A cor do Titanic

Pela foto aí do lado, todo mundo já sabe que a cor original do Titanic era bege. A minha querida, amada, idolatrada, salve, salve Dona Patroa refere-se a esse tom específico de cor como “cor de calcinha”. Já de minha parte costumo dizer que essa cor de um tom de “cocô de passarinho com diarreia líquida”. Enfim, não importa – e que me perdoem os opaleiros que têm um bólido dessa cor – pois particularmente acho ela feio bagaráy.

Assim, desde os primeiros momentos já havia decidido que iria trocar a cor do carro. Sim, confesso que já num primeiro momento pensei no General Lee, o Dodge Charger 1969 da série The Dukes of Hazzard – aqui “traduzida” como Os Gatões

Fuçando aqui e ali, cá e acolá, obtive a informação de que a cor do General Lee seria uma tal de Hugger Orange. É lógico que fui buscar a “história” dessa cor específica.

Então, caríssimos, como costumo dizer lá no Legal, “senta, que lá vem história!”

Nascido em 1969, o Hugger Orange foi a resposta da Chevrolet às cores vibrantes e impactantes da era dos muscle cars. Nessa era, a sutileza era um ponto fraco. De motores potentes a cores ousadas, tudo era projetado para se destacar e marcar presença nas ruas ou nas pistas. Cada marca tinha sua tonalidade característica, do Sublime Green da Mopar ao Grabber Blue da Ford, e para a Chevrolet, essa cor seria o Hugger Orange. Introduzido no Camaro de 1969 (mostrado acima), esse tom vívido e cheio de energia tornou-se sinônimo da identidade de desempenho da Chevrolet na era de ouro dos muscle cars americanos.

Além do Camaro, a Chevrolet também usou o Hugger Orange no Chevelle, El Camino, Nova e Corvette a partir de 1969. Mais tarde foi usada nas caminhonetes Chevy C/K e no K5 Blazer, e para comemorar o 30º aniversário do Camaro, um número limitado de Camaros de 1999 foi pintado nessa cor.

Trata-se de uma cor muito distinta devido à ausência de manchas metálicas. A seguir temos alguns dos muscle cars que ostentaram essa cor icônica.

Chevrolet Camaro SS 632 Restomod 1969

Oldsmobile 442 1970Chevrolet Nova SS 1967 Restomod

Chevrolet Camaro Yenko/SC 1969

Chevrolet El Camino 1968

Chevrolet Chevelle SS 1969

Só que, em verdade, em verdade, vos digo: Hugger Horange não era a cor do General Lee!

No começo muita gente achava que a cor era Hemi Orange, porém no filme ela parecia como sendo marrom, de modo que foi descartada.

A mais indicada – e que muitos acreditam ser, de fato, a cor do veículo – é a Hugger Orange. Porém essa cor era tão brilhante e reluzente que captava reflexos da câmera durante as filmagens, de modo que também não foi utilizada.

Por isso durante anos acreditou-se que o General Lee era pintado de Vermelho Chama, uma cor do Corvette de 1975 a 1978. De fato é bem parecida, mas ainda não é a cor real.

Isso até que, por volta de 2020, um sujeito chamado Travis Bell, o principal “especialista” em General Lee, conseguiu desvendar o “segredo”. Ele conseguiu escanear a tampa do porta-malas do General Lee original (centenas de Dodges foram usados – e destruídos – durante as filmagens da série) e foi aí que descobriu a verdadeira cor do carro. Que, por incrível que pareça, veio daqui:

O resultado obtido por Travis Bell é uma combinação exata de uma cor chamada TNT Express – que nunca foi uma cor de fábrica para carros, mas é usada por essa transportadora em seus veículos de entrega.

Então, que também me perdoem outros “especialistas”, mas ao que parece finalmente se chegou a um consenso a respeito da “verdadeira” cor do General Lee.

Mesmo assim, olhando mais de perto, por mais “famosa” que fosse, não era bem essa a cor que eu queria. Então fiz um verdadeiro catálogo de cores laranja para escolher a que mais me agradava, como contei lá no post O tom da cor, e junto com o “Seo Zé”, o funileiro, chegamos a um veredicto: Laranja Boreal, da Chevrolet. É bem como expliquei neste outro post: Agora vai!!!

Porém, ainda assim, acabei cometendo uma gafe, conforme o mea culpa que fiz lá no post A cor certa. Na realidade acabamos fazendo confusão com a palheta de cores e a que, de fato, foi utilizada para pintar o Titanic nem foi da Chevrolet, mas sim da Volkswagen: o Laranja Nepal.

Enfim, a diferença com todas essas cores anteriores é simples: ela é um pouquinho mais clara. E só. Mas é o suficiente para ter ainda mais destaque naquilo que todo Opala já costuma ser: “uma máquina de entortar pescoços”

😁

Nas entranhas do painel

Essa série de fotos é a pedido do virtual amigo opaleiro Floriano, o qual, neste post aqui, perguntou se eu teria fotos da parte do ventilador, sanfonas, e outros que tais, pois o Opala dele veio sem essas peças e, depois de muitas horas de desmanches, ele teria conseguido o suficiente para colocá-las no lugar. Mas, sem referência, ficaria meio difícil.

Bem, são fotos da parte interna do Titanic II – até porque o do 79 também sequer tinha essa parte de ventilação. Sim, também está faltando boa parte, mas talvez já ajude um pouco ao nosso amigo. Caso algum de nossos quase cinco leitores tenha alguma foto para ajudar a ilustrar a montagem, sinta-se à vontade para mandá-la para meu e-mail, que eu complemento o post aqui.

Começando pelo lado direito do painel, temos aquele suporte preto que vai preso na lataria, bem na entrada de ar da frente do veículo, na continuação do capô. Nesse suporte deveria haver uma mangueira conectada ao painel. Fui tirando do que dava (tem um emaranhado de fios lá embaixo, pô!), até chegar do outro lado, onde sequer esse suporte eu tenho.

Sei que é pouco, Floriano, mas acho que já dá pra ter um início de orientação…

Preparando uma biblioteca

É lógico que não dá pra ficar só no feeling quando vai se mexer em algo que não se conhece profundamente. O simples fato de desmontar algo e montar de novo, por mais que se tenha feito tudo exatamente igual, ainda assim não garante que vá funcionar…

Então, para que não se dependa única e exclusivamente dos “técnicos alheios” (quer sejam mecânicos, engenheiros, palpiteiros, etc), há que se ter em casa uma boa literatura.

E é por isso que temos essa seção aí do lado chamada Jogado no Assoalho. é nesse nosso cantinho vou deixar alguns livros, manuais, artigos de revistas e o que quer mais que me venha à mão e que possa ser útil para outros opaleiros de plantão. Aliás, aceito contribuições, tanto para aumentar minha biblioteca particular quanto para compartilhar com quaisquer outros interessados!

Por enquanto ficam aí três arquivos. O Manual do Proprietário referentes aos anos de 1974, 1978 e 1992 – que trazem três configurações totalmente distintas de Opalas, conforme se deu sua modernização.

Contando causos

SIM, eu sei que ando ausente. NÃO, eu não estou enrolando vocês. Até porque não teria sentido montar um blog desses somente para “passar a conversa” nos leitores, certo? Não ganho absolutamente nada com isso.

O negócio é que TODOS OS DIAS quando entro na minha garagem e vejo o pobre do Opala ali, me esperando, e me dá uma pontada doída no coração. E o tempo passa mais depressa do que imaginamos, pois já estamos em meados de outubro, ou seja, já tem quase dois meses que voltamos para casa e ainda não fiz NADA no coitado…

Bem, paciência. Eu sabia desde o início que não era só questão de dinheiro (o que não tenho) mas também de tempo (que tenho menos ainda que dinheiro).

Mas, no máximo, no início de novembro eu consigo retomar minhas atividades opalísticas.

Enquanto isso, senta que lá vem história

Coloquei aí do lado, na seção Jogado no Assoalho, o texto denominado Opel – As origens do Opala, copiado descaradamente da revista Opala & Cia nº 1. Enquanto aguardam os próximos capítulos da saga do Projeto 676, deliciem-se com esse texto histórico, reparando no porquê dos nomes dados aos veículos à época e sua similaridade com os daqui do Brasil.

Fugindo da cronologia

Um comentário totalmente “atemporal” nessa sequência de atualizações que venho fazendo: curioso como temos Opaleiros, literalmente, nos quatro cantos do país! Esse link aí do lado (tá lá na página principal) com um mapa-mundi nada mais é que o ClustrMaps e mostra o local onde se encontram os leitores deste blog, ou seja, de onde ele foi acessado no mundo (sim, eu disse “no mundo”). Quanto maior a bolinha vermelha, maior o número de acessos daquela região. Dá pra perceber uma certa concentração em São Paulo, mas também temos acessos no Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, Centro-Oeste e até mesmo uma solitária bolinha lá em cima, nos Estados Unidos!

Haja Opaleiro, véio!

(Em tempo: esses números não só são “zerados” a cada ano como também foram “reiniciados” com a mudança do blog para o atual endereço…)