Ainda que pela metade, esta é a continuação da aventura
que agora se tornou uma narrativa
Falha-me a memória se a parada que fizemos foi antes ou depois de chegar em Cunha… Naquela pousada em que não pousamos. Creio que deve ter sido antes…
“Que parada?”, perguntariam os incautos.
“Simples!”, responde-lhe este cauto que vos tecla.
Estrelas no céu.
Nem mais, nem menos que estrelas no céu.
A noite estava ligeiramente fria e, longe das grandes – e pequenas – cidades, foi possível ver o brilho de cada uma daquelas estrelas que estavam à nossa disposição. Paramos o carro, acendi um cigarro e filosofamos um pouco sobre aquele espetáculo que, ainda que diariamente estivesse presente, raramente tínhamos a capacidade ou sequer o interesse de simplesmente olhar para cima. Ficamos algum tempinho ali, na beira de uma estrada totalmente deserta, encostados no carro, comigo abraçando-a pela cintura e ambos simplesmente olhando para cima…
Constelações inteiras à nossa disposição, as Três Marias nos acenando, verdadeiro deleite visual numa fria noite de inverno. Um cenário de verdadeiramente perder o fôlego.
Enfim, uma fantástica miríade de pontos luminosos e brilhantes sobre um veludo negro somente visíveis em locais tal qual aquele onde estávamos, ou seja, total e completamente afastados da civilização e de suas luzes artificiais, de modo que podíamos apreciar todas aquelas luzes naturais.
Inclusive as coloridas que piscavam e se moviam no céu…
E foi assim, com esses sinais de bons presságios que prosseguimos tranquila e animadamente nosso caminho!
Mal sabíamos o que, muito em breve, nos aguardava…
(essa história ainda continua…)