Saborosos trechos de uma crônica de Márcio Alemão, publicada na Carta Capital de 17/12/08, que dão o respaldo necessário para todos aqueles que ainda tenham receio ou vergonha de tentar saborear um vinho perto de algum entendido:
Repetindo o que digo sempre por aqui, para gostar de um bom vinho não se faz necessário curso ou leitura. É tomar e gostar. Centenas de detalhes podem, ou não, ser ressaltados pelos bons entendedores. Para pessoas simples, como eu e a leitora, o que vale é a sinceridade. Repito também: experts foram criados para justificar a existência de vinhos medíocres. “Apresenta certa elegância, relativa persistência e taninos com pequenas arestas. Harmonizará bem com pratos igualmente safados.”
(…)
Portanto, a leitora pode ficar tranquila. Se ninguém na casa gostou do vinho e todos gostam de apreciar um bom vinho, aquele não era um bom vinho. O erro comum que ela cometeu e que muitos cometem é acreditar que todo vinho feito na França é bom.
não disconcordo de nada que ele falou, mas um detalhe me saltou, e justamente indo contra o posicionamento que ele defende: a pretensa humildade dos entendidos.
o márcio alemão dizer-se, dentro do tema, *pessoa simples, como eu e a leitora*, francamente!
ao mesmo tempo, tenho que admitir: ele, que já avaliou os melhores restaurantes do mundo, não hesita em dizer que prefere mesmo a comida da tia dele, que o ensinou a gostar de cozinha.
é issaí: mandou pra dentro e agradou, é bom! tão aí a buchada de bode e o cinar pra comprovar a tese.
Sim, de fato. Nada tenho contra enólogos e apreciadores. Mas, particularmente, não conheço o perfil do autor do texto – somente o texto em si é que, no caso, me chamou a atenção por dizer o óbvio: o que é de gosto regala a vida!
Então, se um Romanée-Conti vai ou não ser mais saboroso que um singelo Marcus James, isso vai do paladar de cada um.
Particularmente fico com meu Domecq e Coca Zero em doses homeopáticas…
😉