Fim da mecânica pesada

Bom, para hoje o negócio é acabar de desmontar o diferencial, atualmente preso somente por dois braços – cada um deles chamado de “braço de controle superior”. Os pintadinhos de amarelo aí embaixo.

Soltá-los na parte de cima implicaria em eu ficar totalmente sob o carro – o que, na atual conjuntura, meu coeficiente de cagaço não permite…

Então soltar-los-ei na base. Cheguei ali no lado esquerdo e constatei: parafuso com cabeça de 15mm e porca também 15mm. Fácil. O lado direito já foi um pouco mais enroscado, mas nada que uma bela duma martelada na chave não resolvesse (com o cabo do martelo, é lógico).

Para tirar os parafusos, mais uma vez com o macaco jacaré, levantei todo o conjunto do diferencial – para que não despencasse tudo ou, pior, acabasse entortando um dos parafusos (caso eu tirasse um de modo que todo o peso ficaria concentrado no outro). O do lado esquerdo saiu na mão. O do direito, no alicate. Mas, ainda assim, tudo relativamente fácil.

O conjunto todo cedeu um tantico ao abaixar o macaco. Como não sou besta já havia deixado dois aros do meu antigo Fusca ali embaixo para sustentar a criança. Coloquei os parafusos individualmente de volta nos braços para não perdê-los.

As molas, conforme eu supunha, eram somente encaixadas. Tirei-as com as mãos e deixei-as de lado. Será que tem diferença da direita para a esquerda? Mais tarde penso nisso…

Só agora percebi que ainda não desmontei o sistema do freio traseiro… Mãos à obra!

Comecei com o freio de mão (já não sei mais se isso tem hífen…). O cabo de aço que prende as duas rodas à alavanca do assoalho funciona do mesmo jeitinho que um determinado tipo de um antigo freio de bicicleta (para quem não sabe uma das minhas primeiras profissões foi numa bicicletaria – já contei essa história aqui). Chave 13mm. Detalhe: não esquecer de soltar a mola que é presa no furo do parafuso. Após solto, usei a própria porca para deixá-la (a mola) presa no parafuso para que não se perca. Abaixo, o cabo antes de ser solto.

É aquela velha história: “quando a cabeça não pensa, o corpo padece”. Ainda que solto, o cabo de aço do freio de mão – que é inteiriço – passa SOBRE o escapamento, de modo que este teria que sair. Perguntem se eu o tirei? Nãããão! Ainda bem que atualmente ele está somente encaixado. Bicho grande esse! O comprimento dele dá praticamente o mesmo que o do Corsa, o carro da Dona Patroa!

Ainda falta o sistema de freio “normal”. Seu encaixe é exatamente do mesmo tipo que o das rodas dianteiras, mas com a diferença que há somente uma conexão alimentando ambas as rodas traseiras. No mesmo esquema de antes, uma vez solto o caninho bastou tirar a trava.

Agora, para tirar todo o conjunto de sob o carro é melhor eu soltar aquela barra estabilizadora que ficou dependurada. Chave 19mm. Eu tenho uma dessas? Nãããão! Mas o bom e velho espírito gambiarrístico persiste neste que vos tecla. Fui buscar as opções dentro do que tinha à mão e encontrei uma antiga chave de vela para motos na exata medida. E melhor: com uma haste de metal bem reforçada (coisas que os conjuntinhos de ferramentas de hoje em dia já não comportam). Bastou posicionar no ângulo correto, aplicar uma forcinha moderada e pronto! Quem mesmo disse “dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu movimento o mundo”? Creio que foi Arquimedes…

Sem a barra estabilizadora o espaço ficou liberado para puxar todo o conjunto de diferencial, agora já solto, para trás do carro. Aliás, resolvi colocar tudo num cantinho da garagem para não atrapalhar ninguém (até parece!) e deixei no mesmo local o diferencial, a barra estabilizadora e as molas.

Pensando melhor, seria bom também colocar toda a suspensão dianteira, já arriada lá na frente do carro, no mesmo cantinho. Na falta de alguém que pudesse me ajudar a levantar esse trambolho, chamei o ajudante de todas as horas, o filhote nº 1, já com 11 anos. Ainda assim seria pesado para ele. Como fazer? Peguei o jacarezinho (o macaco, lembram?) – que tem rodinhas – e coloquei uma das pontas nele. Enquanto o filhote puxava (ou melhor, guiava) um dos lados, ficou mais fácil de eu levantar o outro e empurrar até que tudo ficasse no devido lugar – praticamente sem ocupar espaço nenhum na garagem!

Nota: eu preciso me convencer disso para que possa tentar convencer a Dona Patroa…

Dentro da minha cabeça eu já tinha decidido deixar os amortecedores para beeeeeeem depois, haja vista que na minha primeira tentativa de soltar a porca de cima – à qual se tem acesso através do porta-malas do carro – percebi que todo o conjunto girava também. Ou seja, sem ter um apoio para segurar a parte de baixo, esta giraria junto com a porca de modo que eu jamais a soltaria. Confesso que cheguei até mesmo a cogitar um alicate de pressão – que não tenho (ainda) – mas não me era admissível uma solução tão bruta e burra para isso. Mas, de repente, quando nem mais estava pensando nissso, me deu um estalo: o parafuso era fendido! E se, pelo mesmo lado, eu fixasse a chave de fenda na parte fendida do parafuso e com uma chave de boca soltasse a porca? Batata! Saiu facilmente! Com a porca liberada, o amortecedor simplesmente caiu no chão, lá na parte de baixo.

Bem, ainda faltava tirar aqueles braços traseiros que ficaram fixados na lataria (os pintados de amarelo lá da primeira figura, certo?). Chave 15mm, pouca força inicial e o resto com a mão. Fácil, fácil.

Com isso a parte traseira agora está ok!

Heh… Quem já teve daqueles carrinhos de plástico dos mais vagabundos quando era pequeno? Daqueles que, além do corpo do veículo, tinha apenas as rodas presas num ferrinho que eram encaixadas no carrinho? Invariavelmente a gente perdia as rodinhas, ou elas não encaixavam mais, e ficávamos arrastando o carrinho no chão sem rodas mesmo em nossas brincadeiras. Pois é. Definitivamente, quando nós, homens, crescemos a única diferença com relação à nossa infância é que os brinquedos ficam mais caros…

Vejam só:

Eis uma questão interessante: desmontar o restante do sistema de freio (a parte do burrinho, lá sob o capô). Primeiramente soltamos os dois caninhos finos que ainda ficaram no equipamento. Após, apenas dois parafusos o prendem na lataria. 15mm. Mas acontece que o mardito está preso no pedal de freio, lá do outro lado. Depois de apanhar um pouco acabei entendendo que o conjunto sai inteiro, tendo, na verdade, que soltar o próprio parafuso que prende o pistãozinho no pedal de freio. E esse parafuso é preso com uma simples travinha. Agora sim, desmontando esse pedaço, saiu o restante. Eis, abaixo, o parafuso do pedal com sua trava e, em seguida, todo o coração do sistema de freios.

Já que estou com a mão na massa, no pique e minha coluna ainda não travou, resolvi aproveitar o embalo.

Tirei a bateria (o que ela ainda estava fazendo ali?), soltei os dois parafusos que prendem a direção lá embaixo, na caixa de direção (em amarelo, na figura a seguir), também soltei as hastes que prendem a coluna de direção na lataria, bem como a lata que separa o lado do assoalho do lado do motor (apenas três parafusos phillips de rosca soberba). Saiu tudo.

Depois disso ficou ainda faltando a caixa de direção em si (aquele “aparelhinho” no qual a a coluna de direção é presa – lembram do desenho em amarelo ali de cima?). Três parafusos passantes na lataria, dois de 17mm e um de 16mm.

Bicho carpinteiro me pegou. Ainda era dia e resolvi que ia puxar todo o chicote e, também, desmontar os pedais. Comecemos pelo último. É tudo um conjunto só, tanto o do freio quanto o da embreagem. Com a chave de 15mm fui soltando cada um dos sete parafusos que prendem essa caixinha até tê-la totalmente para fora.

Com isso praticamente tirei todo o restante da parte mecânica “pesada” que ainda estava preso à lataria.

Prossegui, então, com o chicote. Lá no início dessa missão eu tinha começado a marcar cada um dos fios com fita crepe e anotações do quê era ligado onde. Já há tempos cheguei à conclusão de que isso não iria adiantar nada – até pela quantidade de gambiarras, jumps e emendas que fui encontrando pelo sistema elétrico – de modo que “perdi o cuidado” no tocante a esse ponto. Desconectei as várias peças que ainda restavam penduradas no chicote por sob o capô, com muito jeitinho tirei a borracha de vedação que protege a passagem do sistema do chicote para dentro do veículo, com um tanto de força bruta puxei a ponta dele que ia lá para trás, no porta-malas, desliguei mais um tanto, puxei outro tanto e, sem arrebentar absolutamente nenhum fio (que já não estivesse arrebentado antes) tirei o danado.

Se pensarmos um pouquinho dá até para dizer que o chicote é basicamente o sistema nervoso do veículo… Tá, tá, posso estar forçando um pouco – mas sou um romântico, que fazer? Não possso deixar de comparar toda essa fiação do carro com a nossa “fiação humana”, posto que responsável pelos impulsos eletromecânicos que permitem colocar o automóvel em funcionamento. Nesse sentido, me sentindo meio que o Predador ao arrancar a coluna vertebral de suas vítimas, tenho a sensação de que agora meu bom e velho Opala 79 definitivamente entrou em coma profundo…

Resta apenas seu interior vazio…

Sua casca sem alma

Sequer rodas para andar…

Mas, como costumam dizer por aí, “pra ficar bom primeiro tem que ficar ruim”

E, pelo estado das coisas, este carro vai ficar ótimo!

Restam apenas algumas miudezas, fios, parafusos e penduricalhos para serem retirados e então ele finalmente estará pronto para um novo estágio.

O início da pintura.

Sexta-fotos

Já tem uns vinte dias, ao prosear com o povo lá d’A Turma sobre o passeio que fiz com minha família e o Poseidon, que acabaram me pedindo para mandar as fotos da “Velha Senhora” – a Variant 74 Marrom Caravela que meu pai tem.

Pois bem.

Esse veículo meu pai comprou lá pelos idos de 76 ou 77, com parte da indenização que recebeu quando fechou a Mecânica Rennó, empresa na qual ele trabalhava. E, de lá pra cá, só manteve. Já perdi a conta de quantas vezes ajudei-o a tirar o motor para arrumar algum perrengue…

A foto mais antiga que encontrei dela é essa aí embaixo, onde eu estou com uma onça empalhada, lá em Santa Rita do Jacutinga, MG, no final da década de 70.

A segunda, no alto de um morro em Campos do Jordão, SP, já é do início da década de 80. Eu sou o menorzinho ali, junto com minha mãe e irmãos.

E essa terceira, com a Brisa (cachorrinha que por quase vinte anos ficou com a família), é de meados da década de 90.

E todas as demais foram tiradas no último domingo, pela manhã…

Curiosidade inútil: dia desses, quando meu pai estava saindo de casa, meu filhote mais velho – o de onze – virou pra mim e falou que “a placa do carro do vô é daqueles dois que vivem brigando”. Na hora não entendi, mas depois, vendo a placa no carro já se distanciando, caiu a ficha: 4513. 45 e 13. PSDB e PT…

Finalizando o desmonte do agregado

Bem, mantendo a tradição de pelo menos a cada seis meses fazer algo (entenda-se: alfinetada em mim mesmo), eis aqui o complemento daquela desmontagem do agregado.

Ok. Uma vez decidido isso, dia de trabalhar.

Requisitos básicos: breja gelada – confere; ânimo pela bela vitória do Brasil sobre o Chile (motivo de estar cedo em casa, inclusive) – confere; trilha sonora inicial do Gun’s Roses – confere. Aliás, o som ambiente fornecido pelo Poseidon, via pendrive, através do “tocador de ême-pê-trêis” que mandei instalar. Detalhe do chaveiro do Batman ali em riba…

Assim, dando continuidade ao que este vagabundo que vos tecla deixou para trás, vamos terminar de retirar o agregado. Na prática ficou faltando somente soltar as conexões do fluido de freio. Segundo Seo Bento, vulgo meu pai, não haveria problema algum – sequer com vazamento -, bastaria soltar. Eis, assim, o penduricalho que deixei na garagem nos últimos meses depois da última mexida.

Na prática é essa bagacinha aí de baixo que vamos soltar, presa na lataria sabe-se lá Deus como, até porque tá escuro pra dedéu e tô sem lâmpadas reserva para colocar na extensão do ponto de luz.

Chave inglesa na mão, grande e generoso gole goela abaixo, cigarro pendurado no canto da boca e vamo que vamo!

Já deu pra perceber que temos que começar soltando primeiro a parte do caninho (aquilo é cobre?). Até porque o outro lado, o da mangueira, gira em falso. Uma vez solto, vai começar a gotejar fluido de freio (pô, pai!), então tire o tal do caninho pela lataria e deixe-o do outro lado. Não se esqueça da borracha de vedação que o prende na passagem pela lataria (dá pra facilmente tirar com uma chave de fenda). Aliás, não a destrua, como eu…

Ok. E agora, como vamos soltar a mangueira de borracha? Bem, ela é presa por uma trava na lataria, que a impede de sair. Uma chapinha, apenas. Basta um pouquinho de pressão e já libera.

Após repetir a operação do outro lado, já com as mangueiras liberadas é só tirar o conjunto todo de sob o veículo. Detalhe: essa merda pesa pra cacete!

Uma vez retirado todo o conjunto do agregado e com fluido de freio espalhado por tudo quanto é canto que se possa imaginar, partimos para a próxima breja, isto é, para o próximo passo. Agora já com AC/DC rolando.

Pois bem.

Olhando o diferencial – ainda que no breu em que se encontra a garagem – percebo que, em tese, devemos ter apenas dois pontos de contato para cada lado (senão não teria mobilidade e o efeito de amortecimento).

Um dos pontos seria aquela ponta de lança (bandeja? balança?) nas quais estão apoiadas as molas (parece-me também que as molas em si são apenas encaixadas). O outro ponto seria o próprio amortecedor, com acesso à sua parte superior através do porta-malas do carro – aquelas tampinhas de borracha ali dentro.

Decido soltar primeiro as balanças.

Medi a porca com a inglesa e um paquímetro. 20mm. Por sorte tenho uma chave de estria dessas. Após afrouxar as porcas, avaliando um pouco melhor, tenho a impressão que se eu soltar essas balanças primeiro a mola poderá empurrar todo o conjunto para baixo. Então o negócio seria soltar primeiro os amortecedores.

A parte de cima dos amortecedores é presa com uma porca de 17mm. Decido soltar a de baixo primeiro. Menor. 15mm. Após solto e sem arruelas ou porcas, bastou uma simples alavanca para que, conforme supunha, a própria pressão das molas (aliadas à força da gravidade) fizesse o conjunto descer.

Legal.

O conjunto não desceu por inteiro.

Parece-me que por causa de um braço longitudinal que dá firmeza ao dito conjunto. Vou tentar usar o macaco para levantar tudo e tentar soltar esse braço (e com o c… na mão se essa m… toda resolver cair). Foi mais fácil do que imaginava.

Contudo, após soltar o braço, ainda assim o conjunto não arriou. Parece-me, então, que verdadeiramente são as bandejas que seguram a estrutura (ainda que não faça muito sentido na minha cabeça). Tiremos, pois seus parafusos. Da bandeja, não da minha cabeça.

Levantei ligeiramente a estrutura com o macaco. Tirei as porcas das bandejas e bati levemente com o martelo até afundar (não queremos estragar a rosca, certo?). Já no limite, continuei com um punção. O parafuso estava saindo facilmente. Bem mais do que eu esperava. Segurei a estrutura com as mãos mesmo e já deu o ângulo para que o parafuso corresse livre. Tirei-o. A pressão das molas até que foi pouca e bastou abaixar as bandejas e remover o macaco.

Ainda assim a estrutura não desceu!

Catzo!

Olhando melhor (breu, escuro, lembram?) percebi que ainda existe um par de braços segurando todo o conjunto no meio da lataria. Ok. Faz sentido. Para cada lado seriam dois pontos para o amortecimento e um outro, central, como guia. O braço seguinte a ser solto é o danado aí de baixo, que dá pra ser visto logo atrás da mola.

Bem, para continuar a desmontança creio que neste momento falta-me luminosidade o suficiente, bem como sobra-me um tanto de bom senso para não fazê-la (ainda que o grau etílico usual esteja bem abaixo dos padrões da normalidade).

Mas, na realidade, tenho é um pouco de receio de continuar sem um ponto de apoio “mais” sólido. Tá certo que segurando a carcaça tenho quatro cavaletes que aguentam até uma caminhonete carregada, mas eu, sinceramente, me sentiria beeeeeeem mais seguro se tivesse a certeza absoluta de que nenhum desses cavaletes teria a mínima possibilidade de tombar.

Assim, só implementando o “berço de reforma” que já vim em algumas oficinas e fotos por aí. É algo que tenho em mente, do tipo de uma gaiola, que iria por baixo do veículo, sustentando-o, mas que teria quatro robustas “rodas malucas” (do tipo daquelas de carrinhos de supermercado). Com isso ficaria até mesmo beeeeeem mais fácil  de movimentar a lataria pela garagem e eu teria muuuuuito mais segurança de me enfiar sob o veículo.

Desse modo aproveitei para tirar as medidas do que seria essa gaiola. Entre os pontos laterais do carro (na direção do entre-eixos) temos 142cm. Na largura, na dianteira, 135cm. Já na traseira…. 135cm também! Boa medição! Como existe uma parte da longarina que se projeta um pouco para baixo na altura dos bancos dianteiros, será necessário respeitar pelo menos uns 7cm na altura.

E assim termino a brincadeira de hoje com um último gole na breja (terceira latinha) e ao som de “If you want blood, you’ve got it”

Dominguices

Em época de Copa do Mundo, os torcedores manifestam seu apoio à Seleção Brasileira de diversas maneiras. Uma família de Belo Horizonte (MG), por exemplo, resolveu demonstrar seu patriotismo passeando pelas ruas da cidade com um carro customizado, batizado de “Jipala” (junção da frente de um Jeep a um Chevrolet Opala).

O resto tá aqui.

Repararam lá atrás que ele tem até estepe?…

E o quê, cargas d’água, é aquela coisa no capô?

Desembreado

Você já ficou sem embreagem?

Já?

Putz, é horrível…

É que estava eu, há exatamente um mês atrás, em pleno sabadão, junto com a Tropinha de Elite (vulgarmente conhecidos como meus três filhotes: Escapou, Já Foi e Já Era), quando – do nada – o pedal de embreagem do Poseidon afundou totalmente.

A impressão é que ele tinha ficado travado, mas, na prática, ele só perdeu o efeito de mola que o próprio cabo lhe proporciona.

Olha, eu juro que tentei e me esforcei, mas sem ter conhecimento de causa de como funciona a “mecânica” da coisa, esse “mechânico” que vos tecla não tinha a mínima possibilidade de consertar a viatura…

Liguei para o bom e velho mecânico que havia dado uma geral no Titanic II e contei-lhe a saga. Ele mandou um assecla ajudante – já, inclusive, com uma travinha no bolso. É, o caboclo conhece bem da matéria e por telefone mesmo já tinha formulado o diagnóstico: o cabo escapou.

Acontece que a ponta do cabo da embreagem é presa no pedal num dos locais mais inacessíveis e mal iluminados que se poderia imaginar num veículo. O rapaz bem que tentou, mas sem ferramentas e iluminação a coisa não rendeu.

Resolvemos levar o carro para oficina. E lá fui eu, rezando para não pegar nenhum sinal vermelho e fazendo a mudança de marcha de ouvido, morrendo de dó das engrenagens do câmbio.

Ainda que aos trancos e barrancos a viagem foi curta e sem incidentes.

E lá, mesmo com todo o aparato necessário, ainda assim levou quase uma hora para conseguir encaixar a bagaça – que nada mais é que uma ponta de metal presa com um anel de pressão.

Tudo pronto, ponho a criançada pra dentro, engato a ré, ponho o carro pra fora, entro na primeira e o cabo sai na segunda.

Tudo igual.

Não andei nem cinco metros.

Com jeitinho, lá vai o carro pra dentro da oficina de novo (nesse meio tempo a Dona Patroa chegou e resgatou os pimpolhos).

Chegamos à conclusão que não iria adiantar simplesmente encaixar de novo, pois, fatalmente, acabaria escapando. O negócio era assegurar que o mesmo não saísse. Como? Colocando uma travinha na ponta do cabo.

Foi questão de tirar tudo de novo e, com uma broca bem fina, fazer um furo na cabeça do cabo. Isso feito, bastou encaixar tudo mais uma vez – inclusive com a arruela de pressão – e colocar a cupilha no local do furo, logo após a arruela.

Ficou perfeito!

Só para que entendam o que foi feito (e este registro tem o condão de ser uma dica de mim para mim mesmo em algum perrengue futuro), eis uma imagem de onde vai o cabo (em amarelo) e onde foi colocada a cupilha (em vermelho).

Farol de Milha x Farol de Neblina

Didática expllicação do “Prof. Caldeira”, lá d’A Turma

Não confundam farol de milha com farol de neblina…

Farol de milha – farol de longo alcance, acionado somente quando o facho alto está acionado seu foco é concentrado e direcionado para o mais longe possível. e para o centro da pista…

Farol de neblina (ou de nevoeiro) – curto alcance, foco disperso indo de uma lateral do carro até a outra, reforçando a iluminação das faixas de rolamento da pista e acostamento… geralmente fica numa posição mais baixa (para-choques) do veiculo…

A linha Opala teve ambos os tipos de faróis auxiliares

Nos pré-80 (acho que só a partir de 75, alguém confirme) tinha os de milha (redondinhos, ficam presos no para-choque e em frente a grade do radiador) e os de neblina (quadrados e na parte de baixo do para-choque. Os de neblina ficavam mais para os cantos, para iluminar melhor as laterais da pista, e os de milha ficam mais para o centro do carro com foco mais reto.

Nos 80-84 tinha os quadradinhos de neblina abaixo do para-choque.

De 86-87 vinha os de neblina nos Diplomatas, junto aos faróis principais.

Nos 88-92 vinha os de neblina incorporados aos faróis principais (no “triângulo”) entretanto o acionamento deles não vinham em todos sendo de série no Diplomata e opcional nos Comodoro.

Quando as picapes GM passaram a usar farol igual ao do Opala 88-92 o triângulo trazia na verdade um farol de longo alcance (milha) ao invés dos de neblina da linha Opala (repare que no Opala tem riscos verticais na lente, e nas pickups essa parte é lisa)…

Farol de neblina regula pras laterais (e abaixo do foco do farol baixo) e farol de milha regula igual o farol alto.

Solda complementar: Enquanto que o Farol de Neblina pode ser acionado apenas com a lanterna (“farolete”) e a chave de ignição, já o Farol de Milha (de longo alcance) aciona somente junto com o farol alto. O esquema de ligação do relê original GM é o seguinte:

– no pino 30 – fio pós chave (fio preto);
– no pino 86 – positivo da lanterna (fio cinza/preto,cinza/vermelho ou cinza/verde);
– no pino 85 – negativo (fio marrom) ou pode ser aterrado à lataria do carro;
– no pino 87 – saída para as lâmpadas do farol de neblina.