Radiando de infelicidade

Pois é. Eu havia dito que tinha sido quase. Mas passou um pouco disso…

E esse “um pouco” é só porque não creio que a junta tenha queimado totalmente, mas “apenas” parcialmente. Afinal não é comum ter que encher o radiador toda semana. A água não evapora assim. E como ele não estando furado… Bem, ela deve estar indo para algum lugar. Lentamente, mas deve estar.

De tal maneira ontem, no finalzinho da tarde, com o ponteiro da temperatura quase estourando no painel, aportei no mecânico de praxe para deixar o carro por lá e ele checar tudo isso. Lembrando que o Seo Bento é o único que põe a mão no Opala 79, mas que para o Titanic II eu resolvi “terceirizar” essa coisa de mecânica.

Resumo da ópera: final de semana desopalado e com a melhor perspectiva de resgatá-lo somente na segunda-feira, último dia de férias…

E a fera voltou a rugir!

É chegado o dia!

O 79 haverá de voltar a rugir!

Atos preparatórios: comprei uns cinco litros de gasolina para colocar no tanque, pois, após tantos meses, certamente evaporou o que havia restado por lá (o que já não era muita coisa). Também comprei uns dois litros de óleo para o motor (nem sei o atual estado).

Aliás, tudo isso só porque o nó cego do japonês da autoelétrica “encontrou” a peça que faltava do motor de arranque…

Vejam só o que faltava:

Primeiro passo: acabar de fixar o motor de arranque no bloco do motor.

Já começou bem.

Acontece que são dois parafusos e só tinha um com a peça. O negócio foi procurar na tranqueirada da “oficina” outro que tivesse a mesma medida e o mesmo “passo” (a distância entre as voltas de cada rosca). Encontrei um que serviria, porém seu comprimento era cerca de um centímetro maior. Paciência. E lá foram calços. Até porque a fixação do motor de arranque seria somente para funcionar o carro de vez em quando mesmo, pois, com essa reforma, nem que eu quisesse teria como sair com ele.

Com a chave de 1/2″ fixei tudo como deveria estar. Chequei embaixo do carro. Tudo firme. Os parafusos lá são de 14mm. Eis o resultado:

Tosco.

Mas firme.

Passei para o óleo.

Pela vareta estava até acima do “cheio”! Bem, afinal o que é que devia esperar? Que o óleo evaporasse? Mesmo assim dei uma conferida na viscosidade. Tudo ok. Estava bom ainda.

Bão, água eu já sabia que evaporava! Portanto tasquei uns três litros d’água no radiador.

Ainda faltava colocar a bateria – que, lógico, estava pra lá de arriada. Nada que uma boa conexão direta com outra bateria não resolvesse – desculpem, mas não sou nem um pouco amigo de usar a palavra “chupeta” se eu for o sujeito ativo…

Coloquei a bateria. Conectei os cabos. Primeira tentativa e… nada.

Ingenuamente achei que a bateria devia estar totalmente descarregada e por isso não funcionou. Como eu já havia comprado uma bateria nova (falei sobre isso aqui), tinha duas sobressalentes. Troquei-as, colocando a antiga do Titanic II. Tentei novamente e… nada.

Massss… Péraê! Se eu estava com os cabos da outra bateria conectados não faria sentido o motor não dar nem sinal. Ainda que indiretamente, tanto voltagem quanto amperagem tinha por ali! Assim deveria ainda estar faltando algo…

Fucei um pouco mais nas conexões do motor de arranque e descobri um fio solto vindo da bobina!

AH-HÁ!!!

Como não tinha nem a mais afastada ideia do pra quê serviria esse fio, consultei o oráculo mais próximo: Seo Bento, vulgo meu pai.

Ele me explicou que a bobina (em tese) não deveria ter nada com isso. O motor de arranque se baseia no funcionamento elétrico do solenóide (aquela peça cilíndrica sobre o motor de arranque – que também é cilíndrico). No solenóide teríamos três pontos de conexão: o cabo grosso que vai direto para o polo positivo da bateria, um fio mais fino que se conectaria no motor de arranque e um terceiro, também fino, ligado à chave de partida.

Assim, sugeriu que eu fizesse um teste, conectando diretamente o terminal do motor e o da chave de partida. Se estivesse passando corrente normalmente iria dar um sinal, sendo provável que até mesmo o arranque já funcionasse.

Resolvi fazer o teste, antes, no Titanic II. Peguei uma chave de fenda das graúdas e fiz o contato direto entre os dois parafusos.

Putaquepariucaralhocu!!!

Que susto!

Além da faísca o motor deu um tranco enorme, ameaçando ligar…

Resolvi repetir a operação no 79 (ainda preciso batizá-lo…), identifiquei os parafusos que deveriam servir de contato, coloquei a chave de fenda em posição, encostei e… nada.

Nesse meio tempo, pela poça d’água que se formou no chão, descobri que o radiador estava vazando.

Merda.

Joguei a toalha.

Na dúvida entre saber o quê conectar e onde conectar, com o sério risco de ligar o que não devia onde não podia, chamei meu pai para tomar um café em casa e “aproveitar” para me dar uma mão (detalhe: ele mora do outro lado da cidade). Topou. Ótimo!

Ao chegar a primeira coisa que testou foi o próprio motor de arranque com aquela chave de fenda graúda. Ameaçou funcionar! Mas como? É que a besta que vos escreve identificou os parafusos errados, de modo que não iria funcionar nem no dia de São Nunca…

Mesmo assim, tirando um dos cabos de vela e aproximando-o da carcaça, percebeu que não estava soltando faísca. Algo errado aí.

Abrimos o distribuidor para ter acesso ao platinado. Enconstou a chave pela borda externa do platinado para verificar se a corrente estaria sendo transmitida. Saltou uma bela duma faísca da ponta do cabo! Tiramos o platinado, e com uma lixa d’água (nº 280, a única que eu tinha) foi dada uma lixadinha nos contatos do bichinho. Com tudo de volta no lugar, bastou um novo teste para ver que a faísca agora estava passando.

De volta ao motor de arranque, eu NUNCA iria conseguir fazê-lo funcionar, pois um dos terminais estava arrebentado. Como eu não vi quando o danado foi desmontado para sustentar o Titanic II, também não sabia dessa gambiarra, ou seja, que o fio estava só enrolado no parafuso. Improvisamos um terminal com as peças e ferramentas que tínhamos à mão, conectamos no lugar certo, nova tentativa e… FUNCIONOU !!!!

Apesar de tudo, a aceleração não se manteve.

Fuçador do jeito que é (infinitamente mais do que eu), Seo Bento já resolveu desmontar o carburador, pois a bóia poderia estar colada após tanto tempo. Desmontado, tudo estava ok. Mesmo assim, para garantir o funcionamento, deu uma entortadinha na base, alterando a posição de fechamento da agulha. Tudo novamente montado, parafusos de ar e de combustível devidamente regulados, foi só dar a partida e pronto! Funcionando como um relógio!

Primeiro detalhe: A bateria que foi colocada funcionou perfeitamente sem a chupeta (credo, falei). Apesar de ela não conseguir segurar carga suficiente para rodar o seis cilindros, mesmo tendo ficado semanas (meses?) parada ainda assim ela estava funcionando bem com o quatro cilindros.

Segundo detalhe: Aquele fio solto da bobina na realidade teria uma explicação. Como o funcionamento do motor de arranque puxa recursos de todo o sistema elétrico do carro, diminuindo-os em demasia, muitas vezes é efetuada uma conexão direta entre o motor de arranque e a bobina (que já está cedendo recursos), de forma a retroalimentá-la durante a partida. Algo assim.

Bem, por fim posso assegurar que a fera voltou a rugir! E, para provar, eis um videozinho do danado. Apesar de feito à noite e do chiado no alto-falante, dá pra sentir bem sua performance…

Carros à venda

Pois é.

Antes de mais nada deixem-me esclarecer que não é o 79 que está à venda, ok?

Mas já, já voltamos a esse assunto.

A foto que ilustra este post tem apenas por intuito reafirmar o propósito deste blog – que é a reforma de um Opala 79 – e de tentar botar um fim na vagabundagem que este que vos escreve tem andado. Isso porque a última coisa que fiz no carro foi colocá-lo nos cavaletes. Isso lá em abril. Antes disso, apenas alguns retoques. Mais ou menos na mesma época.

Antes que vozes condolentes venham me asseverar que eu tenho trabalhado muito, que a correria tá grande (ainda mais com as eleições chegando), que ando com mil e um projetos na cabeça – e o que é tudo verdade – ainda assim eu poderia ter destinado um tempinho maior ao nosso amigo ali na garagem…

Mas, considerando que finalmente consegui alcançar a data do dia atual nas atualizações que vinha fazendo na ordem cronológica deste blog, tá na hora de começar a mostrar serviço, certo?

Então, para auxiliar os futuros opaleiros da vida, vamos falar de carros à venda (eu não disse que voltava ao assunto?). Na mesma feirinha do Jardim Morumbi, em São José dos Campos, SP, onde encontrei meus Opalas, continuam aparecendo outras veículos do mesmo naipe. Alguns melhores, outros piores, mas todos rodando. E bem.

Assim, resolvi criar um link aí do lado com o título Carros à Venda, bem ali na sessão “Quanto custa?” (sim, sei que era “Quanto gastei?”, mas dei uma mudada, uai!). Todos carros com os quais topei na dita feirinha. Aliás, repito em parte o que já disse lá: não tenho nenhuma participação em nenhuma venda de nenhum veículo, certo? Ou seja, se encontrar o que procura, boa sorte! O negócio é entre vocês e os proprietários.

Resumindo:

Incluam-me fora dessa.

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NOTA: Quando migrei os arquivos lá do Opala Adventure aqui para o Projeto 676 “descriei” a página a que se refere este post – mas para não ficar uma referência vazia, abaixo segue tanto o escrevinhado quanto imagens que estavam lá…

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Que fique bem claro: eu não quero, não pretendo e não almejo ganhar NADA com esta seção. Sou adepto da filosofia do compartilhamento da informação, então pretendo tão-somente dividir esse conhecimento. Não tenho absolutamente nada a ver com nenhum dos proprietários de nenhum dos veículos aqui expostos, não sei de seu estado geral, sua documentação, sua procedência, suas condições de venda, enfim, não sei de nada!

Só lhes adianto que a maioria é da região de São José dos Campos, em São Paulo, cujo DDD é 12, ok?

Bons negócios, moçada!

Fotos de 06/07/2008

Treinando desde pequeno

E eis que, apesar de estar de férias, hoje tive que dar um pulo lá no trabalho para resolver alguns perrenguezinhos. Como a Tropinha de Elite também está de férias, juntei os três filhotes, coloquei dentro do Opalão – vulgo Titanic II – e peguei a estrada (pra quem não sabe ou não se lembra, trabalho na cidade vizinha, a exatos quinze quilômetros de casa).

Já tendo resolvido o que tinha que resolver, voltando para casa pela chamada Estrada Velha, resolvi dar uma daquelas checadas automáticas pelo retrovisor. E vejo o filhote número três (o caçulinha, de quatro anos) com o vidro abaixado e literalmente com a boca aberta para o vento.

– Que é que você está fazendo, filho?

– É que seu carro é legal, pai. Dá pra abaixar o vidro.

– Tá, e daí? Por que essa boca aberta aí? Assim você vai ficar com a boca seca…

– É pra ficar velhinho que nem o Mestre Yoda!

Flagrante (via celular) do Pequeno Jedi…