Como eu já disse antes por aqui, meu pai é o mais velho de doze irmãos. Isso gera algumas situações interessantes, como sobrinhos mais velhos que tias, primas mais novas que netos, etc. Na linha de minha primaiada, as mais novas são as gêmeas, Sara e Sabrina, nove anos de idade e carinhosamente apelidadas por mim de Pimenta e Pipoca.
Por quê? Vou dar um exemplo. Como me autonomeei Genealogista da Família, Guardião de Histórias ou simplesmente Colecionador de Causos, me sinto no dever de compartilhar com o mundo essas curiosidades.
Juntamente com os pais e o casal de irmãos mais velhos, elas moram numa chácara nos arredores da cidade – que já não são tão arredores assim, pois a cidade simplesmente está envolvendo esse pedaço de terra. Num belo dia seu pai as estava procurando pela propriedade.
– Sara! Sabrina! Cadê vocês?
– Oi, pai! – Ouviu-se a voz da Sara, vinda do alto.
E lá em cima, no último galho de uma mangueira, estava encarapitada a menina, toda alegre e orgulhosa por sua façanha.
– Sara, minha filha… Será possível? Desse tamanhinho você já quebrou um braço, uma perna e o braço de novo. E agora está aí em cima! Você não tem juízo, minha filha! Por que você não é comportadinha como a sua irmã, a Bine?
– Mas a Sabrina também tá aqui em cima!
E logo no galho de baixo, saindo do meio da folhagem, aparece a Sabrina, dando um tchauzinho lá pra baixo.
– Oi, pai!
É mais ou menos esse o gênio dessas duas levadas das breca, minhas adoradas priminhas caçulas…