Então (como diria a Ju), estávamos todos indo de carro para casa de meus pais num domingo à tarde. Meu filho mais velho, do alto de seus sete recém-alfabetizados anos, lá do banco de trás me perguntou:
– Paiê?
– Fala, Kevin.
– Sabia que quando o Chico Bento fala “ocê”, se a gente falar de trás pra frente, dá “eco”?
– Isso mesmo filho. E “Ana”, como é que fica?
– Ana!
– E Arara?
– Arara!
– Pois é. Tem um monte de palavras e frases, como “subi no ônibus”, que fica igual tanto se você ler de trás pra frente quanto de frente pra trás, sabia?
– Eu sei, pai. Isso se chama palíndromo!
MEU DEUS! O que estão ensinando às crianças nas escolas nos dias de hoje? Ainda me lembro (aliás, tenho até hoje) da minha cartilha “Caminho Suave” que usei na primeira série! Essa “coisa” de palíndromo eu só fui saber que tinha nome lá pelo ginásio.
Pois é gente. A figura de papai-sabe-tudo definitivamente está se tornando obsoleta…