É chegado o tempo em que a consciência, mais do que questão de bem estar, mais do que questão de sabedoria, é questão de sobrevivência.
Quem não tem consciência de si simplesmente está aí. E quem apenas está aí não é. E em não sendo, não vive.
Não sei o que sou. E se não sei o que sou, sei tampouco do que sou capaz. E se não sei essas coisas, que saberei eu da vida?
Mundo de sonâmbulos este de pessoas que só têm olhos para o que está fora.
É preciso grande esforço para voltar olhos tão doutrinados a olhar para fora, para dentro. O músculo não acompanha. É preciso alongar, esticar, ensinar. E ah, como dói.
Mas se não nos permitimos sentir a dor, também não nos fazemos possível sentir prazer. E, ah, que delícia que é o lugar de transcendência desta dor.
O lugar de abrir os olhos e olhar para si mesmo. O lugar de abrir os olhos e, enfim, enxergar.