E então foi feito um super hiper ultra mega blaster advanced plus evento para o lançamento mundial do sétimo (e último?) livro da série, cujo título é “Harry Potter and the Deathly Hallows” (Harry Potter e as Relíquias da Morte).
E então esse lançamento se daria de forma sincronizada em todo o mundo sob a batuta da autora, J. K. Rowling.
E então, alguns dias antes, alguém conseguiu burlar o esquema de segurança, fotografou TODAS as páginas do livro e – adivinhem? – disponibilizou na Internet!
E então a brasileirada, não contente em ter somente a versão em inglês em mãos, e ainda ter que esperar até novembro para que a editora Rocco, por intermédio de Lia Wyler, tradutora oficial da série, se dignasse a publicar o livro, bem, o que eles fizeram? O impensável: reuniram-se virtualmente e através do trabalho em equipe traduziram TODO o livro. Ah, sim, em tempo recorde.
Detalhe: desta vez a ação se deu sob a batuta de Isadora, internauta, fã da série e que tem apenas 14 anos!
Várias lições podem ser tiradas do episódio: desde que haja um ideal comum, qualquer que seja, tudo é possível; “A informação quer ser livre”; internautas unidos jamais serão vencidos; e outras quaisquer interpretações que se aventurem a atribuir ao ocorrido…
Mas o fato é que, assim como o mercado fonográfico, o mercado editorial não está preparado para “lidar” com essa tal de Internet e, menos ainda, com essa teimosa liberdade de expressão que ela proporciona.
Pirataria? Sim. Crime? Sim. Os internautas deixarão de agir assim? JAMAIS! A lei brasileira já é retrógrada no que diz respeito aos direitos autorais e essa situação só piora quando falamos dos meios digitais. Esse foi apenas um pequeno exemplo de como as coisas podem ficar confusas não pela falta, mas pelo excesso de regulamentação. Quanto maior for a intenção de se deixar algo devidamente organizado e ordenado, de uma forma diretamente proporcional, maior será a probabilidade de que tudo isso dê com os burros n’água, principalmente em função daqueles que não se permitem vergar a tais situações.
Bem, enfim, o “estrago” está feito. O curioso é que, de forma surpreendente, a editora Rocco não se incomodou muito com tudo isso. Demonstrou apenas que possui uma séria expectativa de que “fã que é fã vai comprar o livro oficial”.
Bom, muito bom.
Eu, certamente, farei isso.
Aliás, não adianta procurarem o livro para download. Ele não está em nenhum lugar provável na Internet. Mas quem resolver se aventurar nos cantos mais improváveis da Rede, pode ser que ache alguma cópia por aí. Elas estão indo e vindo, aparecendo e desaparecendo, nos mais variados sites. Um bom lugar para iniciar uma busca é no próprio Orkut.
É certo que talvez o texto final possua alguns erros de português e até mesmo de tradução. Mas nada disso é intransponível para um “verdadeiro fã”…
De minha parte, o meu arquivão pê-dê-éfe já está garantido, devidamente downloadeado e arquivado nas catacumbas do meu computador! 😀
Como já dizíamos, *a revolução não será televisionada*.
Piratas do mundo todo, uni-vos!
Piratas? Pra que restringir? Bucaneiros, corsários, filibusteiros e todos os outros integrantes da ordem continuarão se reunindo e aprontando nesta Ilha de Tortuga que é a Internet…