A concorrência tá braba! Mais uma vez eu havia resolvido escrever sobre algo e me aparece outro distinto falando sobre a mesma coisa! Só desculpo porque é o Mino Carta… 😉
Mais uma, em 11/07/07, sob o nome de Epistolar, direto da Olivetti:
Papa Ratzinger mais uma vez prova o retorno de sua igreja ao Concílio de Trento. Acaba de dizer que a católica é a única verdadeira, fundada por Cristo e a ele definitivamente unida por causa do sacerdócio e da eucaristia. Entendo o raciocínio (disse e repito, o raciocínio) em relação à hóstia, que representa o pão da Última Ceia, corpo de Cristo. Não entendo a referência ao sacerdócio. Estaria aludindo ao celibato dos padres? E quem determinou que o nazareno era a favor do celibato? Que grande oportunidade seria entrevistar o pescador Pedro para saber o que de fato pregava o mestre. Infelizmente carecemos de um Evangelho segundo Pedro. Acho que cairíamos das nuvens a cada resposta, estarrecidos diante do que a Igreja fez para estabelecer-se como poder temporal, inescapavelmente terreno, ao adaptar lições de igualdade, tolerância e amor ao próximo a desígnios frequentemente brutais. Outra entrevista que me agradaria sobremaneira fazer é com Martinho Lutero, o santo da justa rebeldia. Não se espantem se um dia desses eu conseguir fazê-la.
Triste, muito triste… Num momento em que entes influenciadores de opinião deveriam prezar pela união… Bom, deixa prá lá.
No entanto, segundo a Wikipédia, o Evangelho de Pedro foi descoberto em 1886, no Egito, e foi motivo de grande constrangimento para Serapião (190-221), bispo de Antioquia. ELE CHEGOU A PERMITIR QUE ESTE EVANGELHO FOSSE UTILIZADO PELA IGREJA DE SUA REGIÃO, MAS ARREPENDEU-SE QUANDO SE DEU CONTA QUE SEU TEOR ENSINAVA DOUTRINAS GNÓSTICAS.
Segundo o Aurélio, amigão meu (rs), o gnosticismo é um posicionamento filosófico-religioso surgido nos primeiros séculos da nossa era e diversificado em numerosas seitas, que VISAVA CONCILIAR TODAS AS RELIGIÕES E A EXPLICAR-LHES O SENTIDO MAIS PROFUNDO. Relaciona-se o gnosticismo com a cabala, o neoplatonismo e as religiões orientais.
Agora, o mais interessante, é que os livros apócrifos, como o Evangelho de Pedro, foram rejeitados pela Igreja por não serem inspirados pelo Espírito Santo (!) por serem fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e outros personagens bíblicos (!!), ou por possuírem heresias, especialmente os evangelhos gnósticos (!!!).
Conclusão, segundo o Catolicismo, o apóstolo Pedro, aquele que Jesus nomeou como pedra que edificaria sua Igreja (Mt 16,18), não possuía inspiração Divina, era fantasioso e herege.
Estou confusa.
Que minha mãe não leia esse comentário…
PS.: Desculpe o falatório, precisava desabafar…
Absurdos, absurdos e absurdos, primeiramente Cristo não fundou qualquer Igreja, nem tampouco esforçou-se para se tornar religioso, Ele tão somente buscou a Verdade das Verdades, contradisse e lutou muito pela libertação do povo, que praticamente sofria grande escravidão psicológica e existencial. Mas sabe que lendo textos como este que você transcreveu, me remete ao pensamento de que muita gente na verdade, busca a crítica pela crítica, não que este tal de Mino esteja equivocado em suas observações (embora particularmente não compartilhe desta relevância da “óstia”, cujo gosto nunca sequer experimentei, e nem por isto me considero condenado ao fogo do inferno), mas falta mostrar a outra face, falta talvez interesse de pesquisa, afinal, os Apócrifos existem sim, temos o de Madalena (na verdade Mirian), Judas, Tiago e ainda outros textos de referência histórica que responderiam às indagações do “Crítico” e dariam mais propriedade ao mesmo para falar de tão importante assunto. Com relação ao sacerdócio, novamente me decepcionou a referência feita ao celibato, primeiro que não foi isto que o Papa disse, ele menciona “sacerdócio”, cujo significado vai além da normativa Canônica, podendo ser interpretado como uma missão nobre, superior, honrosa, a qual todos somos capazes, afinal, segundo nosso irmãozinho Cristo: “Ide e pregai” e não disse isto para a Igreja, mas para o mundo todo. Então caro amigo, não acredito que o autor do texto tenha entendido realmente o “raciocínio” com relação à óstia, pois se atém à superficial referencia da santa ceia, sem considerar a mensagem por trás daquela ação e palavras, e no tocante ao sacerdócio, repito, foi muito infeliz ao minimizar sobremaneira, para o campo físico e sexual da coisa, algo tão Divino e libertador, que é a divulgação da Verdade e ela, é o Amor.
Milena, excelente pesquisa! Enriqueceu – e muito – a notícia. Mas se você está confusa, imagine então o resto da humanidade…
Evandro, o autor do texto original em nenhum momento foi taxativo: apenas demonstrou suas impressões e interpretações acerca de uma determinada notícia – então acho que dá pra guardar as clavas e archotes, ok? Mas o ponto nodal da coisa é a simples afirmação – não do autor, mas do papa (pra mim com “p” minúsculo mesmo) – de que a igreja católica seria a “única” verdadeira…