Eu, sinceramente, não sei o porquê de ainda me surpreender.
Parece que a capacidade do ser humano em tentar tirar vantagem do próximo suplanta – e muito – sua capacidade para tentar fazer o bem.
O fato é que encontrei, jogado na rua, um título a pagar. Estava tudo ali: boleto, ficha de compensação, recibo do sacado e um endereço beeeeem distante do de casa. Achei curioso. Ainda não tinha passado a data de vencimento. Talvez fosse questão de encaminhar para o verdadeiro dono…
Mas, ao ver o teor do “documento” eu entendi o motivo pelo qual o mesmo deve ter sido jogado fora.
O “credor” (com conta no Bradesco, é lógico) se apresenta como uma mera prestadora de serviços. Até onde dá pra suspeitar, deve tratar-se de uma firma que “compra” e “negocia” débitos de terceiros para cobrança. Daí, o infeliz a pessoa – que deve estar com o nome devidamente incluído no SPC/SERASA – faz o pagamento (que poderia ter sido efetuado diretamente junto ao verdadeiro credor) e aguarda pacientemente a “negativação e reabilitação” de seu nome (que também será feita pelo verdadeiro credor, não pela empresa de cobrança).
Ou seja, com o título na mão e, talvez crente de que esteja fazendo o melhor negócio do mundo, o pseudo-devedor paga e dá lucro para esses exploradores da boa-fé alheia.
Por que eu acho isso?
Vejam só a proposta da “empresa”, obtida através não sei de qual matemáGica:
“Seu débito atual é de R$3.416,93.
Seu débito com super desconto é de R$241,76.
Opções de Refinanciamento:
Entrada de R$361,28 + 6 X de R$192,62.”
Daria para alguém em sã consciência levar a sério uma proposta estapafúrdia dessas? Qual a credibilidade de um cálculo totalmente fantasioso como esse?
O problema é que sempre tem um desavisado que cai.
E paga.
E a tal da “empresa” continua fazendo suas cobranças.
E nada muda.
E percebo que o que tem imperado ultimamente no mundo que me cerca é um misto de hipocrisia, arrogância, futilidade e vaidade.
E a já bastante abalada pequenina chama de fé que ainda consigo ter nas pessoas se reduz cada vez mais.
Como já dizia o cantor: “Pare o mundo que eu quero descer!”…
Caro copoanheiro, a filhadaputice (sorry, não tem outro nome) não tem limites. Se quer exemplo de mau gosto, cinismo, hipocrisia, cara-de-pau, desaforo, desfaçatez, arrogância, desplante, pouca vergonha, insolência, imoralidade, indecência ou, numa palavra, *nojento*,tá aqui:
http://www.bluebus.com.br/show/2/86289/usando_a_miseria_para_vender_o_luxo_quase_nao_da_pra_acreditar
(Se não quiser estragar seu dia, deixe pra lá e clique outra hora.)
Pois é, meu caro. E olha que você nem usou um décimo dos adjetivos que sei que você conhece para descrever essa bobagem inominável…