Flagrante da cirurgia

E então, ansioso do jeito que sou, não pude me conter e dei uma passadinha lá na oficina para ver a quantas anda tudo com os carros.

Segundo o Marino (o mecânico), os prognósticos são bons.

No decorrer dessa semana ambos já devem ficar prontos…

Uma geral do 76 meio que desmilinguido.

Sim, os diferenciais deverão ser trocados entre os carros.

Eis o cofre vazio, pronto para um novo depósito.

E aqui temos o doador, ansioso para mandar sua alma de volta às ruas!

Uma peculiar visão das entranhas do conjunto por parte (novamente) de meu caçulinha.

A alma do carro

Sim, a alma.

E não me venham dizer que o motor do carro corresponde ao coração.

Talvez exista um “coração do motor”, mas, na minha opinião, o motor em si é a alma do carro.

É com ele que a gente conversa, é para ele que imploramos para aguentar mais um pouco quando está falhando, é ele que ouve nossas palavras de incentivo quando queremos que corra além dos limites, é pra ele que agradecemos quando deu conta do recado… Ou seja, a alma do carro.

E, nesse sentido, posso dizer que a alma do Titanic II jaz no frio chão da garagem de casa. Descansando, mas não esquecido.

Isso porque finalmente o mecânico tirou o motor de seis cilindros do Titanic II, preparando-o para receber o motor de quatro cilindros do 79. Pra quem já não mais se lembra, ou que esteja chegando agora, são dois os meus carros: um 79 (quatro cilindros original) e um 76 (seis cilindros acochambrado). O motor de quatro cilindros (até onde me lembro) está funcionando perfeitamente, enquanto que o de seis está começando a subir óleo. Como é este último que vai efetivamente ser incorporado ao 79, então temos que ele vai aguardar por algum tempo, de molho, até que eu acabe a funilaria e pintura e, então, já possa mandá-lo direto para retífica.

Eis algumas fotos da criança…

O bicho é graúdo mesmo!

E, se sob o capô, ele já parece enorme, fora então…

Eis um outro ângulo para vosso deleite…

E aqui o bom e velho radiador, juntamente com o cardan.

O “divertido” dessa história é que o mecânico trouxe esse motor ontem à noite. Eu estive fora, em curso, nos últimos dois dias, e quando cheguei o bichão já estava lá no chão. Perguntei para Dona Patroa se o caboclo teve trabalho para colocar o motor na garagem. Segundo ela, quase nenhum, pois tinha um “bracinho mecânico” instalado na camionete que fez quase tudo sozinho. Só precisou de intervenção na hora de ajeitar o motor no canto da garagem, quando então ela também teve que ajudar!

Mas tá tudo bem.

Fora uma parte do piso que estourou (nem vem, que já tava soltando mesmo) não houveram maiores sequelas para guarda do motor.

Creio que em um ou dois dias a Dona Patroa já deve voltar a falar comigo…

Frase de segunda

A frase a seguir é própria para quem tem motores de seis cilindros. Que não se confunda com fogão (apesar da analogia de que um fogão de seis bocas consome conforme se lhe dê combustível – gás) nem tampouco com família (se bem que ter um carro como um Opala praticamente é sustentar uma família).

Estou com pressa: tenho seis bocas para alimentar!

Um mês

E eis que a cirurgia foi – novamente – adiada. Estive ontem no mecânico (que não estava lá no momento) e os carros ainda estão aguardando sua vez na mão do doutor. Ontem, dia 31 de janeiro. Um mês, exatamente.

Fé é o que me movimenta…