Essa eu juro que não aconteceu comigo, mas sim com um grande amigo e seu pequeno petiz de tenros cinco anos de idade (o que, aliás, comprova a teoria de que efetivamente, independente do endereço, criança dá trabalho).
De repente, não mais que de repente, o pequenino encontrou lá um lápis, um pauzinho, ou algo similar e saiu pela casa afora, realizando um pequeno ritual. Um dos primeiros lugares foi a cozinha. Chegou, com aquele olhar distante, ar compungido, e mirou sua mãe de alto a baixo.
– Que foi filho? Que é isso? – já perguntou ela com um meio sorriso nos lábios.
(Suspiro profundo) – Deus b’çoe essa cozinha. Em nóm do pai, do fio, espanto, amém.
E deu-lhe as costas (ignorando as gargalhadas que ficaram pra trás), seguindo rumo aos demais cômodos da casa e consagrando-os um a um.
Até que chegou no banheiro.
E lá estava seu pai numa posição, digamos… concentrada. Pensando na vida. Resolvendo os problemas do mundo. Tá bom, tá bom, cagando mesmo.
Ainda assim, isso não o abalou. Recomeçou seu ritual.
– Deus b’çoe esse banheiro. Em nóm…
– Ô filho, dá um tempinho pro papai, vai. Agora papai tá ocupado, tá fazendo cocô…
– Então Deus b’çoe o cocô do papai. Em nóm do pai, do fio, espanto, amém.
E, cumprida a missão, foi embora, deixando seu pai perplexo.
E agora?
Dava ou não dava descarga?
Afinal de contas aquela matéria havia sido transubstanciada pelo seu próprio filho em merda benta…