Diálogo entre Serra e seu marqueteiro

Direto lá do Blog do Rovai:

Este blogue acaba de receber uma transcrição do diálogo entre o ex-candidato à presidência José Serra (que agora ataca blogues porque decidiu abrir o seu – leia mais abaixo) e o seu marqueteiro.

O informante deste blogueiro disse que a conversa aconteceu na ante-sala do debate de ontem à noite, por isso o ex-candidato estava tão transtornado.

Leia com atenção:

Serra: – Você espalhou que a Dona Marisa não fala e não faz nada?
Marqueteiro: – Sim governador, mas o povo já percebeu que a Dona Mônica também não fala e não faz nada também.

Serra: – Então temos que levá-la ao palanque para ela se mostrar…
Marqueteiro: – Já fizemos isso, mas ela meteu a boca no Bolsa-Família, disse que o povo não quer mais trabalhar por causa disso.

Serra: – Mas eu estou dizendo nos meus programas que vou dobrar o valor do Bolsa-Família!
Marqueteiro: – Não se preocupe, já tiramos ela do esquema. Só vamos mostrar a foto dela.

Serra: – Espalhem também que o Lula só vivia do sindicato e não trabalhava.
Marqueteiro: – Fizemos isso, mas notaram que o senhor também nunca trabalhou, e que acorda sempre tarde.

Serra: – Diga que ele é analfabeto, porra!
Marqueteiro: – Mas é preciso ter cuidado com isso, porque o seu curso de economia no Chile tá meio estranho. Muitos blogs estão pesquisando o caso.

Serra: – O pior é que já sabem que eu não sou engenheiro, como andei dizendo por aí.
Marqueteiro: – Ah… mas isso o povo esquece.

Serra: – Já falou que eu é que criei o seguro desemprego para os trabalhadores?
Marqueteiro: – Mas isso não é verdade, governador. Como o senhor vive meio desligado, não notou que já havia sido aprovado pela câmara, sancionado pelo então presidente Sarney.

Serra: – Não importa, manda bala assim mesmo. As pessoas vão acreditar em mim. E insista nos genéricos, no Plano Real…
Marqueteiro: – Excelência! Os genéricos foram idéia do Adib Jatene, o Real foi da equipe do Itamar, lembra que o FHC era o ministro?

Serra: – Não fale nesse cara de jeito nenhum. Ele espanta votos. Chamou os brasileiros de vagabundos, neo-bobos e caipiras.
Marqueteiro: – Essa do FHC foi terrível, me deixa fora dessa!

Serra: – Faz o seguinte, fale de minha larga experiência.
Marqueteiro: – Se eu for falar nisso, vão lembrar que o senhor nunca completou qualquer mandato para os quais foi eleito.

Serra: – Como assim?
Marqueteiro: – O de deputado constituinte o senhor largou no final. Como senador, com mandato de oito anos, O SENHOR FICOU SÓ SEIS MESES. Como prefeito e governador só cumpriu a metade…

Serra: – E sobre as estradas?
Marqueteiro: – F I C O U    L O U C O???!!!

Serra: – Pô… tá difícil, se eu falar das estradas vão pensar nos PEDÁGIOS, do metrô vão saber que só fizemos 4Km e tem aquele francês da Alstom que soltou propina pra meio mundo em SP… e nós só fizemos 1/3 (um terço) do rodoanel… em 16 anos…
Marqueteiro: – Vamos combinar o seguinte, VAMOS FALAR SÓ DA TERRORISTA, DO MEDO DE COMUNISTA E MOSTRAR VOCÊ SEMPRE SORRINDO. Falado?

Serra: – … E do papai que era um humilde comerciante da Mooca. Mas não vá dizer que ele tinha banca no Mercadão, tá?…

Em tempo: espero que não tenham esquecido de ativar a tag “humor” antes de ler este texto, hein?

Educação e Tecnologia

Interessante trecho recortado-e-colado direto lá do Boteco Escola, recanto do copoanheiro virtual Jarbas, que estava rememorando uma palestra do Mário Sérgio Cortella lá dos idos de 92 – provavelmente baseada na obra “Mudança Tecnológica e Trabalho: Uma Questão Educacional?”, do próprio Cortella.

Os grifos são meus.

Vou começar relatando uma história contada por um professor há alguns anos atrás no Rio Grande do Sul sobre o tema.

Imaginem que um monge medieval, da França do século XIII, tenha tropeçado, ao descer para a adega do convento. Como era um lugar frio, ele entrou em estado de morte aparente, de catalepsia. Dado como morto, foi então guardado no esquife e, em função do clima, passou séculos intacto, dentro do caixão. No século XX, abriram o caixão e, ao perceberem que o corpo estava intacto, levaram-no a vários conventos que a ordem mantinha mundo afora.

Foi trazido também para São Paulo e ficou exposto à visitação dos monges num convento do centro da cidade.

Certo dia, num sábado, saiu do esquife, deu dois passos e saiu no Largo São Bento. Entrou em desepero porque tudo lhe era absolutamente estranho: casas imensas, um barulho insuportável, máquinas de metal que passavam com seres humanos aprisionados dentro, muita fumaça e uma multidão que andava de lá para cá. Num dado momento, entrou por uma porta e foi para uma sala em que, finalmente, se sentiu bem. Tratava-se de uma sala de aula, lugar absolutamente idêntico ao que ele conhecera no século XIII.

No fim do século XX continuamos sentados em bancos de madeira, escrevendo numa pedra com outra pedra, do mesmo jeito que eles nos anos de 1200.

(…) Por isto, a escola básica tem de preparar para a mudança: afinal de contas a existência humana, a vida humana, é uma mudança. A tarefa fundamental da escolarização, além do seu papel chave na formação para a cidadania e de atender um direito social, é formar as pessoas para existirem de modo mais crítico, mais criativo, mais solidário. Isso exige não só, mas também, conhecimento científico …

(…) O que a escola precisa é ter clareza em relação à sua tarefa, ao seu papel, e saber mesclar duas coisas básicas: educação e formação para o mundo do trabalho. No nosso país, quando se fala em tecnologia, fala-se muito em know-how e muito pouco em savoire faire, seu correspondente francês, que tem um molho mais saboroso. Know-how é um pouco mais técnico e savoire faire dá mais idéia de criatividade. E é disso que precisamos, pois somos vítimas da “síndrome do besouro”. Do ponto de vista da física, principalmente da aerodinâmica, o besouro é um animal que, por incrível que pareça, não poderia voar. Mas ele voa.Provavelmente porque ele não sabe (não estudou) que não tem condições para voar. Temos a síndrome do besouro, principalmente no interior do espaço escolar e de formação, onde as pessoas são impedidas de desenvolver sua criatividade.

A professora ou professor convidam: “vamos criar, vocês podem pintar o que quiserem!” Mas entregam um desenho acabado, que muitas vezes já vem impresso, pronto para ser pintado.

Criam desde a infância modelos de comportamento que são fatais para a educação e para a vida social. Servirão muito para a fábrica, para a organização de filas… Meninos e meninas, desde os quatro anos já fazem fila para entrarem na sala de aula. Ora, a função de uma fila é ordenar. (…) A escola não é criativa, não aumenta a produtividade do mundo do trabalho; o que ela faz é aumentar a lucratividade do capital na medida em que molda seres humanos acríticos.

(…) Para concluir. O papel da escola não pode deixar nós educadores à margem da questão tecnológica. Muitas vezes argumenta-se que não dá para entrar na área da tecnologia porque a escola ainda é pobre, porque ainda falta livro, falta caderno etc. Mas, isso é um mito. O nosso trabalho, a nossa atividade de educadores é atuar na formação da população na maior escala possível.

Ao invés de um Piaget, de uma Emília Ferrrero, de um Paulo Freire, de um Darcy Ribeiro, escolhemos como patrono da educação Cristóvão Colombo, que representa a questão tecnológica para nós, pois quando saiu não sabia onde iria chegar, e quando chegou não sabia onde estava …

E aí, aspirantes ao Governo do Estado de São Paulo?

Lembram do ensino público?

Aquele que já foi muito bom?

Eu lembro.

Inclusive, recentemente, falei um pouco sobre isso. Tá aqui.

Enfim, ficar do jeito que está é, na minha opinião, inconcebível.

Só quero ver o que nos aguarda…

September Eleventh

Caramba!

E já se foram nove anos desde a tragédia do World Trade Center!

Lembro-me claramente daquele onze de setembro de 2001, quando, pouco antes do almoço, a Iara Taino entrou lá no Jurídico (onde eu mal tinha começado a trabalhar) informando sobre o desastre das Torres Gêmeas. Na hora eu não consegui compreender a dimensão da coisa.

Somente mais tarde, através dos noticiários, é que percebi o tamanho da desgraça…

Uma sacada

Rápido e rasteiro.

Expliquemos, através do Wikipedia, o que significa a expressão “cul-de-sac”:

Cul-de-sac é uma expressão de origem francesa e línguas românicas, tais como normando, occitano, catalão, etc, que se traduzida literalmente significaria fundo de saco. São características dos subúrbios anglófonos.

O termo também é utilizado com a função de designar ‘becos-sem-saída’ e ‘ruas sem saída’.

O porquê dessa explicação?

É que hoje recebi um documento com um pedido de intervenção urbana, de modo a se providenciar a “construção de um culd sack.

Nada mais a declarar…

#DilmaFactsByFolha

O que aconteceu: a Folha de São Paulo deu a fantasiosa manchete “Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma”. Resumo da ópera: FHC, no apagar da luzes de seu governo, criou uma lei – a de nº 10.438/02 – para seu sucessor cumprir (quem seria? quem seria?) visando a isenção para consumidores de energia elétrica cujo consumo estivesse até 80 quilowatt-hora/mês (kWh). Fácil. Somente dependeria de um cadastro a ser aberto em TODAS as prefeituras municipais do país, de regulamentação pela ANEEL, acerto entre todas as concessionárias de energia, bem como estudo para implementação das diretrizes pelo Ministério das Minas e Energia conjuntamente com o Ministério do Desenvolvimento Social. Tudo isso em nível nacional. Simples assim.

Não precisa ser nenhum gênio para entender que não tinha como esse negócio ir pra frente.

Muitas variáveis.

Muitos personagens.

Praticamente nenhum enredo.

E onde estaria a falha de Dilma?

No fato de que era ela quem estava à frente do Ministério das Minas e Energia durante parte desse perrengue.

Ora, façam-me o favor!

Isso, pra mim, se compara àquele velho jargão das empresas de software: “a pirataria nos trouxe prejuízo de X milhões”. Na prática não tiveram prejuízo de nenhum centavo – apenas deixaram de vender. De igual maneira, ninguém pagou nada por falha de ninguém – deixaram de ser isentos. Do que estamos falando? A regra mais simples do mundo para consumidores (percebam a própria etimologia da palavra em si): se consumiu, pagou. Nem mais nem menos.

De minha parte descontem da época em que o FHC instituiu o “apagão” (será que ninguém mais lembra disso?) – meu filhote mais velho era bebê e sequer podíamos usar nossos próprios recursos elétricos do lar para que o vigilantismo das concessionárias de energia não nos multassem.

Enfim, se essa “notícia” sobre a Dilma não puder ser classificada como uma matéria tendenciosa, fabricada e eleitoreira (diria até “desesperada”), bem meus amigos, então nada mais poderá sê-lo…

Aliás, enfim do enfim, deixem que eu lhes explique o porquê de contar aqui essa estória (ainda não consegui me acertar com o acordo ortográfico)…

Pouquíssimo tempo depois dessa “bombástica notícia”, começou um dos mais legítimos movimentos internetísticos que há muito eu não via. Partindo do pressuposto de que a Folha de São Paulo teve a “capacidade” de veicular uma manchete desse naipe, no Twitter foi lançado o #DilmaFactsByFolha, ou seja, já que tudo NO MUNDO foi culpa dela, quais outras manchetes poderiam ter sido capa do jornal.

Da seriedade crítica ao extremo do absurdo bem-humorado, rolou praticamente de tudo. Ou seja, o tiro da Folha não só saiu pela culatra como talvez ainda tenha ricocheteado de volta às próprias costas (hein?). O que era para ter sido um ataque pelo jornal acabou se tornando uma ridicularização dele próprio levado ao extremo pelos internautas – e que só teve o condão de fortalecer/blindar ainda mais a campanha da Dilma.

Aliás, os marqueteiros do PT devem estar rindo à toa até agora…

Isso porque, da forma mais anárquica impossível sequer de se imaginar, as novas possíveis manchetes foram surgindo do nada, numa contribuição espontânea de quem quer que estivesse conectado à rede. Os contadores tuitescos foram levados aos píncaros, chamando a atenção até mesmo da imprensa internacional!

Bem, e daí?

Quais seriam as possíveis “fantasiosas manchetes” da Folha veiculadas pelo #DilmaFactsByFolha?

Segue abaixo, sendo que a maior parte, ressalvado o que não tirei da minha cabeça (e da do Copoanheiro), veio lá do Idelber.

(Aliás, antes disso, uma pequena explicação do próprio Idelber sobre essa febre que varreu a Internet: “Para quem não conhece o Twitter: o caractere #, quando anteposto a qualquer palavra, a transforma numa “hashtag”, ou seja, num link que te permite encontrar todas as outras mensagens com o mesmo assunto, desde que o internauta se lembre de incluir o # colado à palavra.”).

– Dilma serviu o café de Ronaldo no dia da final da Copa de 1998

– Dilma a padre no Sul: “Enche os balõezinhos que dá”.

– A Al-Qaeda era só um grupo de árabes nerds fãs de RPG e aeromodelismo. Até conhecerem a Dilma.

– Antes de Dilma mergulhar no Mar Morto, ele não estava nem doente!

– Folha Informa: Dilma cortou a cabeça do último Highlander.

– Dilma embebedou o Jeremias.

– Dilma Roussef atirou o pau no gato. E Dona Chica era filiada do PT!

– O fuzil chama-se AK-47 por imposição da Dilma que vetou o AK-45.

– Dilma para John: “Querido, deixa eu te apresentar uma amiga, esta é a Yoko…”

– Padre irlandês que agarrou maratonista brasileiro em Atenas era filiado ao PT.

– Folha revela: Dilma seria dona do circo que separou Dumbo da mãe.

– Dilma vendia Marlboro para bebê fumante.

– Repórteres da Folha apuraram junto a moradores do condomínio de Dilma que ela peida no elevador.

– O Ministério da Saúde adverte: camisinhas da marca Dilma arrebentam!

– Exclusivo: Dilma é quem escreve as colunas do Merval.

– Dilma escreveu o rascunho do AI-5. Costa e Silva deu uma amenizada.

– Confirmado que Dilma é a autora das receitas médicas de Vanusa.

– Dilma disse a Bush: “em seis meses você resolve esse negócio no Iraque”.

– Dilma disse ao Ronaldo: “aquela ali é mulher mesmo”.

– Em Jerusalém, 1948, Dilma disse à ONU: “É só repartir isso aqui que dá tudo certo.”

– Dilma disse ao Covas em 89: “chega lá em PoA e diz que torce pro Grêmio e pro Inter, os gaúchos adoram isso”

– Confirmado: Dilma Rousseff é culpada pela maior humilhação que a internet já impôs a um jornal.

– Dilma quebrou o sigilo do catálogo telefônico. Dados podem estar em comitê petista.

– Dilma criou intrigas entre Abel e Caim.

– Genealogista afirma: Dilma, Hitler, Stalin e Mao têm ancestrais em comum.

– Previsão: Tsunami atingirá o Brasil em menos de 1 mês. A Culpa é de Dilma.

– Dilma foi professora de educação moral e cívica de Suzane Von Richthofen.

– Dilma ensinou física nuclear para os operadores de Chernobyl.

– Dilma explodiu a plataforma de petróleo no Golfo do México para beneficiar a Petrobrás.

– Homem que vazou as provas do ENEM 2009 era filiado ao PT.

– Dilma revoga a morte de Lamartine Babo e ordena que ele mude o nome de “Serra da Boa Esperança” para “Serra Abaixo”.

– Folha revela: Dilma forjou secretamente o Um Anel e o deu a Sauron.

– Efeito Dilma causa queda de asteróide e fim dos dinossauros.

– Foi a Dilma que mostrou o fruto proibido a Eva.

– Moisés rodou 40 anos no Deserto do Sinai, porque Dilma escondeu o mapa.

– Deus ia fazer o mundo em 4 dias mas houve atraso na obra do PAC.

– Dilma gostava de apertar campainha e sair correndo. “Ela fez isso duas vezes na minha casa”, revela ex-vizinha indignada.

– Folha de São Paulo: “Descoberto plano de Dilma para secar o Aquífero Garani.”

– Erro de Dilma nos cálculos provocou inclinação da Torre di Pisa.

– Dilma Roussef inventou a vuvuzela.

– Folha de São Paulo: “Dilma lava as mãos. Cristo é crucificado.”

– Serra lamenta: “a Dilma me indicou o Shampoo.”

– Folha Esporte: A Dilma escolhe as contratações para Flamengo.

– Folha Educação: Dilma assinou o Diploma de Economia do Serra.

– “Catanhedê comprova: Dilma fornecia uísque falsificado a Jânio, o que pode ter provocado a renúncia”.

– “Folha comprova: Dilma participou da elaboração do Ato Institucional nº 5”

– Agora é fato: Dilma deu o fósforo a Nero para incendiar Roma.

– Dilma levou 15 dos 30 dinheiros de Judas e depois a metade da grana do cofre da amante do Adhemar.

– Vizinha de Dilma é cunhada de um primo de uma tia do contador Atella. Candidata negou-se a esclarecer este grave indício.

– Compra da mansão da Yeda com sobra de campanha é o piloto da Minha Casa Minha Vida da Dilma.

– Dilma convida Rita Cadilac para ocupar o Ministério da Cultura.

– Folha chega à verdade: Dilma foi assessora do General Médici.

– Dilma matou Vargas.

– Dilma negou Cristo 4 vezes.

– Ex-agente do Dops revela que torturou Dilma Roussef em legítima defesa.

– Folha comprova: Dilma preparou a infusão de cicuta que Sócrates foi obrigado a beber!!!

– Dilma fez a última manutenção do dirigível Hindemburg.

– Dilma foi vista saindo da estação Pinheiros, poucos minutos antes do desabamento do metrô.

– Vários informantes confirmam: Dilma pilotava o carro bomba que tentou sabotar o Rodoanel.

– Dilma tapou os bueiros do Jardim Romano e deixou seus habitantes debaixo d’água.

– Dilma deixou aberta a escotilha do submarino russo Kursk.

– Dilma para Roosevelt, em 1940: esses japoneses não são de nada.

– Júlio Cesar: até tu, Dilma?

– Exame de DNA confirma: Felipe Melo era a Dilma fantasiada de jogador de futebol.

– Gordon Ramsay confirma: Dilma Roussef quebrou o sigilo da receita de Ana Maria Braga.

– Serra protesta contra a proposta de Dilma sobre o uso de gás boliviano em elevadores de São Paulo.

– Dilma diz que, se eleita, Coca Cola brasileira será operada por partidários de Evo Morales.

– Dilma diz que passará para a iniciativa “privada” os rios Pinheiros e Tietê.

– Revanchismo. Dilma defende o uso de exame de DNA para identificar os soldados desconhecidos do Ibirapuera.

– Dilma roubou o fogo do Olimpo e deu as mulheres, dai a origem das mulheres foguentas.

– Alambix revela: Dilma empurrou Obelix dentro do caldeirão!

– Foi Dilma quem levou o Imperador para o Lado Negro da Força.

Um obituário para Larry Ellison

O texto abaixo é do Jomar Silva, recortado-e-colado lá do Homembit, e reflete sua preocupação (que deveria ser também a de todos que participam do ecossistema Open Source) a respeito do fato de que a Oracle comprou a Sun e, desde então, os projetos e tecnologias abertas antes existentes não têm tido uma boa destinação…

Caso a alguém interesse, a versão em inglês está aqui.

Há alguns anos atrás, descobri quase sem querer que Alfred Nobel (sim, o cara do prêmio Nobel) foi na verdade o inventor da dinamite, e fiquei muito curioso com isso, pois como o homem inventou algo que matou e ainda mata milhares de pessoas no mundo todo pode dar nome ao título que reconhece as pessoas que mais batalharam em seu campo de atividade, incluindo a Paz Mundial.

resposta é bastante intrigante: Em 1888, quando faleceu Ludvig Nobel (irmão de Alfred), os jornais da França erroneamente publicaram a informação da morte de Alfred Nobel, e colocaram em seu obituário: “O mercador da morte está morto: Dr. Alfred Nobel, que se tornou rico por encontrar maneiras de matar as pessoas mais rápido do que nunca, morreu ontem.”

Quando leu nos jornais o seu próprio obituário, Nobel percebeu que sua vida realmente tivesse acabado naquele dia, seria assim que a humanidade iria se recordar dele: um genocida. Por isso ele deixou em seu testamento o desejo de que grande parte da sua fortuna fosse destinada a criação do Prêmio Nobel, que seria entregue sem distinção de nacionalidade às pessoas, que se destacassem em algumas áreas de conhecimento, com destaque à luta pela Paz Mundial.

Não importa quem você é, o que você tem ou qual o tipo de vida que decidiu ter, cedo ou tarde todos nos vamos nos defrontar com a morte, e quando esta hora chegar, todos irão certamente pensar a mesma coisa (nem que por apenas alguns segundos): Como as pessoas irão se lembrar de mim…

Passei por uma experiência traumática dessas ainda muito cedo na vida, e lhes garanto que este é o primeiro pensamento que nos vem à cabeça quando olhamos a morte nos olhos.

Não me lembro exatamente a fonte, mas quando eu pesquisava sobre a vida do Steve Jobs para um trabalho na pós graduação, encontrei um texto escrito por um jornalista e amigo do Sr. Jobs que tinha um título parecido com “A tarde em que o Steve Jobs morreu”.

O autor do artigo contava que quando os resultados dos primeiros exames feitos quando o câncer no pâncreas do Steve Jobs foi detectado ficaram prontos, numa consulta matinal ele recebeu de seu médico uma sentença de morte: você tem apenas mais alguns meses de vida. O médico avisou ainda que faria mais uma bateria de exames naquele dia, mas que não acreditava que alguma cura pudesse ser alcançada e que por isso era melhor o Steve se preparar para a partida deste mundo.

Os exames foram realizados e no final do dia foi detectada uma chance de salvar a vida dele, o que de fato aconteceu.

Diz o autor do texto que durante as horas em que teve que conviver com sua sentença de morte, o Steve Jobs acabou sendo obrigado a repensar em toda a sua vida, decisões que havia tomado e coisas que tinha feito (e que tinha deixado de fazer). O resultado desta tarde de solidão olhando nos olhos da morte foi a estratégia que levou a Apple a chegar onde está hoje (e muito mais vem pela frente) e no campo pessoal o Steve Jobs assumiu a paternidade de uma filha que ele negava em reconhecer já há quase 20 anos.

Não sei se ouve algum evento traumático como os que citei na vida de Bill Gates, mas o trabalho que ele faz hoje na Fundação Melinda Gates é absolutamente admirável, e o que mais me surpreende nisso tudo é a quantia de dinheiro (e esforço pessoal) que ele coloca na pesquisa por uma vacina contra a Malária.

A Malária é uma doença que mata milhares de pessoas no mundo todo, principalmente crianças, e ela tem uma característica que mostra o que existe de mais nojento em nosso mundo hoje: Como a Malária mata muito apenas em países que vivem na extrema pobreza, nenhuma empresa da indústria farmacêutica se interessa pela pesquisa da vacina para a doença, pois nenhum desses países tem condição de adquirir as vacinas por um preço que dê o lucro desejado às empresas.

Já faz mais de um ano que a Oracle comprou a Sun Microsystems, e acredito que este já foi o prazo mais do que suficiente para que a empresa tomasse uma decisão em relação aos projetos e tecnologias abertas que a Sun tinha e mantinha.

Até o presente momento, tudo o que podemos ver é uma grande nuvem cinza pairando sobre todos os projetos, e uma inabilidade exemplar em lidar com comunidades, o que para mim é um indício grave de que o mundo livre como conhecemos jamais será o mesmo.

Estou cansado de ouvir perguntas sobre o futuro do Java, do OpenOffice e do MySql (para me ater a apenas três dos projetos), e mais cansado ainda em tentar conversar com as pessoas com quem tenho contato na Oracle e sempre ouvir a mesma ladainha (investir mais e fazer melhor) que não se traduz em nenhuma ação concreta. Estou cansado de viver num mundo de incertezas e de boatos seguidos nesta área.

Fiquei ainda muito irritado com o recente episódio envolvendo a Oracle e o Google, não pelo processo em si (pois não sou advogado para avaliá-lo com precisão), mas pela mensagem clara que vem dele: Vamos usar nossas patentes de forma agressiva (o oposto da utilização defensiva de patentes que a Sun fazia).

A Sun possuía milhares de patentes que todos nós, usuários ou desenvolvedores de tecnologia da informação, usamos e “violamos” diariamente. Todo esse “arsenal nuclear” está nas mãos da Oracle e pelo que podemos ver, vão utilizá-lo.

Tudo isso acontece exatamente no ano em que nosso amigo Larry Ellison ganha o prêmio de CEO mais bem remunerado do mundo, chegando a posição de número 6 no ranking das pessoas mais ricas do mundo, com uma fortuna pessoal estimada em US$ 28 bilhões.

Por tudo que conheço da Oracle, sei que as grandes decisões são ainda tomadas pelo Sr. Ellison e portanto qualquer tentativa de sensibilização de outras pessoas na organização serão inócuas.

Por este motivo, tomo a liberdade de deixar aqui o Obituário do Larry Ellison, pois quem sabe após essa leitura ele mesmo “acorde” como os demais colegas citados neste artigo.

“Morre Larry Ellison: O Pontius Pilatus da era digital

Morre Larry Ellison, Fundador da Oracle e um dos homens mais ricos do mundo, que entre inúmeras aventuras com carros esporte e iates de luxo comprou e destruiu inúmeras empresas. Conhecido como o Pontius Pilatus da era digital por ter “lavado as mãos” inúmeras vezes após a compra da Sun Microsystems, abalando as estruturas do mundo do código aberto, destruindo empresas e sonhos no mundo todo.”

Ainda dá tempo de mudar isso, mas não sei se o Sr. Ellison está realmente interessado. Quem sabe agora ele medite sobre seu Sunset a bordo de seu Rising Sun. Como costumava cantar o Kansas: “…todo o seu dinheiro não irá te comprar mais um minuto.”