Finalizando o desmonte do agregado

Bem, mantendo a tradição de pelo menos a cada seis meses fazer algo (entenda-se: alfinetada em mim mesmo), eis aqui o complemento daquela desmontagem do agregado.

Ok. Uma vez decidido isso, dia de trabalhar.

Requisitos básicos: breja gelada – confere; ânimo pela bela vitória do Brasil sobre o Chile (motivo de estar cedo em casa, inclusive) – confere; trilha sonora inicial do Gun’s Roses – confere. Aliás, o som ambiente fornecido pelo Poseidon, via pendrive, através do “tocador de ême-pê-trêis” que mandei instalar. Detalhe do chaveiro do Batman ali em riba…

Assim, dando continuidade ao que este vagabundo que vos tecla deixou para trás, vamos terminar de retirar o agregado. Na prática ficou faltando somente soltar as conexões do fluido de freio. Segundo Seo Bento, vulgo meu pai, não haveria problema algum – sequer com vazamento -, bastaria soltar. Eis, assim, o penduricalho que deixei na garagem nos últimos meses depois da última mexida.

Na prática é essa bagacinha aí de baixo que vamos soltar, presa na lataria sabe-se lá Deus como, até porque tá escuro pra dedéu e tô sem lâmpadas reserva para colocar na extensão do ponto de luz.

Chave inglesa na mão, grande e generoso gole goela abaixo, cigarro pendurado no canto da boca e vamo que vamo!

Já deu pra perceber que temos que começar soltando primeiro a parte do caninho (aquilo é cobre?). Até porque o outro lado, o da mangueira, gira em falso. Uma vez solto, vai começar a gotejar fluido de freio (pô, pai!), então tire o tal do caninho pela lataria e deixe-o do outro lado. Não se esqueça da borracha de vedação que o prende na passagem pela lataria (dá pra facilmente tirar com uma chave de fenda). Aliás, não a destrua, como eu…

Ok. E agora, como vamos soltar a mangueira de borracha? Bem, ela é presa por uma trava na lataria, que a impede de sair. Uma chapinha, apenas. Basta um pouquinho de pressão e já libera.

Após repetir a operação do outro lado, já com as mangueiras liberadas é só tirar o conjunto todo de sob o veículo. Detalhe: essa merda pesa pra cacete!

Uma vez retirado todo o conjunto do agregado e com fluido de freio espalhado por tudo quanto é canto que se possa imaginar, partimos para a próxima breja, isto é, para o próximo passo. Agora já com AC/DC rolando.

Pois bem.

Olhando o diferencial – ainda que no breu em que se encontra a garagem – percebo que, em tese, devemos ter apenas dois pontos de contato para cada lado (senão não teria mobilidade e o efeito de amortecimento).

Um dos pontos seria aquela ponta de lança (bandeja? balança?) nas quais estão apoiadas as molas (parece-me também que as molas em si são apenas encaixadas). O outro ponto seria o próprio amortecedor, com acesso à sua parte superior através do porta-malas do carro – aquelas tampinhas de borracha ali dentro.

Decido soltar primeiro as balanças.

Medi a porca com a inglesa e um paquímetro. 20mm. Por sorte tenho uma chave de estria dessas. Após afrouxar as porcas, avaliando um pouco melhor, tenho a impressão que se eu soltar essas balanças primeiro a mola poderá empurrar todo o conjunto para baixo. Então o negócio seria soltar primeiro os amortecedores.

A parte de cima dos amortecedores é presa com uma porca de 17mm. Decido soltar a de baixo primeiro. Menor. 15mm. Após solto e sem arruelas ou porcas, bastou uma simples alavanca para que, conforme supunha, a própria pressão das molas (aliadas à força da gravidade) fizesse o conjunto descer.

Legal.

O conjunto não desceu por inteiro.

Parece-me que por causa de um braço longitudinal que dá firmeza ao dito conjunto. Vou tentar usar o macaco para levantar tudo e tentar soltar esse braço (e com o c… na mão se essa m… toda resolver cair). Foi mais fácil do que imaginava.

Contudo, após soltar o braço, ainda assim o conjunto não arriou. Parece-me, então, que verdadeiramente são as bandejas que seguram a estrutura (ainda que não faça muito sentido na minha cabeça). Tiremos, pois seus parafusos. Da bandeja, não da minha cabeça.

Levantei ligeiramente a estrutura com o macaco. Tirei as porcas das bandejas e bati levemente com o martelo até afundar (não queremos estragar a rosca, certo?). Já no limite, continuei com um punção. O parafuso estava saindo facilmente. Bem mais do que eu esperava. Segurei a estrutura com as mãos mesmo e já deu o ângulo para que o parafuso corresse livre. Tirei-o. A pressão das molas até que foi pouca e bastou abaixar as bandejas e remover o macaco.

Ainda assim a estrutura não desceu!

Catzo!

Olhando melhor (breu, escuro, lembram?) percebi que ainda existe um par de braços segurando todo o conjunto no meio da lataria. Ok. Faz sentido. Para cada lado seriam dois pontos para o amortecimento e um outro, central, como guia. O braço seguinte a ser solto é o danado aí de baixo, que dá pra ser visto logo atrás da mola.

Bem, para continuar a desmontança creio que neste momento falta-me luminosidade o suficiente, bem como sobra-me um tanto de bom senso para não fazê-la (ainda que o grau etílico usual esteja bem abaixo dos padrões da normalidade).

Mas, na realidade, tenho é um pouco de receio de continuar sem um ponto de apoio “mais” sólido. Tá certo que segurando a carcaça tenho quatro cavaletes que aguentam até uma caminhonete carregada, mas eu, sinceramente, me sentiria beeeeeeem mais seguro se tivesse a certeza absoluta de que nenhum desses cavaletes teria a mínima possibilidade de tombar.

Assim, só implementando o “berço de reforma” que já vim em algumas oficinas e fotos por aí. É algo que tenho em mente, do tipo de uma gaiola, que iria por baixo do veículo, sustentando-o, mas que teria quatro robustas “rodas malucas” (do tipo daquelas de carrinhos de supermercado). Com isso ficaria até mesmo beeeeeem mais fácil  de movimentar a lataria pela garagem e eu teria muuuuuito mais segurança de me enfiar sob o veículo.

Desse modo aproveitei para tirar as medidas do que seria essa gaiola. Entre os pontos laterais do carro (na direção do entre-eixos) temos 142cm. Na largura, na dianteira, 135cm. Já na traseira…. 135cm também! Boa medição! Como existe uma parte da longarina que se projeta um pouco para baixo na altura dos bancos dianteiros, será necessário respeitar pelo menos uns 7cm na altura.

E assim termino a brincadeira de hoje com um último gole na breja (terceira latinha) e ao som de “If you want blood, you’ve got it”

Dominguices

Em época de Copa do Mundo, os torcedores manifestam seu apoio à Seleção Brasileira de diversas maneiras. Uma família de Belo Horizonte (MG), por exemplo, resolveu demonstrar seu patriotismo passeando pelas ruas da cidade com um carro customizado, batizado de “Jipala” (junção da frente de um Jeep a um Chevrolet Opala).

O resto tá aqui.

Repararam lá atrás que ele tem até estepe?…

E o quê, cargas d’água, é aquela coisa no capô?

Desembreado

Você já ficou sem embreagem?

Já?

Putz, é horrível…

É que estava eu, há exatamente um mês atrás, em pleno sabadão, junto com a Tropinha de Elite (vulgarmente conhecidos como meus três filhotes: Escapou, Já Foi e Já Era), quando – do nada – o pedal de embreagem do Poseidon afundou totalmente.

A impressão é que ele tinha ficado travado, mas, na prática, ele só perdeu o efeito de mola que o próprio cabo lhe proporciona.

Olha, eu juro que tentei e me esforcei, mas sem ter conhecimento de causa de como funciona a “mecânica” da coisa, esse “mechânico” que vos tecla não tinha a mínima possibilidade de consertar a viatura…

Liguei para o bom e velho mecânico que havia dado uma geral no Titanic II e contei-lhe a saga. Ele mandou um assecla ajudante – já, inclusive, com uma travinha no bolso. É, o caboclo conhece bem da matéria e por telefone mesmo já tinha formulado o diagnóstico: o cabo escapou.

Acontece que a ponta do cabo da embreagem é presa no pedal num dos locais mais inacessíveis e mal iluminados que se poderia imaginar num veículo. O rapaz bem que tentou, mas sem ferramentas e iluminação a coisa não rendeu.

Resolvemos levar o carro para oficina. E lá fui eu, rezando para não pegar nenhum sinal vermelho e fazendo a mudança de marcha de ouvido, morrendo de dó das engrenagens do câmbio.

Ainda que aos trancos e barrancos a viagem foi curta e sem incidentes.

E lá, mesmo com todo o aparato necessário, ainda assim levou quase uma hora para conseguir encaixar a bagaça – que nada mais é que uma ponta de metal presa com um anel de pressão.

Tudo pronto, ponho a criançada pra dentro, engato a ré, ponho o carro pra fora, entro na primeira e o cabo sai na segunda.

Tudo igual.

Não andei nem cinco metros.

Com jeitinho, lá vai o carro pra dentro da oficina de novo (nesse meio tempo a Dona Patroa chegou e resgatou os pimpolhos).

Chegamos à conclusão que não iria adiantar simplesmente encaixar de novo, pois, fatalmente, acabaria escapando. O negócio era assegurar que o mesmo não saísse. Como? Colocando uma travinha na ponta do cabo.

Foi questão de tirar tudo de novo e, com uma broca bem fina, fazer um furo na cabeça do cabo. Isso feito, bastou encaixar tudo mais uma vez – inclusive com a arruela de pressão – e colocar a cupilha no local do furo, logo após a arruela.

Ficou perfeito!

Só para que entendam o que foi feito (e este registro tem o condão de ser uma dica de mim para mim mesmo em algum perrengue futuro), eis uma imagem de onde vai o cabo (em amarelo) e onde foi colocada a cupilha (em vermelho).

Farol de Milha x Farol de Neblina

Didática expllicação do “Prof. Caldeira”, lá d’A Turma

Não confundam farol de milha com farol de neblina…

Farol de milha – farol de longo alcance, acionado somente quando o facho alto está acionado seu foco é concentrado e direcionado para o mais longe possível. e para o centro da pista…

Farol de neblina (ou de nevoeiro) – curto alcance, foco disperso indo de uma lateral do carro até a outra, reforçando a iluminação das faixas de rolamento da pista e acostamento… geralmente fica numa posição mais baixa (para-choques) do veiculo…

A linha Opala teve ambos os tipos de faróis auxiliares

Nos pré-80 (acho que só a partir de 75, alguém confirme) tinha os de milha (redondinhos, ficam presos no para-choque e em frente a grade do radiador) e os de neblina (quadrados e na parte de baixo do para-choque. Os de neblina ficavam mais para os cantos, para iluminar melhor as laterais da pista, e os de milha ficam mais para o centro do carro com foco mais reto.

Nos 80-84 tinha os quadradinhos de neblina abaixo do para-choque.

De 86-87 vinha os de neblina nos Diplomatas, junto aos faróis principais.

Nos 88-92 vinha os de neblina incorporados aos faróis principais (no “triângulo”) entretanto o acionamento deles não vinham em todos sendo de série no Diplomata e opcional nos Comodoro.

Quando as picapes GM passaram a usar farol igual ao do Opala 88-92 o triângulo trazia na verdade um farol de longo alcance (milha) ao invés dos de neblina da linha Opala (repare que no Opala tem riscos verticais na lente, e nas pickups essa parte é lisa)…

Farol de neblina regula pras laterais (e abaixo do foco do farol baixo) e farol de milha regula igual o farol alto.

Solda complementar: Enquanto que o Farol de Neblina pode ser acionado apenas com a lanterna (“farolete”) e a chave de ignição, já o Farol de Milha (de longo alcance) aciona somente junto com o farol alto. O esquema de ligação do relê original GM é o seguinte:

– no pino 30 – fio pós chave (fio preto);
– no pino 86 – positivo da lanterna (fio cinza/preto,cinza/vermelho ou cinza/verde);
– no pino 85 – negativo (fio marrom) ou pode ser aterrado à lataria do carro;
– no pino 87 – saída para as lâmpadas do farol de neblina.

Empneuzando…

Depois da nossa viagem fiquei com um belo dum sifonáptero na parte posterior do pavilhão auricular…

Isso mesmo: uma pusta pulga atrás da orelha!

Por que cargas d’água (ou falta dela) o carro estava esquentando tanto?…

Daí, em função de uma reportagem de final de semana a respeito do óleo do motor no Auto Esporte – em especial no que diz respeito à borra (EI! Eu disse Borra, tá bom?) – fui dar uma checada na quilometragem da barca. Cinco mil e poucos. Na casca. Seria isso? Apesar de, muito provavelmente (melhor dizendo: descaradamente), a reportagem em questão ter sido encomendada pelo fabricante de óleo que “apareceu” por ali, o que iria ao encontro de outras opiniões na Net, faria sentido o óleo velho ou baixo causar um aquecimento em demasia no motor.

Ciente disso, neste final de semana fui trocar o óleo. Do motor, diga-se de passagem.

No costumeiro posto de gasolina onde, semanalmente, lavo o carro, tomo meia dúzia de latinhas e abasteço, desta vez também já resolvi fazer um “kit completo”: óleo, filtro de óleo, de ar, de combustível, enfim, o que dava pra trocar – que trocasse!

Tudo estava muito bem, sendo que, naquela tradicional levantada que dão no carro e a gente, achando-se um expert, se enfia por debaixo pra dar uma olhada em tudo, resolvi olhar pra um dos pneus.

E o pneu olhou pra mim!

Pisquei, incrédulo.

Um corte bem no meio de um dos pneus dianteiros, já parecendo um olho semiaberto (é dessa maneira mesmo que se escreve agora?).

Cocei a cabeça e olhei o restante.

O outro dianteiro já estava começando a aparecer a malha de metal.

Os traseiros ainda estavam inteiros – mas, considerando que aqueles pneus tinham sido frisados, na prática já deveriam estar também pra lá da curva do bico do corvo…

Cocei a cabeça de novo e pensei: cartão de crédito, aí vamos nós!

Fui pra loja de costume, onde sempre faço as trocas de pneus, amortecedores e freios da Família Chevrolata (até porque cliente “fiel” tem descontinho) e encarei quatro pneus novíssimos da Goodyear, 185/70/R14 – 88H. O Poseidon ficou até encorpado com aquela borracha toda!

Mas – problemas à vista!

Depois de tanta porrada na estrada para o trabalho, as rodas não estavam lá grande coisa (apesar de, sinceramente, eu não perceber – e olha que costumo ser chato com isso!).  Isso significava que não rolava um balanceamento sem antes consertar as rodas. De quebra deixaríamos de lado o alinhamento e nem pensaríamos na cambagem.

Confesso que fiquei frustrado com isso…

Mas, zuzo bem! Afinal de contas quem se mete a man-ter um carro como um Opala tem que estar preparado para questões como essas. Aliás, comparado à quantidade de coisas que ainda tenho que fazer no 79, isso não é nada!

Já tenho o endereço do “especialista em rodas” (não riam…) que vai resolver meu problema (parem de rir, pô!).

Durante a semana devo resolver o resto desse perrengue.

E, lógico, a pergunta que não quer calar: quanto saiu a bagaça?

R$300,00. Cada. Trezentão por pneu. Caro? Talvez. Mas, como o cartão aguenta, é o melhor.

Qual a outra pergunta?

Hein?

Você, aí do fundo?

Ah, sim…

Pneus remoldados…

Sim, são mais baratos. Bem mais baratos. Já tive quatro desses – nesse Opala mesmo – e não tive problema nenhum.

Mas vejamos DOIS pontos de vista sobre essa questão. Em primeiro lugar, o de um fabricante:

E, agora, o de um consumidor:

Pois bem, cientes de tudo isso, decidam por si próprios…

Atualização de arquivos: Agosto de 2008 encerrado a passos de tartaruga. Comecemos setembro…