Farol de Milha x Farol de Neblina

Didática expllicação do “Prof. Caldeira”, lá d’A Turma

Não confundam farol de milha com farol de neblina…

Farol de milha – farol de longo alcance, acionado somente quando o facho alto está acionado seu foco é concentrado e direcionado para o mais longe possível. e para o centro da pista…

Farol de neblina (ou de nevoeiro) – curto alcance, foco disperso indo de uma lateral do carro até a outra, reforçando a iluminação das faixas de rolamento da pista e acostamento… geralmente fica numa posição mais baixa (para-choques) do veiculo…

A linha Opala teve ambos os tipos de faróis auxiliares

Nos pré-80 (acho que só a partir de 75, alguém confirme) tinha os de milha (redondinhos, ficam presos no para-choque e em frente a grade do radiador) e os de neblina (quadrados e na parte de baixo do para-choque. Os de neblina ficavam mais para os cantos, para iluminar melhor as laterais da pista, e os de milha ficam mais para o centro do carro com foco mais reto.

Nos 80-84 tinha os quadradinhos de neblina abaixo do para-choque.

De 86-87 vinha os de neblina nos Diplomatas, junto aos faróis principais.

Nos 88-92 vinha os de neblina incorporados aos faróis principais (no “triângulo”) entretanto o acionamento deles não vinham em todos sendo de série no Diplomata e opcional nos Comodoro.

Quando as picapes GM passaram a usar farol igual ao do Opala 88-92 o triângulo trazia na verdade um farol de longo alcance (milha) ao invés dos de neblina da linha Opala (repare que no Opala tem riscos verticais na lente, e nas pickups essa parte é lisa)…

Farol de neblina regula pras laterais (e abaixo do foco do farol baixo) e farol de milha regula igual o farol alto.

Solda complementar: Enquanto que o Farol de Neblina pode ser acionado apenas com a lanterna (“farolete”) e a chave de ignição, já o Farol de Milha (de longo alcance) aciona somente junto com o farol alto. O esquema de ligação do relê original GM é o seguinte:

– no pino 30 – fio pós chave (fio preto);
– no pino 86 – positivo da lanterna (fio cinza/preto,cinza/vermelho ou cinza/verde);
– no pino 85 – negativo (fio marrom) ou pode ser aterrado à lataria do carro;
– no pino 87 – saída para as lâmpadas do farol de neblina.

Empneuzando…

Depois da nossa viagem fiquei com um belo dum sifonáptero na parte posterior do pavilhão auricular…

Isso mesmo: uma pusta pulga atrás da orelha!

Por que cargas d’água (ou falta dela) o carro estava esquentando tanto?…

Daí, em função de uma reportagem de final de semana a respeito do óleo do motor no Auto Esporte – em especial no que diz respeito à borra (EI! Eu disse Borra, tá bom?) – fui dar uma checada na quilometragem da barca. Cinco mil e poucos. Na casca. Seria isso? Apesar de, muito provavelmente (melhor dizendo: descaradamente), a reportagem em questão ter sido encomendada pelo fabricante de óleo que “apareceu” por ali, o que iria ao encontro de outras opiniões na Net, faria sentido o óleo velho ou baixo causar um aquecimento em demasia no motor.

Ciente disso, neste final de semana fui trocar o óleo. Do motor, diga-se de passagem.

No costumeiro posto de gasolina onde, semanalmente, lavo o carro, tomo meia dúzia de latinhas e abasteço, desta vez também já resolvi fazer um “kit completo”: óleo, filtro de óleo, de ar, de combustível, enfim, o que dava pra trocar – que trocasse!

Tudo estava muito bem, sendo que, naquela tradicional levantada que dão no carro e a gente, achando-se um expert, se enfia por debaixo pra dar uma olhada em tudo, resolvi olhar pra um dos pneus.

E o pneu olhou pra mim!

Pisquei, incrédulo.

Um corte bem no meio de um dos pneus dianteiros, já parecendo um olho semiaberto (é dessa maneira mesmo que se escreve agora?).

Cocei a cabeça e olhei o restante.

O outro dianteiro já estava começando a aparecer a malha de metal.

Os traseiros ainda estavam inteiros – mas, considerando que aqueles pneus tinham sido frisados, na prática já deveriam estar também pra lá da curva do bico do corvo…

Cocei a cabeça de novo e pensei: cartão de crédito, aí vamos nós!

Fui pra loja de costume, onde sempre faço as trocas de pneus, amortecedores e freios da Família Chevrolata (até porque cliente “fiel” tem descontinho) e encarei quatro pneus novíssimos da Goodyear, 185/70/R14 – 88H. O Poseidon ficou até encorpado com aquela borracha toda!

Mas – problemas à vista!

Depois de tanta porrada na estrada para o trabalho, as rodas não estavam lá grande coisa (apesar de, sinceramente, eu não perceber – e olha que costumo ser chato com isso!).  Isso significava que não rolava um balanceamento sem antes consertar as rodas. De quebra deixaríamos de lado o alinhamento e nem pensaríamos na cambagem.

Confesso que fiquei frustrado com isso…

Mas, zuzo bem! Afinal de contas quem se mete a man-ter um carro como um Opala tem que estar preparado para questões como essas. Aliás, comparado à quantidade de coisas que ainda tenho que fazer no 79, isso não é nada!

Já tenho o endereço do “especialista em rodas” (não riam…) que vai resolver meu problema (parem de rir, pô!).

Durante a semana devo resolver o resto desse perrengue.

E, lógico, a pergunta que não quer calar: quanto saiu a bagaça?

R$300,00. Cada. Trezentão por pneu. Caro? Talvez. Mas, como o cartão aguenta, é o melhor.

Qual a outra pergunta?

Hein?

Você, aí do fundo?

Ah, sim…

Pneus remoldados…

Sim, são mais baratos. Bem mais baratos. Já tive quatro desses – nesse Opala mesmo – e não tive problema nenhum.

Mas vejamos DOIS pontos de vista sobre essa questão. Em primeiro lugar, o de um fabricante:

E, agora, o de um consumidor:

Pois bem, cientes de tudo isso, decidam por si próprios…

Atualização de arquivos: Agosto de 2008 encerrado a passos de tartaruga. Comecemos setembro…

Assentando um entendimento

Que fique claro: a Resolução 277 do CONTRAN não entrou em vigor hoje!

Isso porque entrou em vigor já há quase um ano…

Graças à mídia como um todo (que raramente esclarece) tenho visto um sem número de mães (tá, de pais também) correndo às lojas para compra de assentos elevatórios, cadeirinhas, cadeirões, etc. Até mesmo a Dona Patroa ficou com uma pulguinha atrás da orelha.

Mas vejamos algumas datas e prazos:

  • 28/MAI/2008 – foi elaborada a Resolução nº 277 do CONTRAN;
  • 09/JUN/2008 – foi publicada e entrou em vigor, sendo que as autoridades de trânsito somente poderiam adotar medidas de caráter educativo;
  • 04/JUN/2009 – início de campanhas educativas pelos órgãos e componentes do Sistema Nacional de Trânsito;
  • 09/JUN/2010 – é quando começa a fiscalização do uso obrigatório do “sistema de retenção para transporte de crianças”.

E, na prática, quem deve obrigatoriamente usar o quê?

  1. crianças com até um ano de idade – “bebê conforto” ou “conversível”;
  2. crianças com mais de um ano e até quatro anos – “cadeirinha”;
  3. crianças com mais de quatro anos e até sete anos e meio – “assento de elevação”;
  4. crianças com mais de sete anos e meio e até dez anos – cinto de segurança.

E, para todos os casos acima, sempre no banco de trás do veículo.

Entretanto, se seu pimpolho ou princesa tem mais de dez anos de idade, então, conforme o artigo 64 do Código de Trânsito, já pode tranquilamente ir no assento dianteiro, ok?

É bom avisar que se a petizada não estiver devidamente acomodada nos termos dessa resolução, então – conforme artigo 168 do Código de Trânsito – você estará sujeito a uma bela de uma infração gravíssima, com direito a retenção do veículo e, é lógico, multa. O código da multa é o 519-3, são 7 pontinhos na carteira e, atualmente, seu valor está no patamar de R$191,54.

Para que não restem dúvidas, bem como para os demais casos específicos dos quais não falei, segue a Resolução do CONTRAN nº 277, de 28 de maio de 2008, na íntegra – inclusive com os desenhos toscos do anexo…

CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO

RESOLUÇÃO Nº 277, DE 28 DE MAIO DE 2008
(Publicada no Diário Oficial da União em 09/06/2008)

Dispõe sobre o transporte de menores de 10 anos e a utilização do dispositivo de retenção para o transporte de crianças em veículos.

O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONTRAN, no uso das atribuições legais que lhe confere o Art. 12, inciso I, da Lei 9503, de 23 de setembro de 1997 que institui o Código de Trânsito Brasileiro, e conforme o Decreto 4711 de 29 de maio de 2003, que trata da coordenação do Sistema Nacional de Trânsito, e

Considerando a necessidade de aperfeiçoar a regulamentação dos artigos 64 e 65, do Código de Trânsito Brasileiro;

Considerando ser necessário estabelecer as condições mínimas de segurança para o transporte de passageiros com idade inferior a dez anos em veículos, resolve:

Art. 1º Para transitar em veículos automotores, os menores de dez anos deverão ser transportados nos bancos traseiros usando individualmente cinto de segurança ou sistema de retenção equivalente, na forma prevista no Anexo desta Resolução.

§ 1º. Dispositivo de retenção para crianças é o conjunto de elementos que contém uma combinação de tiras com fechos de travamento, dispositivo de ajuste, partes de fixação e, em certos casos, dispositivos como: um berço portátil porta-bebê, uma cadeirinha auxiliar ou uma proteção anti-choque que devem ser fixados ao veículo, mediante a utilização dos cintos de segurança ou outro equipamento apropriado instalado pelo fabricante do veículo com tal finalidade.

§ 2º. Os dispositivos mencionados no parágrafo anterior são projetados para reduzir o risco ao usuário em casos de colisão ou de desaceleração repentina do veículo, limitando o deslocamento do corpo da criança com idade até sete anos e meio.

§ 3º. As exigências relativas ao sistema de retenção, no transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, não se aplicam aos veículos de transporte coletivo, aos de aluguel, aos de transporte autônomo de passageiro (táxi), aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5t.

Art. 2º Na hipótese de a quantidade de crianças com idade inferior a dez anos exceder a capacidade de lotação do banco traseiro, será admitido o transporte daquela de maior estatura no banco dianteiro, utilizando o cinto de segurança do veículo ou dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura.

Parágrafo único. Excepcionalmente, nos veículos dotados exclusivamente de banco dianteiro, o transporte de crianças com até dez anos de idade poderá ser realizado neste banco, utilizando-se sempre o dispositivo de retenção adequado ao peso e altura da criança.

Art. 3º. Nos veículos equipados com dispositivo suplementar de retenção (airbag), para o passageiro do banco dianteiro, o transporte de crianças com até dez anos de idade neste banco, conforme disposto no Artigo 2º e seu parágrafo, poderá ser realizado desde que utilizado o dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura e observados os seguintes requisitos:

I – É vedado o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, em dispositivo de retenção posicionado em sentido contrário ao da marcha do veículo.

II – É permitido o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, em dispositivo de retenção posicionado no sentido de marcha do veículo, desde que não possua bandeja, ou acessório equivalente, incorporado ao dispositivo de retenção;

III – Salvo instruções específicas do fabricante do veículo, o banco do passageiro dotado de airbag deverá ser ajustado em sua última posição de recuo, quando ocorrer o transporte de crianças neste banco.

Art. 4º. Com a finalidade de ampliar a segurança dos ocupantes, adicionalmente às prescrições desta Resolução, o fabricante e/ou montador e/ou importador do veículo poderá estabelecer condições e/ou restrições específicas para o uso do dispositivo de retenção para crianças com até sete anos e meio de idade em seus veículos, sendo que tais prescrições deverão constar do manual do proprietário.

Parágrafo único. Na ocorrência da hipótese prevista no caput deste artigo, o fabricante ou importador deverá comunicar a restrição ao DENATRAN no requerimento de concessão da marca/modelo/versão ou na atualização do Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT)

Art. 5º. Os manuais dos veículos automotores, em geral, deverão conter informações a respeito dos cuidados no transporte de crianças, da necessidade de dispositivos de retenção e da importância de seu uso na forma do artigo 338 do CTB.

Art 6º. O transporte de crianças em desatendimento ao disposto nesta Resolução sujeitará os infratores às sanções do artigo 168, do Código de Trânsito Brasileiro.

Art 7º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeito nos seguintes prazos:

I – a partir da data da publicação desta Resolução as autoridades de trânsito e seus agentes deverão adotar medidas de caráter educativo para esclarecimento dos usuários dos veículos quanto à necessidade do atendimento das prescrições relativas ao transporte de crianças;

II – a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias após a publicação desta Resolução, os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito deverão iniciar campanhas educativas para esclarecimento dos condutores dos veículos no tocante aos requisitos obrigatórios relativos ao transporte de crianças;

III – Em 730 dias, após a publicação desta Resolução, os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito fiscalizarão o uso obrigatório do sistema de retenção para o transporte de crianças ou equivalente.

Art. 8º. Transcorrido um ano da data da vigência plena desta Resolução, os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, bem como as entidades que acompanharem a execução da presente Resolução, deverão remeter ao órgão executivo de trânsito da União, informações e estatísticas sobre a aplicação desta Re- solução, seus benefícios, bem como sugestões para aperfeiçoamento das medidas ora adotadas.

Art. 9º. O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os infratores às penalidades prevista no art. 168 do CTB.

Art. 10. Fica revogada a Resolução nº 15, de 06 de janeiro de 1998, do CONTRAN.

Alfredo Peres da Silva – Presidente do Conselho, José Antonio Silvério – p/Ministério da Ciência e Tecnologia, Rui César da Silveira Barbosa – p/Ministério da Defesa, Elcione Diniz Macedo – p/Ministério das Cidades, Edson Dias Gonçalves – p/Ministério dos Transportes, Valter Chaves Costa – p/Ministério da Saúde, Marcelo Paiva dos Santos – p/Ministério da Justiça

ANEXO

DISPOSITIVO DE RETENÇÃO PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS EM VEÍCULOS AUTOMOTORES PARTICULARES

OBJETIVO: estabelecer condições mínimas de segurança de forma a reduzir o risco ao usuário em casos de colisão ou de desaceleração repentina do veículo, limitando o deslocamento do corpo da criança.

1 – As Crianças com até um ano de idade deverão utilizar, obrigatoriamente, o dispositivo de retenção denominado ‘bebê conforto ou conversível’ (figura 1).

2 – As crianças com idade superior a um ano e inferior ou igual a quatro anos deverão utilizar, obrigatoriamente, o dispositivo de retenção denominado ‘cadeirinha’ (figura 2).

3 – As crianças com idade superior a quatro anos e inferior ou igual a sete anos e meio deverão utilizar o dispositivo de retenção denominado ‘assento de elevação’.

4 – As crianças com idade superior a sete anos e meio e inferior ou igual a dez anos deverão utilizar o cinto de segurança do veículo ( figura 4)

Uma GRANDE viagem

Tá.

Nem tão grande assim…

Mas é que fomos para Itu! 😉

É que já faz um tempinho que a Dona Patroa vinha cobrando pra gente sair, sei lá, vamos passear, vamos viajar, vamos para algum lugar, vamos para QUALQUER lugar, mas vê se VAMOS!

E eu, apesar de tudo, sou meio bicho do mato. ADORO ficar em casa. Mas ela tinha razão – eu já estou devendo isso a ela e não é de hoje. Que melhor momento para passeios senão agora, enquanto a criançada ainda é pequena o suficiente para querer sair conosco. Aliás, enquanto ainda cabem dentro do carro…

E toca a decidir para onde ir.

Ela resolveu Resolvemos que iríamos para Itu, pois ela não conhecia aquela cidade e fica do lado de Cabreúva, onde mora um tio dela. Assim, é lógico, levaríamos o pai dela também para que reencontrasse o irmão mais novo para um proseio – até porque meu sogro ficou viúvo há pouco mais de dois meses e é bom mantê-lo na ativa.

Para evitar o excesso do feriadão decidimos ir no sábado para, talvez, voltarmos no domingo (acabamos voltando no sábado mesmo). Como na véspera eu tinha feito um churrasquinho familiar (ou seja, só para a tchurminha de casa) ela aproveitou uma boa parte das linguiças que eu assei e preparou um bentô – lanche para viagem. Junte-se a isso alguns onigiris (bolinhos de arroz), sucos e bolachas e tudo estava pronto.

Ah, e sim. A Dona Patroa é japonesa. Sansei, na realidade. Mas, ainda assim, japonesa.

Meu cunhado, que é caminhoneiro, fez questão de nos emprestar seu GPS. Passamos cedo em sua casa e pegamos o aparelhinho. Nossa sobrinha disse que já havia programado direitinho o aparelho e bastava ligar no acendedor de cigarros para manter a carga e tudo certo.

Ops!

Acendedor de cigarros?

E quem disse que o do Poseidon estava funcionando?…

Decidimos levar assim mesmo.

Todos dentro, Dona Patroa na frente e meu sogro atrás junto com a criançada (santo carro espaçoso, Batman!), tanque cheio, hodômetro zerado e vambora!

Realmente esse tal de GPS é um bichinho (gadget) muito legal! Apesar da vontade, não tenho um porque simplesmente não o utilizaria no dia a dia. Nossa rotina é muito tranquila e, usualmente, sem viagens. Fixei o aparelhinho no vidro e a criançada ficou se atropelando no vão dos bancos para vê-lo em funcionamento.

Adoraram!

Enquanto funcionou…

Cerca de meia hora após nossa saída o maledeto soltou um bipe do tamanho de uma semana – que me fez pular do banco. E morreu. Totalmente sem bateria. Paciência, iríamos pelos mapas, mesmo.

Aliás, ainda bem que nunca resolvi participar de nenhum rallye de regularidade tendo a Dona Patroa como navegadora. Preciso mesmo dizer o porquê?…

O que importa é que, apesar dos desvios, das dúvidas quanto às entradas, das voltas e reviravoltas, chegamos. Aliás, alguém por aí se lembra daquela cena dos Incríveis em que o casal fica discutindo qual entrada deve pegar enquanto o acesso está cada vez mais próximo? E, na última hora, independentemente de qual tivesso sido a escolha, a discussão continua? Pois é. Igualzinho.

Aliás do aliás, antes mesmo disso, tenho que registrar um pequenino perrengue com o Poseidon…

Para quem se lembra do painel dos modelos 89/90, bem à esquerda temos o marcador de combustível e, logo do seu lado, o de temperatura. No mundo ideal quanto mais para cima estiver o ponteiro da esquerda e para baixo o da direita, melhor. Ou seja, o máximo de combustível e o mínimo de temperatura.

Mas não estava bem assim…

Depois de uns trinta quilômetros rodados, dei uma conferida na temperatura. Quase na metade. Pensei comigo mesmo: “comigo mesmo, esse mardito ponteiro não passa do assoalho, que é que está havendo afinal de contas?”. Talvez um pequeno vazamento para a água ter baixado? Dentro do motor? Não! Nem quero pensar nisso! Rompimento do selo? O negócio seria monitorar…

Apesar de um início quase que só de subidas (fomos pela Dom Pedro), a estrada possui muitas retas e longas descidas. E dá-lhe banguela! Meu pensamento: deixando o motor no mínimo giro e com o resfriamento natural a tendência da temperatura seria baixar. Deu certo. Assim, a cada vez que a temperatura ameaçava subir, bastava uma curta banguela e já se notava a diferença.

Ufa!

É lógico que somente depois que vi que o problema (em tese) estava resolvido, daí então comentei o “perigo” com a Dona Patroa… Eu, definitivamente, não valho nada…

Enfim, depois de uma calma viagem – com um ou dois pontos de chuva – de MUITOS pedágios (cada qual com seu preço), chegamos em Cabreúva, distante apenas meia hora de Itu. Paramos num posto, logo na entrada da cidade, não só para uma banheirada básica, como também para o famoso lanchinho…

Para não correr nenhum risco, dali mesmo a Dona Patroa ligou para o tio, que veio nos buscar. Ou melhor, indicar o caminho. Afinal de contas, chega de se perder na estrada!

Conversamos, proseamos, tomamos café, falamos mal da vida alheia, atualizei a árvore genalógica – afinal de contas é um de meus outros hobbies: a genealogia – e, após, fomos passear um pouco pelas redondezas do Distrito de Jacaré, mais exatamente onde eles têm uma banca de jornais. É lógico que a criançada se enfurnou nos gibis (outro de meus hobbies), afinal de contas, tal pai, tais filhos…

Depois de mais um pouco de proseio já estava na hora de prosseguir viagem. Aliás, esse negócio de “proseio” foi um sarro. Meu sogro praticamente só fala japonês, assim como o irmão dele. E meu sogro está bem surdinho, assim como o irmão dele. Desse modo, ficaram ali os dois irmãos, um de 78 e outro de 76 anos, conversando em japonês – sabe-se lá Deus sobre o quê – e duvido que um estivesse respondendo as perguntas do outro…

Enfim, só pra garantir, com o motor já totalmente frio, completei a água do radiador. Não foi muita coisa não, mas, creio eu, o suficiente para fazer a diferença. Nessa foto aí de baixo está este que vos tecla, o irmão de meu sogro (por incrível que pareça, é mais novo), meu sogro e sua cunhada.

Pois bem, dali fomos para Itu.

Cidade muito bonita e lamento sinceramente não ter me planejado melhor. Seria bastante interessante poder passear com calma em seu centro histórico e conhecer os quinze quintilhões de lojinhas que por lá pairam. Coincidentemente, em conjunto com os 400 anos da cidade (comemorados agora em 2010), estavam realizando o Primeiro Festival Nipo-Brasileiro da cidade.

Heh…

Juntou a fome com a vontade de comer.

Meu sogro gostou bastante das apresentações e, em especial, da comida…

Depois de enrolar um pouco (e comer mais um pouco ainda), continuamos o tour pelas redondezas. É lógico que não poderia faltar a famosa foto com o famoso orelhão de Itu. Com direito aos dois filhotes mais velhos logo abaixo.

Após comprar algumas lembrancinhas (turista é turista, não tem jeito), toca todo mundo de volta pra casa.

A preocupação da Dona Patroa agora era outra: combustível. Afinal de contas, tenho um passado que me condena. Dei uma olhada no hodômetro. Pouco mais de 190 quilômetros. Sossegado. Dá e sobra pra voltar. Em condições normais, no dia a dia, a autonomia do Poseidon era tranquilamente cerca de 430 quilômetros. Desde que não nos perdêssemos, estaria tudo bem.

Graças a Deus, meu velho e inseparável amigo, Murphy – ao menos desta vez – resolveu passar o feriado em algum outro lugar…

Assim, com tudo em paz, nossa viagem foi se findando sob um entardecer maravilhoso. E, melhor, ainda, dentro de um bom e velho Opalão.

Realmente o entardecer estava fantástico. Pena que não conseguimos uma foto melhor – mas bem que a Dona Patroa tentou!

No final das contas, já tendo caído a noitinha e com quase todo mundo dormindo (inclusive eu antes da parada para o café), ouvindo uma aconchegante música de viagem (sim, estou falando de AC/DC), cerca de 400 quilômetros depois aportamos em casa.

Doída a perna deste índio velho, mas nada que não fosse automaticamente anestesiado pela felicidade da petizada com a viagem.

Acho que o passeio pode ser resumido na frase de meu caçulinha, quando paramos para tomar o lanche, e ele – do nada – simplesmente me saiu com essa:

– Mamãe, eu sou muito feliz!

Nós também, meu filho.

Nós também…

Sexta-fotos

Estas fotos foram encaminhadas lá para A Turma (já nem sei quando foi) e, numa pesquisinha básica na Rede, deu pra descobrir que trata-se da Linha de Montagem da GM em Tarrytown, Nova Iorque, por volta de 1959. Apesar de toda a automação já existente à época, dá pra ver que ainda assim os veículos eram praticamentes “feitos à mão”…

Atualização de arquivos: Junho e Julho de 2008 já foram – entramos em Agosto…

Restauração de um Opala de Luxo 1974

É gratificante verificar como esse espaço se tornou também um ponto de compartilhamento de informações e de histórias de opaleiros – até porque a minha reforma mesmo segue mais devagar do que eu desejaria…

Seguem as palavras do amigo virtual e opaleiro Cristiano (que comentou neste post aqui):

Olá. Acompanho este site há uns 3 anos (é um site ótimo, trabalhos ótimos, parabéns ao dono), mas é a primeira vez que posto já que minha história é parecida. Há 3 anos atrás, comprei meu primeiro carro: um opala 74 que estava parado há anos em um galpão. O carro estava muito ruim, mas muito ruim, ruim mesmo(meu pai pagou o carro com um pneu de trator, de mano, pra vcs terem uma idéia).

Ele tinha sido batido no para-lamas (mas não afetou a estrutura), uma porta estava soldada no lugar e a outra impossivel de ser restaurada, faltavam vários frisos, forração, tanque, fundo do porta malas, não andava e como dizia um amigo meu: se eu ficasse preso dentro dele não precisava me preocupar, já que tinham uns “buraquinhos” no assoalho por onde dava para sair…

Por outro lado, tinha muitas peças originais como calotas, grade, frisos dianteiros, emblemas, câmbio em cima, painel completinho e ele estava alinhado…

Resumindo: levei 3 anos para deixar ele como eu sempre quis (com a ajuda do meu pai), perdi dinheiro com uns conversadores, me incomodei com mau profissionais. Tendo em conta que somos de classe média baixa (pra comparar, nosso outro carro é um 1.0 popular), considero uma vitória ter deixado esse opala todo original, um dos mais bonitos da cidade.

E olha: vale a pena! Eu entro na garagem a noite, olho para o carro e dou risada sozinho…é muito bom andar com esse carro.

Se tiverem curiosidade, fiz um vídeo do processo todo:

http://www.youtube.com/watch?v=njueIRsVYpI

Abraços e boa sorte.

Arrematando esse “causo”, lá no Youtube ele comenta que “Ainda faltam muitos detalhes, principalmente internos, que serão recuperados na medida do possível”.

Independentemente dos detalhes que faltam, temos que concordar: um excelente trabalho!

Hein?

Como é?

Você não consegue acessar o Youtube aí de onde está?

Não há problema! Segue o vídeo aí embaixo para vosso deleite… 😉

Atualização de arquivos: maio de 2008 finalizado – e a luta continua!