Bem, e pra arrematar o dia, segue uma pequena estória…
“Num jantar no fim-de-semana me perguntaram por que não havia filmes de tribunal no Brasil (aqueles com um julgamento, escritórios de advogados etc). Olhem, não sei. Mas desconfio que:
1. O filme levaria 8 horas até esgotar todas as instâncias, recursos, embargos, apelações e agravos.
2. Ninguém acreditaria no Tony Ramos vestido de juiz, com aquela peruca de cachinhos brancos, batendo com um martelinho na mesa e gritando: “Ordem no Tribunal! Ordem no Tribunal!”
3. A cada 15 minutos de filme o juiz seria promovido, sairia de férias ou desistiria da carreira, e seria substituído por outro (dessa vez o Tarcísio Meira de peruca…).
4. A cada 30 minutos o Judiciário inteiro entraria em greve.
5. Toda a discussão do processo giraria em torno da falta de uma guia de custas ou do significado de uma vírgula numa alínea de um parágrafo de um artigo do Código Penal.
6. As alegações dos advogados seriam recheadas de expressões do tipo outrossim, destarte, encômio, prolegômeno, nobres causídicos, ilustres membros desta casa do saber jurídico etc.
7. Os juízes dormiriam ou conversariam entre si durante as sustentações orais.
8. E ao final, depois de 8 horas de palavrório inútil, o bandido seria inocentado em um Tribunal de Brasília e entraria com uma ação de danos morais contra os seus acusadores.”