Sobre reformas constitucionais

Nota do IOB Jurídico, de 25/01/08, com as opiniões do constitucionalista Marcelo Neves a respeito da proposta de convocação de uma Constituinte exclusiva para reforma do sistema político (grifos meus):

Em primeiro lugar, o que o Brasil precisa basicamente não é de reformas de textos constitucionais, mas sim de concretização constitucional. Já passamos de meia centena de emendas constitucionais, mas os problemas básicos do Estado brasileiro persistem: corrupção sistêmica do direito e da política contrariando as exigências do Estado de direito; ampla exclusão social contrariando a realização generalizada dos direitos fundamentais. De certa maneira, essa compulsão reformista em relação ao texto constitucional é mais um episódio de constitucionalização simbólica, ou seja, trata-se de uma reconstitucionalização simbólica permanente. Constitui, antes, álibi para fracassos, não contribuindo para a solução dos problemas cruciais do Estado brasileiro. E reforma do Estado não se confunde com reforma de textos constitucionais, dependendo, no caso brasileiro, de reorientação das expectativas e dos comportamentos de agentes públicos e privados no sentido da concretização constitucional.

(…)

Em suma: o que se impõe, antes de tudo, é que tomemos nossa Constituição a sério.

Cursos gratuitos na Rede

Com tantas “atitudes”, “propostas”, “investimentos”, “cursos” e outros caça-níqueis da mesma estirpe espalhados por aí, quer seja no mundo real, quer seja no mundo virtual, acaba sendo uma grata surpresa descobrir uma quantidade razoável de cursos verdadeiramente gratuitos existentes na Rede.

Tá certo que alguns são até meio incipientes (tosqueira mesmo), mas cavucando bastante até que dá pra achar muita coisa boa espalhada por aí. De mais a mais convém lembrar que eu posso estar sendo meio míope na análise, pois às vezes é difícil mensurar a qualidade de algo que você já conhece bem, mas que tenha sido escrito para principiantes…

Na página do Instituto Embratel tem algumas coisas interessantes, pois, além de outros projetos, podemos encontrar o Ponto Comunidade, que tem um acervo de imagens e vídeos; o Centro de Convergência de Novas Mídias (UFMG), que possui cursos de HTML, CSS, MySQL, PHP e Wiki; e ainda o Embratel Educação, com cursos para navegadores de primeira viagem, Linux, Editor de Texto, Planilha Eletrônica, Apresentações e Correio Eletrônico.

Já no idealgratis existem vários cursos, apostilas, manuais e e-books, sobre os mais diversos assuntos: pessoal, alimentação, informática, artes, dinheiro, música, jogos e esportes, etc. Mesmo o maldito acento circunflexo que colocaram na letra “o” do tema telefonia não compromete a integridade dos cursos, que parecem ser do tipo “rápido e fácil” – tem até um de como melhorar seu beijo … (pra mim não, obrigado; ainda não tive reclamações…) :D

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (cujo portal foi feito para travar qualquer computador) possui um tal de ambiente Educação SEBRAE, com cursos de nomes sugestivos, tais como “Iniciando um pequeno grande negócio”, “Como vender mais e melhor”, “D’Olho na qualidade”, dentre outros. Para fazer qualquer dos cursos é necessário se inscrever on-line. Como não tenho tempo nem paciência para esses temas, fica combinado que quem for lá e verificar por si mesmo depois volta aqui e me conta, ok?

Na mesma linha temos o CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola que possui vários Cursos e Atividades, tais como atualização gramatical, currículo sem segredo, lógica e produtividade, produção de textos e outros mais – mas atenção: também há inscrição prévia e a gratuidade do curso é garantida para “estudantes cadastrados para estágio no CIEE”. Não tive curiosidade nem paciência para checar isso. Até pelo pré-requisito básico: computador com acesso à Internet com Windows 98, 2000, ME ou XP. E só. Quem for lá que não se esqueça de voltar e me avisar como é.

Já para colocar seu inglês, ou francês, ou espanhol ou mesmo o próprio português em dia, nada melhor que o Weblínguas. Seu método de aprendizado através de e-mails semanais e com suporte on-line quando necessário até que é razoavelmente eficiente. Sim, também precisa se cadastrar. Não, ninguém precisa me contar como é – desse eu já participei há alguns anos…

Curso de Português do Prof. Hildebrando A. de André (seja lá ele quem for) acaba sendo interessante mais pelas dicas de acentuação, concordância gramatical, etc, que pelo curso em si…

Projeto Aprenda em Casa traz vários cursos relacionados à informática, sendo que em alguns precisa se cadastrar, em outros não. Atenção, pois alguns foram “descontinuados” (odeio esse termo).

E, na linha de informática, temos também um Curso de Hardware Básico, disponibilizado pelo Laércio Vasconcelos – figura já bem conhecida no mundo digital desde a época do bom e velho Clipper Summer 87

Aliás, especificamente no Mundo dos Arquivos, onde você pode achar praticamente de tudo para download, temos um tal de Curso de Hacker em vídeo-aulas + apostilas + programas. Bastante divertido, por sinal!

Temos, ainda, disponível para as mais diversas consultas nas mais diversas áreas, a própria Wikipédia, uma vasta enciclopédia comunitária on-line que é atualizada a todo o momento – e não confunda com a Uiquipédia, que se auto-entitula uma “desciclopédia”, que nada mais é que uma grande (e bem-humorada) sacanagem on-line…

E, na área de direito, temos o JurisWay, que eu não necessariamente chamaria de curso gratuito, pois, na minha opinião, está mais para uma disponibilização de textos, seminários, artigos e matérias diversas na área de direito, mas também com umas pitadas na área da língua portuguesa. E que era o que eu estava procurando desde o início! Especificamente uma questão sobre Direito Contratual.

Estão vendo como tudo que a gente faz pode acabar rendendo uma boa prosa?

Ou, no mínimo, dá um post!

;)

Você conhece seu amor?

Perolazinha extraída lá do blog da Fernanda Barreto, em nem tão transitiva e direta assim… , num post de 14/01/08:

Sempre fico tensa com discussões amorosas. Dedos em riste apontam a incapacidade que temos de nos perceber humanos, míseros. Esta tendência rasa em enxergar o outro como um ser encerrado e estanque. Você mudou, acusa o homem. Quem mudou foi você, rebate a mulher.

(…) 

Crer que conhecemos alguém é supor que o mundo é inerte. A verdade é subjetiva – e os que não concordam com isso reforçam essa ideia.