Platinando na subida

Apesar de todos os pesares (e agora rodando com o extintor do 79 – vencido, diga-se de passagem), o Titanic II ainda não está “redondinho”. Dá uma falhada quando você pede um pouco mais de sua potência, sabe? Num primeiro momento pensei que pudesse ser o ponto do motor, daí, utilizando das “técnicas” que já aprendi e ensinei aqui, fui dar uma checada.

Normal.

Que mais poderia ser, então?

Pelos “peidos” (e não estouros”) que o carro de vez em quando dá, imaginei que talvez estivesse com uma mistura muito pobre, ou seja, bastante ar e pouco combustível, o que poderia causar esse tipo de comportamento. Mas como ele recentemente veio da mão do mecânico decidi que seria melhor submeter o paciente a ele para dar uma checada.

Na correria do dia a dia, mesmo em época de Carnaval, somente hoje é que se me apresentou a oportunidade.

Como a Dona Patroa precisou fazer serão lá no fórum, fiquei incumbido de pegar a criançada na escola no final da tarde. Combinei com minha turma do trabalho e consegui dar uma fugida um pouco mais cedo. Assim, unindo o inútil ao desagradável, passei lá no mecânico. Nem precisei falar o problema.

– Eu tava vendo lá de cima (ele tem um escritório no “mezanino” da oficina) e vi que o carro tá dando uns tranquinhos, né? É por isso que você veio aqui?

– Isso mesmo, chefia. “Transmimento de pensação”, hein?

– Pois é. Isso é platinado. É rapidinho. Amanhã você vem aqui nesse horário e a gente já arruma, tá bom?

– Beleza!

Assim, intrépidos Opalautas que acompanham estes sucintos relatos, amanhã teremos mais novidades…

Furtado!

É.

Isso mesmo, furtado.

Não, não “assaltado” ou “roubado” – furtado (preciosismo de advogado).

Mas não levaram o Titanic II, não.

Explico.

Estávamos, ainda hoje, eu, Dona Patroa e a Tropinha de Elite (meus três filhos) na casa do amigo e copoanheiro Paulo, nesse belo, carnavalesco e abafado dia de chuva. Enquanto a criançada detonava algum jogo no Playstation, estávamos todos, ambos os casais, sentados na varanda, tomando uma boa Sagatiba e os cigarros já estavam acabando. Lembrei-me que tinha outro maço sob o banco no carro – que estava estacionado em frente à casa do vizinho – e fui buscar.

Primeira emoção: o pino da porta do motorista estava destravado. “Estranho, tenho certeza absoluta que tranquei”, foi o que pensei quando só então percebi o vidro abaixado pela metade.

Já entrando em “modo defensivo”, a primeira atitude foi parar e dar uma checada nos arredores, ver se tinha alguém entocado por ali ou coisa que o valha. Tudo tranquilo. Respirei fundo. “Vamos ver o tamanho do estrago”, a conclusão que cheguei em seguida.

Pelo que pude perceber, nada foi quebrado ou estourado: o vidro – que já é velho e não está lá muito bem ajustado – deve ter sido forçado por fora, pouco a pouco, até que desse para destrancar a porta. Como o carro está “seco”, ou seja, sem absolutamente nada, não tiveram muita opção. Sem rádio, sistema de som ou outras tecnologices, limitaram-se a fuçar sob os tapetes – que estavam todos fora do lugar -, e acabaram levando o extintor e uma garrafinha d’água (“glut-glut”) de meus filhos. Ah, sim, e levaram meu ÚLTIMO maço de cigarros. Fiadasputa…

Abri o capô e dei uma checada no motor. Tudo OK. Ali, pelo menos, não mexeram.

Liguei o carro, manobrei e deixei embicado, bem em frente à garagem da casa de meus amigos. Ante a cara de interrogação de todos, quando voltei, expliquei-lhes o acontecido. A esposa dele ficou extremamente abalada, preocupada com essa quase invasão de privacidade a que fomos acometidos. Tranquilizei-a e disse que estava tudo bem, ainda que tivessem levado o carro inteiro, pelo menos ninguém mexeu conosco. Ou seja, “vão-se os anéis e fiquem os dedos”…

“Mas e se tivessem levado o carro inteiro?”, foi a pergunta do Paulo. Respondi-lhe que achava muito difícil, por dois motivos: o primeiro é o fato de existir no carro aquele bendito parafuso “corta-corrente” (será que isso era um item padrão à época?), e como não me contento em simplesmente desrosqueá-lo, faço questão de retirá-lo inteiro – já coloquei até uma argolinha para prendê-lo no chaveiro; já o segundo motivo diz respeito a uma trava de ferro que sempre prendo no pedal de freio e volante, pois é fato comprovado que se alguém deseja “puxar” um carro vai escolher aquele que estiver mais fácil.

Esse segundo ponto vai ao encontro de uma reportagem que li há alguns anos, onde o entrevistado era um famoso (no meio dele) puxador de carros. Já àquela época ele deixou bem claro que alarmes, travas elétricas, eletrônicas e outras firulas do mesmo tipo são facilmente contornáveis pelo “especialista”. Normalmente aquele negócio dispara e os proprietários muitas vezes sequer vão checar se é de seu carro ou de outra pessoa qualquer – o que dá tempo de sobra para o desarme. Entretanto, continuando a entrevista, explicou que travas mecânicas, ou seja, barras de ferro, correntes, etc, ainda mais quando bem visíveis, meio que desanimam o puxador, pois ele já tem uma previsão de que aquilo talvez dê mais trabalho e sempre vai ter outro otário desprevenido outra inocente vítima por perto.

É lógico que isso não é regra. Se o caboclo tem o “dom” e está a fim de levar o seu carro, não tenha dúvidas: ele vai levar.

Enfim, graças a Deus o estrago não foi grande, garrafinhas d’água temos aos montes em casa e, no tocante ao extintor, bem, provavelmente será mais um ato de antropofagia perante o 79, já que o Titanic II está entrando em fase de venda.

O único prejuízo mesmo foi meu maço de cigarros.

E eu lá, aproveitando uma saborosíssima cachaça e morrendo de vontade de fumar.

Fiadasputa…

Solda Complementar: como teve gente que não conhecia o tal do parafuso (que eu achava até ser uma espécie de “equipamento padrão”), eis uma foto do danado. Normalmente fica por ali, sob o porta-luvas, em direção à bateria. Desrosqueando-o um pouco ele já corta a corrente; tirando-o por completo, inviabiliza ligar o carro – por isso é que furei-o na lateral e coloquei um argolinha ali, justamente para facilitar carregá-lo depois que o tirava…

Liberando espaço

Simplesmente uma questão de unir o “inútil” ao “desagradável”… 😉

O meu sogro pretende mandar seu Golzinho 90 para funilaria. Mas, até mesmo pela idade e também pela instável saúde de minha sogra, não tem como ficar a pé. Assim, como hoje eu recebi de volta o 79 (ÊÊÊBAAAA!!!!), a garagem de casa tá pra lá de lotada.

Ou seja, o que já não seria esforço nenhum (emprestar o carro), agora veio mesmo a calhar.

Além de quê, agora posso tirar com calma as peças que não são indispensáveis para o transporte do carro (maçanetas, quebra-vento, bateria, parte da parte elétrica, etc) de modo a viabilizar seu encaminhamento para o pintor.

Acima temos a única cena de mutilação para substituição dos motores. Os suportes do radiador foram cirurgicamente retirados para que fossem soldados no Titanic II. Oportunamente ainda vou ter que arranjar outros para encaixar o radiador do motor de 6 cilindros. Mas tudo a seu tempo…

Eis o cofre do motor (quase) limpo.

Enfim, beeeeem devagar as coisas vão se encaixando…

Restaurando trilhas do desembaçador traseiro

Algumas coisas eu simplesmente tenho que anotar por aqui antes que se percam nas catacumbas de meu computador…

Outro dia, na lista do Opala.com, surgiu uma micro-discussão acerca de como restaurar as trilhas do desembaçador traseiro (aquelas linhazinhas que ficam no vidro traseiro de alguns veículos mais modernos). Curiosamente é um “problema” que tenho no Chevettinho. Então resolvi fazer um resumão do que foi dito por lá pelos mais variados opaleiros “profissas” de plantão…

Antes de mais nada o negócio é verificar a parte elétrica interna. Se ela estiver conduzindo perfeitamente e ainda assim o desembaçador não estiver funcionando, então, por exclusão, somente restam as trilhas dos vidros que provavelmente devem estar partidas ou interrompidas (ainda que de maneira quase invisível a olho nu).

Para resolver o problema basta (com muito jeitinho) aplicar a chamada “tinta condutiva”, que é a mesma utilizada para consertar/restaurar trilhas em placas de computador. A dica sobre a dica é que a tinta a ser utilizada tem que ser a prata, pois esta tem uma capacidade condutiva bem melhor que a preta (que parecer ser a base de carbono).

Ah, e sim, a tinta é cara – bastante cara. Mas com o uso racional e cuidadoso (e ante a perspectiva de ter que trocar um vidro inteiro), avaliando a relação custo e benefício, acaba valendo a pena…

Para comprar a tinta basta fazer uma busca básica na Internet que já se encontra; caso não tenha facilidades desse tipo então o negócio é tentar em lojas de peças eletrônicas.

A questão de a tinta ter que ser a prata, como já disse antes, diz respeito à sua capacidade condutiva, pois a tinta que vai nas trilhas do desembaçador deve poder resistir a uma corrente elétrica alta. O negócio é achar exatamente onde está interrompida a trilha, lixar o local apenas um pouquinho com uma lixa bem fina (para assegurar contato bom, sem que haja sujeira para aumentar a resistência da conecção), colocar fitas dos lados para delimitar a sua área de atuação, e pintar com um nadica de nada dessa tinta de prata. E é só. Basta colocar apenas um pontinho de tinta. Deixe secar (bem seco), retire a fita e pronto!

Na prática o mais difícil é achar onde a trilha encontra-se interrompida. Uma dica seria, num dia úmido, deixar embaçar o vidro e ligar o desembaçador. Depois de um tempinho daria para saber quais trilhas não funcionam.

Ou também dá pra fazer a busca na raça, a olho nu e através de um multímetro com a função resistência…