse transcendentes questões do infinito.
Crepúsculo (Twilight)
Stephenie Meyer (trad. Ryta Magalhães Vinagre)
Intrínseca – 3.ed – 2009
Quando Isabella Swan se muda para a melancólica cidade de Forks e conhece o misterioso e atraente Edward Cullen, sua vida dá uma guinada emocionante e apavorante. Com corpo de atleta, olhos dourados, voz hipnótica e dons sobrenaturais, Edward é ao mesmo tempo irresistível e impenetrável. Até então, ele tem conseguido ocultar usa verdadeira identidade, mas Bella está decidida a descobrir seu segredo sombrio. O que Bella não percebe é que quanto mais se aproxima dele, maior é o perigo para ela e para os que a cercam. E pode ser tarde demais para voltar atrás…
Violetas na janela
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho (psicografado – Patrícia)
Petit – 1994
Patrícia desencarnou com dezenove anos. Encarnada era Espírita convicta, estudiosa das verdades eternas. Sua desencarnação foi como dormir para acordar no Plano Espiritual, entre amigos. Encantou-se com o que viu, com relatos de companheiros, que tempos depois vêm até nós, encarnados, ditar sua aventura. Violetas na Janela mostra o relato de uma pessoa consciente do que seja a desencarnação. Tira mais um véu dos mistérios além-túmulo. Narra com simplicidade as belezas que encontrou no Plano Espiritual, fala de suas necessidades e das de outros. Necessidades do tipo: Como se alimentar? Como se vestir? Sentiria frio? Usaria o banheiro? Patrícia descreve com clareza a Colônia para onde foi levada, o Educandário, a Escola, o Hospital, as Moradias, etc. O mais importante: Patrícia fala da ajuda que obteve dos familiares Espíritas e da sustentação psicológica que recebeu do seu genitor, exemplificando a muitos como proceder diante da morte física de entes queridos. Esta maravilhosa descrição encantará a todos os leitores.
Da Vinci
A intimidade, a obra e a Itália do gênio que derrubou as barreiras entre a arte e ciência
Revista História Viva – Especial Grandes Temas
Duetto Editorial Ltda – 2009
Leonardo da Vinci foi um gênio ungido pela liberdade. Seu talento provavelmente alcançou tal plenitude porque, antes do dom de criar, o destino lhe reservou um tempo de vida no período chamado Renascimento, em que um artista bastardo podia ascender. Foi o humanismo, patrocinado pela elite da época, que pôs em movimento um turbilhão artístico no qual nosso personagem ocupou lugar de destaque. A Europa do tempo de Da Vinci florescia como um continente aparentemente fragmentado, mas que começava a se integrar e a colher prosperidade como bloco. Na política, pelos laços entre nobrezas. na economia, por força do comércio e do dinheiro – o emaranhado financeiro e o poder dos bancos assumiram, nesse momento, o papel de protagonistas na história, que nunca mais deixaram de ter. Havia ainda, uma ânsia de difusão da nova cultura, nascida como uma retomada da estética e das ideias da Antiguidade clássica. E uma convergência de esforços para divulgar esse mundo dito renascido – como se antes, no auge do feudalismo, ele andasse extinto ou muito doente. Dinheiro farto para a criação foi o motor do triunfo da arte do Renascimento. E Da Vinci? Ele aproveitou cada minuto – e cada moeda – desse esforço de reconstrução do mundo. Circulou com desenvoltura entre príncipes e papas, entre adversários e mecenas e entre amantes e amigos, para conquistar sue espaço. Soube seduzir patrocinadores para suas idéias. Ao fim da leitura desta edição especial, o leitor certamente concluirá que Da Vinci viveu completa e intensamente seu tempo. O que não estava no script é que, ao fazer isso, ele iria transcendê-lo de forma espetacular.
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