Esta é daquelas para se guardar na memória…
Meu pai – vulgo “Seo Bento” – desde que veio da roça, resoluto, resolveu que tinha que se virar do jeito que desse. E, nos idos da década de sessenta, um desses “jeitos” era pelos famosos cursos por correspondência – no caso, o IUB – Instituto Universal Brasileiro…
Estudou, fez o que fez e aprendeu o que pôde – de modo que nos sustentou: eu e a meus dois irmãos. Tanto o é que dá para se ter uma ideia por este causo aqui…
Mas não é o único…
Lembro-me de certa vez, minha mãe estava lá, a cuidar de seus afazeres domésticos, quando toca a campainha. Ela foi atender. No portão um antigo compadre de meu pai, daqueles que o conheciam desde sempre. Queria que lhe arrumasse um aparelho televisor. Trazia-o, pequenino, de suas apenas 14 polegadas, num saco de estopa, a tiracolo.
– Mas o que é que ele tem? – perguntou-lhe minha mãe.
Sagaz, mas não menos preciso, traduzindo uma perfeita explicação do defeito, explicou-lhe o senhorzinho:
– O pobrema, dona Dete, é que esse aparêio proseia, mas não tem feição…