E eis que meu primogênito, logo cedo, do alto de seus oito anos, estava sentadinho ali do meu lado a fazer suas tarefas de matemática.
– Paiê?
– Oi filho.
– Sabia que, na tabuada do cinco, se eu dividir o primeiro número por dois, basta acrescentar o zero que daí eu tenho o resultado?
– CUMÉQUIÉ?
– Por exemplo: se eu tiver seis vezes o cinco, basta eu dividir o seis por dois e colocar o zero na frente – daí dá trinta.
Pensei um pouco na lógica da coisa, e não é que ele tinha razão? Ao dividir o primeiro por dois, implicitamente estou dobrando o segundo, entrando assim na tabuada do dez…
– É filho. Muito bem. Mas essa regra não funciona sempre não. E se fosse sete vezes o cinco, por exemplo?
– Fácil, pai. Daí, na hora de dividir por dois eu tiro o restinho e ponho cinco no final!
Pensei de novo nessa lógica. Ainda que torta, fazia sentido. Afinal, todo múltiplo ímpar de cinco termina em cinco mesmo.
De fato. Entre decorar a tabuada e criar uma regrinha divertida para as respostas, fique com a segunda opção. Afinal, como dizia um antigo amigo meu – o Braz da Viola – todo preguiçoso é um inventor nato, pois precisa pensar num jeito de ter menos trabalho…